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Memórias e ficções
Memórias e ficções
Memórias e ficções
E-book101 páginas52 minutos

Memórias e ficções

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Sobre este e-book

Este Memórias e Ficções marca uma nova etapa da atuação literária do jornalista, poeta, cronista e historiadorJosé Nunes, que se lerá com interesse por se tratar do testemunho e de suas impressões sobre literatura, artes e a vida cultural do País e, também, da Paraíba, onde reside o autor. Outros temas também são abordados, numa linguagem que eleva a qualidade da escrita ao status da arte.
No decorrer de quatro décadas de atuação na Imprensa testemunhou e guardou fatos acerca do que participava, escutava e observava, muitas vezes sendo protagonista, aqui reunidos, como merecedores de considerações, resultando num repositório de pequenos comentários, perfis e estudos que ajudam na compreensão das transformações culturais e sociais.
Esses textos trazem a marca pessoal de um cronista consagrado em seu Estado que se destaca pelo modo de abordagem dos temas, num estilo refinado e de concisão das palavras, rico em lirismo.
Escritor apegado à paisagem rural, José Nunes pratica literatura densa, captando os dramas do homem, que os descreve de forma emocionante, incorporando ao texto a linguagem da terra.
Quando apresenta a paisagem de sua terra, o faz numa abordagem que toca a alma porque fala da vivência e os enigmas humanos.
Também aborda a vida diária familiar e profissional, o relacionamento entre as pessoas e os livros. Escreve com saudade sem se afastar de sua terra.
Memória e Ficções é um livro que ajuda a conhecer um pedaço do deste País.
Neste livro, escrito em forma de diário, sem a sequência de datas, ele usou uma urupema para selecionar os textos, por sinal, bem elaborados, escritos com clareza e fluência, para falar de sua vida e dos amigos, das leituras, da família, das emoções que mereciam registro num esforço para ser exato.
IdiomaPortuguês
EditoraViseu
Data de lançamento6 de mar. de 2018
ISBN9788554541941
Memórias e ficções

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    Memórias e ficções - José Nunes

    www.editoraviseu.com.br

    Sumário

    Quase prefácio

    Reflexão

    Escritores de Diários

    Poesia e poetas

    A imprensa e eu

    Dedicatórias

    Pedido de prefácio

    Algemas

    Além do horizonte

    Rever sonhos

    Sempre ele

    Medo do reencontro

    Presente para amigos

    Hildeberto e a poesia

    Segredos do imortal

    O prazer de escrever

    O romance do tamanho do Brasil

    Imitador de sonhos

    Arte e Divindade

    Cartas da Prisão

    Os caminhos da crônica

    Os segredos da poesia

    Um verso

    Leituras de diários

    Prazer de leituras

    Calma repetida

    Revisão

    Por que escrever?

    Romance sem fim

    Proust emotivo

    Revisão

    História guardada

    Matéria-prima

    Chico e Augusto

    Lições da professora

    A vida é breve, a arte longa

    Leituras no carnaval

    A flor do silêncio

    O que aconteceu em 68

     Cadê o romance

    Benefício da seca

    Evangelho e intuição

    Minhas pérolas

    Gratidão

    A canção desesperada

    Releitura de Augusto

    Névoa e livros

    Receita para o escritor

    Com carinho e com café

    Grandeza e sublimidade

    Divagações

    Algumas opiniões

    Machado e Eça

    Victor Hugo

    Poesia

    Miudinhas

    Poesia e fotografia

    Com Josué

    Tempo da imortalidade

    Augusto

    José Lins

    Crueldade contra a arte

    Pensar no infinito

    Sono prolongado

    Um trovador do Sertão

    Bendita musa!

    Quase prefácio

    Há muito planejava escrever um Diário que trouxesse o resultado de minhas leituras e a experiência como jornalista que, desde 1978, ainda foca, acompanhou nas redações dos jornais a vida da Paraíba. Ao longo destes anos guardei anotações, esperando o momento de redigi-las.

    Decidi por publicar este opúsculo, repositório de impressões vistas com o olhar poético.

    O diário é um gênero de literatura pouco em voga nas nossas letras. Escritores de outras nacionalidades tomam o diário como obra de valor literário, dado ao aspecto filosófico, intimista ou espiritual nas abordagens.

    Como a poesia, em sua sublimidade, o diário é a recomposição de um sentir a vida com os olhos do coração, recheado de tons alegres e impressões intimistas.

    Aqui estão escritos elaborados durante a árdua caçada espiritual em diferentes épocas e direções, como depoimentos de quem pretende fazer uso daquilo que não conseguiu expressar em poesia ou na crônica.

    Talvez seja a descrição das observações de quem, em toda sua vida, ainda morando em Serraria, onde nasceu, desejava ser escritor. Nada mais do que escritor. Sem recompensas.

    Nunca aspirei nada mais do que isso, senão o cantinho onde repousar a cabeça, um caderno e um lápis, o abraço e o olhar carinhoso da família que me alegre e dá sossego; e a mão estendida de amigos que me fiz merecedor, numa afeição recíproca.

    Uns poucos leitores me bastam.

    Reflexão

    Quando completei cinquenta anos, envolvido em reflexão sobre o meu passado, cheguei à conclusão de que tinha feito muito pouco pelo lugar onde nasci.

    Cheguei aos sessenta anos, e continuou a mesma aspiração.

    O livro como lenitivo, eu espero que a palavra escrita console o ímpeto de servir minha terra.

    Nas últimas décadas ampliei minha biblioteca.

    Alguns livros publicados, artigos e crônicas esparsas em jornais.

    Uma certeza me consumia: a vida é breve e a arte longa. Há um imenso caminho a percorrer, imaginava.

    Uma necessidade é aproveitar a inspiração e o sentimento que afloram das visões que adornam o viver.

    - As paixões arrastam-me aos livros, disse ao um amigo confidente.

    Ideias fervilhavam na cabeça e o sentimento misturava-se com as emoções, numa vontade incontida para escrever. Escrever sempre e mais. Todo o dia, sem cessar, aconselhavam-me Nathanael Alves e Gonzaga Rodrigues no frescor de minha atividade de escritor.

    Impulsionado pelas emoções, escrevia como exercício diário e contínuo.

    Nas divagações que sentia, descobri que para a elaboração de texto literário não bastam sensibilidade e imaginação, mas energia na margem de cem por cento. Noventa por cento de esforço e o restante fica por conta do talento.

    É possível se ter uma obra de arte na junção das três coisas: esforço, sensibilidade e imaginação.

    Imagens e situações do passado atormentavam meus encontros com o caderno de anotações.

    Anotando, tentava me esconder delas, para mais tarde revivê-las.

    Quando escrevo, sou leitor de mim mesmo. A obra que escrevo ajuda-me desvendar mistérios. É um encontro com o eu escondido que só as palavras escritas patenteiam.

    Nas leituras ou escrevendo, revia os sonhos e recuperava o tempo perdido para recompor as paisagens esparsas.

    A vida está em Serraria: substância inspiradora.

    Antes buscava completar-me nos versos dos outros, agora são os meus que dão vida e alegria.

    Não sou refém das paixões alheias,

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