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Caio e o Vilão do Tempo
Caio e o Vilão do Tempo
Caio e o Vilão do Tempo
E-book194 páginas3 horas

Caio e o Vilão do Tempo

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Sobre este e-book

Caio é um menino de 9 anos que, em uma viagem com seus pais para Madrid, descobre ter poderes de super-herói, sendo o maior deles viajar no tempo. Mais ainda, teria de derrotar o Vilão do Tempo, que passa a persegui-lo por ver em Caio seu inimigo mais forte.
Mas, como um menino de 9 anos iria confrontar o maior vilão de todos? Além de ser muito corajoso e perspicaz, para isso Caio ganha uma espada especial, a Mutundehre. Aos poucos vai descobrindo seus outros poderes enquanto faz amizade com muitos heróis, e assim passa a viver a maior aventura de sua vida, viajando por diversas épocas e visitando os mais diversos países!
IdiomaPortuguês
EditoraViseu
Data de lançamento16 de ago. de 2021
ISBN9786559850570
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    Pré-visualização do livro

    Caio e o Vilão do Tempo - Caio Umbelino Reinhardt

    Prefácio

    Escrever esta obra foi duplamente prazeroso, pelas ideias que fluíam e por escrever com meu filho, minha paixão. Comecei a escrever no início da pandemia, para passar o tempo mas especialmente para poder presentear meu filho com mais um livro, ele que já tinha lido todos os que eu comprara! Pensei que, em uma época digital, a história precisava ser dinâmica, precisava prender meu leitor mais exigente. E me inspirei em Harry Potter, modestamente, no sentido de que precisava ter a cada página algo surpreendente, alguma situação nova na narrativa. Precisava então de minha imaginação aliada à de meu filho, Caio, para que pudéssemos criar nossa obra prima. Penso que conseguimos dar vida às nossas ideias da melhor forma possível. E foram muitas horas sentados, lado a lado, criando, conversando, discutindo sobre cada nova situação, avaliando os heróis e seus poderes, mudando cenas, lendo e relendo, e que nos aproximou mais ainda como pai e filho. Assim, resumindo, além de ser uma história de muitas aventuras, trouxe-nos um presente maior de todos, fortalecer o amor de pai e filho.

    Espero que os leitores apreciem nosso esforço e dedicação! Feliz viagem por nosso mundo de aventuras!

    Caio e o Vilão do Tempo

    Caio acordou e sentiu que algo havia mudado. Seu coração batia forte e acelerado. Podia senti-lo na garganta. Olhou para o lado, o relógio marcava 06:08. O quarto ainda estava escuro, porque as cortinas estavam fechadas. Procurou respirar mais lentamente, pois parecia que seu coração iria saltar pela boca. Olhou para as estrelas fluorescentes, coladas no teto do seu quarto, e lembrou do que seu pai dissera sobre o brilho delas afugentarem os maus espíritos. Não, não há monstros aqui, eles não existem! – procurou se convencer pensando nisso. Mas ele sabia que, infelizmente, isso não era verdade...

    Cerca de um mês antes...

    Era uma tarde ensolarada, mas bastante fria em Madrid. Caio estava com 9 anos recém completos, pois seu aniversário havia sido em 26 de novembro do ano anterior, e estavam viajando em janeiro para visitar a capital espanhola. Madrid estava no auge do inverno e o frio era de renguear cusco, como diria o pai do menino. A viagem de férias da família – Caio viajara com seus pais – coincidiu também com o aniversário de seu pai, em 6 de janeiro de 2019, quando completou 45 anos. A mãe do menino brincara que os homens da família fizeram aniversário, mas ela, igualmente, estava ali desfrutando dos presentes! E a principal parte da comemoração foi a ida a um jogo no estádio do Real Madrid, o Santiago Bernabéu. Caio não escondia – e nem precisava esconder – sua imensa alegria de estar indo a uma partida de futebol do melhor time do mundo.

    O hotel em que estavam hospedados, na capital espanhola, tinha uma linda vista dos Jardins de Sabatini – construído como extensão do Palácio Real – e Caio e seus pais justamente seguiram este caminho, uma semana antes, logo que começaram seu passeio pela cidade: os Jardins, o Palácio, a Plaza Mayor, com direito a um almoço com deliciosos frutos do mar. A semana inteira foi recheada de outras atrações: zoológico, Estádio do Atlético de Madrid, tour pelo Santiago Bernabéu, museus, parques – como o Parque do Retiro, quando jogaram futebol nos gramados e se lambuzaram com sorvetes – e o Mercado Público, para uma paella. Para uma família que residia em Florianópolis, parecia que nunca estavam saciados de frutos do mar. O frio do inverno europeu não assustou aquela família, e eles exploraram cada pedacinho da cidade.

    Caio, entretanto, tinha a maior expectativa concentrada para o grande jogo que estava para assistir naquela noite de 9 de janeiro. Havia comprado o uniforme oficial do Real durante o tour e estava prestes a tomar o metrô para o Bernabéu, completamente trajado com o uniforme da equipe madrilenha. Parecia que entraria em campo com os jogadores, pois além de camisa e calções brancos, ainda vestia o agasalho branco oficial, inclusive cachecol e jaqueta que sua mãe o fez usar, claro! Caio suspirava e torcia internamente que pudesse ver um gol ao vivo em sua primeira vez em um estádio. Torceu para que a noite chegasse logo! E quando chegou, tudo parecia perfeito, desde a viagem de metrô, as ruas lotadas próximo ao estádio, os torcedores cantando hinos e o forte clima pré-jogo. Caio olhou para seus pais, enquanto caminhava, e viu em seus rostos a satisfação por estarem lhe proporcionando aquele momento, sentindo-se agradecido pelo carinho deles. Resolveram entrar logo para se assegurarem que tudo estava certo com seus ingressos, e para poderem sentar-se e admirar o enorme e imponente Santiago Bernabéu por dentro. Após comprarem cachorros-quentes, ensaiarem alguns cânticos em um portunhol muito malsucedido, o jogo começou. Era uma partida pelas oitavas de final da Copa do Rei da Espanha e, apesar do adversário ser um time bem mais fraco, o Leganés (todo de uniforme azul-escuro), esta equipe soube se defender relativamente bem, levando Caio a sentir uma certa insatisfação inicial com o zero a zero que teimava em permanecer no placar. O jogo seguia morno, mas com chances para ambos os lados – claro que muito mais para o lado do Real! Bem no final, um pênalti duvidoso para o time da casa fez com que todos vibrassem e gritassem entusiasmados. Caio gritou bastante e sentiu um zumbido no ouvido, parecia até que iria desmaiar, e ao abraçar seu pai o fez por instinto, um tanto para comemorar, mas também para se segurar nele. O capitão Sérgio Ramos preparou-se para a cobrança e poderia fazer seu 100º gol na carreira – o 99.º havia sido justamente na final do Mundial Interclubes da FIFA contra o Al Ain. O ídolo de Caio e de seu pai foi para a cobrança, deu uma paradinha (das permitidas)

    e deslocou o goleiro, batendo no canto esquerdo do gol. Não foi a tradicional cavadinha nem um de seus golaços de cabeça, mas foi um gol histórico para o zagueiro-artilheiro.

    Uma explosão de alegria e êxtase tomou conta do estádio, e Caio gritava e pulava efusivamente. Gritou tanto que sentiu como se fosse perder os sentidos novamente. Sua cabeça pareceu girar e o zumbido nos ouvidos agora ficara mais para um apito que causava certa dor. Chegou a quase cair, mas foi segurado pelos braços por um senhor de terno e gravata que estava ao seu lado. E foi aí que tudo começou a não fazer mais sentido. Seus pais haviam sumido... A torcida estava toda diferente, todos de ternos ao seu lado... Os craques do Real haviam sumido, e no seu lugar apenas jogadores que ele não conhecia, vestindo um uniforme parecido com o atual, todo branco, mas... Antigo!... E o outro time definitivamente não era o Leganés, pois os jogadores estavam de camisas azuis – até aí tudo bem – parecidas com a do time espanhol, porém o distintivo parecia da... Seleção italiana!

    E os calções eram brancos (enquanto o Leganés estava todo de azul-escuro). Até que Caio ouviu de um rádio, que um senhor perto dele escutava: Gol de Di Stéfano!... E o menino percebeu que algo estava muito errado... E se deu conta que viajara no tempo...

    Uma lágrima começou a rolar de seu olho direito, mas ele logo passou a manga de sua jaqueta no rosto e se sentou, levando as mãos à cabeça. Seu pai sempre lhe dizia para respirar fundo e contar até 10, se estivesse com raiva ou com medo. Chegou ao número 7 e chorou quieto em meio aos gritos da torcida, sem que ninguém o notasse. Chorou por uns 5 minutos até que não havia mais lágrimas, nem medo. Olhou uma página de um jornal no chão, e realmente estava em 30 de maio de 1957 pela data, e era a final da Taça dos Campeões da Europa entre Real e Fiorentina. Preciso descobrir como vim parar aqui, pensou. Ele conhecia muito de futebol, porque seu pai sabia tudo sobre este esporte e adorava contar histórias. Sabia que o Real Madrid é o maior campeão da Champions League? E que Di Stéfano ganhou cinco delas com o Real?, ele dizia. Então, só podia ter sido isto, a vibração da torcida no estádio criou alguma onda eletromagnética que o trouxera a um jogo do passado!

    Caio procurou em seus bolsos e viu que tinha 20 euros, mas naquela época não deveria existir ainda esta moeda. Mas eu sei jogar futebol e posso ganhar dinheiro fazendo embaixadinhas e outros malabarismos que ainda não foram inventados!. Tirou o cachecol e a jaqueta, pois era maio e fazia um certo calor em Madrid naquela época. Assistiu ao jogo mais uns minutos e ainda pode curtir um gol, de um tal de Gento (mal lembrou-se das histórias do seu pai que Gento era uma outra lenda do Real) e tratou de descer as escadarias da arquibancada superior em direção ao térreo. Como tinha ido ao tour pelo estádio, um dia antes, tinha uma ligeira ideia de que havia um corredor que daria para o vestiário (e imaginava que deveria ser algo parecido em 1957), e assim foi procurando por uma porta que pudesse estar aberta. Achou uma delas destrancada e lá estavam duas bolas de couro marrom bem pesadas. Pegou as duas e correu para fora do estádio, no entanto, um segurança o viu e correu atrás dele. Felizmente, o peso do funcionário não deixou que corresse muito, e Caio era magro e rápido! Já fora do Bernabéu, o menino ofereceu a alguns torcedores perdidos fora do estádio uma das bolas, pelo valor que vira em uma das tendas e que equivaleria a uns cinco lanches. Com a venda, comprou algo para comer e foi logo fazendo o que sabia com a outra bola, seus truques. Rapidamente, uma pequena multidão se aproximou e alguns comentavam: "Que categoría!, Joven Di Stéfano, Se parece a Puskas, enquanto Caio fazia zerinho, rolinho" em quem passava por ali, próximo a ele, ou girava sobre a bola. Ganhou algum dinheiro da época e já estava pronto para sobreviver àquele dia.

    De repente...

    — Acabou o show? – uma voz lhe disse em tom intimidador.

    A voz vinha da esquina, perto de onde Caio atuava. Ele juntou seu dinheiro, guardou a bola embaixo do braço e foi até a esquina. A multidão se dispersou. Chegando à esquina, o menino se deparou com um homem alto e magro, apesar de musculoso. Aparentava calma... Vestia um agasalho branco com detalhes dourados, assim como uma máscara branca com raios dourados nas laterais. Mais estranho que isso era que segurava um pano vermelho escuro do lado esquerdo do seu abdômen.

    — Quem é você? Também veio fazer algum show aqui pra ganhar uma grana? – Caio perguntou.

    — Hehe, gostou da minha roupa? – perguntou o homem, sorrindo com jeito brincalhão. – Na verdade, não, meu trabalho é um pouco mais complicado, rapazinho... Fui eu quem chamou você até aqui! Muito prazer, sou o Homem-Elétrico!

    O homem estendeu a mão para cumprimentar Caio, mas o menino permanecia estático, calado, com um ar de muita surpresa, até que caiu em si, novamente, quando seu corpo pareceu tremer dos pés à cabeça em dois segundos.

    — Calma, rapazinho, eu não dou choque! – o homem tentou brincar para amenizar o clima. – Pelo menos não quando estou cumprimentando um aliado.

    Aliado!, pensou Caio, enquanto via o homem esquisito se aproximar.

    O homem então se agachou e olhou no fundo dos olhos assustados do menino. Passou a ele uma paz tão grande que o susto logo se foi. Explicou-lhe que precisava de ajuda para impedir um vilão de acabar com o mundo e só podia contar com ele.

    — Por que logo eu?... Eu tenho 9 anos! – perguntou Caio, com certa preocupação.

    O Homem-Elétrico respondeu:

    — Justamente por isso, rapazinho. Você já deve ter percebido, possui um dom único, viajar no tempo...

    Caio não podia acreditar no que estava ouvindo. Ele tinha um poder incrível. Viajar no tempo. Logo pensou em ir ao tempo dos dinossauros, ver de perto um Tiranossauro ou um Velociraptor ou um Estegossauro, ou ir para a época dos tigres dentes-de-sabre, mamutes!... Ou quem sabe ir para o futuro! Mas a saudade dos seus pais parecia esmagar seu peito e pensou apenas naquele instante em voltar ao presente e segurar de novo as mãos deles.

    — Caio! – chamou o Homem-Elétrico, com um grito. – Preciso de sua ajuda, agora!

    O menino percebeu, naquele momento, que o homem estava tentando deixá-lo tranquilo, mas na verdade necessitava rapidamente de seu auxílio. Deu-se conta que o Homem-Elétrico havia se esforçado para disfarçar a imensa dor que sentia, e até chegou a colocar um pano na região que sangrava, para não parecer tão grave, porém o pano justamente estava vermelho pelo sangramento, do lado esquerdo do seu abdômen. Parecia ter perdido bastante sangue, inclusive. O homem lhe deu um papel com um endereço, que era de uma rua em Lisboa.

    Caio pegou o bilhete e olhou com compaixão nos olhos do Homem-Elétrico:

    — Você está muito mal, está tão branco quanto sua fantasia!

    O homem deu uma risada entrecortada por gemidos de dor.

    — Caramba, só você para me fazer rir, rapazinho! – falou o Homem-Elétrico. – Não é fantasia! É meu traje de super-herói!

    — Ah, tanto faz, dá no mesmo! Quando crianças usam, chamam de fantasia! – brincou o menino, debochando.

    — Você não é o único que tem poderes... – falou já com dificuldade, o homem. – Você não podia perceber, mas eu estava sempre perto de você desde que soube de seu poder de viajar no tempo... E cada vez que emanava energia suficiente para tal, eu que viajava no seu lugar, para poder impedir vilões de cometerem crimes.

    — Bem observado, nunca tinha visto você antes! – disse Caio.

    O Homem-Elétrico prosseguiu:

    — Como ia explicando... Como consigo absorver energia, esse é um dos meus dons, eu depois conseguia voltar à sua época, para uma nova possível descarga de sua energia. Mas desta vez acabei me machucando na viagem... E estamos lutando com um poderoso vilão que está cada vez mais forte, e não tenho como fazer meu trabalho por uns bons dias. Então, você terá que nos ajudar a detê-lo... Eu realmente preciso de muito tempo para ficar forte de novo, e não há como esperarmos este tempo para minha melhora. Assim, você terá que assumir seu poder de herói um pouco antes da idade ideal...

    O menino ficou perplexo, sem saber bem o que falar sobre tudo aquilo...

    Nos ajudar? – indagou, para prosseguir com uma rapidez incrível. – Mas quem são vocês, um grupo novo de super-heróis? E só pra saber, qual seria a idade ideal para ser herói? – foi o que conseguiu perguntar, apesar de atropelar as palavras de tão rápido que falava.

    — Deixa ver, vou começar pela última pergunta: seriam 23 anos, no mínimo – respondeu o homem. – Sobre nosso grupo, os Protetores do Universo, temos esse nome, mas nossa origem é bem mais antiga do que você imagina... Só que agora não podemos mais perder tempo, porque eu

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