Elogio do carvão
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Poesia para você
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Elogio do carvão - Marcus Vinicius Quiroga
Meninos carvoeiros
Os meninos carvoeiros
Passam a caminho da cidade.
— Eh, carvoero!
E vão tocando os animais com um relho enorme.
Os burros são magrinhos e velhos.
Cada um leva seis sacos de carvão de lenha.
A aniagem é toda remendada.
Os carvões caem.
(Pela boca da noite vem uma velhinha que os recolhe,
[dobrando-se com um gemido)
— Eh, carvoero!
Só mesmo estas crianças raquíticas
Vão bem com estes burrinhos descadeirados.
A madrugada ingênua parece feita para eles...
Pequenina, ingênua miséria!
Adoráveis carvoeirinhos que trabalhais como se brincásseis!
— Eh, carvoero!
Quando voltam, vêm mordendo num pão encarvoado,
Encarapitados nas alimárias,
Apostando corrida.
Dançando, bamboleando nas cangalhas como
[espantalhos desamparados!
Manuel Bandeira
p5.jpgI
Sempre se faz uma escrita
com diferente matéria,
desde que seja palavra
e não apenas ideia.
Inesperada, nos salta
sujando o branco da página
e talvez não tenha lógica,
nem obedeça à gramática.
Mas eis que enfim se apresenta
uma palavra encardida,
toda vocábulo-nódoa,
a modo de ser poesia.
Já não nos diz do intangível,
nem dos fantasmas internos;
tem agora outro feitio
na forma crua dos versos.
II
É arranhão pelas folhas
que aos poucos faz tantas cascas
e cicatriza os dizeres
na superfície das máscaras.
É risco que se acumula
pelo deserto das linhas,
e, similar a um rascunho,
mostra as rasuras da língua.
Cabem sentidos diversos
no que a matéria carvão
desenha sobre papéis,
com peso de grafia e som.
De tão diversos,