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Filosofia Espiritual
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E-book220 páginas2 horas

Filosofia Espiritual

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Sobre este e-book

Este livro contém a revelação do mistério que esteve oculto dos séculos e das gerações até a manifestação de Jesus Cristo. Demos-lhe o título filosofia espiritual em razão de tratarmos do assunto relativo à revelação com base na Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios, os quais estavam tentando conciliar a filosofia secular com a espiritual.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento20 de nov. de 2015
Filosofia Espiritual

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    Filosofia Espiritual - Silvio Dutra

    Introdução

    Não há melhor instrumento para refletirmos sobre os princípios espirituais filosóficos do que Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios porque nela se vê uma confrontação da filosofia secular dos gregos, à qual estavam naturalmente aficionados, com a filosofia espiritual e efetivamente transcendental, conforme havia sido revelada e ensinada ao apóstolo por Jesus Cristo.

    Temos então uma fascinante jornada a ser empreendida pelas veredas do saber que esteve oculto aos homens através dos séculos e das sucessivas gerações, até que foi manifestado e revelado na pessoa de Jesus Cristo, e do qual o apóstolo foi devidamente inteirado para compartilhá-lo conosco.

    Esta é a riqueza da verdadeira e eterna sabedoria, que não pode ser encontrada em qualquer sistema filosófico deste mundo, e à qual faríamos bem em atentar para o nosso próprio benefício, pois afinal foi para adquirir tal conhecimento experiencial que fomos trazidos à existência.

    Sem isto, nada somos e temos de fato, e o que pensamos ter será desfeito e dissipado pelo tempo.

    Mas, com isto, atravessaremos os portais da eternidade desfrutando de um conhecimento cada vez maior, para nosso deleite, daquilo que é infinito e eterno.

    Assim, importa  sabermos fazer a devida separação entre a filosofia natural, que se relaciona às coisas temporais e que se referem apenas a este mundo, e a filosofia espiritual que pertence a uma outra esfera de conhecimento relativa às coisas que são espirituais, celestiais e divinas, que são aprendidas mediante a revelação da Palavra de Deus na pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo.

    O primeiro e eterno fundamento filosófico

    Todo o aparato filosófico que permeia a história da humanidade tem considerado ontologicamente o homem como um ser que deve ser estudado e analisado isoladamente, e considerado como um indivíduo em busca da felicidade.

    Mas a filosofia espiritual, celestial e divina afirma que apesar de ser um indivíduo, o homem encontra pleno significado para sua existência quando está em unidade com Deus e com os seus semelhantes.

    Isto decorre do fato de que este é o escopo do plano da criação.

    Daí ter sido já declarado por Deus quando criou o primeiro homem: não é bom que o homem esteja só.

    Diríamos então que mais do que um ser social, o homem é um ser unitário, pois sem unidade espiritual com Deus e com outros o homem nada é, no sentido de atingir o objetivo para o qual foi destinado, para alcançar o estado de ente, de ser humano e divino.

    Dizemos também divino, porque está destinado a ser coparticipante da divindade, da natureza divina, através de Jesus Cristo, sendo um com Deus e com todos os demais que tiverem atingido a citada condição.

    Os atos de Deus através do ministério do apóstolo Paulo comprovam esta verdade a que nos referimos, e de um modo prático que foi visível nas vidas de muitos que alcançaram através do seu ensino o conhecimento das realidades espirituais, celestiais e divinas.

    Passemos agora à análise do conteúdo da Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios.

    Deus mesmo havia revelado ao apóstol, durante sua segunda viagem missionária, depois de ter fugido de Filipos, Tessalônica e Bereia, para Corinto, que tinha muito povo nesta cidade e ordenou ao apóstolo que permanecesse ali pregando o evangelho (At 18.9,10), e isto propiciou que houvesse inúmeras conversões, inclusive a do judeu chefe da sinagoga, chamado Sóstenes (At 18.17).

    Assim, não havia nenhuma dúvida no coração do apóstolo quanto à genuinidade da conversão dos cristãos coríntios, o que se evidenciava na multiplicidade de dons sobrenaturais do Espírito Santo que abundavam naquela igreja.

    No entanto, como vemos ao longo de toda esta epístola, estava faltando unidade no Espírito entre eles, porque haviam formado vários partidos.

    Eles não haviam feito progresso na sua maturidade espiritual, e isto podia ser explicado em parte, mas não justificado, pelo fato de ser uma Igreja recém fundada.

    Dizemos que não pode ser justificado, porque os cristãos de Tessalônica, por exemplo, haviam feito grande progresso na fé, apesar do pouco tempo que tinham de convertidos.

    Esta epístola foi escrita quando Paulo se encontrava em Éfeso durante a sua terceira viagem missionária, em torno de 54 d.C., e ele havia fundado a Igreja de Corinto na sua segunda viagem, tendo permanecido um ano e seis meses pregando e ensinando o evangelho naquela igreja  - cerca de 50 a 51 d.C. (At 18.11).

    Assim, por ocasião da escrita desta epístola a Igreja de Corinto contava com apenas três ou quatro anos de formação.   

    A carta foi escrita para corrigir o rumo daquela Igreja.

    Foi escrita para lhes apontar o caminho que deveriam seguir, sem abandonarem o que haviam recebido de Cristo. 

    Se o poder do Espírito se manifestava entre eles, não deveriam impedir a manifestação de tal poder, ao contrário, deveriam avançar nisto, abundando mais e mais em dons espirituais, sem, no entanto, esquecerem da necessidade e importância de se ter um testemunho de uma real transformação por um aumento crescente na santificação do Espírito, pela separação do pecado, e da vitória sobre o diabo e o mundo.   

    Paulo iria repreendê-los por viverem de modo carnal, em divisões, mas queria lhes dar antes da repreensão, a certeza de que haviam sido santificados em Cristo, e foram chamados para se santificarem, como todos os demais cristãos de todas as partes do mundo que invocavam o nome de Jesus Cristo (I Cor 1.2).

    Eles haviam sido feitos participantes de fato da graça de Deus, que lhes fora dada por meio de Jesus Cristo (I Cor 1.4).

    Eles foram enriquecidos pela manifestação da vida de Cristo na Igreja de Corinto, por meio de toda a palavra e de todo o conhecimento relativo ao evangelho (I Cor 1.5, 6).

    Assim, eram participantes do corpo de Cristo, chamados por Deus para viverem em comunhão eterna com o Senhor, e deste modo, todos os dons do Espírito haviam sido dados a eles pelo Espírito, para o seu aperfeiçoamento espiritual, obra esta que seria certamente realizada por causa da fidelidade de Deus, que lhes chamou para que o testemunho de Jesus fosse confirmado entre eles; de forma que a confirmação deles na fé, pelo amadurecimento espiritual, que seria realizado pelo Espírito, tinha em vista serem achados irrepreensíveis no dia de Jesus Cristo; porque Deus tem ordenado a todos os cristãos que vivam de tal modo, que estejam preparados para o seu encontro com Cristo em Sua segunda vinda. 

    Esta irrepreensibilidade seria forjada neles por Deus, porque o propósito da nossa conversão a Cristo é o de nos santificar.

    Jesus se deu por nós, para nos resgatar de toda a iniquidade e nos purificar, para sermos um povo exclusivamente Seu, zeloso de boas obras.

    Este propósito se cumpre não somente por sermos batizados no Espírito Santo, mas por andarmos no Espírito, sendo aperfeiçoados espiritualmente em santificação, para que possa existir a necessária unidade dos cristãos na Igreja, de modo que tenham um só sentir e uma verdadeira união espiritual, no Espírito.

    Se tivermos somente os dons sobrenaturais extraordinários do Espírito Santo, citados nos capítulos 12 e 14 desta epístola, mas caso nos falte um testemunho verdadeiro de vida em santificação, pela Palavra, tendo sido disciplinados pelo Espírito, em razão da nossa consagração a Deus, não será apenas difícil, mas na verdade, impossível, ver tal unidade na Igreja, e as divisões e contendas serão uma mera consequência da carnalidade que imperar entre os cristãos, tal como estava ocorrendo em Corinto.       

    Paulo exortou então, os cristãos daquela Igreja, à unidade e ao amor fraternal, e os reprovou pelas divisões que existiam entre eles, que na verdade, era uma reprovação pela sua falta de empenho em se aplicarem diligentemente na santificação de suas vidas, por uma estrita obediência aos mandamentos de Cristo, porque era esta a verdadeira causa das suas divisões, a saber, o viverem segundo o mundo, segundo a carne, e não segundo o Espírito.

    Eles eram dados a especulações filosóficas, conforme a tradição grega, e tentavam ajustar uma filosofia espiritual que lhes viera do céu com a filosofia natural e terrena que lhes viera da parte de homens.

    Muitos erraram ao tentarem conciliar Cristo com Platão, Sócrates e Aristóteles, e isto ainda tem sido uma prática comum, que acaba por lhes afastar da possibilidade de receberem o conhecimento da verdadeira filosofia espiritual e celestial.

    As divisões carnais em Corinto chegaram a tal ponto, que uma família daquela Igreja veio ter com uma comitiva à presença de Paulo, quando este se encontrava em Éfeso, para que tomasse providências para mostrar aos cristãos coríntios qual é a maneira que importa os cristãos viverem para a glória de Deus.

    Na sua carnalidade, e no seu andar segundo o mundo, haviam perdido a visão da unidade em amor que há em Cristo, e que deve existir em todos os que verdadeiramente Lhe pertencem. 

    Eles estavam estabelecendo preferências particulares e individuais em acatar e ouvir os ministros do evangelho, aos quais se submeteriam, segundo a sua própria escolha, esquecidos de que todos eles ministram em nome de Cristo, com vistas à edificação da Igreja. Cada um com seu dom e ministério específico, que são necessários ao nosso aperfeiçoamento espiritual. 

    Necessitamos de pastores, mestres, evangelistas, profetas, de dons de curar, de sabedoria, de discernimento de espíritos, de conhecimento, de profecia, operação de maravilhas, socorros, governos, línguas e todos os dons que aprouve ao Senhor conceder à Igreja, pelo Espírito, para a glória do Seu próprio nome, pelo exercício real e visível destes dons e ministérios. 

    Então, como poderão os cristãos fazerem progresso espiritual se não reconhecem a necessidade de atuarem como um corpo, na edificação mútua em amor, pelo exercício destes dons e ministérios?

    Afinal, a filosofia espiritual e divina não consiste meramente em exposição de conceitos por palavras, mas é o próprio poder de Deus manifestado em nossas vidas pela operação do Espírito Santo.

    Não temos nela especulações relativas ao que seja a verdade, mas a encarnação e manifestação da própria verdade na pessoa de Jesus Cristo, de cuja vida espiritual participam todos os que Lhe obedecem.

    Não há departamentos e divisões em Cristo que podemos escolher a nosso bel prazer para nos dedicarmos a eles, segundo a nossa própria preferência pessoal, porque Ele não está dividido.

    Cristo é uma unidade com o Pai, com o Espírito, e com todas as realidades espirituais, que existem nEle, e que Ele deseja forjar em todos os cristãos, para que sejam revestidos da Sua própria plenitude.   

    Foi Cristo quem morreu pelos cristãos, e é por isso que são batizados em Seu nome.

    Assim todos os serviços, dons e ministérios na Igreja devem apontar somente para Ele, e estarem submissos ao Seu governo, como cabeça da Igreja, pela obediência à ordem que Ele próprio estabeleceu para o funcionamento do Seu corpo, levantando ministérios e concedendo dons diferentes aos cristãos, para que aprendam a se exercitarem em amor, pela dedicação ao exercício dos respectivos ministérios e uso dos respectivos dons, para o benefício de toda a Igreja. 

    Quando falamos em Igreja, conforme o próprio Cristo e os apóstolos se referiram a ela, não estamos nos referindo a qualquer instituição terrena visível, ou a templos de pedra, mas ao corpo místico espiritual composto por todos aqueles que chegaram ao conhecimento íntimo e pessoal de Jesus Cristo, em espírito.

    A pregação da cruz põe por terra toda a soberba dos homens em se jactarem em sua própria sabedoria terrena, e nas coisas deste mundo, conforme era muito comum entre os gregos, que se aplicavam sobretudo à especulação filosófica.

    O evangelho é a palavra da cruz, que é motivo de escândalo para os judeus, e de loucura para os gentios, mas é, no entanto, a sabedoria de Deus, porque foi pela pregação do evangelho da cruz, que Deus determinou salvar os que creem.

    Se o homem rejeitá-lo por causa da sua própria sabedoria, que o leve a recusar esta verdade, ele será aniquilado juntamente com a sua sabedoria mundana, porque não há outro modo pelo qual os homens possam ser salvos de suas transgressões, e da condição caída de suas almas, por causa do pecado original.   

    A prova patente desta verdade podia ser vista pelos coríntios e por qualquer cristão de todas as épocas da Igreja, que não são de fato muitos os que são sábios segundo a carne, nem os poderosos e nobres deste mundo que alcançam a salvação, porque a sua rejeição de se submeterem à cruz, por confiarem em sua própria sabedoria lhes impede a alcançarem.

    Em sua grande maioria a Igreja é constituída, portanto, por pessoas de condições diferentes daquelas que o mundo considera nobreza, poder, grandeza, sabedoria, porque a nobreza, poder, grandeza e sabedoria de Deus que se revela no evangelho, nada tem a ver com este mundo. 

    A chamada do evangelho é para os que se humilham, para os pobres de espírito, para os mansos, para os contritos e quebrantados de coração, para os que têm fome e sede de justiça, para os pacificadores, para os que choram por causa do pecado, e é notório que o mundo não valoriza nenhuma destas virtudes. 

    Por isso, quando a Igreja se desvia do alvo de pregar o bom, genuíno e velho evangelho da cruz, ela se desvia automaticamente do caminho de Deus que conduz à salvação.

    Deus não opera por outro caminho, senão exclusivamente pelo único que Ele determinou em Sua soberania; que é o de salvar pela pregação do evangelho, à qual o mundo considera loucura.   

    Nisto, Paulo se apresentava como modelo, pois havia sido criado aos pés de Gamaliel, mas quando pregava a mensagem da cruz de Cristo, ele deixou a sua antiga aprendizagem de lado.

    Ele pregou Jesus crucificado, para que os cristãos estivessem juntamente crucificados com Ele, de uma maneira clara , direta, e no poder do Espírito. 

    Ninguém pode, portanto, afirmar pertencer a Cristo, caso não tenha se arrependido dos seus pecados, porque além de ter crido nEle é preciso se submeter ao Seu governo e leis. 

    Toda a filosofia e pregação do mundo pagão não poderia produzir a conversão e edificação de uma só alma na verdade divina, porque isto somente é possível na própria luz do evangelho, que prevalece sobre o mundo pela autoridade de Cristo, em demonstrações do Espírito e de poder, sem que haja qualquer ajuda humana para que Deus possa fazer o Seu trabalho no interior dos corações.

    A propósito, há uma tendenciosa prática cultural chamada evangélica em nossos dias, que nada tem a ver com o verdadeiro evangelho.

    Conquista de fama, bens materiais, status, poder e tudo o mais que o mundo busca, relativamente à criatura, à criação, e

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