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Os Construtores: Uma História e Estudo da Maçonaria
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Os Construtores: Uma História e Estudo da Maçonaria
E-book280 páginas4 horas

Os Construtores: Uma História e Estudo da Maçonaria

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Sobre este e-book

Há quatorze anos, o escritor deste volume entrou no templo da Maçonaria e essa data permanece na memória como um dos dias mais significativos de sua vida. Houve uma pequena divulgação na noite de sua ressurreição e, como é de costume, pediu-se ao candidato que desse suas impressões sobre a Ordem. Entre outras coisas, ele pediu para saber se havia algum livrinho que dissesse a um jovem as coisas que ele mais gostaria de saber sobre a Maçonaria – o que era, de onde veio, o que ensina e o que está tentando fazer no mundo. Ninguém sabia de tal livro naquela época, nem foi encontrado nenhum para atender a uma necessidade que muitos devem ter sentido antes e depois. Por uma estranha coincidência, coube ao autor escrever o livrinho que pediu há catorze anos.Essa pequena reminiscência explica o propósito do presente volume e todo livro deve ser julgado por seu espírito e propósito, não menos que por seu estilo e conteúdo. Escrito como uma comissão da Grande Loja de Iowa e aprovado por esse Grande corpo, uma cópia deste livro deve ser apresentada a todos os homens a quem o grau de Mestre Maçom é conferido dentro desta Grande Jurisdição. Naturalmente, essa intenção determinou o método e a disposição do livro, bem como seu conteúdo; seu objetivo é contar a um jovem que ingressa na ordem os antecedentes da Maçonaria, seu desenvolvimento, sua filosofia, sua missão e seu ideal. Tendo sempre em mente esse propósito, o esforço foi preparar um relato breve, simples e vívido da origem, crescimento e ensinamento da Ordem, escrito de forma a provocar um interesse mais profundo e um estudo mais sério de sua história e seu serviço à humanidade.Nenhum trabalho deste tipo foi realizado, até onde se sabe, por qualquer Grande Loja neste país ou no exterior – pelo menos, não desde o antigo Pocket Companion e outros trabalhos semelhantes nos primeiros tempos e isso é ainda mais estranho pelo fato de sua necessidade ser tão óbvia e suas possibilidades tão frutíferas e importantes. Todo aquele que examinou a vasta literatura da Maçonaria deve ter sentido a necessidade de uma pesquisa concisa, compacta, mas abrangente para limpar o caminho e iluminar a caminhada. Especialmente devem sentir tal necessidade aqueles que não estão acostumados a percorrer longos e complicados períodos da história e mais especialmente aqueles que não têm tempo nem oportunidade de vasculhar pesados volumes para descobrir os fatos. Muito da nossa literatura – na verdade, a maior parte dela – foi escrita antes que os métodos de estudo científicos tivessem chegado e, embora fascine, não convence aqueles que estão acostumados aos hábitos mais críticos da pesquisa. Consequentemente, sem saber, alguns de nossos escritores maçônicos mais sérios fizeram da Ordem um alvo do ridículo por suas reivindicações extravagantes quanto a sua antiguidade. Eles não deixaram claro em que sentido ela é antiga e nem um pouco de sátira foi dirigida aos maçons por sua credulidade em aceitar como verdadeiras as lendas mais loucas e absurdas. Além disso, nenhuma história da Maçonaria foi escrita nos últimos anos e algum material importante veio à luz no mundo da erudição histórica e arqueológica, tornando mais claro o que até então era obscuro e há necessidade de que esse novo conhecimento esteja relacionado com o que já era conhecido. Embora a pesquisa moderna vise a precisão, muitas vezes seus resultados são páginas secas de fatos, desprovidas de beleza literária e apelo espiritual – um esqueleto sem o manto quente de carne e osso. Esforçando-se pela precisão, o escritor procurou evitar fazer uma crônica empoeirada de fatos e números, que poucos teriam coragem de seguir, com que sucesso o leitor deve decidir.Tal livro não é fácil de escrever e por duas razões: é a história de uma Ordem secreta, cuja sabedoria não deve ser escrita e cobre uma desconcertante extensão de tempo, pedindo que o conteúdo de inúmeros volumes – muitos deles enormes, desconexos e difíceis de digerir – seja compactado em um pequeno
IdiomaPortuguês
Data de lançamento26 de mar. de 2023
ISBN9781526074300
Os Construtores: Uma História e Estudo da Maçonaria

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    Os Construtores - L P Baçan Tradutor

    DEDICATÓRIA

    À

    memória de

    THEODORE SUTTON PARVIN

    Fundador da Biblioteca da Grande Loja

    de Iowa, com reverência e gratidão; a

    LOUIS BLOCK

    Ex Grão-Mestre dos Maçons em Iowa, querido amigo

    e colega de trabalho, que iniciou e inspirou

    este estudo, com amor e boa vontade; e

    aos

    JOVENS MAÇONS

    Nossa Esperança e Orgulho, para quem

    este livro foi escrito.

    Com saudação fraterna.

    INTRODUÇÃO

    Se você é um Maçom ou um estudioso da Maçonaria, esqueça tudo que já leu sobre o assunto e coloque este livro em primeiro plano e a partir dele avalie seus conhecimentos à luz, não de meros palpites, suposições, adivinhações ou inferências, mas de informações e conclusões solidamente embasadas. Trata-se de um estudo histórico finamente elaborado por um homem sério, um pesquisador reconhecido e um dos mais ferrenhos defensores dos ideais da Maçonaria.

    Essa defesa tem origem na biografia de Joseph Fort Newton, que reconhece a própria existência à essência da Maçonaria e o relata em uma das passagens deste livro.

    Não fosse pela bondade de um irmão Maçom, que salvou a vida de um jovem soldado do Sul, prisioneiro de guerra em Rock Island, Illinois, o presente escritor nunca teria nascido, muito menos teria escrito este livro. Aquele jovem soldado era meu pai!

    Esse respeito com que trata o assunto, o estilo preciso, as citações relevantes e a profundidade das argumentações levando a conclusões irrefutáveis resultam em um trabalho completo de pesquisa histórica e demonstra a erudição de que "ganhou fama internacional por meio de sermões nos quais instava entendimento entre a Inglaterra e os Estados Unidos como base da ordem mundial e da paz duradoura."

    Não há no livro revelações fantasiosas, mas um profundo estudo das origens, objetivos e filosofia da Maçonaria, mostrada como uma instituição voltada a princípios que, devidamente cultivados, almejam a verdadeira paz social e a harmonia entre os povos.

    Tal é a Maçonaria, que une todos esses interesses elevados e traz a seu serviço uma vasta fraternidade mundial de homens livres e devotos, construída sobre uma fundação de fé espiritual e idealismo moral, cuja missão é tornar os homens amigos, refinar e exaltar suas vidas, aprofundar sua fé e purificar seus sonhos, transformá-los da aparência de vida em homenagem à verdade, beleza, retidão e caráter.

    Sua crença no homem como construtor de seu próprio destino e na união deste com seus semelhantes estabelece o caminho a ser seguido por todos aqueles que desejam para si e para o próximo o verdadeiro caminho da Felicidade.

    Há quem defenda que o ideal humanitário é um erro, afirmando que a natureza humana não tem aptidão moral e só pode ser salva pela submissão a um determinado sistema de dogmas. Depois, há aqueles que buscam a salvação apenas na ação política e na agitação social, que vivem na ilusão de que o homem pode melhorar aprovando leis e contando votos e para quem a Maçonaria não tem nada a oferecer porque em suas fileiras não permite política, muito menos rancor partidário.

    Sobre a acusação de ser uma igreja, Joseph esclarece o assunto de forma definitiva.

    É verdade que a Maçonaria não é uma religião, mas é Religião, um culto no qual todos os homens bons podem se unir, para a qual cada um pode compartilhar a fé de todos. Frequentemente tem sido objetado que alguns homens deixam a Igreja e entram na Loja Maçônica, encontrando ali um lar religioso. Mesmo assim, mas isso pode ser culpa, não da Maçonaria, mas da Igreja há tanto tempo difamada pelo fanatismo e distraída por rixas sectárias e que muitas vezes fez da aceitação de dogmas abstratos um teste de sua comunhão.

    Joseph aborda a Maçonaria sob todos os aspectos, dissecando conceitos e oferecendo argumentos e conclusões que certamente obterão concordância de todo aquele que, com a mente liberta de dogmas e inverdades históricas, se dedicar a uma leitura crítica e atenta deste livro.

    Se você desconhece a Maçonaria, tem críticas ou um conceito negativo formado por opiniões alheias, deve ler este livro com mente aberta e maravilhada, pois certamente vai se surpreender ao descobrir o que é de fato a verdadeira Maçonaria.

    Aspectos pitorescos são explorados. Por exemplo, você sabe a origem do termo "goteira? Joseph traz a explicação histórica, assim como explica a origem do termo maçom livre. Franco Maçom" tem alguma coisa a ver com a França?

    Enfim, o livro é leitura obrigatória para quem deseja saber o que é a Maçonaria, seus objetivos e seu papel na História. Para os maçons, certamente irá esclarecer muito da origem e presença de seus símbolos e de seus sinais de reconhecimento. Se estiver decepcionado com a Maçonaria que conhece ou que frequenta, leia o livro e poderá diagnosticar os desvios que, infelizmente, a fraqueza humana impõe às grandes obras. Enfim, um livro imperdível escrito por um grande maçom e um historiador de respeito.

    L P Baçan

    JOSEPH FORT NEWTON

    joseph.png

    Joseph Fort Newton  (1880–1950) foi um ministro batista americano, nascido em Decatur, Texas. Frequentou o Seminário Batista do Sul e a Universidade de Harvard. Recebeu os graus honorários de Doutor em Literatura Hebraica (Coe College, 1912), Doutor em Divindade (Tufts University, 1919), Doutor em Letras Humanas (Hobart and William Smith Colleges, 1926) e Doutor em Direito (Temple University, 1929).

    Foi ordenado ministro batista em 1895 e ocupou pastorados batistas no Texas e liderou congregações não sectárias e universalistas em Illinois e Iowa, onde ensinou literatura inglesa no campus de extensão da Universidade de Iowa em Cedar Rapids. Muitos de seus sermões foram publicados e ganharam ampla circulação. Sua popularidade na Inglaterra o levou a ser chamado ao púlpito do City Temple (Londres) em 1916. Durante seus quatro anos no City Temple, ele fez viagens pelas Ilhas Britânicas e ganhou fama internacional por meio de sermões nos quais instava entendimento entre a Inglaterra e os Estados Unidos como base da ordem mundial e da paz duradoura.

    Em 1920, Newton retornou aos Estados Unidos e assumiu o púlpito na Igreja da Paternidade Divina, na cidade de Nova York, NY. Foi quando, como editor do Christian Century, editou a série Os Melhores Sermões do Ano e pregou em faculdades e universidades nos Estados Unidos.

    A convite do bispo da Diocese da Pensilvânia, Thomas J. Garland, Newton entrou no ministério da Igreja Episcopal em setembro de 1925 e foi para a Igreja Memorial de St. Paul, Overbrook, Filadélfia, PA, como um ministro especial. Foi ordenado sacerdote em 1926 na Christ Church, Filadélfia, permanecendo ali até 1930. De 1930 a 1938, Newton ajudou o Rev. Dr. John CH Mockridge na St. James Church, Filadélfia, PA. Em 1938, assumiu a reitoria da Igreja de São Lucas e a de Epifania, Filadélfia, onde permaneceu até sua morte em 1950.

    Em 1939, Newton foi classificado entre os cinco principais clérigos protestantes nos Estados Unidos. De 1944 até sua morte, Newton revisou livros religiosos e escreveu uma coluna de sermões aos sábados para o Filadélfia Evening Bulletin.

    Escreveu mais de 30 livros, talvez o mais famoso sendo Os Construtores: Uma História e Estudo da Maçonaria, publicado em 1914 e traduzido para seis idiomas diferentes. Este ainda é considerado um dos melhores livros sobre o assunto.

    O reverendo Dr. Newton escreveu vários livros maçônicos, incluindo suas obras mais conhecidas, Os Construtores, publicado em 1914, e A Casa dos Homens, publicado em 1923.

    Recebeu o Terceiro Grau da Maçonaria em 28 de maio de 1902 na Friendship Lodge No. 7, Dixon, Illinois, afiliando-se posteriormente à Mt. Hermon Lodge No. 263, Cedar Rapids, Iowa. Ele também serviu como Grande Capelão da Grande Loja de Iowa de 1911 a 1913 e Grande Prelado do Grande Acampamento dos Cavaleiros Templários. Enquanto morava na Filadélfia, era membro da Loja No. 51.

    Os Construtores tem sido considerado "um clássico notável na literatura maçônica que oferece o início da história da Maçonaria".

    A SALA DOS PASSOS PERDIDOS

    Há quatorze anos, o escritor deste volume entrou no templo da Maçonaria e essa data permanece na memória como um dos dias mais significativos de sua vida. Houve uma pequena divulgação na noite de sua ressurreição e, como é de costume, pediu-se ao candidato que desse suas impressões sobre a Ordem. Entre outras coisas, ele pediu para saber se havia algum livrinho que dissesse a um jovem as coisas que ele mais gostaria de saber sobre a Maçonaria – o que era, de onde veio, o que ensina e o que está tentando fazer no mundo. Ninguém sabia de tal livro naquela época, nem foi encontrado nenhum para atender a uma necessidade que muitos devem ter sentido antes e depois. Por uma estranha coincidência, coube ao autor escrever o livrinho que pediu há catorze anos.

    Essa pequena reminiscência explica o propósito do presente volume e todo livro deve ser julgado por seu espírito e propósito, não menos que por seu estilo e conteúdo. Escrito como uma comissão da Grande Loja de Iowa e aprovado por esse Grande corpo, uma cópia deste livro deve ser apresentada a todos os homens a quem o grau de Mestre Maçom é conferido dentro desta Grande Jurisdição. Naturalmente, essa intenção determinou o método e a disposição do livro, bem como seu conteúdo; seu objetivo é contar a um jovem que ingressa na ordem os antecedentes da Maçonaria, seu desenvolvimento, sua filosofia, sua missão e seu ideal. Tendo sempre em mente esse propósito, o esforço foi preparar um relato breve, simples e vívido da origem, crescimento e ensinamento da Ordem, escrito de forma a provocar um interesse mais profundo e um estudo mais sério de sua história e seu serviço à humanidade.

    Nenhum trabalho deste tipo foi realizado, até onde se sabe, por qualquer Grande Loja neste país ou no exterior – pelo menos, não desde o antigo Pocket Companion e outros trabalhos semelhantes nos primeiros tempos e isso é ainda mais estranho pelo fato de sua necessidade ser tão óbvia e suas possibilidades tão frutíferas e importantes. Todo aquele que examinou a vasta literatura da Maçonaria deve ter sentido a necessidade de uma pesquisa concisa, compacta, mas abrangente para limpar o caminho e iluminar a caminhada. Especialmente devem sentir tal necessidade aqueles que não estão acostumados a percorrer longos e complicados períodos da história e mais especialmente aqueles que não têm tempo nem oportunidade de vasculhar pesados volumes para descobrir os fatos. Muito da nossa literatura – na verdade, a maior parte dela – foi escrita antes que os métodos de estudo científicos tivessem chegado e, embora fascine, não convence aqueles que estão acostumados aos hábitos mais críticos da pesquisa. Consequentemente, sem saber, alguns de nossos escritores maçônicos mais sérios fizeram da Ordem um alvo do ridículo por suas reivindicações extravagantes quanto a sua antiguidade. Eles não deixaram claro em que sentido ela é antiga e nem um pouco de sátira foi dirigida aos maçons por sua credulidade em aceitar como verdadeiras as lendas mais loucas e absurdas. Além disso, nenhuma história da Maçonaria foi escrita nos últimos anos e algum material importante veio à luz no mundo da erudição histórica e arqueológica, tornando mais claro o que até então era obscuro e há necessidade de que esse novo conhecimento esteja relacionado com o que já era conhecido. Embora a pesquisa moderna vise a precisão, muitas vezes seus resultados são páginas secas de fatos, desprovidas de beleza literária e apelo espiritual – um esqueleto sem o manto quente de carne e osso. Esforçando-se pela precisão, o escritor procurou evitar fazer uma crônica empoeirada de fatos e números, que poucos teriam coragem de seguir, com que sucesso o leitor deve decidir.

    Tal livro não é fácil de escrever e por duas razões: é a história de uma Ordem secreta, cuja sabedoria não deve ser escrita e cobre uma desconcertante extensão de tempo, pedindo que o conteúdo de inúmeros volumes – muitos deles enormes, desconexos e difíceis de digerir – seja compactado em um pequeno espaço. No entanto, se exigiu um trabalho prodigioso, certamente vale a pena para os jovens que lotam os portões de nosso templo, bem como para aqueles que virão depois de nós. Cada linha deste livro foi escrita na convicção de que a história real da Maçonaria é grande o suficiente e seu ensinamento simples é grande o suficiente, sem o embelezamento da lenda, muito menos do ocultismo. Prossegue do começo ao fim com a certeza de que tudo o que precisamos fazer é remover o andaime do histórico templo da Maçonaria e deixá-lo à luz do sol, onde todos os homens possam ver sua beleza e simetria e que conquistará o respeito dos intelectos mais críticos e perscrutadores, bem como a homenagem de todos os que amam a humanidade. Por esta fé o longo estudo foi guiado; nesta confiança foi concluído.

    Para este fim, as fontes de erudição maçônica, armazenadas na biblioteca da Grande Loja de Iowa, foram exploradas e as mais altas autoridades foram citadas sempre que houver incerteza – referências copiosas servindo não apenas para substanciar as declarações feitas, mas, também, espera-se guiar o leitor em uma pesquisa mais detalhada. Também a respeito de questões ainda abertas ao debate e sobre as quais existem diferenças de opinião, ambos os lados foram ouvidos, tanto quanto o espaço permitisse, para que o estudante pudesse ponderar e decidir a questão por si mesmo. Como todos os estudantes maçônicos dos últimos tempos, o escritor tem uma grande dívida com as grandes Lojas de Pesquisa da Inglaterra – especialmente com a Loja Quatuor Coronati, nº 2076 – sem cujos procedimentos este estudo teria sido muito mais difícil de escrever, se é que poderia ter sido escrito afinal. Homens como Gould, Hughan, Speth, Crawley, Thorp, para citar apenas alguns – sem esquecer Pike, Parvin, Mackey, Fort e outros neste país – merecem a gratidão perpétua da fraternidade. Se, por vezes, procurando fugir à mera lenda, alguns deles pareciam ir longe demais em direção a outro extremo – esquecendo que há muito na Maçonaria que não pode ser rastreado por nome e data – era natural em seu esforço em prol da história autêntica e erudição precisa. Infelizmente, a maioria dos nomeados pertence agora a um tempo que se foi e às pessoas que não estão mais conosco aqui, mas são lembradas por um humilde estudante que lhes pagaria a honra pertencente a grandes homens e grandes maçons.

    Este livro está dividido em três partes, como tudo o que a Maçonaria deve ser: Profecia, História e Interpretação. A primeira parte tem a ver com as dicas e vislumbres da Maçonaria no início da história, tradição, mitologia e simbolismo da raça humana – encontrando seus fundamentos na natureza e na necessidade do homem e mostrando como as pedras forjadas pelo tempo e pela luta foram trazidas de longe para a construção da Maçonaria como a conhecemos. A segunda parte é uma história da Ordem dos Construtores ao longo dos séculos, desde a construção do Templo de Salomão até a organização da Grande Loja Mãe da Inglaterra e a disseminação da Ordem por todo o mundo civilizado. A terceira parte é uma declaração e exposição da fé da Maçonaria, sua filosofia, seu significado religioso, seu gênio e seu ministério para o indivíduo e através do indivíduo para a sociedade e o estado. Tal é um esboço simples do propósito, método, plano e espírito do trabalho,

    Quando um homem pensa em nossa sorte mortal – sua grandeza e seu pathos, quanto foi forjado no passado e quão essencial é nossa obrigação de preservar e enriquecer a herança da humanidade – ele sente um estranho calor no coração para com todos os seus colegas de trabalho e especialmente para os jovens, aos quais devemos confiar tudo o que consideramos sagrado. Ao longo destas páginas, o desejo foi fazer o jovem maçom sentir em que grande e benigna tradição ele está, para que ele possa se esforçar mais seriamente para ser um maçom não apenas na forma, mas na fé, no espírito e, ainda mais, no caráter e assim ajudar a perceber um pouco da beleza que todos nós sonhamos – elevando à luz os poderes latentes e as possibilidades inimagináveis desta que é a maior ordem de homens sobre a terra. Cada um pode fazer um pouco e se cada um fizer sua parte fielmente, a soma de nosso trabalho será muito grande e deixaremos o mundo mais justo do que o encontramos, mais rico em fé, mais gentil em justiça, mais sábio em piedade – pois passamos desta maneira apenas uma vez, peregrinos procurando um país, até mesmo uma cidade que tenha fundamentos.

    JFN

    Cedar Rapids, Iowa, 7 de setembro de 1914.

    PARTE I – REVELAÇÃO

    CAPÍTULO I – AS FUNDAÇÕES

    Por símbolos o homem é guiado e comandado, torna-se feliz, torna-se miserável. Ele se encontra em toda parte cercado de Símbolos, reconhecidos como tais ou não: o Universo é apenas um vasto Símbolo de Deus; se você considerar, o que é o próprio homem senão um símbolo de Deus; nem tudo o que ele faz é simbólico; uma revelação ao Sentido da força mística dada por Deus que está nele; um Evangelho da Liberdade, que ele, o Messias da Natureza, prega, como pode, por palavras e atos? Não é uma cabana que ele constrói, mas é a personificação visível de um pensamento, dá testemunho visível de coisas invisíveis e é, no sentido transcendental, tanto simbólico quanto real.

    THOMAS CARLYLE, Sartor Resartus.

    Duas artes alteraram a face da terra e deram forma à vida e ao pensamento do homem: a Agricultura e a Arquitetura. Dos dois, seria difícil saber qual foi o mais intimamente entrelaçado com a vida interior da humanidade, pois o homem não é apenas um plantador e um construtor, mas um místico e um pensador. Para tal ser, especialmente nos tempos primitivos, qualquer trabalho era algo mais do que ele mesmo; foi uma verdade descoberta. Ao tornar-se útil, alcançou alguma forma, consagrando ao mesmo tempo um pensamento e um mistério. Nosso presente estudo tem a ver com a segunda dessas artes que tem sido chamada de matriz da civilização.

    Quando investigamos as origens e buscamos a força inicial que levou a arte adiante, encontramos dois fatores fundamentais: a necessidade física e a aspiração espiritual. Claro, o primeiro grande impulso de toda a arquitetura foi a necessidade, a resposta honesta à demanda por abrigo, mas essa demanda incluía um Lar para a Alma, nada menos que um teto sobre a cabeça. Mesmo nessa resposta à necessidade primária, havia algo espiritual que a levava além da provisão para o corpo, como os homens do Egito, por exemplo, queriam um local de descanso indestrutível e construíram as pirâmides. Como diz Capart, a arte pré-histórica mostra que esse propósito utilitário foi, em quase todos os casos, misturado com um propósito religioso, ou pelo menos mágico.[1] O instinto espiritual, ao procurar recriar tipos e estabelecer relações mais simpáticas com o universo, levou à imitação, às ideias de proporção, à paixão pela beleza e ao esforço pela perfeição.

    O homem sempre foi um construtor e em nenhum lugar ele se mostrou mais significativamente do que nos edifícios que ergueu. Quando nos colocamos diante deles – seja uma cabana de barro, a casa de um morador de penhasco preso como o ninho de uma andorinha ao lado de um cânion, uma pirâmide, um Partenon ou um Panteão – parecemos ler sua alma. O construtor pode ter partido, talvez séculos antes, mas aqui deixou algo de si mesmo, suas esperanças, seus medos, suas ideias, seus sonhos. Mesmo nos recantos remotos dos Andes, em meio ao tumulto da natureza e onde o homem agora é um mero selvagem, encontramos os restos de vastas e desaparecidas civilizações onde a arte, a ciência e a religião alcançaram alturas desconhecidas. Onde quer que a humanidade tenha vivido e trabalhado, encontramos as ruínas de torres, templos e túmulos, monumentos de sua indústria e aspiração. Além disso, seja o que for que o homem tenha sido – cruel, tirânico, vingativo – seus edifícios sempre têm referência à religião. Eles revelam uma sensação vívida do Invisível e sua consciência de sua relação com ele. Na verdade, a história da Torre de Babel é mais que um mito. O homem sempre tentou construir para o céu, incorporando sua oração e seu sonho em tijolo e pedra.

    Existem, pois, dois conjuntos de realidades – material e espiritual – mas eles estão tão entrelaçados que todas as leis práticas são expoentes das leis morais. Tal é a tese que Ruskin expõe com tanta perspicácia e eloquência em seu Sete Luzes da Arquitetura (ou Sete Lâmpadas da Arquitetura), no qual argumenta que as leis da arquitetura são leis morais, aplicáveis tanto à construção do caráter quanto à construção de catedrais. Ele considera essas leis o Sacrifício, a Verdade, o Poder, a Beleza, a Vida, a Memória e, como a graça suprema de todas, aquele princípio ao qual a Política deve sua estabilidade, a Vida sua

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