A Conquista Da Amazônia
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A Conquista Da Amazônia - Carlos Araujo Carujo
A Conquista da
AMAZÔNIA
Carlos Araujo Carujo
A Conquista da
Amazônia
A Jornada de Pedro Teixeira
e a Unificação da Amazônia Brasileira
2023
© 2022 Carlos Araujo Carujo
Todos os direitos reservados.
Proibida a reprodução.
Copyright © 2022
By Carlos Araujo Carujo
Capa do Autor
Escultura de Pedro Teixeira sobreposta a uma cultura natural da Vitória Régia amazônica.
3ª Edição publicada em fevereiro de 2023
IMPRESSO NO BRASIL - PRINTED IN BRAZIL
C257c Carujo, Carlos Araujo
A Conquista da Amazônia / Carlos Araujo Carujo — 2023.
261f.
1. História. 2. Amazônia. 3. Pedro Teixeira. 4. Expedição Portuguesa. 5. Estratégia de Conquista. I. Título.
ISBN 978-985-11-2066-2 CDU 34
Gerada automaticamente pelo módulo ficha.net
mediante dados fornecidos pelo autor.
Em memória de Pedro Teixeira.
Imortal!
Pedro Teixeira se distinguiu na campanha para expulsar os franceses de do Maranhão, notabilizou-se na fundação de Belém do Pará e imortalizou-se na estratégia da Conquista da Amazônia.
RESUMO
Apresentação
Na trilha do pensamento de Carujo
Prefácio do Autor
História Oficial e História Verídica
PRIMEIRA PARTE
A Conquista da Amazônia
Introdução
A Administração Colonial
Capítulo 1
Primórdios da Conquista
Capítulo 2
Campanhas e Missões
Capítulo 3
Controle Espiritual e Político
Capítulo 4
Choque de Civilizações
Capítulo 5
Negro no Pará
Capítulo 6
Doce Inferno dos Negros
Capítulo 7
Conquistador da Amazônia
Capítulo 8
Jornada de Pedro Teixeira
Capítulo 9
As Crônicas do Frei Cristóbal
Capítulo 10
Imigração e Povoamento
Capítulo 11
Estratégia de Posse
SEGUNDA PARTE
Bibliografia e Referências
Perfil Biográfico do Autor
Apresentação
Na trilha do pensamento de Carujo
O Autor deste trabalho de História da Amazônia sempre foi muito preciso quando, durante o desenvolvimento de sua pesquisa, falava de seu esforço. Num determinado momento frisou que desejava não repetir os autores antigos, não de forma gratuita, mas porque a História não é um acervo de onde se retira um conhecimento simples. Para ele, acostumado a ler e estudar os cronistas antigos, a História é mutante, está sempre em construção. Portanto o historiador não é um ser parado no tempo – ele procura a vida inteira e sempre cria novas metodologias para suas buscas.
Prosseguindo na trilha do pensamento de Carujo para quem a História é filha do Tempo. Não pode ser desvinculada de sua conjuntura, do contexto de quem conta a história. O colorido do pensamento do autor, do escritor, deve necessariamente impregnar as páginas de seus relatórios. Ele quer dizem, com isso, que a atmosfera de sua época, da contemporaneidade, irá sempre influir na narrativa que ele fará das épocas recuadas.
O Autor deste livro, para estudar os eventos da História da Amazônia de antigamente, não os isolou dos demais acontecimentos de sua própria época. Podemos concluir, por isso mesmo, que ele é contra os anacronismos, ou seja, não permite que haja confusão de datas em relação a acontecimentos e pessoas. Esta técnica impede que um acontecimento passado contenha ideias que não faziam parte de seu tempo.
Carlos Araujo Carujo pesquisa a História da Amazônia há 42 anos. É escritor profissional e publica livros, jornais, fascículos e panfletos desde os 14 anos de idade.
Aos 70 anos de idade este Autor acumula a experiência de quem pesquisa sem parar a História.
Prefácio do Autor
História Oficial e História Verídica
A história é escrita pelos vencedores
.
George Orwell
No livro 1984
– obra de ficção de George Orwell – os ditadores políticos utilizam-se da infidelidade para revisitar a História, impondo suas conveniências. Eles descrevem um conflito entre Eurásia e Oceania, em guerras imaginárias permanentes, para manter as populações sob o controle do Ministério da Verdade
.
Infelizmente a História, como feixe de informações tradicionais dos povos relativo ao passado e à evolução da humanidade, não é ramo da Ciência, como ocorre com a História Natural da Biologia. A mais forte razão pela qual a História não pode ser uma ciência, contrariando até mesmo grandes dicionaristas como Aurélio Buarque de Holanda, é porque, muitas vezes, ela é contada sob o ponto de vista dos vencedores. Assim, o passado se esvai pelas frestas da memória, do real acontecido e cede às tradições orais tendenciosamente eleitas pelos poderosos e às manipulações documentais.
Os chamados erros históricos
são montagens argumentativas para falsificar dados, criar factoides, inverter acontecimentos e denegrir imagens. Temos exemplo disto nos rumorosos casos de Galileu Galilei, Joana D’Arc, Giordano Bruno e Tiradentes.
Quando li sobre o julgamento de Galileu, pela Igreja, não sabia que as referências que consultava eram apócrifas. A necessidade de buscar a verdade, para o meu livro Pacto de Poder
, colocou no caminho fontes históricas de primeira mão uma vez que, até então, havia conhecido o caso pela via da polêmica. Descobri que o mestre da astronomia nunca foi torturado, não foi condenado por heresia e não morreu na prisão, como falsearam. O pretenso desprezo da Igreja, que não lhe havia dado sepultura
, conflita com a sua plena liberdade individual, porque depois do julgamento
passou a morar em um castelo com a pensão de 100 ducados pagos pelo papa. Nenhum agnóstico recebe, como ele recebeu do Vaticano, a bênção apostólica em leito de morte.
A conhecida mártir Joana D’Arc teve sua prisão política decretada pelo Rei Henrique, da Inglaterra, que contratou o bispo Cauchon, um refugiado, que se juntou a outros clérigos vendidos aos ingleses, para um julgamento não autorizado pela Igreja. A Igreja e o papado estiveram completamente alheios a este julgamento. O bispo Cauchon, conhecido traficante de bens sagrados, não tinha as credenciais da Igreja. Joana D’Arc morreu proclamando publicamente sua submissão ao papa. O Papa Calixto II, cinco anos depois da morte de Joana, declarou o processo ao que ela injustamente foi submetida repleto de dolo, calúnia, injustiça, contradição e violações de direitos.
O dominicano Giordano Bruno era moralmente corrompido e francamente herético, segundo os historiadores católicos. Alguns anos depois de sua ordenação desertou da ordem se tornou calvinista. Declarou-se, em seus escritos, inimigo do Papa e do Cristianismo. Por isso foi queimado na fogueira, após julgamento pelo Tribunal da Inquisição. As acusações, pelas quais foi condenado, são de uma lista que inclui, entre outros crimes, deserção, apostasia, heresia, assassinato. O monumento erguido a ela, em Nápoles, tem por autores militantes anticlericais o que possui um paralelo na Rússia onde foi construído um monumento em homenagem a Judas Iscariotes.
Na pesquisa, também para o livro Pacto de Poder
, descobri que a imagem de Tiradentes é falsa. Aquele herói cabeludo, com longas barbas, semelhante a Jesus nunca existiu. Está documentado que os presos eram proibidos, naquela época, de usarem cabelos longos e barba por fazer. Além disso, o Alferes José Joaquim, por ser da Polícia Militar, deveria manter seus cabelos curtos e a barba escanhoada. Os documentos ainda revelam que, em sua casa de moradia, foram encontrados navalhas de barbear e um espelho.
Mesmo diante das comprovações históricas não é fácil, para as pessoas comuns, mudar as historietas contadas pelos manipuladores, pelos agentes da propaganda, que tem servido de fontes para muitos historiadores incautos.
Na composição deste livro travei embates com as minhas próprias fontes, dissecando-as em busca da verdade, isolando as falsificações. Os alvos principais das minhas críticas eram os relatos populares, que não encontravam respaldo na documentação coletada. Exemplo disto é a rota de Pedro Teixeira, na conquista do Amazonas, seu local de partida, no Pará e a variação de contingente humano deslocado por sua expedição. Neste sentido desejo intimamente que minha produção se constitua num legado importante para a própria História da Amazônia.
O conjunto dos meus escritos, nesta área, eu os projetei para que ultrapassasse a pesquisa histórica vulgar. Tenho me aplicado em incursionar, não apenas nos debates históricos contemporâneos, mas na área da criminologia, psicanálise, mitologia, genealogia, heráldica, herança judaica e pesquisa biobibliográfica.
Não gosto, no entanto, que me imputem métier de jornalista. Sou de opinião de que os intelectuais, da área de pesquisa histórica, não deveriam ser ligados ao jornalismo atuante, dependentes da pauta
, tendo em vista que os interesses editoriais dos periódicos flutuam de acordo com as conveniências do jogo político. Exemplo disto é a batalha de textos chulos entre os dois principais jornais de Belém que se transformaram, nos últimos anos, em panfletos da mais baixa categoria, financiados pelos seus provedores políticos, na busca desesperada de elegerem seus candidatos eleitorais e depois de os manterem no poder.
Os jornais e as revistas de minha época não são mais o locus de divulgação de talentos literários, como no passado. Para mim as publicações periódicas são utensílios alienantes, serviçais do mundo político e veículos da manipulação do pensamento dúbio, ferramentas de manutenção do domínio sobre as massas a qualquer custo, propaganda enganosa remunerada.
Não quero fazer, aqui, uma autobiografia, embora já tenha me arvorado a isto. Mas tenho por importante ressaltar, neste momento, que os textos que tenho elaborado podem se destacar como incitantes, talvez essenciais, à renovação da pesquisa histórica, no Pará, desta vez num patamar de maior dimensão. Existem razões para isto, longe da vaidade.
Teimo em afirmar por indiscutível o crescimento futuro, da importância de minha obra, no âmbito da pesquisa histórica paraense. Aos poucos meus livros tendem a se sobrepor em toda discussão, sobretudo em relação à História dos Municípios Paraenses, pela novidade que apresentam. Esta inovação é a compreensão, que busco obter, do conjunto deste mosaico aparentemente intricado da evolução histórica dos municípios do Pará nos volumes a serem publicados por esta Editora. Um pouco deste repertório já pode ser visto nos capítulos da presente obra.
Um intelectual produz seu livro, como é fácil deduzir, espelhado no tempo em que vive, logicamente. Ele recebe os condicionamentos das conveniências que o cercam. Estarão aí, ressaltados, os fatores de interesse, as influências externas sobre suas produções. Temos, como exemplo deste fato, o historiador paraense Arthur Vianna, uma das minhas grandes fontes, que foi intelectual de renome no seu tempo. Por causa desse predicado foi solicitado
, constantemente, estando ele no cargo de diretor do Arquivo Público do Pará entre os anos de 1899 a 1906, por seu amigo o Senador e Governador do Pará Antônio Lemos, com quem mantinha estreita ligação
.
Não resta dúvida que são muito importantes, para a historiografia paraense e amazônica, as obras de Arthur Vianna como As Fortificações da Amazônia
(1905), Pontos de História do Pará (1898)
, Estudos sobre o Pará (1899-1901)
e Notícia Histórica
(em O Pará de 1900). Mas é importante, também, sempre contextualizar o momento da produção de cada uma de suas obras e para quem o autor as produziu.
Ocorre que o farmacêutico e servidor público Vianna não podia escrever com total