Memórias e ficções
De José Nunes
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Sobre este e-book
No decorrer de quatro décadas de atuação na Imprensa testemunhou e guardou fatos acerca do que participava, escutava e observava, muitas vezes sendo protagonista, aqui reunidos, como merecedores de considerações, resultando num repositório de pequenos comentários, perfis e estudos que ajudam na compreensão das transformações culturais e sociais.
Esses textos trazem a marca pessoal de um cronista consagrado em seu Estado que se destaca pelo modo de abordagem dos temas, num estilo refinado e de concisão das palavras, rico em lirismo.
Escritor apegado à paisagem rural, José Nunes pratica literatura densa, captando os dramas do homem, que os descreve de forma emocionante, incorporando ao texto a linguagem da terra.
Quando apresenta a paisagem de sua terra, o faz numa abordagem que toca a alma porque fala da vivência e os enigmas humanos.
Também aborda a vida diária familiar e profissional, o relacionamento entre as pessoas e os livros. Escreve com saudade sem se afastar de sua terra.
Memória e Ficções é um livro que ajuda a conhecer um pedaço do deste País.
Neste livro, escrito em forma de diário, sem a sequência de datas, ele usou uma urupema para selecionar os textos, por sinal, bem elaborados, escritos com clareza e fluência, para falar de sua vida e dos amigos, das leituras, da família, das emoções que mereciam registro num esforço para ser exato.
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Pré-visualização do livro
Memórias e ficções - José Nunes
www.editoraviseu.com.br
Sumário
Quase prefácio
Reflexão
Escritores de Diários
Poesia e poetas
A imprensa e eu
Dedicatórias
Pedido de prefácio
Algemas
Além do horizonte
Rever sonhos
Sempre ele
Medo do reencontro
Presente para amigos
Hildeberto e a poesia
Segredos do imortal
O prazer de escrever
O romance do tamanho do Brasil
Imitador de sonhos
Arte e Divindade
Cartas da Prisão
Os caminhos da crônica
Os segredos da poesia
Um verso
Leituras de diários
Prazer de leituras
Calma repetida
Revisão
Por que escrever?
Romance sem fim
Proust emotivo
Revisão
História guardada
Matéria-prima
Chico e Augusto
Lições da professora
A vida é breve, a arte longa
Leituras no carnaval
A flor do silêncio
O que aconteceu em 68
Cadê o romance
Benefício da seca
Evangelho e intuição
Minhas pérolas
Gratidão
A canção desesperada
Releitura de Augusto
Névoa e livros
Receita para o escritor
Com carinho e com café
Grandeza e sublimidade
Divagações
Algumas opiniões
Machado e Eça
Victor Hugo
Poesia
Miudinhas
Poesia e fotografia
Com Josué
Tempo da imortalidade
Augusto
José Lins
Crueldade contra a arte
Pensar no infinito
Sono prolongado
Um trovador do Sertão
Bendita musa!
Quase prefácio
Há muito planejava escrever um Diário que trouxesse o resultado de minhas leituras e a experiência como jornalista que, desde 1978, ainda foca, acompanhou nas redações dos jornais a vida da Paraíba. Ao longo destes anos guardei anotações, esperando o momento de redigi-las.
Decidi por publicar este opúsculo, repositório de impressões vistas com o olhar poético.
O diário é um gênero de literatura pouco em voga nas nossas letras. Escritores de outras nacionalidades tomam o diário como obra de valor literário, dado ao aspecto filosófico, intimista ou espiritual nas abordagens.
Como a poesia, em sua sublimidade, o diário é a recomposição de um sentir a vida com os olhos do coração, recheado de tons alegres e impressões intimistas.
Aqui estão escritos elaborados durante a árdua caçada espiritual em diferentes épocas e direções, como depoimentos de quem pretende fazer uso daquilo que não conseguiu expressar em poesia ou na crônica.
Talvez seja a descrição das observações de quem, em toda sua vida, ainda morando em Serraria, onde nasceu, desejava ser escritor. Nada mais do que escritor. Sem recompensas.
Nunca aspirei nada mais do que isso, senão o cantinho onde repousar a cabeça, um caderno e um lápis, o abraço e o olhar carinhoso da família que me alegre e dá sossego; e a mão estendida de amigos que me fiz merecedor, numa afeição recíproca.
Uns poucos leitores me bastam.
Reflexão
Quando completei cinquenta anos, envolvido em reflexão sobre o meu passado, cheguei à conclusão de que tinha feito muito pouco pelo lugar onde nasci.
Cheguei aos sessenta anos, e continuou a mesma aspiração.
O livro como lenitivo, eu espero que a palavra escrita console o ímpeto de servir minha terra.
Nas últimas décadas ampliei minha biblioteca.
Alguns livros publicados, artigos e crônicas esparsas em jornais.
Uma certeza me consumia: a vida é breve e a arte longa. Há um imenso caminho a percorrer, imaginava.
Uma necessidade é aproveitar a inspiração e o sentimento que afloram das visões que adornam o viver.
- As paixões arrastam-me aos livros, disse ao um amigo confidente.
Ideias fervilhavam na cabeça e o sentimento misturava-se com as emoções, numa vontade incontida para escrever. Escrever sempre e mais. Todo o dia, sem cessar, aconselhavam-me Nathanael Alves e Gonzaga Rodrigues no frescor de minha atividade de escritor.
Impulsionado pelas emoções, escrevia como exercício diário e contínuo.
Nas divagações que sentia, descobri que para a elaboração de texto literário não bastam sensibilidade e imaginação, mas energia na margem de cem por cento. Noventa por cento de esforço e o restante fica por conta do talento.
É possível se ter uma obra de arte na junção das três coisas: esforço, sensibilidade e imaginação.
Imagens e situações do passado atormentavam meus encontros com o caderno de anotações.
Anotando, tentava me esconder delas, para mais tarde revivê-las.
Quando escrevo, sou leitor de mim mesmo. A obra que escrevo ajuda-me desvendar mistérios. É um encontro com o eu escondido que só as palavras escritas patenteiam.
Nas leituras ou escrevendo, revia os sonhos e recuperava o tempo perdido para recompor as paisagens esparsas.
A vida está em Serraria: substância inspiradora.
Antes buscava completar-me nos versos dos outros, agora são os meus que dão vida e alegria.
Não sou refém das paixões alheias,