O Exercício Físico e a Proteção da Saúde: Um Novo Olhar para o Corpo e o Movimento
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O Exercício Físico e a Proteção da Saúde - Claudio Joaquim Borba-Pinheiro
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO MULTIDISCIPLINARIDADES EM SAÚDE E HUMANIDADES
Dedico este livro aos meus filhos:
Maria Clara Lima Pinheiro, Manuela Costa Pinheiro e Arthur Costa Lobato, pela difícil, mas prazerosa, arte de viver, aprender e conviver, tendo como a base um sentimento complexo chamado amor. Além de dedicar a uma admiração que tenho de vocês e, por esse motivo, tomo como meu exemplo de dedicação, paciência e persistência nos estudos.
Dedico ainda este livro, a todos os incansáveis profissionais da saúde combatentes contra a Covid-19 e que dentro da sua expertise contribuem para os cuidados de controle e recuperação das pessoas que conseguiram voltar desta grave doença, em especial aos profissionais de educação física.
Dr. Claudio Joaquim Borba-Pinheiro
Dedico este livro aos profissionais de saúde na linha de frente dos hospitais que atuam suportando incansavelmente o combate ao Covid-19 e também aqueles profissionais que auxiliam a população com os cuidados de saúde realizados em casa, dentro deste triste período histórico da saúde brasileira e mundial.
Dr.ª Nébia Maria Almeida de Figueiredo
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos os professores parceiros e amigos que, ao longo da minha trajetória, estiveram comigo na alegria e na tristeza, acreditando em um futuro melhor para a qualidade da Educação Física na área da saúde. Também agradeço a todos os alunos, hoje profissionais respeitados, que contribuíram para esta obra. Agradeço, ainda, aos amigos que também deram uma parcela importante para a publicação deste livro.
Dr. Claudio Joaquim Borba-Pinheiro
Agradeço ao Dr. Claudio J. Borba-Pinheiro, pela oportunidade que me foi dada para participar e contribuir com este livro, pensado e bem elaborado em uma área de conhecimento que não é minha, mas que me interessa de modo particular como enfermeira e docente de Enfermagem como um exercício interdisciplinar da maior importância, principalmente num tempo que insiste na produção de conhecimentos e práticas compartilhadas. Me sinto grata!
Dr.a Nébia Maria Almeida de Figueiredo
PREFÁCIO
O exercício físico e a atitude ativa em relação ao movimento são temáticas apresentadas no cotidiano das informações sobre saúde e bem-estar de uma pessoa ou população. Este livro, que tenho a honra de prefaciar, deriva de estudos do Prof. Dr. Claudio Joaquim Borba-Pinheiro em parceria com sua orientadora de doutorado Prof.ª Dr.ª Nébia Maria Almeida de Figueiredo.
Nesse sentido, organizaram seus estudantes e colaboradores para debaterem diversas formas de verificações de como o exercício físico apresenta-se como uma alternativa não medicamentosa para a promoção de saúde. Assim, o conjunto de autores incita o leitor a entender o quanto a profissão de Educação Física tem se aprimorado e contribuído em estudos para a área da Saúde Pública, enfatizando formas de controle e prescrição de atividades evolvendo homens e mulheres em diferentes idades e ocupação.
Tenho tido o prazer de acompanhar a carreira do Prof. Borba desde o seu mestrado, sendo membro das suas bancas examinadoras de mestrado e doutorado, e também acompanhando sua carreira na Universidade do Estado do Pará (Uepa) e do Instituto Federal do Pará (IFPA). Assim, vejo um rapaz incansável na busca pelo conhecimento e pela produção científica, e o mais importante: um professor que inspira seus alunos a trilharem caminho semelhante. Dessa forma, ele demostra um grande senso de trabalho e uma solidez curricular, compostos por dezenas de trabalhos em periódicos internacionais, livros e capítulos e patentes que compõe um arcabouço teórico de um líder de pesquisa consolidado.
Tive a oportunidade de conhecer a Dr.ª Nébia Maria Almeida de Figueiredo na defesa de doutorado do Prof. Borba, doutora em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1994, professora titular da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), professora Emérita da Uerj e de vasta publicação – 165 artigos, 235 capítulos de livros, 49 livros publicados e orientou 74 mestres e 19 doutores – além de coordenar a Câmara Técnica de Educação e Pesquisa e da comissão de publicação do COREn. Considero que, ao orientar um colega profissional de Educação Física, devido a sua comprovada competência na Saúde Pública, permite um reconhecimento e uma valorização que extrapola apenas a orientação do Prof. Borba. Lembrando que, em 1998, a Educação Física foi reconhecida como profissão, e ainda constrói consensos e legitimações perante seus profissionais e a grande área da Saúde. Portanto ambos contribuem para esse debate, principalmente sobre os aspectos da interação multiprofissional.
Devido ao exposto, este livro é derivado das ambições de pesquisadores, seus orientados e colaboradores para tornar acessível a divulgação de seus trabalhos. Constitui um livro coeso que discute a intersecção entre o exercício físico e saúde orientada por diferentes métodos de pesquisa: descritivos, experimentais, estudos de caso e de revisão bibliográfica. Tornando uma leitura útil para entender novas possibilidades de intervenção com o exercício físico em diferentes populações, destacando os trabalhos com idosos – que considero a grande contribuição do grupo –, mas também possui bons levantamentos de dados em saúde pública e do trabalhador, também possibilita uma vista de diferentes metodologias aplicadas à pesquisa em saúde que podem servir de exemplo e/ou revelar possibilidades de novos estudos.
Finalmente, é um livro que se compromete em divulgar, além de resultados de pesquisas, o hábito ativo direcionado à saúde de forma clara e objetiva e que, devido a sua escrita acessível, permite a leitura para além dos acadêmicos.
Meus cumprimentos aos autores. E, aos leitores, desejo um bom entretenimento...
Dr. Alexandre Janotta Drigo
Professor do Programa de Pós-Graduação stricto sensu da Universidade Estadual Paulista (Unesp – Rio Claro)
Sumário
INTRODUÇÃO 15
PARTE I: ESTUDOS DESCRITIVOS 19
CAPÍTULO 1
CORRELAÇÃO ENTRE VARIÁVEIS RELACIONADAS À QUALIDADE DE VIDA E à SAÚDE DE PROFISSIONAIS TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS E DOCENTES DE UMA INSTITUIÇÃO FEDERAL DE ENSINO 21
Claudio Joaquim Borba-Pinheiro
Olivar de Souza Martins
Samuel da Luz Borges
Adriana Albuquerque do Nascimento Sousa
Olavo Raimundo de Macêdo Barreto da Rocha Júnior
Roseane Monteiro-Santos
CAPÍTULO 2
COMPARAÇÃO DO PERFIL GLICÊMICO E DE ÍNDICE DE MASSA CORPORAL ENTRE MULHERES ADULTAS DESTREINADAS E DE IDADE AVANÇADA TREINADAS 37
Marco Aurélio Oliveira
Ana Camila Machado de Sena Silvestre
André Walsh-Monteiro
CAPÍTULO 3
ATIVIDADE FÍSICA E PERFIL FUNCIONAL DE IDOSOS INSERIDOS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE BELTERRA – PA 45
Angelina Fernandes Silva
Jessica Lima dos Santos
Luiz Fernando Gouvêa e Silva
Smayk Barbosa Sousa
CAPÍTULO 4
COMPARAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO DE MULHERES PRATICANTES DE EXERCÍCIO AERÓBICO COM E SEM HISTÓRICO FAMILIAR DE HIPERTENSÃO 63
Adriano Marin de Abreu
Ricardo Bueno Lunelli
José Roberto Zaffalon Jr.
CAPÍTULO 5
NÍVEL SOCIOECONÔMICO E INDICADORES DE SAÚDE DE PESCADORES ARTESANAIS DE UMA COMUNIDADE DO SUDOESTE DO PARÁ 73
Jomar da Silva Rodrigues
Samuel da Luz Borges
Adriana Albuquerque do Nascimento Sousa
Tiago de Souza Torquato
Olivar de Souza Martins
Claudio Joaquim Borba-Pinheiro
CAPÍTULO 6
CORRELAÇÃO ENTRE AUTONOMIA FUNCIONAL E DOMÍNIO COGNITIVO DE IDOSOS FISICAMENTE ATIVOS 101
Carlos Soares Pernambuco
Thays Rangel Pacheco
Rosana Dias de Oliveira Brum
Ricardo Mariano Dublasievicz
Rodrigo Gomes de Souza Vale
PARTE II: ESTUDOS COM INTERVENÇÃO 115
CAPÍTULO 7
EFEITOS DO TREINAMENTO RESISTIDO COM OCLUSÃO VASCULAR SOBRE A HIPERTROFIA E FORÇA MUSCULAR DE JOVENS ADULTOS TREINADOS 117
Sérgio Medeiros Pinto
Jhonny da Silva Ribeiro
Rosana Dias de Oliveira Brum
Ricardo Mariano Dublasievicz
Rodrigo Gomes de Souza Vale
Carlos Soares Pernambuco
CAPÍTULO 8
EFEITOS CONCORRENTES DOS MÉTODOS RESISTIDO E INTERVALADO DE ALTA INTENSIDADE (HIIT) SOBRE INDICADORES DE SAÚDE DE MULHERES EM IDADE AVANÇADA 131
Doriedson Barbosa Lopes Júnior
Lukacs Praxedes Afonso
Maria de Nazaré Dias Bello
Rafaela Cristina Araújo-Gomes
Claudio Joaquim Borba-Pinheiro
CAPÍTULO 9
EFEITOS DE SEIS SEMANAS DE DESTREINO SOBRE MÚLTIPLAS VARIÁVEIS DE SAÚDE DE MULHERES NA PÓS-MENOPAUSA, APÓS UM PROGRAMA DE TREINAMENTO CONCORRENTE 151
Rafaela Cristina Araújo-Gomes
Alan Pantoja Cardoso
Roseane Monteiro-Santos
Claudio Joaquim Borba-Pinheiro
CAPÍTULO 10
EFEITO AGUDO DE TRÊS INTENSIDADES DE EXERCÍCIOS RESISTIDOS SOBRE RESPOSTAS CARDIOVASCULARES EM HOMENS HIPERTENSOS ATIVOS MEDICADOS COM BETABLOQUEADORES 167
Rodolfo Alves Barbosa Mendes
Kleber Braz Corrêa dos Santos Junior
Maria de Nazaré Dias Bello
Joyce Karen Lima Vale
Claudio Joaquim Borba-Pinheiro
CAPÍTULO 11
RESPOSTAS HEMODINÂMICAS AGUDAS EM INDIVÍDUOS HIPERTENSOS SUBMETIDOS AO TREINAMENTO
CONTRA RESISTÊNCIA 187
Ignácio Antônio Seixas-da-Silva
Rodrigo Gomes de Souza Vale
Jonathan Lemos Marques Pinna
Vitor Ayres Principe
Sergio Medeiros Pinto
Carlos Soares Pernambuco
PARTE III: ESTUDOS DE RELATO DE CASO 201
CAPÍTULO 12
MÚLTIPLOS MÉTODOS DE EXERCÍCIO SOBRE VARIÁVEIS DE SAÚDE DE UMA MULHER COM LÚPUS E OSTEOPOROSE INDUZIDA POR GLICOCORTICOIDES: UM CASO CLÍNICO 203
Gisélia dos Santos Dutra
Rodrigo Gomes de Souza Vale
Joyce Karen Lima Vale
Claudio Joaquim Borba-Pinheiro
CAPÍTULO 13
EFEITO DE UM PROGRAMA DE TREINAMENTO CONCORRENTE SOBRE VARIÁVEIS DE SAÚDE DE UMA MULHER COM MÚLTIPLAS HÉRNIAS DE DISCO: UM CASO CLÍNICO 221
Olívia Sales-Barros
Claudio Joaquim Borba-Pinheiro
Estélio Henrique Martin Dantas
CAPÍTULO 14
SAÚDE E CONDICIONAMENTO FÍSICO DE UM ATLETA DE FUTEBOL DE 5 COM RETINOBLASTOMA BILATERAL, APÓS UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS: UM CASO CLÍNICO 229
Silas dos Santos Mendes Furtado
Alexandre Janotta Drigo
Joyce Karen Lima Vale
Nébia Maria Almeida de Fgueiredo
Claudio Joaquim Borba-Pinheiro
PARTE IV: ESTUDOS DE REVISÃO DA LITERATURA 239
CAPÍTULO 15
ANSIEDADE, ESTRESSE E DEPRESSÃO: MÉTODOS DE AVALIAÇÃO E A RELAÇÃO COM A PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS 241
Rayanne Gois de Souza
Crislene Gois Santos
Leandro Almeida Nascimento
Alvaci Freitas Resende
SOBRE OS AUTORES 269
ANEXO 1 277
INTRODUÇÃO
O exercício físico e a proteção da saúde: um novo olhar para o corpo e o movimento tem a intenção de provocar um olhar de alerta para os problemas humanos, com uma visão para promoção de novos cuidados ocasionados pela falta de movimentação do corpo, instalada por uma cultura que despreza a atividade física como uma necessidade anatômica e fisiológica, o que desperta um interessante debate acadêmico-científico, sendo, contudo, uma discussão que interessa a todos.
Embora suspeitos, queremos afirmar que esta obra é SINGULAR porque pretende PROVOCAR, INSTIGAR e ALERTAR jovens, adultos, idosos e profissionais da grande área da saúde para a aplicação dos exercícios físicos nos cuidados relacionados à prevenção, à proteção, à promoção da saúde e à qualidade de vida (QV) das pessoas com diferentes enfermidades, usando métodos de exercícios com avaliação, planejamento e orientação dos profissionais de Educação Física.
É sabido que o mundo contemporâneo, entendido como a era do vazio
e da modernidade líquida
dificulta e até mesmo desmotiva o ser humano a se movimentar, pois são muitas as variáveis que, em alguma medida, provocam uma verdadeira epidemia de inatividade física, entre as quais: ١. a tecnologia que promove a hipocinesia, ou seja, doenças por falta de movimentos; ٢. a quase extinção de espaços públicos de lazer para todas as idades: crianças, jovens e idosos; ٣. a promessa vendida pela mídia e medicina da estética que é muito fácil manter o corpo saudável
com pouco esforço, desde que se tenha os recursos financeiros adequados; ٤. além da não menos importante desvalorização das aulas de Educação Física escolar.
Isso tudo acaba tendo uma devastadora consequência para a saúde e QV das pessoas e das gerações futuras, que desfavorece e provoca uma anticultura
voltada para o não entendimento de uma necessidade do corpo humano em se movimentar, movimento esse que promove estímulos na estrutura física, cognitiva e afetiva-social. Por esses motivos, é assustador que a população mundial sofra de uma grande quantidade de enfermidades, potencializadas pela falta de movimento do corpo e agravadas por uma alimentação inadequada, rica em gorduras saturas, carboidratos de baixa qualidade nutritiva, excesso de sódio e açucares que aumentam, sobremaneira, o surgimento de problemas, como: a obesidade, hipertensão, diabetes II.
Nessa perspectiva, a World Obesity Federation considera a obesidade um processo de doença crônica, recorrente e progressiva com múltiplos fatores de risco, cujas questões genéticas e ambientais podem interagir para desencadear ou agravar comorbidades, incluindo diabetes, hipertensão, enfatizando a falta de atividade física como propulsora nesse complexo processo, com isso, evidencia-se a necessidade de ações imediatas para prevenção e controle dessa epidemia global (BRAY; KIM; WILDING, 2017). No Brasil, segundo Pinho et al. (2013), a predominância de obesidade foi mostrada no estado de Pernambuco, sendo maior no sexo feminino com 58% e idade entre 25 e 59 anos, o que corrobora a preocupação da World Obesity Federation.
Cabe destacar ainda que a prevalência de hipertensão no Brasil foi de 21,4%, também é superior no sexo feminino, em que a maior parte encontra-se com 75 anos ou mais de idade (ANDRADE et al., 2015). Já a prevalência de diabetes no Brasil foi de 6,2%, também maior nas mulheres em idade igual ou superior a 18 anos (ISER et al., 2015).
Esses problemas de saúde que, por uma coincidência
, alimentam as indústrias farmacêutica, da medicina de rede, alimentícia e que, agora, também inclui o novo mercado fitness, podem ajudar a entender com um olhar crítico o porquê
da falta de uma campanha massiva dos órgãos oficiais de saúde em favor da prática da atividade física e ou dos exercícios físicos planejados e acompanhados por profissionais com expertise para cuidar de pessoas com agravos específicos de saúde.
Diante disso, a prática de exercício físico, ao se voltar para a saúde das pessoas, vira um protagonista, mesmo que ainda de forma discreta, quando se nota a inserção de recomendações em documentos oficiais, como do Ministério da Saúde do Brasil (2006), evidenciando que a prevenção, proteção e promoção da saúde fazem parte de orientações e estratégias de ações, que incluem o exercício dentro dos componentes de tratamento de distintas enfermidades, com importância ao fato de ser um método que possui múltiplos efeitos com componentes de ação para o equilíbrio da saúde, entre eles: os efeitos fisiológicos, bioquímicos e neurológicos com consequências positivas para os aspectos físicos, cognitivos e afetivo-social, melhorando ou atenuando os problemas e elevando a QV das pessoas, mesmo não sendo um medicamento como conhecemos.
A Carta Brasileira de Prevenção Integrada na área da Saúde reforça essa conquista quando afirma que:
A Prevenção e Promoção da Saúde, na sua interação, devem ser entendidas como ações relativas ao protagonismo contemporâneo de enfrentamento a desafios referentes à Saúde e Qualidade de Vida, em que ocorrem evidências de responsabilidade civil de organizações, gestores e pessoas da sociedade (CONFEF, 2005 p. 5).
Dessa forma, é possível começar a entender o exercício físico, simbolicamente, como um tipo de alimento que precisa de porções
adequadas, necessárias a saúde humana. Porém, mesmo com os avanços, mostrando múltiplas possibilidades de ações com intervenções baseadas em evidências, ainda carece de maiores critérios para adequar a escolha, a avaliação e a prescrição para pessoas com maiores necessidades de cuidados, justamente pela diversidade de enfermidades, o que está sendo, provavelmente, o maior desafio para o século XXI.
Assim, este livro, em uma visão dos organizadores, pode direcionar os profissionais de Educação Física e os demais da área da Saúde para um olhar acadêmico e científico do exercício físico ancorados em pesquisas diversas, mostrando os avanços com estudos que envolvem diferentes tipos de abordagens para os exercícios que evidenciam os benefícios para a saúde e QV humana.
A presente obra vem oportunizar uma reflexão e mais debates para quem tem interesse no autocuidado e no cuidado da saúde, olhando para o exercício físico com maior aprofundamento das necessidades fisiológicas, bioquímicas e neurológicas, que são determinantes para um complexo enfretamento de problemas que envolvem a saúde física, mental e afetiva-social das pessoas saudáveis e/ou com necessidades de mais cuidados.
Dr. Claudio Joaquim Borba-Pinheiro
Dr.ª Nébia Maria Almeida de Figueiredo
REFERÊNCIAS
ANDRADE, S. S. A. et al. Prevalência de hipertensão arterial autorreferida na população brasileira: análise da Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Epidemiol. Serv. Saúde, v. 24, n. 2, abr./jun. 2015. Disponível em: https://doi.org/10.5123/S1679-49742015000200012. Acesso em: 8 mar. 2021
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. (Cadernos da Atenção Básica, n. 19).
BRAY, G. A.; KIM, K. K.; WILDING, J. P. H. Obesity: a chronic relapsing progressive disease process. A position statement of the World Obesity Federation. Obesity Reviews, World Obesity Federation Position Statement, v. 18, ed. 7, 10 maio 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1111/obr.12551. Acesso em: 8 mar. 2021.
CONFEF. Conselho Federal de Educação Física. Carta Brasileira de Prevenção Integrada na área da Saúde. Rio de Janeiro: Confef, 2005. Disponível em: https://bit.ly/2PeLRgu. Acesso em: 29 ago. 2017.
ISER, B. P. M.; STOPA, S. R.; CHUEIRI, P. S. Prevalência de diabetes autorreferido no Brasil: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde 2013. Epidemiol. Serv. Saúde, v. 24, n. 2, abr. /jun. 2015. Disponível em: https://doi.org/10.5123/S1679-49742015000200013. Acesso em: 8 mar. 2021.
PINHO, C. P. S et al. Prevalência e fatores associados à obesidade abdominal em indivíduos na faixa etária de 25 a 59 anos do Estado de Pernambuco, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 29, n. 2, p. 313-324, fev. 2013. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2013000200018&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 3 jun. 2020.
PARTE I
ESTUDOS DESCRITIVOS
¹
Neste início, optou-se pelas pesquisas de estudos com dados descritivos, de corte transversal, com comparação de amostras independentes e com abordagem correlacional, pois se acredita que servirá de introdução para outros estudos de abordagem experimental, oportunizando ao leitor um olhar geral para as necessidades das intervenções com o exercício físico destinado a pessoas saudáveis e, também, com diferentes problemas de saúde.
Nessa direção, o primeiro estudo teve uma abordagem correlacional e procura mostrar as possíveis associações entre variáveis de saúde e qualidade de vida de profissionais que atuam em uma instituição de ensino federal. O segundo versa sobre o perfil glicêmico e de índice de massa corporal de mulheres adultas e em idade avançada, trabalhadoras de uma grande empresa de geração de energia. O próximo analisa o nível de atividade física e o perfil funcional de idosos inseridos na estratégia saúde da família. Posteriormente, o estudo que compara o sistema nervoso autônomo de mulheres praticantes de exercício aeróbico com e sem histórico familiar de hipertensão, a pesquisa que verificou o nível socioeconômico e indicadores de saúde de pescadores artesanais de uma comunidade do Sudoeste do Pará. E, finalmente, a pesquisa correlacional que envolveu as variáveis de autonomia funcional e domínio cognitivo de idosos fisicamente ativos.
CAPÍTULO 1
CORRELAÇÃO ENTRE VARIÁVEIS RELACIONADAS À QUALIDADE DE VIDA E à SAÚDE DE PROFISSIONAIS TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS E DOCENTES DE UMA INSTITUIÇÃO FEDERAL DE ENSINO
Claudio Joaquim Borba-Pinheiro
Olivar de Souza Martins
Samuel da Luz Borges
Adriana Albuquerque do Nascimento Sousa
Olavo Raimundo de Macêdo Barreto da Rocha Júnior
Roseane Monteiro-Santos
INTRODUÇÃO
De acordo com o IBGE (2012), as condições de vida da população por meio de indicadores sociais permitem avaliar os níveis de bem-estar de grupos populacionais, como também a efetivação de Direitos Humanos, o nível socioeconômico, o acesso a diferentes serviços, como saneamento e saúde, variáveis que influenciam a saúde e qualidade de vida (QV). A QV possui um conceito amplo e multifatorial que impacta no valor dos aspectos da vida, além das condições socioeconômica. Para Correia et al. (2013), a QV é uma opção pessoal que está ligada às esperanças e às possibilidades de cada indivíduo, estando exposta às constantes mudanças. Ainda segundo os autores, eles afirmam que, quando os anseios e as necessidades básicas do homem são alcançados, dando-lhes condições de acesso à educação, à habitação e ao salário digno, os aspectos relacionados à saúde, aptidão física e melhor QV são evidenciados.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) entende que a QV é uma percepção do indivíduo ao seu meio social e cultural e suas relações com os sistemas emotivos, afetivos e econômicos, traçando um paralelo aos objetivos desse indivíduo com suas realizações em todos esses campos, além de atentar sobre a importância da sua saúde (WHOQOL, 1998). Dessa forma, pode-se dizer que a QV é subjetiva e multidimensional, dividida em dimensões positivas e negativas (NUNES et al., 2010).
Para Martins (2005), caso a saúde esteja debilitada, a vida torna-se limitada, seja no ambiente laboral ou em qualquer outro devido a uma redução na QV do indivíduo. Percebe-se, então, conforme a afirmação da autora citada, que a saúde é um ponto de extrema relevância para a manutenção da QV de qualquer indivíduo, tanto na vida profissional quanto na familiar e emocional. Martins (2005) diz também que o estilo de vida sedentário pode desencadear doenças hipocinéticas, ou seja, que acontecem pela falta de movimento do corpo.
De acordo com Silva (2007), a prática da atividade física regular auxilia na redução de mortes prematuras, doenças do coração, acidente vascular cerebral, câncer de cólon e mama e diabetes tipo II, além de prevenir e reduzir doenças como hipertensão arterial, obesidade e osteoporose, promovendo, com isso, o bem-estar, reduzindo o estresse, a ansiedade e a depressão.
A classificação do nível de atividade física da população também tem sido alvo de pesquisadores a fim de identificar o impacto do sedentarismo no estilo de vida do ser humano, sendo que a atividade física tem importante papel no dia a dia e na vida das pessoas (SILVA, 2007).
Ao considerar que as pessoas adultas passam mais tempo dedicadas ao trabalho, Martins (2005) acredita que independentemente de ser fisicamente ativo ou não, a QV geral e a QV no trabalho apresentam estreita relação, já que essa variável está também relacionada às atividades desenvolvidas no trabalho, assim, a autora entende que é necessário reconhecer a importância do ambiente no qual o trabalhador está inserido, visto que o trabalho e o ambiente social estão em constante interação.
Nessa perspectiva,