Olho Seco: Entendendo a doença | Empregando a luz pulsada intensa. A termoterapia pulsada e o Jett Plasma no tratamento

De George Luiz e Laura Oliveira

Os sintomas de ardor, sensação de areia, lacrimejamento, fotofobia e visão embaçada são bastante frequentes no nosso dia a dia do consultório oftalmológico. Quando estes veem associados a alterações da superfície ocular, definem a doença do olho seco.
A doença do olho seco atinge 12% da população brasileira e cerca de 50% da população mundial. O estudo dessa doença tem uma grande importância econômica, pois aflige cerca de 80% dos trabalhadores que usam telas, reduzindo a sua qualidade de vida e impactando a sua produtividade no trabalho.
Nessa obra enfatizo o diagnóstico e o tratamento, mas de uma forma bem prática, como os utilizo no meu consultório.
Nela comentarei sobre alguns exames diagnósticos, sua efe­­tividade e sua praticidade, dividindo em exames tecnológicos e não tecnológicos.
Sobre o tratamento, abordo aqueles com a eficiência e o uso mais frequentes, sobretudo falando um pouco mais sobre os colírios lubrificantes, já que é o nosso principal arsenal.
E como a cereja do bolo, trago nesta obra a minha expe­riência com o uso de tecnologias: Luz pulsada intensa, I-lux e Jett Plasma.
Espero que aproveitem a leitura.

• Idioma: Português
• Editora: Ás Editorial
• Data de lançamento: 17 de out. de 2022
• ISBN: 9786500494143

Pré-visualização do livro

Definição e epidemiologia

A doença do olho seco afeta de 5 a 30% da população mundial acima dos 50 anos de idade e é mais frequente na população asiática e nas mulheres.

Tabela 1. Incidência da doença de olho seco em 5617 pacientes de acordo com questionário de olho seco alterado examinados no Centro de Olhos Santa Luzia (de agosto/2019 a novembro/2021).

Apresenta fatores de risco bem conhecidos, alguns modificáveis e outros não modificáveis.

Dentre os fatores não modificáveis, além da idade, sexo e etnia, podemos destacar as doenças autoimunes, como a Síndrome de Sjögren e a Disfunção das Glândulas de Meibomius, esta sendo a principal causa de olho seco.

Como fatores modificáveis, devido a sua frequência na clínica diária, destacamos os fatores ambientais (ar condicionado, vento, poeira), uso de medicamentos (isotretinoína, colírios antiglaucomatosos, ansiolíticos), reposição hormonal, uso de equipamentos com tela, uso de lentes de contato e mais recentemente com a pandemia da covid-19, MADE. (olho seco relacionado à máscara).

Um fator muito comum e que vem aumentando nos últimos dois anos, com o surgimento da pandemia de covid-19, impondo à população passar maior tempo em casa e usando os equipamentos de telas (computadores, laptops e smartphones) para o homework e também para o lazer contribuiu para o aumento da doença na população mais jovem e economicamente ativa, diferentemente de outrora, quando ela acometia preferencialmente a população maior de 50 anos.

A DGM será nosso tema principal, pois ela é a responsável por 83% dos casos de olho seco evaporativo e, por ser considerada uma doença crônica e uma causa não modificável da doença, deve ter seu diagnóstico e tratamento o mais precocemente possível, para reduzir o impacto na qualidade visual dos pacientes.

A DGM acomete com muita frequência pacientes do nosso consultório.

Imagem 1. Frequência de olho em pacientes de consultório.

Olho seco é uma doença multifatorial da superfície ocular, caracterizada pela perda da homeostase do filme lacrimal, hiperosmolaridade, inflamação e dano da superfície ocular e anormalidades sensoriais…

O olho seco é uma causa importante de insatisfação visual após a cirurgia de catarata e de intolerância com as lentes de contato, como também de fracasso da cirurgia fistulizante para o