Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

O Dicionário de Sinônimos de Cachaça.: Designações
O Dicionário de Sinônimos de Cachaça.: Designações
O Dicionário de Sinônimos de Cachaça.: Designações
E-book329 páginas3 horas

O Dicionário de Sinônimos de Cachaça.: Designações

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Jesus Barros Boquady (Crateús, Ceará, 22 de abril de 1929 — Brasília, 8 de dezembro de 2002) foi um poeta brasileiro. Transferiu-se para Goiás, morando em Filadélfia, Araguacema e Miracema do Tocantins, municípios hoje pertencentes ao estado do Tocantins. Em Miracema, em 1934, começou seus estudos primários. Chegou em Goiânia em 1941, onde bacharelou-se em Direito pela Universidade Federal de Goiás (1954) e licenciou-se em Letras Modernas pela Faculdade de Filosofia (https://pt.wikipedia.org/wiki/Jesus_Barros_Boquady). Ainda muito jovem, antes, de publicar o seu primeiro livro de poesia - O Cego - 1959, começou suas primeiras pesquisas para o Ensaio (inédito) Introdução à ciência da cachaça. Parte do material da pesquisa foi utilizado para realização do Dicionário de Sinônimos de Cachaça publicado em 2000 pela Editora ABC BSB , na categoria de Médio Dicionário de designações para cachaça. Segundo Anderson Braga Horta, o autor, ...' poeta goiano , dos de maior substância e maturidade....mas acima de tudo homem-no-mundo-entre-homens, dessa vivência & coisas elabora o sumo de uma poesia forte, plena de humanidade, comunicativa e atual' (Romanceiro Goiano -1971). Vivência e coisas que construíram o ambiente para a construção desta obra.(José Tarcísio Fonseca Boquady - terceiro filho do autor.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento6 de set. de 2022
ISBN9781526023797
O Dicionário de Sinônimos de Cachaça.: Designações

Relacionado a O Dicionário de Sinônimos de Cachaça.

Ebooks relacionados

Dicionários para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de O Dicionário de Sinônimos de Cachaça.

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    O Dicionário de Sinônimos de Cachaça. - jose tarcisio fonseca boquady Boquady

    ABC. Cachaça.

    Abençoada. Osvaldo Aguiar ( Crônicas Alegres, Fortaleza, Imprensa Universitária do Ceará, 1960): referência de Mário Souto Maior.

    Abraçadeira. (Vale a informação retro.)

    A-branca. Para Rodrigues de Carvalho ( Cancioneiro do Norte, p. 123.), mandureba "é vocábulo muito popular no Ceará, com a significação de cachaça. E adita: No norte esta palavra tem dezenas de sinônimos, todos de índole popular: cana , jurubita, grog, sinhaninha , a branca etc. etc. Estes versos são da lavra de Luiz de Miranda, um notável jurista, sem profundos estudos, que floresceu em Fortaleza."

    Abre. Ver abrideira e cachaça. Também significa o primeiro gole, o trago inicial, a abrideira. Consignam o nome Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, Michaelis, Cozinha da Fazenda, nº 3, Enciclopédia Mirador e José Calasans, que adianta: Bebida alcoólica que serve para a abrir o apetite (Mário de Andrade). Área: Norte - Amazonas.

    Abrecu. (Nelson Barbalho.)

    Abre -o-apetite. (Osvaldo Aguiar.)

    Abrideira. Designa bebida alcoólica, de preferência cachaça, que se ingere antes da refeição, em pequena quantidade, com o fito de despertar o apetite. Luís da Câmara Cascudo, sobre abrideira ( Dicionário do Folclore Brasileiro, p. 24), enuncia:"A inicial, primeiro copo, primeira dança, primeiro prato. O inverso de SAIDEIRA. Diz-se, também, ABRE e, nessa acepção, Henry Walter Bates, em 1849, ouviu no Amazonas: '(...) seguindo o costume universal do Amazonas, onde parece aconselhável, por causa da alimentação fraca de peixe, cada qual tomava uma xícara de cachaça, o ABRE, como eles chamam': O NATURALISTA NO RIO AMAZONAS, I, 299, S. Paulo, 1944. || Fui tomar uma Abrideira / Para comer meu pirão / Me chamaram cachaceira / Na venda do sêo João. " (Coligido por José Calasans, Cachaça, Moça Branca, p.58.) || "Antes da palestra propriamente dita, todo o mundo de cáli na mão, para o brinde da Abrideira, a fim de que tudo decorra na mais santa paz do Senhor, com muita caninha em cena e nenhum antialcoólico ao redor." (Nelson Barbalho, A Conferência da Cachaça, Brasil Açucareiro, Rio de Janeiro, mar. 1972, p. 69.) || Abrideira é cachaça , na gíria, segundo Luiz Autuori e Oswaldo Proença Gomes. || Registram o uso do nome: Enciclopédia Mirador, Roberto Schmidt, Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, Caldas Aulete, Ana Cristina

    Vieira, Luiz Antônio Barreto, Alceu Maynard de Araújo, José Calasans e

    Fausto Teixeira, além de Michaelis. || Área: Nordeste - Bahia; Sudeste São Paulo.

    Aca. Nomeia a cachaça que se caracteriza pelo gosto ruim que oferece. || Aduzem o sinônimo: Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, Antenor

    Nascentes, Mário Souto Maio, Caldas Aulete, Maria de Lourdes Juncker Rivellino, Michaelis, Cozinha da Fazenda, nº 3, e José Calasans, que registra: "Cachaça de mau gosto. Aca é mau cheiro, donde, por extensão, cachaça ruim. Há uma bebida das Índias Orientais com idêntica denominação. (Laudelino Freire)." || Morais Silva define: cachaça de mau paladar. || Área: Nordeste - Bahia.

    Acaácido. (Nelson Barbalho e Enciclopédia Mirador.) Área: Nordeste - Ceará.

    Acaba-festa. (Osvaldo Aguiar.)

    Acalma-nervo. (Nelson Barbalho.)

    Acalma-tosse. (Vale a informação retro.)

    Acarape. Para José Calasans, bebida nordestina. || "Zé Francisco eu também digo / Não nasci para ser poeta / Minha palavra é bem reta / Todo homem é meu amigo / Eu entro em todo o perigo / Embora que não escape / Mas bebendo ' acarape' / Comigo você não bula / Tome, prove, beba, ingula, / Desaroe, destampe e tape " (De um embate entre os cantadores Antônio Patativa e José Francisco, constante de O Matuto Cearense e o Caboclo do Pará, de acordo com José Calasans: Cachaça, Moça Branca, p. 19-20.) || Segundo os citados versos, o nome designa bebida alcoólica. || A Enciclopédia Delta Larousse assinala: o mesmo que cachaça. || Área: Nordeste – Ceará.

    Acende-um-diabo-aí. (Osvaldo Aguiar.)

    Acerta-o-passo. (Vale a informação retro.)

    Ácido. Registro de Manuel Viotti ( Dicionário da Gíria Brasileira): referência de Mário Souto Maior e José Calasans.

    Ácido-fênico. (Osvaldo Aguiar.)

    Aço. Consignam o nome designativo de cachaça: Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, Enciclopédia Mirador, Manuel Viotti e Mário Souto Maior (que cita Mário de Andrade e Manuel Viotti.) || Área: Sul – Rio Grande do Sul.

    Acorda-cedo. (Osvaldo Aguiar.)

    Acorda-o-anjo. (Vale a informação retro.)

    Acorda-o-velho. (Vale a informação retro.)

    Acqua ardens. Ver acqua ardente e acqua di vite.

    Acqua ardente. Ver acqua di vita, acqua ardens e acqua di vite.

    Acqua de vita. O mesmo mesmo que acqua de vitis = água de vinha.

    Acqua de vitis. O mesmo que água de vinha e acqua de vita.

    Acqua di vita. Ou acqua de vita, acqua di vite e acqua de vitis. Acqua di vite. Ou acqua ardente. || "Do Oriente, os processos de destilação alcoólica penetraram na Europa através da Itália, que já no século 13 produziam uma acqua di vite ou ardente. " (Reinaldo Moraes, Cognac, Status Bar, nº 43/B, p. 13.)

    Acqua vitis. Ou acqua vitae e eau-de-vie.

    Acuicui. Ver aquiqui. || Segundo Caldas Aulete, " cachaça preparada pelos índios caingangues com milho fermentado e mel de abelha".

    A-do-alambique.

    Adoçante-de-pobre. (Nelson Barbalho.)

    A-do-engenho.

    A-do-ó. (Manuel Viotti, segundo Mário Souto Maior; nome consignado por Michaelis, Enciclopédia Mirador e Aurélio Buarque de Holanda Ferreira.). || José Calasans informa que é cachaça fabricada na Freguesia do Ó, cidade de São Paulo, de acordo com Manuel Viotti. Área: Sudeste -

    São Paulo.

    Adormece-a-virgem. (Osvaldo Aguiar.)

    Adubo-quente. (Nelson Barbalho.)

    Afamada. (Osvaldo Aguiar.)

    Afiada. (Vale a informação retro.)

    Afia-gente. (Nelson Barbalho.) Afinadeira. (Vale a informação retro.) Afina-gente.

    Afina-pescoço. (Nelson Barbalho.)

    Afoga-mágoa. (Vale a informação retro.)

    Afoga-paixão. (João Dornas Filho.) || Área: Sudeste - Minas Gerais (Belo

    Horizonte).

    Afraca-macho. (Nelson Barbalho.)

    Africana. (Osvaldo Aguiar.)

    Afroxa-fiofó. (Nelson Barbalho.)

    Agá-dois-ó. (Vale a informação retro.)

    Agarradeira. (João Dornas Filho.) || Área: Sudeste - Minas Gerais (Belo

    Horizonte).

    Agitadeira. (Nelson Barbalho.)

    Água de vinha. Ou acqua de vita, acqua di vitis e acqua di vit.,

    Água. (Nelson Barbalho ( Dicionário do Açúcar, p. 31). De acordo com o

    Dicionário Axé da Bahia - pesquisa via Internet - , comer água = beber cachaça.

    Água-ardente. Ver cachaça. (Caldas Aulete.)

    Água-benta. "Quer tomar água benta, compadre?" (J. B. Serra e Gurgel, Dicionário de Gíria, p. 70.) || Água-benta é parati, da gíria naval, de acordo com Luiz Autuori e Osvaldo Proença Gomes ( Nos Garimpos da Linguagem, p. 222). || Cachaça, segundo informação de Bernardino de Sousa, de acordo com José Calasans.) || Registro de Mário Souto Maior, Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, Michaelis, Enciclopédia Mirador, Ronaldo Schmidt e Cozinha da Fazenda, nº 3. ||Área: Nordeste - Sergipe.

    Água-bórica. ( Enciclopédia Mirador e Mário Souto Maior, que cita Manuel Viotti e Honorato Faustino. || Para F. A. Pereira da Costa, de acordo com José Calasans, denomina cachaça ordinária. || Ronaldo Schmidt; Michaelis: cachaça de qualidade inferior. || Morais Silva refere o uso: Gír. – Cachaça de má qualidade.

    Água-boricada. Informação pessoal de José Alves Franco. || O dicionarista Morais Silva registra o uso do termo. || Área: Nordeste; Centro-Oeste - Distrito Federal (Brasília).

    Água-branca. Ver omim-fun-fun. || Área: Nordeste – Bahia.

    Água-bruta. O mesmo que cachaça.|| (Manuel Viotti, segundo Mário Souto Maior e José Calasabs. || Michaelis, Enciclopédia Mirador, Ronaldo Schmidt e Aurélio Buarque de Holanda Ferreira.) || Área: Sudeste – São Paulo.

    Água-cambaleante. Ver águas-cambaleantes.

    Água-choca. (Nelson Barbalho.)

    Aguada. (Osvaldo Aguiar.)

    Água-da-biquinha. Informação pessoal de Walter Gomes, Brasília,

    Distrito Federal.

    Água-danada. (Nelson Barbalho.)

    Água-da-peste. (Vale a informação retro.)

    Água-da-vida. "O século XVI é o de exaltação consagradora da aguardente, água-da-vida, eau-de-vie , remédio para todos os males, solução universal, proclamada panacéia." (Luís da Câmara Cascudo,

    Prelúdio da Cachaça, p. 21.) || Área: Sul - Catarina.

    Água-de-boi-não-bebê.

    Água-de-boi-num-bebê.

    Água-de-briga. "Apois, veje! Artes do marmanjão desaustinado, sim, nhora! Por mal-pecado! Abaixo a aguapinga, bem chamada água-debriga horropolizante!" (Eugênia Sereno, O Pássaro na Escuridão, p. 83). || Sinônimo assinalado por José Calasans, que cita Silveira Jr. || Mais consignacões: Manuel Viotti, de acordo com Mário Souto Maior, Michaelis, Enciclopédia Mirador, Ronaldo Schmidt e Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. || Área: Sul - Santa Catarina.

    Água-de-cana. "Água-de-cana é cachaça / Concha pequena é cuié, / Língua de véia é desgraça, / Bicho danado é muié." (Quadra recolhida em Sergipe por José Calasans, Cachaça, Moça Branca, p. 87). || Nome designativo de cachaça, registram-no Caldas Aulete, Luiz Autuori, Osvaldo Proença Gomes, Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, Mário Souto Maior, Cozinha da Fazenda, nº 3, Michaelis, Enciclopédia Mirador e Ronaldo Schmidt. || Área: Nordeste - Sergipe.

    Água-de-cana-quente. Ver champanhe.

    Água-de-coco. (Osvaldo Aguiar.)

    Água-de-fogo. "Não foram as lutas, não foi a escravização, que riscou da existência, quase completamente, as populações indígenas de toda a

    América, mas foi a 'Água-de-fogo', 'Goyo-Fá' , na língua tupi." (Walfran

    Meztler, deputado, relator do Projeto nº 1.531-51, da Câmara dos Deputados, Rio de Janeiro, Diário do Congresso Nacional, Seção I, 22 ago. 1953). || Designação para a cachaça, segundo Nelson Barbalho. || Ainda é a cachaça a suprema tentação para o silvícola. Água de fogo sacudindo o organismo como se houvesse deglutido uma tempestade.

    (Luís da Câmara Cascudo, Prelúdio da Cachaça, p. 50.)

    Água-de-gota.

    Água-de-homem. (Nelson Barbalho.)

    Água-de-macho. (Vale a informação retro.)

    Água-de-milícia.(Osvaldo Aguiar.)

    Água-de-parecer.

    Água-de-setembro. Ver águas-de-setembro e água-pé. || José Calasans explica que setembro é o mês, em São Paulo, da destilação da aguardente.

    Água-do-cão. (Nelson Barbalho.) Água-doce. (Osvaldo Aguiar.)

    Água-do-diabo. (Valmir A. da Silva.)

    Água-dura. (Fred Navarro: Assim Falava Lampião, p. 19.)

    Água-encaneada. (Nelson Barbalho.)

    Água-enxuta. (Vale a informação retro.)

    Água-foda. (Vale a informação retro.)

    Água-forte. (Osvaldo Aguiar.)

    Água-imantada. (Nelson Barbalho e Enciclopédia Mirador.) Água-lisa. "Vou embora p`ra minha terra, / Nas arueira, aruei-rá, / Vou bebendo água-lisa até navegá / Daqui até o caboclo tá reá." - Versos recolhidos por Antônio Monteiro, membro da Comissão Baiana de

    Folclore e conhecedor das práticas afro-brasileiras da cidade do Salvador, de acordo com José Calasans ( Cachaça, Moça Branca, p. 43), que frisa ser locução conhecida em alguns candomblés da Bahia. Segundo a Enciclopédia Delta Larousse, trata-se de cachaça em alguns candoblés de caboclos baianos. || Área: Nordeste - Bahia.

    Água-maldita. (Nelson Barbalho.) || Área: Nordeste - Bahia.

    Água-maluca. (Osvaldo Aguiar.)

    Aguandu. Novo Dicionário da Gíria Brasileira (3ª ed. Rio de Janeiro, Livraria Tupã Editora, 1957), de Manuel Viotti: citação de Mário Souto

    Maior. || Área: Sul.

    Água-nossa. (Nelson Barbalho.)

    Água-pé. ( Enciclopédia Mirador, José Calasans, Ronaldo Schmidt,

    Francisco Ferreira dos Santos Azevedo e Mário Souto Maior, que aduz:

    "Eufemismo de cachaça recolhido por Manuel Viotti, (...) que adianta: o mesmo que água-de-setembro ." ) || Área: Sudeste - São Paulo.

    Aguapinga. Ver água-de-briga.

    Água-pra-tudo. (José Calasans, Mário Souto Maior, Nelson Barbalho,

    Enciclopédia Mirador e Ronaldo Schmidt . ) || Área: Nordeste - Sergipe.

    Água-que-boi-não-bebe. Ver água-que-boi-num-bebe.

    Água-que-boi-num-bebe. (João Dornas Filho.) || Área: Norte; Nordeste; e Sudeste - Minas Gerais (Belo Horizonte) e São Paulo.

    Água-que-gato-não-bebe. (Mário de Andrade, Antenor Nascentes,

    Aurélio Buarque de Holanda Ferreira e Mário Souto Maior, que avança:

    "O mesmo que água- que-passarinho-não-bebe, locução empregada no Norte e Nordeste"). || Cachaça, para José Calasans. || Área: Sudeste - São

    Paulo.

    Água-quente. (Nelson Barbalho.)

    Água-que-passarinho-não-bebe. "Mas se a pergunta for dirigida a um apreciador da água-que-passarinho-não-bebe, a resposta será completamente diferente, como não poderia deixar de ser: - Ressaca é uma dessas coisas que a gente fica sentindo depois de uma carraspana braba, como se os miolos estivessem chocalhando e a cabeça fosse estourar." (Mário Souto Maior, Cachaça, Problemática e Ress aca, Brasil Açucareiro, Rio de Janeiro, ago. 1941, p. 61-2.) || Ainda Mário Souto

    Maior: Acontece, entretanto, ser essa locução atualmente usada em todo o Brasil. || Istaí é água que passarinho não bebe, mermão. (J. B. Serra e

    Gurgel, Dicionário de Gíria, p. 70.) || Outros registros: Enciclopédia Mirador, Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, Michaelis, Alceu Maynard de Araújo, Edison Carneiro, Valmir A. da Silva, José Calasans,

    Fausto Teixeira, Status Bar, nº 43/B, e Cozinha da Fazenda, nº 3. || Área: Nordeste - Bahia e Pernambuco; e Sudeste - Espírito Santo (Colatina), São Paulo.

    Água-que-pega-fogo. Água-ardente.

    Água-rás. Ver água-raz e aguarrás. (Nelson Barbalho.)

    Água-rás-de-alambique. (Vale a informação retro.)

    Agua-raz. Ver água-rás e aguarrás. || Mário Souto Maior, ao citar Manuel Viotti, dicionariza o eufemismo; José Calazans refere: nome de cachaça. || Registro, ainda, na Enciclopédia Mirador. Área: Nordeste -

    Sergipe.

    Aguardel. (Mário Souto Maior.) Área: Nordeste - Pernambuco. Aguardente. De água + ardente, que vem de acqua + ardens. || Produto hídrico-alcoólico, incolor, resultante da destilação do vinho, da cana, das frutas doces e quaisquer outros produtos sujeitos a fermentação. (Morais Silva, Grande Dicionário da Língua Portuguesa, p. 505.) || A legislação brasileira distingue dois tipos de aguardente. A de cana, caninha ou cachaça é a bebida (graduação alcoólica de trinta e oito a cinqüenta e quatro por cento em volume, a vinte graus Celsius), obtida do destilado alcoólico simples da cana-de-açúcar, ou ainda, pela destilação do mosto fermentado de cana-de-açúcar, podendo ser adicionado de açúcares até seis gramas por litro. E a de melaço, a bebida com graduação alcoólica de trinta e oito a cinqüenta e quatro por cento em volume, a vinte graus Celsius, obtida do destilado alcoólico simples de melaço ou, ainda, pela destilação do mosto fermentado de melaço, podendo ser adicionada de açúcares até seis gramas por litro. Mas não se lhes perca, por isso, a integração da sinonímia. || Esclareça-se: mosto e a substância de origem vegetal ou animal que contém elemento amiláceo ou aúcarado, susceptível de transformar-se em álcool etílico, por fermentação alcoólica. || Mais, de acordo com o Regulamento da Lei nº 8.918, de 147-1994: Destilado alcoólico simples de origem agrícola é o produto com graduação alcoólica superior a cinqüenta e quatro e inferior a noventa e cinco por cento em volume, a vinte graus Celsius, destinado à elaboração de bebidas alcoólicas, e obtido pela destilação simples ou pôr destiloretificação parcial seletiva do mosto, ou subprodutos provenientes unicamente de matéria-prima de origem agrícola, de natureza açucarada ou amilácea, resultante da fermentação alcoólica. || O destilado alcoólico simples terá a denominação da matéria-prima de sua origem, e não deverá conter aditivo em desacordo com a legislação específica. Classifica-se em de cana-de-açúcar, de melaço, de cereal, de fruta, de tubérculo e de outros vegetais. || Henrique Pedro Carlos de Beaurepaire-Rohan (político e nobre do Império do Brasil, além de polígrafo, nascido em Niterói, em 1812, e falecido em 1894, engenheiro militar que chegou ao posto de marechal do Exército), no seu Dicionário de Vocábulos Brasileiros, Rio de Janeiro, 1889, segundo Luís da Câmara Cascudo ( Prelúdio da Cachaça, p. 67), distingue a aguardente-de-cana, ou caninha, cana, da cachaça, conforme o elemento destilado: " CACHAÇA, aguardente feita com o mel ou borras do melaço, diferente da que fabricam com o caldo de cana, à qual chamam aguardente de cana ou caninha. || Pelo que registra Câmara Cascudo, aguardente de cana é menos forte do que a do melaço, ou cachaça: Maximiliano, príncipe de Wied-Neuwied, estudava no final do segundo tomo de sua REISENAHC BRESILIEN (Frankfurt a. N, 1821), a técnica de colecionar répteis, conservando-os em álcool:' - Só em poucos lugares é que se pode encontrar cachaça pura forte; em todos os lugares habitados só há de má qualidade. A comumente chamada água-ardente de cana é muito fraca; precisa ser freqüentemente renovada nos bocais em que se guardam répteis, que, sem essa precaução, não ficariam conservados. A água - ardente forte, a que os brasileiros chamam 'cachassa', é muito mais útil nesses casos! || Luís Autuori e Osvaldo Proença Gomes afirmam que aguardente é o produto da destilação do vinho da cana, dos cereais, raízes, sementes, tubérculos, etc." || Octávio Valsechi ( Aguardente de Cana-de-Açúcar, Piracicaba, 1960), referido por Mário Souto Maior, mantém a distinção entre aguardente e cachaça. || Renato Sóldon ( Verve Cearense, p. 145) emprega aguardente e condena cachaça: "Começo repelindo, com certo asco, o nome de 'cachaça', designativo torpe, intolerável mesmo, com o qual alcunharam, quase irreprimivelmente, a mais genuína bebida brasileira. Nome repugnantemente inventado e sem raízes léxicas, foi ele arranjado pelos portugueses, talvez ante o desprestígio, entre nós, da 'bagaceira', subproduto que, ainda hoje, é aromatizado pelo suor dos pés que amassam a uva (...)" || Os equatorianos denominam aguardente a bebida produzida com base na cana-de-açúcar, como no Brasil. || Nelson Barbalho ( Dicionário do Açúcar, p. 32): "Líquido branco transparente, o qual, 'bebido moderadamente, não faz mal a ninguém', garante o escritor Luís Luna, mestre no assunto e senhor de engenho, acrescentando:

    ' Aguardente é aguardente mesmo, não tem outro nome civil. Tem, sim, muitos apelidos carinhosos, o que prova os seus dengos. Mas, ao quererse chamá-la com o respeito que ela merece, chamemos aguardente. " || Lima Barreto ( Clara dos Anjos, p.36) conta que alguém "deixava-se ficar jogando, bebericando aguardente, sem dar uma vista d'olhos sobre as montanhas circundantes, nuas e pedroucentas, que recortavam o alto horizonte". || Theo Brandão, folclorista alagoano, reproduz, de um cantador anônimo (A Vingança da Cachaça, Brasil Açucareiro, ago. 1968), os versos aguardentinos: " - O sinhô é branco assim, / Maltratando a toda gente? / Eu sou caboclo safado, / Bebedô de aguardente, / Larguei de bebê demais, / Que a cana puxa pra trás / E eu puxo para a frente." || O poeta João Cabral de Melo Neto ( Terceira Feira, p. 119) tem a vez: "O cassaco de engenho / é amarelamente / mesmo no mundo em cor / que bebe na aguardente / Primeiro, a aguardente / lhe traz um certo azul / e esquecido o amarelo / ele quer ir-se ao Sul. || Por fim, Mário Souto Maior sustenta que, quimicamente, aguardente é um vocábulo universal: popularmente é conhecido em todo o Brasil. || A cana, o açúcar, o melado, a rapadura, a aguardente e o álcool surgem sempre como elementos folclóricos, por vezes de origem distante, e remota. É a cor local da região agrícola matizando velhas e remotas tradições da Humanidade. (Joaquim Ribeiro.) || Mas aguardente da legítima, não dessa água-benta que até menino enjeita." (Carlos Drummond de Andrade, Contos de Aprendiz, p. 63>) || "Servida a aguardente, os pares retornaram à posição de dança." (Luís Jardim, Maria Perigosa, p. 114.) || Listam o sinônimo: Aurélio Buarque de Holanda Ferreira e Michaelis, que prescreve: "Bebida alcoólica extraída da cana, dos cereais, da mandioca, das frutas doces e de quaisquer outros produtos sujeitos a fermentação. gír. Aninha, caninha, ardose." || Ainda: Cândido de Figueiredo, Enclopédia Mirador, Francisco Carvalho dos Santos Azevedo, Laudelino Freire e Mário

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1