O Senhor Das Letras
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O Senhor Das Letras - Danyllo Bueno
O Senhor das Letras
A Era Nasha
Danyllo Bueno
[ 2 ]
Prefácio ................................................................................. 5
O Bilhete ............................................................................. 14
A Grande Casa ................................................................... 18
A Caverna ............................................................................ 31
O Segredo ........................................................................... 46
O Guardião das Luzes ...................................................... 54
O Segundo Canto .............................................................. 66
Um Cavalinho chamado... .............................................. 69
O Terceiro Canto ............................................................... 73
O Começo do Princípio .................................................... 85
Um dia Inesquecível ........................................................ 97
Chad, a Primeira Guerra ................................................ 111
O Grande Guerreiro de Kendal .................................... 121
Uma surpresa agradável .............................................. 124
O Enigma Proibido e Princípio da Jornada.............. 138
[ 3 ]
Dedico este livro ao verdadeiro Senhor das Letras, ao que
a cada dia surpreende com suas histórias de encanto.
Aguardo pelos capítulos que irá escrever em mim.
À minha esposa pelo apoio, paciência e dedicação. Sem
você com certeza este livro não seria realidade.
À minha pequena princesa. Foi para você cada uma
dessas letras. Foi em você que pensei em cada parágrafo.
Desejo que você se veja em cada parte deste livro. Viaje
em cada parágrafo, ponto e exclamação. Tenho certeza
que você não será a mesma.
O Senhor das Letras, por Danyl o Bueno
Prefácio
Esses são os primeiros relatos de que se tem notícia sobre
uma história que se tornou realidade. Para um velho
escritor qualquer, acostumado a escrever histórias, essa
poderia ser apenas mais uma delas, mas não para Eliabe,
o Mestre das Letras.
Já se sabia que ele tinha o dom das palavras e o poder de
controla-las, um hábil mestre na arte de organizar ideias
em versos e versos em histórias magníficas, muitas delas
até hoje são contadas; arregalam os olhos de
espectadores ainda imaturos e trazem experiência aos já
experientes. Histórias que foram motivos de discórdias e
de polêmicas aterrorizantes e é provável que ainda trarão,
até que seus mistérios sejam revelados.
Com as repercussões de suas histórias, o Mestre das
Letras, foi amado por uns e desprezado por outros, mas
por sua conduta sempre irrepreensível, fora respeitado até
por seus inimigos.
Dono de um belíssimo sítio a beira de uma corredeira,
com campos que mais pareciam um tapete aveludado
tingido de verde e salpicado de um rosa tão suave capaz
de amansar a alma de qualquer fera incontrolável, Eliabe
era fascinado pelo lugar. Lá se vê de tudo um pouco: de
aves coloridas e cantos dos mais diversos, até arvores
com os frutos dos quais se possa imaginar, sempre
grandes, atraentes e muito apetitosos. Tudo era muito
bem cuidado e levado a sério pelo Mestre, assim como
suas histórias. Arranjava tempo para tudo. O dia para ele
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O Senhor das Letras, por Danyl o Bueno
na verdade pareciam ser mil anos de tanto empenho,
dedicação e cuidado com tudo o que fazia. Era sempre
impecável. Seus animais nunca sentiam fome; ele sempre
regava a terra em sua falta de água. O sítio mais parecia
um paraíso, não atoa, fora codinomeado "Jardim das
Delicias".
Logo na entrada do sítio, havia um imenso portão expeço
de madeira maciça trabalhada, provavelmente tirada dos
grandes cedros que havia entre os Bosques da redondeza.
Exalavam uma fragrância magnífica. Um entrelaçado de
três grossos fios servia de umbral, feito de um metal
dourado, muito polido. Na maçaneta, havia um lindo
brasão que se dividia ao meio entre duas partes do
portão; tratava-se do rosto de um Leão, trabalhado em
cobre ouro e prata, assim como os fios do umbral, em
forma de uma semiesfera. Tudo muito resistente, não que
lá oferecesse algum perigo mas, como Eliabe tinha um
belo apreço por arquitetura, tudo era do mais preciso
gosto. Por fora, apesar da imponência da estrutura não
era muito convidativo a entrar, apenas para os amantes
de aventuras e mistérios, é claro. Olhando do lado de fora
se podia ver um pedacinho do sítio apenas por um
pequeno espaço ao pé do portão.
Nas laterais, formando um imenso muro, uma cerca-viva
rodeava todo o sítio e margeava a pequenina, tortuosa e
muito estreita rua de cascalho. De uma lado da margem
da rua, o imenso paredão de cerca-viva; do outro, o
imponente Bosque Sul. Era literalmente um corredor a se
perder de vista. A propriedade parecia que escondia
algum segredo em seu interior.
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O Senhor das Letras, por Danyl o Bueno
Dizem que, passando pelo portão, enquanto se caminha
pela estrada que leva em direção à casa, pode se
perceber às margens do caminho - ladrilhado por rochas
médias, apanhadas do interior da corredeira - uma
mistura inexplicável de cores e aromas vindos das mais
variadas espécies de flores: jasmins, lavandas, orquídeas,
margaridas e flores do campo; todas formando um
corredor intenso, como se pudessem aplaudir a chegada
de um honorário visitante. À frente, uma casinha simples
de madeira: mistura de cedros, mognos e acácias
desenhavam os três degraus e a varanda, a porta de
entrada e todas as janelas da casa, a aparência era de
que já havia sido construída há alguns bons anos. Do
modo como foi feita despertava ainda mais encanto e
convidativo a entrar. Nas laterais e por trás, formando
uma verdadeira fortaleza a redor da casa, havia um lido e
imenso pomar a se perder de vista. Fazia uma confusão
maravilhosa de frutos, ervas e flores, um emaranhado
colorido e divertido, era assim por todo o pomar. Havia de
tudo:
mangas,
bananas,
massalas,
gabirobas,
macadâmias, cerejeiras... enfim, tudo muito bem cuidado
pelas próprias mãos de Eli, como era carinhosamente
chamado por todos.
Ao subir os degraus da varanda se vê na frente da casa o
belo campo verde-rosado, como trigo em seu florescer,
margeado pela corredeira que volta e meia dança entre o
campo reluzindo um dourado estonteante ladeado com o
bronze vivo do riacho refletindo o pôr-do-sol. Pelas
manhãs, se ouve o quebrar cintilante do orvalho
congelado pelo frio da montanha que cerca sítio, até o
desabrochar das flores que bocejam um hálito de frescor
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O Senhor das Letras, por Danyl o Bueno
e aroma, como se desejassem um ótimo dia, juntamente
com os bem-te-vis, jaós, canários e rolchinóls que
declaram uma indisputável sinfonia. Se vê muitos animais
passando de uma margem à outra do riacho; veados
correndo pelos campos, pandas brincando ao pé da
montanha congelada, cavalos-selvagens e cabritos-
monteses e, logo mais, uma jaguatirica bebe a doce água
do riacho.
O clima, o aroma, tudo no sítio era fantástico, as mais
pequenas criaturas exalavam um vislumbre de glória
inexplicável. Mas nem sempre foi assim...
Onde hoje é o sítio, uma bela floresta de mata fechada,
árvores altas e de copas muito largas, uma parte do
Bosque, chamado Sul, tomava conta de toda a imensa
área. Foi por um longo tempo abandonada depois do
arrebentamento duma represa próxima ao Bosque Sul.
Toda a floresta foi destruída e alagada, devastando
completamente a área. Periodicamente Eli enviava seu
mensageiro para averiguar o estado em que se
encontrava o terreno destinado a um arrendatário. Em
suas idas percebeu que o local estava sendo dominado
por invasores que o arrebentamento da represa trouxe. O
mensageiro expulsou para longe dali uma espécie
desconhecida de serpentes d’água e mosquitos
infernizantes que habitaram a região.
Ao voltar para seu senhor o mensageiro delatou o estado
do seu terreno. Contou-lhe detalhadamente o estado com
que o arrendatário deixara sua propriedade e, movido de
compaixão por seu senhor, lembrou–lhe de certo tratado,
uma reunião que haviam feito há um tempo a respeito de
um velho desejo de seu senhor: escrever histórias. Talvez
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O Senhor das Letras, por Danyl o Bueno
fosse um bom momento de despertar novamente esse
anseio.
O mensageiro era Malco (também chamado de Naor, por
suas, digamos que... peculiares habilidades), qual sempre
fiel e leal a Eli. De estatura relativamente média, devia
medir cerca de um metro e setenta e oito centímetros,
não passava disso. Vestia sempre camisa, aparentemente
de um algodão cru, de mangas longas simples, sem
costuras. Calças largas de mesmo material. Usava sempre
uma única túnica, uma espécie de manto, mistura de seda
com um linho muito fino raro e luminoso, que parecia
mudar de cor a medida que a se movia sob a Luz do dia:
ora um branco reluzente, mesclado com as cores de um
prisma, ora um cinza, cor do céu nublado. Seus cabelos
longos, muito lisos, dourados e sedosos, sempre presos
pelas metade com um rabo-de-cavalo, realçava ainda
mais o sorriso fascinante e encantador de Malco, e que
fazem brilhar ainda mais seus belos olhos acinzentados.
Uma mistura de feições jovens e traços que demonstrava
muita experiência e sabedoria.
Era muito prestativo correndo de um lado para o outro e
de uma sensibilidade inigualável, capaz de apenas com
um olhar decifrar enigmas da alma de outrem. Todos
tinham um prazer único de conversar com Malco. Se
lembrava de todos os nome das pessoas com quem
conversava, até mesmo dos que nunca tivera "o privilégio
de conversar" – como ele dizia. É inevitável não arregalar
os olhos para ele quando está por perto. Sua beleza é
inquestionável. A voz, como o som das águas de um
riacho caudaloso. Eu, particularmente, sou fascinado por
sua elegância e carisma. A todo momento demonstra um
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O Senhor das Letras, por Danyl o Bueno
amor inconfundível, como se abraçasse sem tocar. Nos faz
sentir únicos em todo mundo, mesmo que somente
enquanto estamos perto dele. Sempre se referia a Eli com
uma paixão vívida nos olhos, que ficavam cor de mel
enquanto citava as palavras e histórias de Eli, as quais era
citadas com muito respeito e apreço formidáveis. De que
se tem notícia a respeito, Eli e seu mensageiro sempre se
conheceram. Alguns dizem que Malco é irmão adotivo de
Eli, mas acho que na verdade são gêmeos, de tão
parecidos que são, nem tanto fisicamente mas, ver um é
sempre lembrar-se do outro.
O chamam de mensageiro por sempre resolver algumas
questões e parábolas, andando de um lado para o outro;
também era um excelente cobrador e gerenciador das
coisas discernentes a Eli. Para onde o envia tem a mesma
autonomia da presença de Eli. Todos demonstram grande
respeito por eles adquiridos, tanto os da região Sul quanto
da Cidade onde viviam.
Um pacto, talvez dissertasse melhor a reunião feita há
algum tempo entre Eli, Malco e Benjamim – Ben, como
era mais chamado - filho Único de Eli, um jovem artesão,
habilidoso em madeira e restauração de peças antigas,
especialmente vasos, alguns quebrados os faz como
novos: um espetáculo! A fisionomia de Ben não fugia a
regra. Apesar de não ter uma beleza estonteante, a
aparência jovem mantinha seu rosto luzidio e seu sorriso -
ah! - o mais belo e cativante de todos, difícil não se
apaixonar. Cabelos pouco acima dos ombros, sempre
soltos, uma cascata acastanhada. Vestia-se de roupas
também muito simples, mas de bom gosto: camisetas
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O Senhor das Letras, por Danyl o Bueno
com mangas arregaçadas acima dos cotovelos, calças
largas e sandálias de couro (sempre empoeiradas por pó
de madeira e argila). Era o mais baixo dos três, tinha lá
seus um metro e no máximo sessenta e sete centímetros.
Mantinha um físico invejável, não que desejasse, mas seu
serviço árduo, sempre cuidava em manter os músculos de
braços, pernas e costas bem desenvolvidos. Seus olhos
castanhos avermelhados penetravam fundo, como se
respondesse justamente aquilo que a alma sempre clama
e nosso espírito desfalece. Seu sorriso sempre respondeu
minhas perguntas antes mesmo delas terem sido
expressas. Adoro sua companhia! Mesmo que sempre
quando me chama para um animado papo