A Primeira Oração De Jéssica
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A Primeira Oração De Jéssica - Hesba Stretton
Sumário
A primeira oração de Jéssica
A Barraca de Café e seu dono
A tentação de Jéssica
Um velho amigo com uma roupa nova
Olhadelas no país das maravilhas
Um novo mundo se abre
A primeira oração
Perguntas difíceis
Um visitante inesperado
A resposta à primeira oração de Jéssica
A sombra da morte
SEGUNDA PARTE - A mãe de Jéssica
Grandes planos
É só um derrame
A mãe de Jéssica
A escolha de Jéssica
Como um cristão deve agir
A oração de Daniel
Um dia cheio para Daniel
Esperança de recuperação
Às portas da morte
Falando de seu amor
Ficha Técnica
Capa - César Oliveira
Revisão - Danilo Barbosa e Nannie Dias
Tradução - Vagner Barbosa
Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (Decreto 6.583, de 29 de setembro de 2008)
1ª Edição: maio / 2012
A primeira oração de Jéssica - A mãe de Jéssica / Hesba Stretton
ISBN: 978-85-8218-003-7
1. Oração, Romance, Ficção, Espiritualidade, Literatura Inglesa.
I Título, Autor.
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida sem a devida autorização da Editora.
Introdução
No Sunday Magazine, há um interessante relato de Hesba Stretton, cujo nome real, segundo parece, é Srta. Sarah Smith. A Srta. Hesba Stretton vivia com sua irmã em Ham Common, em Londres. O escritor do artigo, ao descrever esta autora popular e suas obras, diz: Sua igreja ideal é ‘todo o povo que vive sobre a terra’
, com os quatro Evangelhos para sua teologia, Jesus de Nazaré como seu Mestre e os prazeres da fraternidade como sua santa comunhão. A primeira oração de Jéssica é sua ideia de oração, a infância pessoal falando de nossas alegrias e vontades a um Pai vivo e amoroso.
A entrada da Srta. Hesba Stretton em nossa vida literária não parece ter sido premeditada, mas aconteceu, aparentemente, por ela ter enviado uma história de fantasma ao falecido Charles Dickens. Ele não apenas aceitou a história de
The Lucky Leg" e publicou-a dentro de quinze dias, mas também pediu mais foi a simpatia pelos desamparados, especialmente as crianças. A percepção disso pareceu exercer uma influência sobre eles porque eram capazes de fazer os outros sentirem, por meio do vívido poder de suas descrições, aquilo que sentiam. Desde o momento de seu primeiro encontro até a morte de Charles Dickens, a Srta.
Stretton contribuiu regularmente para All the Year Round
e, frequentemente, para as edições de Natal publicadas por Dickens.
Subsequentemente, ela escreveu aquelas histórias que têm nomes tão amplamente conhecidos. Destas, A primeira oração de Jéssica
talvez seja a que teve a maior circulação na Inglaterra, na América e na Alemanha, chegando a quase 750 mil cópias vendidas somente na Inglaterra. Srta Stretton tem, entre seus leitores e admiradores estrangeiros, uma grande variedade de pessoas, inclusive imperadores, teólogos e camponeses.
O Imperador da Rússia, Alexandre II, publicou uma determinação real dizendo que cópias de A primeira oração de Jéssica
deviam ser colocadas à disposição em todas as escolas da Rússia.
Seu sucessor achou apropriado revogar essa ordem, e, com peculiar severidade contra uma pessoa inofensiva, ordenou que todas as cópias do livro que fossem encontradas em seus domínios fossem queimadas pelo carrasco, se houvesse tal oficial na Rússia.
Todavia, A primeira oração de Jéssica
se espalhou para quase todos os países do mundo e foi traduzida para o árabe, cingalês, japonês, búlgaro, tcheco, russo italiano, português, espanhol, alemão e francês – Nota do revisor da 1ª edição inglesa em 1867
A Barraca de Café e seu dono
Em uma esquina discreta e isolada das muitas pontes ferroviárias que se estendem pelas ruas de Londres, há alguns anos podia ser vista, das cinco até as oito e meia da manhã, uma limpa e organizada barraca de café, que consistia de um cavalete e uma tábua, sobre a qual ficavam duas grandes latas de estanho, com um pequeno fogo ardendo debaixo de cada uma. Ali mantinha-se o café fervendo durante as primeiras horas da manhã, quando os operários iam para a cidade em grandes multidões para sua labuta diária.
A barraca de café era uma das preferidas, pois, além de ficar sob um abrigo, o que era muito importante nas manhãs chuvosas, também ficava em um nicho tão reservado que os clientes, quando tomavam seu café-da-manhã do lado de fora, não ficavam muito expostos. Além disso, o dono da barraca de café era um homem discreto, que não os atrapalhava com fofocas.
Ele era um homem alto, gordo e idoso que tinha um rosto singularmente solene e modos graves e reservados. Ninguém sabia seu nome nem onde morava, talvez apenas o policial que passava pela barraca de café a cada meia hora e acenava familiarmente para o homem sério atrás dela. Poucas pessoas se importavam em fazer perguntas sobre sua vida e quem fazia só conseguia descobrir que ele mantinha as peças de sua barraca em uma cafeteria da vizinhança, para onde ele levava seu cavalete, sua tábua e sua louça todos os dias, sempre antes das oito e meia da manhã.
Depois ele saía caminhando com seu andar macio e ar misterioso, fugidio, dando muitas olhadelas para trás e para os lados, como se temesse ser observado, até se perder entre a multidão que andava pelas ruas. Ninguém jamais havia tido a curiosidade de segui-lo por todo o caminho até sua casa, ou de descobrir quais eram seus outros meios de ganhar a vida, mas, em geral, sua barraca ficava cercada de clientes, a quem ele servia com seriedade silenciosa e que não se ressentiam de lhe pagar pelo café revigorante que lhes fornecia.
Por vários anos, a multidão de operários havia parado perto da barraca de café, debaixo do arco de ferrovia, quando, certa manhã, em uma pausa de seu trabalho, o proprietário repentinamente percebeu um par de olhos escuros muito brilhantes fixando-se nele e nas fatias de pão e manteiga sobre o balcão, com um olhar tão faminto quanto o de um rato que, pela fome, ficara preso em uma armadilha. Um rosto fino e magro pertencia a esses olhos, que estavam parcialmente escondidos por uma massa de cabelo embaraçado que caía sobre a testa e descia até o pescoço – a única cobertura que a cabeça e o pescoço tinham. Uma bata esfarrapada caía sobre os ombros arrepiados da pequena menina. A roupa dificilmente ficava fechada, devido aos cordões arrebentados caía sobre os ombros arrepiados da pequena menina. Abaixando-se até uma cesta atrás de sua barraca, avistou dois pequenos pés descalços esfregando-se no chão úmido. A criança levantava o primeiro e depois o outro e colocava um sobre o outro, esfregando-os para obter um pouquinho de calor que fosse. Mas em cada copo do vaporoso café que ele derramava da garrafa, seus olhos brilhavam esfomeados e ele podia ouvi-la estalando seus lábios finos, como se, em pensamento, estivesse provando o café quente e cheiroso.
Quando restava somente um menino tomando seu café prazerosamente, ele se inclinou, chamando a atenção da menina em um