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Suíte para uma estrela cadente
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E-book80 páginas58 minutos

Suíte para uma estrela cadente

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Sobre este e-book

Estela interrompeu a carreira de cantora, ainda no início, para cuidar do casamento e dos filhos. Só volta a cantar depois dos quarenta e enfrenta muitas dificuldades.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento11 de abr. de 2023
ISBN9786500375343
Suíte para uma estrela cadente

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    Suíte para uma estrela cadente - Aparecido Klai

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    uma estrela cadente

    Aparecido Klai

    Aparecido Klai

    Do mesmo autor

    A última geração e outras estórias

    O ninho da coruja

    Um esqueleto no porão

    Sumário

    Homenagem de aniversário

    Começo de carreira

    Depois do primeiro disco

    A longa fase dos enta

    Leandro, o pintor abstrato

    Viajar é preciso

    Uma surpresa na viagem

    De volta ao lar

    Preparativos para a festa de aniversário

    Ressaca da festa

    Uma cidade quase deserta

    Homenagem de aniversário

    Foi para a noite de vinte e nove de fevereiro de dois mil e vinte que um vereador do município organizou a comemoração dos oitenta anos de Estela, a cantora e compositora que deu projeção ao nome daquela pequena cidade.

    Ela relutou em aceitar, tinha um pouco de receio e não desejava uma comemoração assim tão pública, mas os filhos, as noras, os netos e os bisnetos insistiram tanto que acabou cedendo.

    O evento aconteceu no salão de festas de um clube da cidade. Aquele mesmo local onde iniciou sua carreira cantando com o irmão Dênis, em festas de casamento e de aniversário, quando ainda era uma adolescente sonhadora, há mais de seis décadas.

    Sentiu o mesmo nervosismo do seu primeiro dia. As mãos transpiraram e tremeram um pouco. A diferença desse para o outro dia foi que não precisou cantar por um longo tempo e nem tinha voz ou saúde para fazê-lo, mas ouviu algumas jovens cantoras cantando as suas músicas.

    Chegou ao salão com a antecedência que o anfitrião recomendou e notou o ambiente todo decorado desde as mesas, com toalhas brancas e arranjos de flores, até as paredes ornamentadas com belos quadros de pinturas abstratas.

    Caminhou por todo o salão observando cada uma dessas pinturas com formas e cores tão distintas. Ficou imaginando a criatividade do artista e a técnica que se utilizou para produzir tantos efeitos tão diversos. Incrível como são originais em cores ou formas e não se repetem. Pensou.

    Instalou-se com a família numa mesa reservada bem à frente do palco e pôde ver o salão se encher com outros convidados, até que todas as mesas estivessem ocupadas.

    Correu os olhos por todos os presentes até onde a vista alcançou e reconheceu alguns poucos de seu tempo de juventude. Recebeu contidos e discretos acenos desses conhecidos e se posicionou para assistir as apresentações.

    Quem iniciou foi Rodrigo, aquele jovem e simpático vereador, que fez um bonito discurso sobre sua carreira como cantora. Enumerou as muitas músicas que compôs com o irmão e que foram gravadas por outros intérpretes, as publicidades em que atuou, filmes e desenhos que dublou ao longo da sua vida.

    Em seguida se apresentaram algumas jovens cantoras, vestidas como ela se vestia lá pelo final dos anos cinquenta e início dos anos sessenta. E cantaram suas músicas em ordem cronológica, exceto a mais famosa, que ficou para o final.

    Depois foi a vez de algumas outras autoridades discursarem, mas a sua ansiedade foi aumentando tanto que não prestou atenção às apresentações e não ouviu tudo o que foi dito. Apenas ouviu os aplausos no final de cada discurso.

    Então o mestre de cerimônias assumiu o microfone:

    — Vou chamar a nossa aniversariante e homenageada, a mulher que tornou essa cidade famosa além das fronteiras do estado. Para receber esse mimo das mãos do nosso prefeito, por favor, Estela Maria, nossa querida estrela, suba ao palco.

    Ela se levantou, apoiou as mãos no encosto da cadeira por um breve instante com receio de perder o equilíbrio. Caminhou lentamente até os degraus e subiu ao palco, com ajuda do vereador que lhe estendeu a mão e sob aplausos de todos os presentes na plateia e no palco.

    Se aproximou do minúsculo microfone, muito menor do que aqueles do seu tempo, cumprimentou a todos, e aguardou o prefeito iniciar e concluir o seu discurso.

    Do palco teve uma visão muito mais ampla de todo o salão e novamente deslizou seu olhar calmamente, mesa por mesa, verificando cada um dos presentes que conseguiu identificar. Pode distinguir Leandro, avô do vereador que lhe propôs a homenagem, com filhos e netos, em uma mesa mais distante.

    Aquela foi a primeira vez que subiu ao palco sem passar pelas coxias. Foi também a primeira vez sem a presença de Dênis, seu irmão, parceiro e empresário; ou de Nelson, seu marido, que sempre lhe deu apoio e insistiu para que retomasse a careira.

    Pouco ouviu sobre o que o prefeito discorreu e só as lembranças ocupavam sua mente. Retornou ao momento da homenagem quando foi resgatada pelo som dos aplausos ao final do discurso.

    Recebeu, das mãos do prefeito, uma placa gravada com agradecimentos e um pedido para dizer algumas palavras.

    — Realmente eu não sei o que dizer, nem tenho talento para fazer um discurso, mas fiquei muito feliz por essa lembrança de meu aniversário.

    Fez uma breve pausa e foi

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