O Diário Do Psiquiatra

De Elder Prates

Ao longo da minha caminhada, quantas histórias já vi, li, ou vivi... Quantas histórias... Algumas são só triviais, mas, outras, afora lindas, são magníficas!... Contudo, há ainda outras histórias muito dolorosas, nada risonhas... Assim, trago guardado na cachola muitas historíolas, mas nada comparado com as histórias vistas no “Diário do psiquiatra”. Aqui, no “Diário do psiquiatra”, não há histórias bobas, fictícias ou fantasiosas; ao contrário, as histórias ali contidas são histórias vivas, factuais. Algumas são um tanto comuns, histórias do dia-a-dia... Outras são tidas assaz incomuns, muito originais, tipo, raras. Todavia, todas apontam para um único fim - o íntimo da alma humana. Algumas histórias chocam, pois ali as loucuras humanas são mostradas com todas as suas ignomínias, com todas as suas máculas, com todas as suas chagas, distúrbios ou infortúnios. Mas..., como foi dito acima, as histórias do psiquiatra, são histórias da vida humana... Já o Dr. Haroldo, o psiquiatra, foi um bom doutor. Jamais chocado, mas a toda hora admirado com os fatos ocorridos... Amparava a todos no divã... Lá, procurava auxiliar, sanar ou aliviar os aflitos, pois, dizia para si, ainda mais por causa da sua profissão: “A criatura humana ainda faz jus ao sacrifício”... Carla Cristina Vazel Caffarena

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 10 de nov. de 2017

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O diário do

psiquiatra

Elder Prates

O diário do psiquiatra

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PRATES, Elder

O diário do psiquiatra / Elder Prates – São Paulo, 2017

1. Literatura

2. Romance

3. Lipograma

ISBN: 978-65-00-05245-9

São Paulo, Zona Leste – 2017

Com profundo carinho a todos: aos amados, aos mal-amados, aos calados, aos malfalados... Afinal, a vida passa num átimo... Num sopro...

Não importa a altura da montanha, ou a fundura do poço... Todo caminho possui linhas calmas quanto curvas sinuosas..

Mas o modo como avançamos por tal

caminho, nos traz força ou não...

O diário do psiquiatra

Prólogo

Há alguns anos, compus um livro no qual não há a vogal a, agora parto para um obstáculo ainda maior: compor um livro no qual não haja a vogal posposta ao a, o quinto símbolo da nossa linda língua.

Faço isso só por causa da complicação, pois o mais difícil ou os obstáculos mais clivosos, nos tornam mais vigorosos, mais corajosos, mais vivos, pois, quando não mais sonhamos, quando não mais lutamos por algo grandioso, abandonamos a vida. .

Não importa a tua luta, assim como não importa a opinião dos outros, a importância das nossas buscas só possui significado para nós. Não há padrão para sonho algum, só há sonhos não buscados. .

Quando surgir uma obstrução, algo a barrar o caminho, como uma montanha ou um fundo poço, faça uma parada. Mas, uma hora, siga a caminhada..

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O diário do psiquiatra

Não foi fácil compor a obra discorrida aqui, mas após fritar os miolos, após muita transpiração, assim, como, muito trabalho, atingi o propósito proposto no início.

Usufrua com carinho das minhas simplórias palavras, mas usufrua com calma.. Usufrua da ortografia, da gramática ou da construção sintática utilizada aqui, só não vá passar por cima da pontuação, por favor... Usufrua com calma... Pois, um dia, o próximo obstáculo virá... As obras lipogramáticas não param por aqui. .

Obrigado!

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O diário do psiquiatra

Início

Na praça dos frondosos jacarandás mimosos tomados por um maravilhoso roxo – praça localizada no tradicional bairro da Mooca aqui da nossa magnífica São Paulo – ficava o consultório do doutor Haroldo, famoso no bairro por suas consultas psiquiátricas. Na fachada, palavras douradas contrastando com um fundo azul indicam o local, assim como uma antiga samambaia a adornar o portão social. Mas nada disso possui maior importância ou fama quando comparado com o divã do doutor – um divã fabricado com pau-brasil mais couro bovino na cor marrom costurado à mão – no qual Haroldo clinicou por trinta anos... Anos anotados no diário do doutor: lágrimas, vícios, dor... Tantas histórias, tudo, tudo foi anotado.. Algumas são amargas, assombrosas, outras maravilhosas, mas são histórias únicas com uma única causa: a alma humana corrompida por paixão..

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O diário do psiquiatra

Para iniciar, vou contar a história da dama da varanda branca; foi um caso singular para o doutor...

Num dia um pouco cinza, nublado por cumulus nimbus, surgiu no consultório uma idosa distinta, procurando

– para a sobrinha – ajuda com o doutor.

– Como posso ajudá-la, dona Maria?

– Minha sobrinha passa os dias na varanda, doutor, trancada na dor, na amargura.. O marido a controla. . Vim solicitar a tua ajuda; vá lá, por favor, divida algumas palavras com a minha sobrinha.. Ouça-a. . Faça alguma coisa para