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Nandi: O boi da Índia
Nandi: O boi da Índia
Nandi: O boi da Índia
E-book57 páginas32 minutos

Nandi: O boi da Índia

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Sobre este e-book

Bastião deixa sua terra no sertão rumo à longínqua Ásia em busca de um tipo de gado chamado zebu — um animal tão esplêndido que poderia sobreviver à dura realidade da estiagem. Ele sonha em capturar o mais perfeito boi da Índia e trazê-lo para casa. Mas esse encontro com a beleza e os costumes daquele mundo colorido, muito diferente do seu, mudará para sempre a vida de Bastião e a tradição pecuária brasileira.
Nesta obra, Tiago de Melo Andrade rememora as vivências de sua infância no interior mineiro e as transforma em uma narrativa emocionante, repleta de encantamento e história.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento15 de dez. de 2016
ISBN9788506080443
Nandi: O boi da Índia

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    Nandi - Tiago de Melo Andrade

    THIAGO DE MELO ANDRADE

    Nandi

    o boi da índia

    ILUSTRAÇÕES

    LUCIANA GRETHER CARVALHO

    Para meu pai, Geraldo, que povoou

    minha infância com muitas histórias

    de fazenda e seus mistérios.

    Sumário

    Parte primeira

    Parte segunda

    Posfácio

    Os encantos de um encontro

    Biografia do autor

    Biografia da ilustradora

    Créditos

    Parte primeira

    BASTIÃO ERA HOMEM QUE, POR debaixo do seu chapéu de palha do Ceará, passava os dias de sua juventude numa fazendinha herdada, muito boa, lá pras bandas de Minas Gerais, bem ali, no narizinho abelhudo desse estado que nos mapas se vê bem desenhado.

    Pois bem, a terrinha de Bastião era de boa qualidade: vermelha. Se suja a roupa, limpa mais nunca. A terra, quando é assim nas cores de carne e sangue, se diz, na roça, que é roxa, muito boa de plantação e criação.

    Além desse bom chão, dispunha também de água: muitos córregos e riachos correndo pelos pastos, desaguando em brejos, veredas e olhos-d’água com enormes buritis de folhas em leque abanando o sol escaldante dos sertões. Tudo forradinho de capim, pois naquela fazenda se criava gado, de leite e de carne. Bastião gastava a juventude nesse trabalho, perdera o pai bem moço e tinha que manter o rebanho sozinho.

    A lida era dura: berrante no beiço erguido, apartando o gado, trazendo para o curral em trabalho de ordenha. Pôr sal no cocho para a vaca lamber e ficar forte e sem doença. Separar os machos das fêmeas, que eles têm destino diferente: a vaca vai dar o leite e mais bezerrinho, e o boizinho, carne na panela.

    Quando é tempo das águas, com chuva quase todos os dias, os riachos transbordam, os pastos ficam verdes, a fazenda engorda: dá leite, doce de leite queimado, pingo, coalhada e também requeijão, queijo, mocotó...

    Quando a estação muda, advém a seca meses a fio: o céu se despe de nuvens e fica nu, azul. Sob o Sol, o capim amarela e resseca nos pastos, e o gado sofre e definha, desfilando, triste, os ossos da bacia.

    Animal velho ou novinho morre esturricado no chão poeirento da seca. O leite míngua, a carne fica pouca. A fazenda, outrora riqueza e fartura, enche o chão de ossada e caveira chifruda. O trabalho na roça dobra em tamanho, e não há lucro ou renda.

    Bastião sempre teve o sonho de o ano inteiro — os 12 meses todinhos —

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