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Servir Para Vencer: A dieta sem glúten para a excelência física e mental
Servir Para Vencer: A dieta sem glúten para a excelência física e mental
Servir Para Vencer: A dieta sem glúten para a excelência física e mental
E-book200 páginas2 horas

Servir Para Vencer: A dieta sem glúten para a excelência física e mental

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Sobre este e-book

Uma infância marcada pela guerra, uma árdua escalada até ao topo do mundo tenístico e um segredo improvável.

Em 2011 Djokovic foi o protagonista daquilo que os jornalistas desportivos consideraram ter sido “uma das melhores temporadas da história do ténis”: conquistou 10 títulos, dos quais três Grand Slams, e venceu 43 encontros consecutivos. No entanto, cerca de dois anos antes esse mesmo jogador mal conseguia completar um torneio. Como é que alguém fustigado por dores, dificuldades respiratórias e lesões se tornou subitamente o melhor do mundo? A resposta é surpreendente: graças a uma alteração de dieta.
Neste livro, Novak Djokovic fala-nos, de forma comovente e sincera, de uma infância marcada pela guerra e da sua luta até ao topo do mundo tenístico, e revela-nos o segredo que lhe mudou a vida e que o converteu num atleta mais forte, mais leve, mais rápido e mais resistente.
Servir Para Vencer apresenta um plano de 14 dias que qualquer um de nós pode pôr em prática e que traz consigo efeitos imediatos e visíveis sobre a saúde e o rendimento desportivo.

Instagram: @kathartika.pt
IdiomaPortuguês
EditoraKathartika
Data de lançamento1 de set. de 2021
ISBN9789895624898
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    Servir Para Vencer - Novak Djokovic

    Prefácio

    O auge do desempenho humano: foi isso que Novak Djokovic alcançou no mundo do ténis. São poucos os que conseguem atingir este nível, seja em que área for, e é preciso um culminar de talento, coragem e determinação — além da eliminação de todos os obstáculos — para lá chegar.

    É o objetivo de todos os empreendimentos humanos, desde a física quântica à programação informática e ao ténis. E é também algo que escapa à maior parte das pessoas, devido às barreiras físicas e emocionais que surgem pelo caminho e nos impedem de alcançar o expoente máximo do potencial humano físico e mental.

    Novak Djokovic superou probabilidades esmagadoras para chegar a este lugar de destaque na história do ténis. Conseguiu adquirir experiência de treino na Sérvia, um país onde o ténis era praticamente desconhecido. Manteve a exigente disciplina de treino durante o cerco a que a sua cidade natal de Belgrado esteve sujeita durante a guerra do Kosovo, enquanto a família passava meses refugiada num abrigo contra bombas. E contudo, apesar dos obstáculos que teve de conquistar, houve algo que quase derrotou este campeão: o trigo moderno.

    Quem visse Djokovic nos quartos de final do Open da Austrália em 2010 contra Jo-Wilfried Tsonga não poderia deixar de sentir que algo estava a travar a sua capacidade de se manter na máxima forma: uma pancada falhada aqui, um erro de cálculo de um milissegundo ali, um esgar após uma resposta mais difícil e uma paragem médica no quarto set, durante a qual parecia estar a sofrer de visível desconforto abdominal. O resultado foi uma derrota depois de várias horas de luta. Contudo, o último jogo no Open da Austrália em 2012, contra Rafael Nadal, foi uma história completamente diferente: Djokovic estava calmo, confiante e controlou o jogo — numa palavra, foi brilhante. Como aconteceu esta transformação? Simples. Djokovic removeu as barreiras que o impediam de alcançar o auge da forma física e mental quando fez precisamente o oposto dos conselhos nutricionais convencionais: eliminou os cereais integrais saudáveis da sua dieta.

    Como consequência disso venceu três Grand Slams em 2011 (o Open da Austrália, Wimbledon e o Open dos Estados Unidos), ganhou uns espantosos 50 de 51 torneios ao longo de 12 meses e chegou ao primeiro lugar do ranking mundial do ténis masculino. O seu desempenho nesse ano deixou estupefactos até os outros jogadores e levou Rafael Nadal a declarar que o jogo de Djokovic representava o nível de ténis mais elevado que já vi.

    Como pode a eliminação de um componente quase omnipresente na dieta humana — o trigo encontra-se em praticamente todos os alimentos processados — catapultar o desempenho de um atleta a novos píncaros, permitindo-lhe manifestar todo o seu potencial físico e mental? Dediquei os últimos anos da minha carreira a tentar compreender precisamente essa questão: por que razão o trigo moderno, produto de manipulações genéticas por parte de geneticistas e da indústria agrícola, tem o potencial de prejudicar o desempenho mental ou físico, independentemente do talento, das capacidades ou da motivação?

    Já o vi acontecer a níveis assombrosos. O trigo moderno é capaz de arruinar a saúde digestiva, causando problemas que vão desde o refluxo ácido à colite ulcerosa e outras formas de perturbações abdominais. Pode desencadear inflamação (a comum rigidez e dor nas articulações) e problemas autoimunes (artrite reumatoide e tiroidite de Hashimoto). É capaz de desmascarar ou agravar problemas psiquiátricos como paranoia ou esquizofrenia, e de desencadear explosões comportamentais e défices de aprendizagem em crianças com perturbações do espetro do autismo. Pode causar aumento de peso, em particular no abdómen, através do seu efeito único de estimulação do apetite, deixando com excesso de peso até mesmo atletas que treinam horas todos os dias. Pode prejudicar o desempenho desportivo ao provocar qualquer um destes ou muitos outros problemas, a somar à confusão mental, fadiga e distorções dos níveis hormonais, o que desencadeia, em última análise, uma montanha russa física e emocional que pode atingir qualquer pessoa a qualquer altura.

    E atingiu Novak Djokovic nesse jogo contra Tsonga em 2010 — um jogo que ele sabia que devia ter ganhado.

    Como pai de uma jogadora de ténis profissional, faço uma pequena ideia do tempo e esforço extraordinários que é necessário investir para alcançar os lugares cimeiros na modalidade. De todos os obstáculos que uma pessoa tem de enfrentar para chegar ao auge da boa forma física e mental, como pode um simples erro nutricional ter tanto impacto? Porque comer trigo sempre foi o estado normal das coisas, mesmo nos escalões mais elevados do desporto profissional, onde tem o potencial de prejudicar seriamente o desempenho, turvar o foco mental e deixar um campeão de joelhos.

    Vivemos uma nova era no que diz respeito ao desempenho desportivo. Uma nova era de transformação pessoal em todas as esferas da vida. Uma nova era em que rejeitamos os conselhos habituais para consumir mais cereais integrais saudáveis. A experiência de Djokovic é perfeitamente consistente com aquilo que tenho observado em centenas de milhares, talvez milhões, de pessoas que seguiram o conselho de eliminar todos os vestígios do trigo moderno da sua dieta: uma melhoria assombrosa na saúde e na vida.

    Estou empolgado pelo facto de uma figura pública de tamanho renome como Novak Djokovic, um atleta admirado e detentor da confiança de milhões de fãs de ténis, ter decidido falar sobre este assunto e estabelecer um exemplo vencedor daquilo que é possível alcançar através de uma dedicação excecional e de trabalho árduo, aliados a uma perspetiva genuína de como maximizar o desempenho através da dieta.

    William Davis, M.D.

    www.wheatbellyblog.com

    Autor do bestseller #1 do The New York Times, Wheat Belly:

    Lose the Wheat, Lose the Weight, and Find Your Path

    Back to Health e do bestseller do The New York Times,

    Wheat Belly Cookbook

    Introdução | A Dieta Que Me Transformou

    Do limiar do fracasso a campeão do mundo — em dezoito meses

    Precisamente quando estava quase a alcançar o topo, bati no fundo. Aos dezanove anos eu era um miúdo desconhecido, de um país devastado pela guerra, que explodira subitamente na arena profissional. Vencera nove encontros seguidos e estava à beira de assumir a liderança destacada na ronda final do Open da Croácia de 2006. O público no estádio estava do meu lado; a minha equipa incentivava-me.

    No entanto, não conseguia ouvi-los. Tudo o que ouvia era o rugido na minha cabeça. Tudo o que sentia era dor. Algo me fechava o nariz, me apertava o peito, derramava betão nas minhas pernas.

    Olhei por cima da rede para o meu adversário, Stanislas Wawrinka. Olhei para as bancadas, onde estava a minha mãe. E depois, de súbito, a gravidade puxou-me para trás, para o chão de terra vermelha do court, e dei por mim a fitar o céu aberto da Croácia, ofegante. A Maldição — essa força misteriosa que me sugava as forças sem aviso prévio — abatera-se mais uma vez sobre mim.

    Por mais que me esforçasse para respirar, o ar não entrava.

    O meu pai, Srdjan, correu para o court e, com um médico, levantou-me pelos braços e sentou-me na cadeira ao lado do campo. Ergui os olhos para a minha mãe, que chorava na bancada, e percebi. O torneio acabara para mim. E talvez o sonho da minha vida tivesse também chegado ao fim.

    A maioria das pessoas não decide o que quer da vida aos seis anos de idade, mas eu decidi. Treze anos antes daquele momento, sentado na pequena sala de estar por cima da pizaria dos meus pais na remota cidade montanhosa de Kopaonik, na zona rural da Sérvia, vi Pete Sampras vencer Wimbledon e soube: um dia, aquele seria eu.

    Nunca tinha jogado ténis. Não conhecia ninguém que jogasse ténis. Na Sérvia, o ténis era um desporto tão obscuro como, por exemplo, a esgrima. E o glamour de Londres não podia estar mais distante da estância turística remota onde a minha família vivia. Contudo, naquele preciso momento soube o que queria, mais do que qualquer outra coisa: queria erguer acima da cabeça a Taça de Wimbledon, ouvir os aplausos da multidão e saber que me tornara o jogador número um do mundo.

    Quando tinha quatro anos os meus pais compraram-me uma pequena raquete com as cores do arco-íris e umas bolas de wiffle1, e eu entretinha-me durante horas a atirá-las contra a parede do restaurante. Mas assim que vi Sampras, naquele dia, tive a certeza. E nos treze anos seguintes dediquei todos os dias da minha vida a alcançar esse objetivo. A minha família, que fez inúmeros sacrifícios; os meus amigos, que me apoiaram desde o princípio; os meus treinadores e preparadores físicos e fãs — todos se uniram para me ajudar a chegar o mais perto possível do sonho da minha vida.

    No entanto, havia algo em mim que estava avariado, doente, inapto. Havia quem lhe chamasse alergias, havia quem lhe chamasse asma, havia quem dissesse que eu estava apenas em baixo de forma. Mas, como quer que lhe chamássemos, ninguém sabia como o resolver.

    Não era a primeira vez que eu tombava num grande torneio. Um ano antes, quando ocupava apenas o 153º lugar do ranking mundial, surpreendi Guillermo Coria, que ocupava o 8º posto, ao vencer o primeiro set do nosso encontro durante a minha primeira participação no Open de França. Porém, quando chegámos ao terceiro set, as minhas pernas tinham-se transformado em pedra e eu não conseguia respirar. Acabei por desistir. É evidente que ele ficou cansado após algum tempo, comentou Coria posteriormente. Quando estamos em forma, conseguimos jogar uma partida longa apesar do calor.

    Três meses depois, na primeira ronda do meu primeiro Open dos Estados Unidos, numa partida contra Gael Monfils, caí literalmente por terra. Fiquei deitado de costas como uma baleia encalhada, nos 26º C de calor húmido, a lutar para respirar, à espera de um preparador físico. Depois de quatro time-outs embaraçosos consegui vencer esse jogo, mas saí de campo ao som de vaias e a minha má forma foi motivo de conversa no torneio. Se calhar ele devia alterar algumas coisas, sugeriu Monfils.

    E tentei. Hoje em dia, no ténis profissional, a mais pequena alteração no nosso nível de capacidade, de preparação física, de mentalidade, pode fazer toda a diferença. Eu treinava todas as manhãs e todas as tardes, levantava pesos, fazia bicicleta ou corria durante horas. Não fazia sentido que estivesse em baixo de forma. Mudei de preparador físico, à procura de um novo regime de exercício. Mudei de treinador, na eventualidade de haver algo na minha técnica que pudesse libertar-me desta maldição. Fui operado ao nariz na esperança de que isso me deixasse respirar melhor. Cada alteração ajudava um bocadinho; época após época, fui ficando mais forte e mais em forma. Em 2007 tornei-me o segundo jogador de sempre a conseguir vencer Roger Federer e Rafael Nadal desde que estes jogadores tinham alcançado os píncaros do ténis.

    No entanto, de cada vez que dava um grande passo na direção do meu sonho, sentia-me como se tivesse uma corda amarrada ao tronco a puxar-me para trás. O ténis profissional é uma época contínua de onze meses, e a chave para a consistência é conseguir recuperar rapidamente de um encontro para o seguinte. Eu vencia um torneio e a seguir ia-me inesperadamente abaixo no torneio seguinte; vencia uma partida épica e tinha de desistir a meio da ronda seguinte.

    Talvez o meu problema não fosse físico, mas sim mental: comecei a fazer meditação, depois ioga, para tentar acalmar a mente. O meu treino tornou-se obsessivo: durante catorze horas por dia, todos os dias, não fazia mais nada senão concentrar-me em melhorar o meu jogo mental e físico. E nesse processo tornei-me um dos jogadores do top ten a nível mundial.

    Mas tinha um sonho, e o meu sonho não era ser um dos melhores. Havia dois homens no mundo que eram os melhores — Federer e Nadal — e para eles eu não passava de um incómodo ocasional, alguém que podia desistir a qualquer momento quando as coisas se complicavam. Esses jogadores eram a elite; eu estava preso algures num nível inferior.

    Venci o meu primeiro Grand Slam, o Open da Austrália, em janeiro de 2008 — uma conquista. Mas um ano mais tarde, contra Andy Roddick, tive mais uma vez de desistir. O campeão em título a desistir?! O que se passava comigo? Cãibras, gripe das aves, antraz, SARS, tosse e constipação, disse Roddick sobre mim, troçando do facto de eu estar frequentemente doente. Até Federer, que é tão reservado e cavalheiro, me menosprezou ao

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