OS DESAFIOS DE UMA PANDEMIA
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Sobre este e-book
Histórias que ninguém conta
Ao ler os relatos e poemas nas páginas deste livro, você irá conhecer um pouco da história de vida de cada um dos seus autores e suas reflexões sobre um dos momentos mais difíceis que a humanidade já viveu.
Você irá se surpreender com o potencial desses escritores, homens em situação de rua que, através de uma chance a eles oferecida, puderam resgatar sua esperança e dignidade. Você irá, também, conhecer o Arsenal da Esperança, a casa que os acolhe e lhes dá a oportunidade de ter um lugar para recomeçar.
Um trabalho cotidiano, incansável, por parte dos responsáveis, colaboradores e voluntários do SERMIG - Fraternidade da Esperança, comunidade que fundou e cuida dessa casa desde 1996.
A Biblioteca do Arsenal da Esperança promove e realiza, anualmente, um concurso literário convidando os homens acolhidos na casa para participar. Este livro traz a produção do concurso no ano de 2021, realizado em meio à pandemia do coronavírus.
Quando você passar por uma rua, lembre-se que aquela pessoa deitada na calçada não é apenas uma sombra, mas alguém que se perdeu em algum momento da jornada, e que o seu olhar (e a sua consideração) pode ajudá-la a encontrar o caminho da volta.
Leia, se emocione e conheça um pouco mais sobre a história desses cidadãos que merecem este reconhecimento!
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OS DESAFIOS DE UMA PANDEMIA - Patrícia Selva Strebinger
OS DESAFIOS DE UMA PANDEMIA
- Histórias que ninguém conta -
Pessoas em situação de rua relatam suas vivências e reflexões
FLORIANÓPOLIS, 2021 - 1º EDIÇÃO
logoADBDados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Angélica Ilacqua CRB-8/7057
Os desafios de uma pandemia : histórias que ninguém conta : pessoas em situação de rua relatam suas vivências e reflexões / Arsenal da Esperança. -- Florianópolis : Autores do Brasil, 2021.
ISBN 978-65-88927-58-8
1. Pessoas desabrigadas - Depoimentos 2. COVID-19 (Doença) - Aspectos sociais 3. Poesia brasileira I. Arsenal da Esperança
21-5034 CDD 305.5692
Índices para catálogo sistemático:
1. Pessoas desabrigadas - Depoimentos
Idealização e coordenação
Patrícia Strebinger
Desirée Suslick
Textos
Acolhidos pelo Arsenal da Esperança
Edição e Revisão
Tania Plapler Tarandach
Fotografia
José Luiz Altieri Campos
Luca Meola
Marco Ballena
Mõnica Zanon
Projeto Memórias da Rua
Alexandre Almeida
Agradecimentos
a1EDITORA AUTORES DO BRASIL
www.autoresdobrasil.com
info@autoresdobrasil.com
São necessários mil gestos de acolhimento para ajudar uma pessoa não apenas a ficar novamente em pé, mas também para fazer que seus talentos possam reaparecer, para que ela possa lutar e brilhar em benefício de toda a sociedade.
Padre Simone Bernardi
Prefácio
As histórias que ninguém conta
trazem à tona uma realidade que sabíamos existir, mas para a qual a pandemia deu uma outra dimensão. Fomos tomados pela mais profunda emoção ao entrarmos em contato com esses textos. Por trás das palavras alinhavadas das mais diferentes formas, surgem serem humanos contando suas vivências e reflexões diante do momento presente.
Foi assim que, após conhecermos o Concurso Literário do Arsenal da Esperança, sentimos que esses trabalhos deveriam ser amplamente divulgados, pois mostram uma nova faceta do chamado povo de rua
, revelam um potencial que, infelizmente, para muitos de nós é inimaginável, destrói estereótipos e conduz à construção de novos paradigmas.
Através dos 66 textos que compõem este livro, fruto do Concurso, será possível descobrir que essas pessoas não são apenas sombras nas ruas, mas sim seres humanos como outros, com anseios e sonhos, em busca apenas de uma oportunidade.
São diferentes os motivos que fazem um homem escolher a rua como sua morada. Porém, essa escolha, para a grande maioria, leva a uma vida sem um amanhã.
Boa leitura!
Patrícia Strebinger e Desirée Suslick
Idealizadoras e coordenadoras do projeto e–book e livro impresso do Concurso Literário do Arsenal da Esperança
Contam que uma pessoa perdida na floresta, após buscar a saída sem sucesso, ficou pasma ao ver que uma estranha figura se aproximava dela. Andou alguns passos sem retirar os olhos do monstro, até que suas costas bateram numa grande árvore. Ao compreender que não poderia mais fugir daquele ser ameaçador que mais e mais se aproximava, resolveu fechar os olhos para não ver o horror que chegaria.
Entretanto, quando sentiu que aquele ser estava bem perto, se atreveu a abrir os olhos novamente e descobriu que se tratava de um humano. E quando conseguiu focar ainda mais pela proximidade identificou-a: era seu irmão, lhe estendendo as mãos.
De longe, na alienação, as pessoas nos parecem monstros ameaçadores. Ao aproximá-los e nos aproximarmos revelamos sua humanidade e compreendemos que é como a nossa e que nada mais são que nossos irmãos. É nesse momento que também nossa humanidade se amplia e ganha dimensões, profundidade e sentido maiores.
Todas as pessoas experimentam frio e calor, fome e sede, vontade de amar e ser amadas, medos, raivas, desejos, aspirações e frustrações. Todas. As que estão em situação de rua também. É uma enorme tragédia a prisão que a rua lhes impõe e a alienação que as invade.
Rapidamente suas vidas se reduzem a sobreviver. Também nossas vidas muitas vezes se limitam à sobrevivência. Esta coletânea de escritos nos presenteia com uma oportunidade de retomar nossa humanidade ao re-descobrir a das pessoas em situação de rua. Permitamo-nos viajar a sua sensibilidade e enriquecer a nossa através de seus escritos e reflexões sobre a Pandemia.
Rendamos nossa homenagem aos escritores que conservam sua arte ainda nestas condições e expressemos nossa gratidão ao Padre Simone Bernardi pela sagrada obra do Arsenal da Esperança, e a Patricia Strebinger e Desirée Suslick pela maravilhosa iniciativa de ampliar sua divulgação por meio do projeto e-book do Arsenal.
Rabino Dr. Ruben Sternschein
Congregação Israelita Paulista
Quem não gostaria que existisse paz, quem não gostaria que existisse justiça, quem não gostaria que todos tivessem uma vida boa? Essas palavras tomam forma quando começamos a compreender que a violência, as injustiças e o sofrimento não são palavras, e sim a normalidade
de pessoas como eu, como você, com um rosto, um nome, uma história, sonhos.
Se conseguíssemos compreender essa simples consideração, estaríamos mais atentos à realidade ‒ toda, inteira ‒ da nossa cidade, às histórias que ninguém conta
, ou melhor, que ninguém escuta
. Quando começamos a escutar, a pensar e a agir com a compaixão no coração, pouco a pouco vemos que pessoas consideradas invisíveis, marginalizadas e de rua
se tornam pais, filhos, irmãos, padeiros, pedreiros, pintores e ‒ por que não? ‒ também escritores.
Este livro é um exemplo disso. Ele contém uma pequena amostra de tesouros escondidos no coração de muitos seres humanos provenientes de uma situação de rua
que o Arsenal da Esperança acolhe cotidianamente (foram quase 70 mil as pessoas acolhidas nesta casa desde 1996 até hoje), procurando responder às demandas de todos eles, oferecendo também uma belíssima biblioteca que todos os anos promove um concurso literário para dar voz aos tantíssimos hóspedes que amam ler, escrever, compor e declamar.
São necessários mil gestos de acolhimento para ajudar uma pessoa não apenas a ficar novamente em pé, mas também para fazer que seus talentos possam reaparecer, para que ela possa lutar e brilhar em benefício de toda