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E-book192 páginas2 horas

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Sobre este e-book

A Revolução Francesa do ponto de vista feminino.

Descubra este período histórico fundamental e fascinante através das vicissitudes de uma graciosa senhora italiana. Do esplendor do palácio de Versalhes à miséria das ruas de Paris.

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento8 de jul. de 2022
ISBN9781667437026
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    Revolução - Anna Nihil

    Anna Nihil

    Revolução

    Título | Revolução.

    Autor | Anna Nihil.

    © 2014 Anna Nihil.

    Ilustração da capa por Anna Nihil.

    Dedicado

    Ao presente para viver

    No passado para lembrar

    Para o futuro a ser construído.

    Versalhes, 27 de março de 1785

    —Preparada?

    —Sim. Não! Estou tão nervosa!

    A duquesa, diante da espontaneidade ingênua de sua nova amiga, não conteve uma risada. Então ela costumava resolver todos os impasses. Reduzir a fazia parecer mais bonita e autoconfiante, e certamente era muito mais fácil do que procurar as palavras certas para lidar com as relações na corte. Negar, afirmar, rir poderia significar tudo e nada, o maior meio de diplomacia da duquesa.

    Ela nem deixou sua jovem amiga respirar fundo, a Duquesa abriu a porta e, com a confiança de que só ela tinha permissão, disse:

    —Majestade....

    —Duquesa de Polignac, que notícias você está me trazendo?

    —Gostaria de apresentar-lhe a marquesa Luisa Sofia Catellino da Castiglione, a nova condessa de Chinon.

    Luisa fez uma reverência, tomando cuidado para se mover exatamente como a etiqueta da corte exigia.

    —Céu, como você é jovem! Ela é muito bonita! —exclamou a rainha depois de observar cuidadosamente a condessa de cima a baixo.

    —Nunca tanto quanto você, Majestade! Você é a luz nesta sala.

    Esse elogio, expresso com uma voz comovida e sincera, impressionou favoravelmente a rainha. —Muito bonito, você não acha? —ela perguntou ansiosa para saber a opinião das outras senhoras presentes.

    —Se não fosse por esse vestido.... —Madame Bertin deixou escapar. Como humilde costureira, fora eleita com simpatia a Ministra da Moda de Versalhes, fiel em sua tarefa, diante de um vestido simples demais ao qual não resistiu.

    —Peço seu perdão, Majestade. Achei que tinha me apresentado a vocês da melhor maneira possível.... —Luísa respondeu imediatamente mortificada.

    —Que doce! Madame Bertin, você envergonhou minha nova amiga! Das críticas passadas aos fatos, sei que pouco será necessário para melhorar o vestido da Condessa de Chinon.

    Madame Bertin aproximou-se da condessa, contornou-a, sentiu a qualidade do tecido e pronunciou: —Sim, a base é boa. —Ela bateu palmas e três costureiras vieram correndo com toda a atenção. As três, sob a supervisão de Madame Bertin, começaram a costurar novas rendas mais vistosas e preciosas no vestido de Luisa.

    Luísa não escondia um certo embaraço, nunca teria pensado em encontrar-se numa situação semelhante perante a rainha.

    —Não se culpe, querida condessa, as modas nascem em Versalhes e até chegarem às outras cortes, já mudamos nosso estilo mais dez vezes! —a rainha disse a ela para consolá-la.

    —Graças a Sua Majestade, é um verdadeiro talento artístico, tem um gosto estético impecável! Para mim é uma inspiração contínua! —declarou Madame Bertin, continuando a olhar o trabalho de suas costureiras no vestido de Luisa. —Felizmente você, pelo menos, adivinhou a cor! —sussurrou Madame Bertin no ouvido da jovem condessa.

    —Tomei muito cuidado com a cor —, respondeu Luisa irritada, cansada das críticas de Bertin.

    —Estupendo! —afirmou a rainha, notando o efeito das primeiras mudanças no vestido de Luísa. A condessa de Chinon não teve tempo de apreciar esse elogio, quando o magnífico sorriso da rainha se transformou em uma careta séria. —Madame Bertin, mas parece-me que algo está faltando....

    —Oh! O fã! —gritou Madame Bertin. —Como pode uma dama viver na corte sem um ventilador?!

    —Madame, dê um dos meus lindos leques para a jovem condessa —, disse a rainha.

    Madame Bertin cumpriu a ordem, correu imediatamente para o armário certo, conhecendo melhor o guarda-roupa da rainha do que a própria rainha. Quando se aproximou da condessa para lhe oferecer esta homenagem inesperada, Luísa estendeu a mão timidamente, não conseguia parar de pensar: —Uma fã da rainha! Não pode ser para mim! —Apenas tê-lo em suas mãos era uma emoção indescritível para a condessa. —Não sei como te agradecer Majestade, eu....

    —Vamos, abra! —a rainha a encorajou com um belo sorriso.

    Luísa atendeu ao pedido tentando mostrar toda a elegância que tinha à sua disposição.

    Madame Campan, a première femme de chambre da rainha, arregalou os olhos. —Você abriu com a mão esquerda.... Ela sussurrou como se quisesse sugerir algo à jovem condessa.

    Luísa não tinha ideia do que isso poderia significar, sentiu-se envergonhada, enquanto as senhoras presentes, incluindo a rainha, começaram a rir.

    A rainha, emocionada, disse-lhe: —Traga o leque para perto do seu rosto, olhe para baixo e depois olhe-me diretamente nos olhos. Muito bem, então você vai perfurar muitos corações em Versalhes! Cuidado minha jovem amiga, você acabou de dizer: Quero conhecê-lo.

    —Na minha opinião, com aquele olhar disse muito mais! Um pouco mais de modéstia, minha querida! —a princesa de Lamballe a repreendeu. Entre as damas da rainha, ela era a mais quieta e temente a Deus, além de italiana como a jovem Louise e como aquela que veio a Versalhes por ter contraído casamento com um nobre francês.

    —Com licença —, Luisa murmurou.

    —Querida, deixe-me dar-lhe algumas lições.... —interveio a Condessa de Noailles, apelidada de Madame Etiquette, pois não havia regra de etiqueta que lhe escapasse.

    —Sim, ninguém é tão especialista em refinamentos da corte quanto a Condessa de Noailles, confie nela —, confirmou a rainha.

    —Obrigada, Majestade —, respondeu a Condessa de Noailles pelo elogio recebido e começou sua aula. —De um modo geral, com o leque na mão esquerda você diz coisas muito apaixonadas, é melhor mantê-lo sempre na mão direita.

    —Oh! —Luisa exclamou envergonhada e imediatamente puxou o torcedor para a direita.

    —Bem, já passando o leque da esquerda para a direita você me disse: Eu amo outra pessoa. Agora acene devagar, acalme-se. Você está me dizendo que é casada.

    —Eu finalmente disse algo certo! —Luisa pronunciou por impulso, despertando a hilaridade da rainha.

    —Aqui, mantenha esse movimento em mente. Querida Condessa de Noailles, a Condessa de Chinon é muito jovem, recém-casada, acho que ela não precisa saber mais! —a piedosa princesa de Lamballe interveio imediatamente.

    A rainha e sua amiga mais desinibida, a duquesa de Polignac, entreolharam-se indecisas, tantas outras coisas quiseram explicar à pequena condessa de Chinon, mas, para não ofender a sensibilidade da princesa de Lamballe, decidiu evitar discursos licenciosos.

    —Delicioso, quanto mais eu olho para você, mais você recebe minha simpatia. Você me lembra de mim quando jovem. Vejo em seus olhos e em seus modos minha própria terna ingenuidade, sinto a necessidade de protegê-lo e o farei. Pode contar comigo, Condessa de Chinon. Você fez uma viagem muito longa de Viena para chegar a Versalhes?

    Luísa não se atrevia a comparar-se com a rainha. —Acho que tive que aguentar alguns dias a menos de viagem. Além disso, meus seguidores eram muito mais modestos. Para falar a verdade, apenas uma carruagem comigo, meu marido e seu tutor.

    —Pelo que me contaram sobre ele, sei que você se casou com um homem sério, talvez demais. Seu Armand não é tão diferente do meu marido. Temos maridos chatos, isso é azar e sorte ao mesmo tempo. As afinidades entre nós aumentam.

    —Feito! —Madame Bertin anunciou depois de verificar o trabalho de suas costureiras e organizar pessoalmente alguns pontos no vestido de Luisa.

    A rainha parou para admirar a transformação. —Como você é linda! No entanto, o cabelo.... sem incomodar nosso querido Leonard Cadet, eu acrescentaria duas rosas....

    A rainha levantou-se da cadeira, pegou duas rosas, uma branca e outra vermelha, de um esplêndido arranjo em um vaso sobre uma mesinha. Ele cortou os caules, para que ficassem no comprimento certo, e arrumou pessoalmente as duas rosas no cabelo de Luísa. —Agora você é uma verdadeira dama de Versalhes!

    —Posso olhar para mim mesma?

    —É claro! —a rainha respondeu virando Luísa para um espelho.

    —Estou realmente bem agora? —Luísa perguntou animada.

    —Não! —gritou a rainha. Luísa virou-se para ela. As senhoras permaneceram sem palavras. Um momento antes, ele havia demonstrado tanta simpatia e admiração pela jovem, que aquele não agudo era incompreensível.

    —O que eu fiz errado? —Luísa perguntou timidamente.

    —Não é para você, querida.... —a rainha colocou as mãos na barriga saliente, tentou manter a compostura e acrescentou: —Parece que você já tem um admirador, meu filho não vê a hora de conhecê-la. Ele decidiu nascer agora!

    Imediatamente as damas cercaram a rainha. Uma agitação febril logo infectou todo o palácio.

    Foi assim que Luísa conheceu Sua Majestade. Era 27 de março de 1785, um dia inesquecível para ambos, o dia do nascimento de Luís Carlos, terceiro filho, segundo filho de Maria Antonieta, rainha da França.

    Versalhes, julho de 1785

    A rainha logo voltou à forma após o nascimento de seu terceiro filho, impulsionada por um grande desejo de se provar atriz em seu pequeno teatro.

    —Esta noite debutamos! Eu estou tão feliz!

    —Majestade, obrigado por me conceder o privilégio de testemunhar suas provações. Você conseguiu cuidar de cada detalhe em tão pouco tempo, é realmente louvável!

    —Na verdade, eu tive muito mais tempo do que você pensa. Pouco antes da gravidez, a duquesa de Polignac me fez descobrir esta esplêndida obra de Beaumarchais, Le mariage de Figaro, eu a teria encenado imediatamente, mas com minha barriga.... e depois meu marido, ouvindo aquelas tolas de sua conselheiros, proibiram o texto! Disseram que estava cheio de mensagens subliminares contra a monarquia! Que absurdo! Falar sobre amor! O que mais vale a pena falar? Agora que meu filho nasceu, convenci o rei a levantar o veto sobre a obra, ninguém pode me impedir!

    —Tenho certeza que será um sucesso!

    —Deus me livre! Aplausos calorosos nunca faltarão dos meus amigos mais fiéis e do meu maior admirador, meu marido, o rei Luís XVI.

    —Você tem sorte, ele te ama e faz de tudo para provar isso.

    —Sim, de fato, aqui estou cercado por seus gestos de amor. Ele me deu o pequeno teatro para saciar minha veia artística.... E me salvar do jogo! Perdi tanto desse dinheiro que não posso dizer uma quantia exata! E aqui, no Petit Trianon, eu nunca poderia morar lá sem o consentimento dele. À beira do parque do palácio de Versalhes, criei meu mundo ideal, feito de arte, simplicidade e natureza. Você já viu minha pequena aldeia?

    —De passagem, Majestade.

    —Temos que consertar. Sim, eu estava muito ocupada com os ensaios e os últimos retoques nos figurinos, esqueci minha aldeia camponesa! Bem, vamos dar uma volta. Um pouco de ar fresco será bom para nós e também para a minha pequena Maria Teresa. Onde está minha garotinha? —a rainha voou em busca de sua filha.

    A condessa de Chinon, surpreendida pela atitude informal da rainha, ficou parada onde estava indecisa sobre como se comportar. Madame Etiqueta encheu sua cabeça com tanto conhecimento que ela se sentiu mais confusa do que devidamente educada. Ele decidiu confiar em seu instinto e saiu da sala para seguir a rainha. Ele a encontrou pronta com a filha nos braços. —Vamos, Condessa de Chinon? —A minha Maria Teresa tem uma grande vontade de jogar!

    —Claro, Majestade! Madame Royale.... —Luisa fez uma reverência e a pequena Maria Theresa sorriu para ela. Sua mãe a colocou no chão e a garotinha correu para o show que estava esperando por eles do lado de fora do Petit Trianon.

    —Você não pode entender o quanto eu amo minha filha! Minha mãe sempre foi tão fria e rígida comigo, eu tento dar a Maria Theresa tudo o que eu não tinha. Como era sua mãe, condessa de Chinon, e a ela que você deve sua beleza?

    —Sim, pareço com ela, pelo menos foi o que meu pai me disse. Fiquei órfão com dois anos de idade. Muito cedo, uma vaga lembrança do amor de minha mãe foi substituída pela hostilidade de uma madrasta.

    —Pobre querida! Eu senti que era semelhante a você, você também não era amado o suficiente. A minha Maria Teresa também era órfã de nascença. Quanto sofri para trazê-la ao mundo! Para começar, tive que esperar sete anos! Todos esperavam um herdeiro de mim, eles me insultaram por anos antes de seu nascimento. Não foi minha culpa que meu marido não encontrou tempo para mim! Por mais que as coisas estejam melhores entre nós, toda vez que penso no que tive que suportar, uma raiva cresce em mim! Eu mal posso perdoá-lo por toda essa espera! Sete anos de dúvidas, calúnias, medos.... E eu era tão jovem. No palácio eu estava constantemente sob os olhos de todos e me sentia tão sozinho! Mas absurdamente, quando consegui ficar realmente sozinho por um tempo, me senti em paz. Especialmente se eu tivesse

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