Não que: poemas
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Poemas que possuem em comum a palavra não. Não que seja 'não' a palavra que conduza o significado, em outro sentido possa dizer sim.
Podia ser poemas com não. Quase poemas. Negados poemas. Poema algum, não. Vi que os 'nãos" dançavam durante a leitura. Quando se pensa em criar um poema o próprio pensar de falas ditas, das conhecidas, da linguagem atravessada, do idioma e tudo o mais carregam, entre tantas certezas enganos. O não no poema pode ser entendido como uma maneira frágil de sair de um sim conhecido, e por não se sustentar se usa o 'não". Mas é uso. Portanto, 'não que" poemas possam ser, mas que sejam poemas que jogam-se do não.
pmnt
Pedro Moreira Nt
Who I amPedro Moreira NtI have been a writer since infancy; my father influenced me with reasonable asks to do that the best possible, and my mother, too, read to me, I have been a writer since infancy; my father influenced me with reasonable asks to do that the best possible, and my mother, too, read to me, and at both comes a song walking my mind, sweetness and lovely goodness. I am critical of that; I desire to create a mist of essay, but my preference for poem structure and sensibility do not long of art. So, I seek romanticizing concepts and developing a new sense of literature that happens in its movement. I leave it to the reader to do part of that; they create a truthful text and can do a good book. It is the interpretation, the way, a leap beyond what a word says, transforming our lives when they share.My first writings, chronic stories, participated in my soul. It was extremely critical and sarcastic about what I saw from reality.I am talking of a fifties age period behind. In a position about what I developed, my evolution was more toward apparent expressionism and realism with wave poetical intermain. I do not know, and I am a writer by chance by life.I wait to create something more dense and fragile so that a reader can discover more insight and make the story.I write all day. I threw out many texts, books, and theatre, left at home friends, gave up on other works, abandoned along the path, and presented in different ways when it was impossible.I have not had a time in which I did not have difficulties showing my art, or I was, for some reason, prohibited from showing, or people made oyster faces and bodies, seeing down shoes, putting me out because, beyond writing, I talk. And when I speak, I create conflict with conceptualistic people. I am intervenient into the academy and ideological corpus, into radicalism free. I am more definitive when I believe in what I say and highly flexible when people do not know what I am saying.My themes are variant, and many circumstances bring me a gift, a motive to write. I wrote in Portuguese two books that I like, "Lirio" - Lille, and "O Peixinho do Pantanal" - The Little Fish from Pantanal (Wetlands), and both meant creation, jump to beyond, overcome, transformation social and personal release.From that, I wrote other books seeking to show different meanings throughout of phantasy necessary, and it to parents and children a fantastic universe of possibilities for a personal construction, making life an adventure.I create a pedagogical process to write and design tangled images where it is possible to seek the theme of a short story. "Lippi and Semma Friendship" talks about that, and I wrote that short story through it. They led me to social problems, injuries, differences, the orthodoxy of community rules, cultural values, the barriers around democracy and its meaning, and the gratitude for a true friendship."Letter to the Moon" is a short love story, but love yourself, and send a letter to the Moon through a pebble launched for.Books about freedom, encountering people, loss, and gains, and becoming someone.Book for radicality of right in that it does not see your bottom."Bakery," for example, talks about that.I finished a short story made of challenges and adventures: "Memories of the Air." - from you start reading until the end, the thing is in action, in movement, an eternal fugue or secrets, and does not reveal its net. The reader will discover.
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Não que - Pedro Moreira Nt
Não que
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Não que
A respeito do livro.
Não que
é um livro de poemas abertos. Em todos os poemas a negação consome um tempo, como que marca um segundo em algum relógio em algum tempo. Ajusta-se a negativa como um sim inconcluso, como metáfora da ordem, como escolha. A vértebra que une e desune e possibilita ao corpo poético a sua inflexão, a sua dobradiça flexível. Não que
seja apenas não, mas que sustenta alguma falta, estranhamente contrária, porém definitiva nos sentidos em que a negação nos leva. Em todos os poemas o não
é presente. Acredito que o não que revelo seja o mesmo que afastar o prato vazio do alimento feito, da prova. Não, não vou lavar o prato agora.
pmnt
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Escrevo mais no virtual, mais vezes, para uma questão de ecologia do tempo. Quando lido com páginas de um livro tenho impressão que desfolho árvores. Ainda serro o tempo, cerro de aviltamento de mil páginas, amontoado de brumas. Não sei se sou enganado, mas a leitura da palavra tem o papel de me revirar, vezes devolvo à floresta de um instante, - fica nos cantos remexidos, na estante de livros, - na expectativa de me perder. O papel é muito valioso para o curto dos gostos, do virar da linha, marcar. É uma lembrança mais dura, fica a chamar, vem me ler, vem me ler. A gente que gosta do objeto, tem dele a dificuldade do esquecimento, de uma apropriação e uso.
Não sei. Vai que abuso de por tinta em tudo e o pensamento desarrolha.
*******
Na entrada de casa
(sugestões de placas de aviso)
Caro editor, se veio me procurar, errou, não moro mais aqui
Não é a minha casa, moro no vizinho debaixo, mas não estou lá
Não posso atender
porque não estou em casa; e se estiver é porque não cheguei ainda
Gostaria de dizer que ainda não cheguei de onde não fui
Não bata palmas, não toque a campainha, não chame o cachorro, não abra o portão no momento estou atendendo os ausentes e não tenho tempo para piores amizades
Saída
Lugar de não-permanência
Siga em frente, e, boa passagem
É bom saber que entenda que sua presença
e demais reveladora para que possamos conversar"
Adeus, e que isso não se repita
Hoje chegarei depois que partir
Amigos e cobradores diferem do preço. No momento estou duro
O mais importante é guardar lembranças. Desejo que tenha boa memória
Sinto muito não atender. Você é muito importante para nós. Tecle um para dar um passo.Dois para não ficar frente à casa. Três para sair imediatamente. Quatro para seguir andando. Cinco para cair fora agora. Os outros você já sabe. Se não souber descubra depois da curva da esquina.
Entendo que é uma vantagem reatarmos a amizade ou recebermos uns aos outros. Mas, sinto, não sou oportunista
Perdão não falo a sua língua
Entrada pelos fundos, isso somente quando demolirem a região
Volte sempre quando tiver urgência em sua casa
O melhor lugar não é aqui é de onde veio
Foi muito bom atende-lo, volte quando for capaz
*******
não vou
não tenho vontade
não quero
não posso
não gosto
não deixo
não faço
não odeio
amo não
*******
morreu de morte morrida
de partida de viagem na vida
de coice da foice e foi-se
é tão comum viver que é assombro
enfim para mim o fim
assim neste começo de sem-fim
perdi amigos ganhei serafins
anjos e querubins
eu que não os encontro
subo e desço morro
*******
cheguei de mala e cuia
aparei a merenda
sentei à varanda
abanei a alamanda
com flores vermelhas
antes que me perguntasse o que fazia ali sem mais nem menos
dividi: meio a meio
ia perguntar
ou disse algo que nem lembro
aqui fico na comida boa e à sombra
mal me conhece
teremos tempo
mas isso não é certo
é a vida
mas sei lá quem é
há altos e baixos no mundo das escolhas
deu-me um tapa
empurrou-me da calma
fiquei espantado de olhos mareados
surgiu uma paulada de lastro pesado na nuca
socorro
mal pude balbuciar sou eu
demorei no desmaio
acordei na sala alta onde a escada bate ao teto
é você você mesmo
sim
veio da internet
de carro
aquele caro?
sou assim
com essas roupas e perfume?
natural
surgiu do nada
de tudo
como pode isso?
não sei explicar o céu estava denso e choveu
gostou da bóia e da sombra
de ti
de mim
não deixei mais aquela vida na cozinha
e te amei todinha
até os cascais virarem asfalto
é
*******
Dá-me um pouco de sua mão.
Tão linda. Eu a quero. Necessito. É uma urgência. Você sabe usá-la muito bem. Eu já vi, também desconfiava. Esses redondinhos de formas variadas, essa ranhura como de fibras fortalecidas, e unhas dobradas. Grossas, imensas e fortes.
Note a minha, exausta de ser tão fina. Pobre e miserável mão que serve mais para dar aceno. Pegue aquilo para mim, faça isso, repita, traga aquelas coisas de lá para cá e daqui para lá. Junte, amarre, embole, aperte, solte, abra e feche, arrume, estique, prepare, conserte, ponha força no que faz. São
*******
Quando voltar a si
não terá medicina
para devolver a sua cabeça.
Sentirá a mesma pessoa que sempre foi
apenas terá um vazio entre as orelhas e o ombro
e é o que sinto
*******
Tranque
a porta
os uniformizados caminham em nossa direção
Cabelos escovados, curtos, duros, polidos como um código legal
Esconda o significado
enterre os sentidos
Aproxima-se a administração
Foge
cerra a boca
encoste o portão
São poucos
e loucos
Diga
o seu nome
Nulidade
Etiqueta da morte
marcados
Guarde o cão
Não se mexa
é um assalto
Agulhas finas
sem recados
em salto alto
botas cruas
fivelas e ranhuras
limitados
O mal
é justo e vende
Corre
não atende
ou morra
*******
Que fui sempre negro
estou aí de rosa choque
Ando como uma velha serigaita
desmantelada de nuvens
sem uniforme
Tenho de gênero
o humano em minhas veias
Que me apaixono por letreiros
e erro sem medidas
vou por encantos
desço os moinhos
a tornar farinha do mesmo saco
e me arrependo dos dias até ao despertar
que sou festa em ondas de mar
e me descarrego todo na praia
Que me deixo em um canto sombrio e úmido
fico a me cozinhar na frieza
estonteado de incerteza
sem remediar
e choro com passarinhos
que se ouve cantar
Que tenho o campo caboclo encalado
nas palmas
que forço o trema de minhas falas
de índio
e cheio de misturas
Que os estrangeiros em mim
os que passaram da insanidade
- tão normal aos desatentos e desobedientes -
me fustigam a me jogar na lama
e dizem que quebro o que não me pertence
vou jacu no galho seco a balançar
e no perigo de repente voar
Que não suporto o sal da terra
as suas feridas
porque me arrancam o estômago
e nada me pára à garganta
Que vejo em mim as almas sujas
com quem amanheci em tardes das noites
porque me joguei em luas
Que vou para casa embora
esteja cansado dessa coisa derrotada
nessa tentativa de ser nada
Esse sujeito que se me apresenta
imundo por tudo isso que sou
*******
Veno verterás vino não tomarás
Esse vinho tem um gosto de frutas amanhecidas atrás dos montes
com leve olear de gorjeios sumérios
por essa taça que lembra bem
aquele povo
o perfume de rosa
com pendor suave de brisa de cemitérios
e há nisso substancial sentid
de abandono
tem quê de amoras silvestres colhidas na madrugada
é muito casto
porém profundo
Parece cantado em um barril
polido no fogo,
lastro portentoso de aço comum
sinto a rolha
cáscaras raspadas
com mãos duras
ocupadas
e uma calmaria infantil de um sopro de vidro
em forma decorada e apertada
com verde puro de musgos antigos
que a mistura correta produziu
Percebendo a nota sutil
posso dizer que foram
trinta e seis pessoas
que o produziram
doze da mesma terra
cinco vieram fugitivos
imigrantes escondidos quatro
e os outros quinze
são daqui mesmo terminaram o serviço
Quanto ao traje que vestiam, não posso dizer bem
porque me foge
pode ser que se tomasse uma garrafa inteira
com certeza
poderia dizer os nomes
não mais
de qualquer forma
são pessoas boas e gentis
*******
A rua andava nua
não tinha idas e nem devotas
Casada de ficar na linha
metidas e sem voltas
Morrerei apedrejado por paralelepípedos mal-educados
que acreditam que sou doente
Caminhar e ser atropelado o meu ser ocupado
de andar em frente
em busca de alguém atormentado que insiste em ser gente
Quero uma cidade revolta
uma que torna e retorna
que viva alegremente
*******
não se engasgue com as felpas da vida
já passamos mais tempo juntos
do que mil gerações
Lia em várias línguas
acordava a cantar
escrevia com nacos doces de tortas letras
dizia que me amava
tanto que me espanava da poeira e me apertava
mal sabe onde está
nem se lembra
pouco ri
espantada e calada
caminha devagar
não sabe quem sou
mas bem sei quem ela é
(Para Jean-Pierre)
*******
encontre meus passos
quero levá-los daqui
para o Paraná
vejo um desconhecido
que acena por qualquer motivo
e me servem café
dizem amenidades
pode-se ficar à mesa mais um instante
esquecem o teorema
da invasão
de cuspe na cara
não me apontam armas
nem riem do botão
que vagueia em casa errada
jamais dizem onde termina a estrada
se vai longe com nada
Estado de coisas finais
começa no Imbaú
e tem um outro nome não sabido
sobe-se o terceiro planalto
desanda um silencio de soja
mas há vendas
e pontes móveis na velha dentadura
desgastada