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O som vertebrado
O som vertebrado
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E-book131 páginas38 minutos

O som vertebrado

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Sobre este e-book

Edimilson de Almeida Pereira estreia na José Olympio com livro de poemas dedicado a seu amigo Milton Nascimento, que completa 80 anos
 
Um ano após vencer, com livros diferentes e em um intervalo de quinze dias, o Prêmio São Paulo e o Oceanos, Edimilson de Almeida Pereira, um dos escritores contemporâneos mais renomados,  estreia na Editora José Olympio com O som vertebrado. Organizado em quatro partes – "Mapa em colapso", "O som vertebrado", "Escavações" e "Porte étoile" –, o livro apresenta quarenta e cinco poemas inéditos, que dialogam com forças naturais, humanas, maquínicas e espirituais.
Nestas páginas, despontam cantos advindos dos mais de quatrocentos anos de trabalho de escavação nas terras de Minas Gerais. Os ecos desse ofício ainda estão impressos no relevo, nos animais, nas construções e nas pessoas; e são expostos aqui nas palavras do premiado escritor Edimilson de Almeida Pereira.
Conforme Evando Nascimento indica no texto de orelha do livro, "Trata-se de experiência outra, diferencial, de um poeta latino-americano, cuja textualidade se faz por matrizes ocidentais e não ocidentais, rompendo com os imaginários limites geográficos. [...] É uma poesia que passa incessantemente do individual ao coletivo, e vice-versa.  Sobressai-se, desse modo, uma inteligência extremamente sensível, reunindo humanos, minerais, plantas e animais, por vezes numa mesma dor. [...] Dedicado a nosso trovador maior, Milton Nascimento, O som vertebrado se afirma como uma cosmopolítica babélica, com signos disseminados em defesa da vida nas mais variadas feições".
IdiomaPortuguês
Data de lançamento8 de nov. de 2022
ISBN9786558471134
O som vertebrado

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    O som vertebrado - Edimilson de Almeida Pereira

    Copyright © Edimilson de Almeida Pereira, 2022

    Design de capa: Violaine Cadinot

    Imagem de capa: Josefa Alves dos Reis (Dona Zefa), Araçuaí, Vale do Jequitinhonha/mg, fotografia de Lori Figueiró

    Projeto gráfico de miolo: Ligia Barreto | Ilustrarte Design

    O autor agradece a Bruna Beber, Carolina Torres e Letícia Féres, pelas leituras e sugestões preciosas durante a edição destes sons inesperados.

    Este livro foi revisado segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990.

    Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução, o armazenamento ou a transmissão de partes deste livro, através de quaisquer meios, sem prévia autorização por escrito.

    Reservam-se os direitos desta edição à

    Editora José Olympio LTDA.

    Rua Argentina, 171 – 3o andar – São Cristóvão

    20921-380 – Rio de Janeiro, RJ

    Tel.: (21) 2585–2000.

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    sac@record.com.br

    ISBN 978-65-5847-113-4

    Produzido no Brasil

    2022

    CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO

    SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

    Pereira, Edimilson de Almeida

    P49s

    O som vertebrado [recurso eletrônico] / Edimilson de Almeida Pereira. - 1. ed. - Rio de Janeiro : José Olympio, 2022.

    recurso digital

    Formato: epub

    Requisitos do sistema: adobe digital editions

    Modo de acesso: world wide web

    ISBN 978-65-5847-113-4 (recurso eletrônico)

    1. Poesia brasileira. 2. Livros eletrônicos. I. Título.

    22-80793

    CDD: 869.1

    CDU: 82-1(81)

    Gabriela Faray Ferreira Lopes – Bibliotecária – crb-7/6643

    Para Milton Nascimento

    "Margem de

    erro: margem

    de liberdade."

    ORIDES FONTELA*


    * Errância. Trevo (1969–1988). São Paulo: Duas Cidades, 1988, p. 192. (Coleção Claro Enigma.)

    MAPA EM COLAPSO

    1.

    Minas nega o desperdício.

    Um grão fora do seu tempo

    e o fruto apodrece.

    Seca-se uma avareza

    de cada vez,

    quebram-se as que

    não atingiram a têmpera.

    Algo desanda, no entanto.

    Um baile exclama

    sob o véu de Saturno,

    alguém desarma

    a bomba do próprio nome.

    Não há acordo.

    Com a roda

    trabalhando à míngua,

    sendo Minas, desperdiçar

    é justa economia.

    2.

    Não se adivinha

    o que vai enterrado na raiz

    dos dentes.

    É pó, talvez se revele

    em montanhas

    de livros.

    Não adianta um baque,

    a faca

    enferrujada

    pela metade,

    as formigas impedindo

    a passagem.

    Não se adivinha

    o que está e nos satura

    na raiz dos dentes.

    Tudo diverge

    à boca do cofre, afinal

    o desespero

    a flor morta

    na península

    são o pouco acumulado.

    3.

    Cada peça sobre esse corpo

    não foi cosida a esmo.

    Perguntou-se (como quem

    avalia os impostos)

    se seria fácil despi-lo.

    Se teria o élan do morto

    que atira flores quando

    namora. Lavrou-se em ata

    que os fios dariam

    a quem os vestisse a certeza

    de parecer completo.

    De dúvida e dívida fez-se

    o trabalho: a mão que o iniciou

    queda sem posse

    e salário. Outras nascendo

    dela –

    perdida a órbita do corpo –

    desfiam a si mesmas.

    4.

    Tenho mais idade do que João

    e Antônio.

    Sem ilusões, sei muito

    sobre pessoas

    objetos e ofícios.

    Assino em três vias

    para que não restem

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