Saddam Voltou! E Agora Bagdá?

De Adeilson Nogueira

Todos pensavam que Saddam Hussein estava morto. Acreditaram que aquela língua de fora, pendurado em uma corda, no dia 30 de dezembro de 2006, era a evidência irrefutável da sua morte. Mas a corrupção também chegou a Bagdá. Saddam comprou os juízes, os médicos que atestaram sua morte e os jornalistas que fizeram a cobertura do evento. Saddam comprou todo mundo! Imagem do falso enforcamento de Saddam (Observem que um dos carrascos afrouxa o laço e diz, em árabe: non te preocupes amigo) O tempo passou, a poeira assentou e as eleições chegaram. Como todo político corrupto sabe, seria necessária uma estratégia para enganar o povo pobre e camelo de Bagdá All Baitho-lá. O nome “Hussein” era um problema - Muito pesado para a campanha eleitoral. Seu marqueteiro deu uma ideia genial: Alterar o nome para Saddam Russein. Ninguém em Bagdá All Baitho-lá iria perceber a diferença e, caso percebesse, o dinheiro que Saddam tomou emprestado aos marcianos de Marte (alienígenas que saíram do planeta Marte para bancar a campanha e ver a destruição do planeta Terra) resolveria esse probleminha. A campanha foi dura. Saddam conseguiu a vitória fingindo que mudou, que agora é um cara bonzinho e fez até foto segurando pelúcia (vide capa), mas, na verdade, o que pesou mesmo foi a grana oriunda de Marte, a grana marciana vale mais que o dinheiro minguado que circula em Bagdá All Baitho-lá. Tanto é que, na supra referida campanha eleitoral, Saddam não prometeu P. nenhuma, não prometeu absolutamente nada! Comprou lideranças políticas locais, eleitores, tirou cópias dos títulos e mandou sua temida guarda pessoal ficar de olho nas sessões para ter certeza de que o rebanho seria obediente ao seu senhor. Não deu outra: Saddam Russein – prefeito de Bagdá All Baitho-lá! O presente livro, agora adaptado para radionovela, evidente obra de ficção, onde qualquer semelhança com outros Saddans e marcianos, espaço afora, será uma mera e infeliz coincidência, procurará mostrar um pouco do dia a dia da administração do prefeito Saddam Russein na cidade de Bagdá All Baitho-lá. Boa leitura! Adeilson Nogueira

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 31 de jul. de 2017

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SADDAM VOLTOU!  

E AGORA BAGDÁ?  

Adaptado para radionovela da obra "Saddam Voltou! A Origem do  

Retrocesso", do mesmo autor  

Adeilson Nogueira  

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Todos os direitos reservados.  

Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de  

qualquer forma ou meio eletrônico, e mecânico,  

fotográfico e gravação ou qualquer outro, sem a  

permissão expressa do autor. Sob pena da lei.  

2

ÍNDICE  

INTRODUÇÃO - ...................................................................................04  

01

– ENTREVISTA NA RÁDIA

.............................................................07  

02

–

COBRANÇAS DO POVO................................................................12  

03

–

RECADASTRAMENTO...................................................................19  

04

–

SESSÃO DE DESCARREGO............................................................27  

05

–

QUEBRA-FACA INFIEL..................................................................36  

06

–

REUNIÃO COM FUNCIONÁRIOS...................................................45  

07

–

A VIDA IMITA A ARTE...................................................................52  

08

–

JERIQUAQUARA ALAMEDA..........................................................58  

09

–

O TESOURO DE JEGUELAU...........................................................68  

10

–

SADDAM NA CÂMARA DE AR.......................................................77  

11

–

O PAI DE SANTO...........................................................................84  

12

–

DISK DEMISSÃO...........................................................................92  

13

–

BAGDÁ INFELIZ..........................................................................100  

14

–

PAGUE MEU DINHEIRO, SADDAM.............................................108  

15

–

O GRINGO BICHÃO.....................................................................115  

16

–

A DEMISSÃO DE SADDANZINHO................................................121  

17

–

PREFEITURA VIRTUAL................................................................127  

3

INTRODUÇÃO  

Todos pensavam que Saddam Hussein estava morto. Acreditaram  

que aquela língua de fora, pendurado em uma corda, no dia 30 de  

dezembro de 2006, era a evidência irrefutável da sua morte. Mas  

a corrupção também chegou a Bagdá. Saddam comprou os juízes,  

os médicos que atestaram sua morte e os jornalistas que fizeram  

a cobertura do evento. Saddam comprou todo mundo!  

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Imagem do falso enforcamento de Saddam (Observem que um  

dos carrascos afrouxa o laço e diz, em árabe: non te preocupes  

amigo)  

O tempo passou, a poeira assentou e as eleições chegaram. Como  

todo político corrupto sabe, seria necessária uma estratégia para  

enganar o povo pobre e camelo de Bagdá All Baitho-lá. O nome  

Hussein era um problema

- Muito pesado para a campanha  

eleitoral. Seu marqueteiro deu uma ideia genial: Alterar o nome  

para Saddam Russein. Ninguém em Bagdá All Baitho-lá iria  

perceber a diferença e, caso percebesse, o dinheiro que Saddam  

tomou emprestado aos marcianos de Marte (alienígenas que  

saíram do planeta Marte para bancar a campanha e ver a  

destruição do planeta Terra) resolveria esse probleminha.  

A campanha foi dura. Saddam conseguiu a vitória fingindo que  

mudou, que agora é um cara bonzinho e fez até foto segurando  

pelúcia (vide capa), mas, na verdade, o que pesou mesmo foi a  

grana oriunda de Marte, a grana marciana vale mais que o  

dinheiro minguado que circula em Bagdá All Baitho-lá.  

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Tanto é que, na supra referida campanha eleitoral, Saddam não  

prometeu P. nenhuma, não prometeu absolutamente nada!  

Comprou lideranças políticas locais, eleitores, tirou cópias dos  

títulos e mandou sua temida guarda pessoal ficar de olho nas  

sessões para ter certeza de que o rebanho seria obediente ao seu  

senhor.  

Não deu outra: Saddam Russein

–

prefeito de Bagdá All Baitho-lá!  

O presente livro, agora adaptado para radionovela, evidente obra  

de ficção, onde qualquer semelhança com outros Saddans e  

marcianos, espaço afora, será uma mera e infeliz coincidência,  

procurará mostrar um pouco do dia a dia da administração do  

prefeito Saddam Russein na cidade de Bagdá All Baitho-lá.  

Boa leitura!  

Adeilson Nogueira  

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ESTA É UMA OBRA DE FICÇÃO. QUALQUER SEMELHANÇA É  

MERA COINCIDÊNCIA  

ABERTURA RADIONOVELA  

CAPÍTULO I - SADDAM CONCEDE ENTREVISTA NA  

RÁDIA  

SECRETÁRIO PAUNESCU

–

Boa tarde, amigos ouvintes. Está no ar  

mais um programa jornalístico A Hora do Blá Blá Blá. E o que é  

o jornal A Hora do Blá Blá Blá? O Jornal A Hora do Blá Blá Blá nada  

mais é do que um programinha pago com o suado dinheiro dos  

seus impostos para ludibriar, engabelar, tapear, enganar e  

equivocar os ouvintes. Onde eu finjo que sou imparcial e defensor  

do povo e você finge que acredita no chapeuzinho vermelho. Aqui  

ao meu lado já se encontra o prefeito do município de Bagdá All  

Baitho-lá, ansioso por contar um monte de mentiras para a  

população. A baba do bicho tá até escorrendo e os olhos estão  

mais esbugalhados do que nunca... E como eu não sou de muito  

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arrodeio, vou direto à pergunta: Prefeito Saddam Russein, o  

senhor anda falando por aí que os vereadores querem lhe  

extorquir. O senhor tem alguma prova desta acusação?  

PREFEITO

–

Boa tarde Paunescu Bostanescu, boa tarde ouvintes  

do jornal A Hora do Blá Blá Blá.  

SECRETÁRIO PAUNESCU

- Prefeito, para manter a pouca  

aparência de um programa sério, eu gostaria que o senhor se  

dirigisse a mim pelo meu apelido de infância.  

PREFEITO

- E qual é o seu apelido de infância, Paunescu  

Bostanescu?  

SECRETÁRIO PAUNESCU

- Eu gostaria que o senhor me chamasse  

de Gravador Mata Sete, caso não se importe.  

(RISADA DE TERROR)  

PREFEITO

- Gravador Mata Sete? Isso é lá apelido de infância? Foi  

sua mãe quem escolheu esse apelido, meu filho? Cruzes!  

SECRETÁRIO PAUNESCU

–

É que na infância eu gravei uma  

conversa dela com o amante e mostrei pra papai... Eu adooorooo  

gravar conversa escondido...  

PREFEITO

–

Desse aí eu tenho medo que me pélo... Pois bem,  

Gravador Mata Sete, como estava dizendo, não tenho prova  

alguma desta acusação. Eu sou assim. Eu digo as coisas e pronto!  

Não preciso provar nada, porque eu tenho todo mundo aqui ó,  

bem no meu bolso!  

SECRETÁRIO PAUNESCU

–

Mas que história é essa, prefeito?  

Bebeu gás foi? Assim você queima a gente! Quer ir pra cadeia, é?  

PREFEITO

–

Cadeia? O que é isso?  

SECRETÁRIO PAUNESCU

–

Cadeia nada mais é do que prisão,  

grilhão, calabouço, cárcere, corrente, masmorra, xadrez, ou seja,  

8

o lugar aonde a gente vai parar uma hora dessas com toda essa  

corrupção na sua prefeitura bichada...  

PREFEITO

–

Relaxe, Gravador! Cadeia é coisa pra pobre. Eu estou  

acima da lei. Fui testado e reprovado, já mandei matar, já saqueei  

os cofres públicos e olha só onde estou! Quando eu disse que  

tenho todo mundo no meu bolso, eu quis dizer que guardo fotos  

de todos os moradores de Bagdá aqui neste celular 8G Galáxia, tá  

ligado?  

SECRETÁRIO PAUNESCU

–

Agora sim... Eu cheguei a pensar que  

dessa vez o senhor ia em cana. Temos uma ouvinte na linha? Pode  

passar! Aqui é um programa do povo. Todo mundo fala!  

OUVINTE MULHER

–

Boa tarde prefeito Saddam, boa tarde  

Secretário Paunescu Bostanescu, conhecido como Gravador Mata  

Sete, boa tarde ouvintes. Minha participação é rápida. Eu só  

gostaria de saber quando é que o prefeito vai tapar os buracos  

daqui da Rua Escorrega Lá Vai Um. Já faz três semanas que eu peço  

e só escuto: É hoje, é amanhã, é na semana que vem, tá chovendo,  

tá calor, é a crise. O blá, blá, blá é forte nessa administração!  

SECRETÁRIO PAUNESCU

–

Escute aqui sua desaforada! Aqui não  

é qualquer programa onde você liga e as coisas se resolvem não,  

viu! Você venha aqui na emissora do prefeito, traga o seu RG, o  

CPF, comprovante de residência, título de eleitor, cartão e senha  

da conta bancária, e uma prova de que votou no Saddam Russein,  

ouviu?  

OUVINTE MULHER

–

Ouvi muito bem! Agora me diga, seu  

Paunescu Bostanescu, onde é que eu vou achar uma prova de que  

votei no seu prefeito?  

SECRETÁRIO PAUNESCU

–

Problema seu, mulheeeeerrrrrrrrrr!  

Essa administração é a administração do panelão, do caldeirão de  

cozinha industrial, tá ligada? Onde já se viu o prefeito fazer alguma  

coisa por quem não votou nele? Endoidou, foi? Bebeu gás?  

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(RISADA DE TERROR E SOM DE TELEFONE OCUPADO)  

SECRETÁRIO PAUNESCU

- Caiu a ligação? Pois morra tentando!  

Aqui todo mundo fala! Tem outro ouvinte na linha? O quê? É pra  

fazer uma reclamação? Caiu a ligação de novo...  

(RISADA DE TERROR E SOM DE TELEFONE OCUPADO)  

SECRETÁRIO PAUNESCU

- Essa operadora não vale o que o gato  

enterra! É igual a esse programa. Prefeito, continuando a nossa  

entrevista, o que o senhor tem a dizer sobre a queda do FPM?  

PREFEITO

–

Olhe, Gravador Mata Sete, eu quero dizer que não  

tenho nada a ver com essa história da queda do FPM. Eu nem tava  

lá na hora em que ele caiu. Disso a oposição xiita daqui de Bagdá  

não pode me acusar! Podem até me chamar de mentiroso, de  

prefeito ladrão e corrupto, agora dizer que eu derrubei o FPM,  

assim é demais! Isso é uma calúnia! Eu não admito e jamais  

admitirei uma coisa dessas!  

SECRETÁRIO PAUNESCU

–

Isso é que é resposta, o senhor é um  

verdadeiro prefeito unicórnio!  

PREFEITO

–

Unicórnio? Vixe? E que diabo é isso mô fiu? Tá me  

xingando é?  

SECRETÁRIO PAUNESCU

–

Unicórnio, nada mais é do que um  

animal com um corpo de cavalo e cabeça de veado munida de um  

chifre único, comprido e enroscado. Igual ao seu cabelo.  

PREFEITO

–

Enroscado é o seu salário, seu Gravador Paunescu! E  

que história é essa de cabeça de veado? Tá me estranhando, é?  

Quer ser demitido? Lá ele!  

SECRETÁRIO PAUNESCU

–

Calma prefeito! Não sei por que se  

ofendeu tanto. O unicórnio é um animal