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A Familia Da Rua Francisco
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E-book250 páginas3 horas

A Familia Da Rua Francisco

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Sobre este e-book

História de uma família que o pai chega a esta vida com marcas de sua encarnação anterior, com dívidas sociais a pagar. O espírito persegue ele, e sua família, acaba fazendo com que o seu segundo filho se suicide por enforcamento. O livro é um relato da vida do chefe da família, de seus filhos e sua esposa. è uma história simples mais bem triste.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento19 de jul. de 2023
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    A Familia Da Rua Francisco - Padre Jose De Anchieta

    1.jpg

    SUMÁRIO

    PREFÁCIO 5

    CAPÍTULO PRIMEIRO 7

    INÍCIO DE MINHA ÚLTIMA ENCARNAÇÃO 7

    CAPÍTULO SEGUNDO 17

    O PRESENTE 17

    CAPÍTULO TERCEIRO 26

    O PRIMEIRO CONTATO 26

    CAPÍTULO QUARTO 38

    MEU CASAMENTO 38

    CAPÍTULO QUINTO 44

    O INÍCIO DE NOSSAS VIDAS 44

    CAPÍTULO SEXTO 52

    A AÇÃO DO ESPÍRITO PERSEGUIDOR 52

    CAPÍTULO SÉTIMO 63

    A VISITA DO ZÉ FIRME 63

    CAPÍTULO OITAVO 73

    O CASAMENTO DO ZÉ FIRME FILHO 73

    CAPÍTULO NONO 81

    A DOENÇA DE MEU PAI 81

    CAPÍTULO DÉCIMO 92

    A MORTE DE MEU PAI 92

    CAPÍTULO DÉCIMO PRIMEIRO 103

    E MEU FILHO NASCEU 103

    CAPÍTULO DÉCIMO SEGUNDO 116

    O PASSEIO NA FAZENDA 116

    CAPÍTULO DÉCIMO TERCEIRO 124

    E A VIDA CONTINUA 124

    CAPÍTULO DÉCIMO QUARTO 133

    E NASCEU CARLOS ALBERTO 133

    CAPÍTULO DÉCIMO QUINTO 146

    E CHEGOU O DIA 146

    CAPÍTULO DÉCIMO SEXTO 156

    A MELHORA DA DU CARMO 156

    CAPÍTULO DÉCIMO SÉTIMO 166

    A CHEGADA DE ZÉ FIRME FILHO 166

    CAPÍTULO DÉCIMO OITAVO 180

    A DOENÇA DA MARÍLIA 180

    CAPÍTULO DÉCIMO NONO 190

    A MORTE DA MÃE DA DU CARMO 190

    CAPÍTULO VIGÉSIMO 200

    A NOVA GRAVIDEZ DA DU CARMO 200

    CAPÍTULO VIGÉSIMO PRIMEIRO 210

    A MORTE DA MINHA MÃE 210

    CAPÍTULO VIGÉSIMO SEGUNDO 221

    A NOSSA CASA NA TOCA 221

    CAPÍTULO VIGÉSIMO TERCEIRO 232

    NOSSA IDA À FAZENDA SANTA CLARA 232

    CAPÍTULO VIGÉSIMO QUARTO 242

    ENFIM NASCEU LUCIANA 242

    CAPÍTULO VIGÉSIMO QUINTO 250

    O TERRENO 250

    CAPÍTULO VIGÉSIMO SEXTO 259

    AS TERRAS DE ATAIDE 259

    CAPÍTULO VIGÉSIMO SÉTIMO 272

    E O BEBETO FOI PARA A ESCOLA AGRÍCOLA 272

    CAPÍTULO VIGÉSIMO OITAVO 279

    E A CASA FICOU VAZIA 279

    CAPÍTULO VIGÉSIMO NONO 287

    A MORTE DO BEBETO 287

    CAPÍTULO TRIGÉSIMO 293

    E A VIDA CONTINUA 293

    PREFÁCIO

    Meu nome é Paulo, como o nome do apóstolo, mas isto para por aí, pois na verdade eu sou o perseguido, e não o perseguidor, e isto ocorreu durante muitos e muitos séculos, e agora eu espero que isto tenha terminado. Os espíritos que me acompanham em família sanguínea, sofreram e sofrem tanto quanto eu, e por isso, eu os protejo dentro do meu possível.

    Nesta minha última encarnação, a qual passarei a relatar, não é a mais sofrida, mas é a mais intensamente vivida por mim e por meus acompanhantes.

    Paulo ou Saulo, como era inicialmente chamado, ao contrário de mim, foi aquele que inicialmente tinha todas as condições de vida e passou a perseguir aquele que lhe daria condições para uma vida nova.

    Eu, na verdade, passei a ser perseguido por espíritos aos quais tive problemas de grande importância em outras vidas, e sobre esta perseguição, que já foi uma constante, vou, a partir de agora, relatar. Com a ajuda de meu espírito protetor consegui, aqui deste outro lado, ajudar aqueles que aí ficaram.

    CAPÍTULO PRIMEIRO

    INÍCIO DE MINHA ÚLTIMA ENCARNAÇÃO

    Nasci num pequeno bairro da cidade de Vila Velha, minha família era muito pobre, e eu vivia muito bem com ela, apesar das inúmeras dificuldades existentes. Consegui estudar um pouco, e assim visualizei um concurso para funcionário público federal da Alfândega. Com muito esforço, passei e passei a trabalhar ali.

    Ainda na minha juventude, encontrei aquela que iria ser a minha companheira por toda a minha vida, a querida Maria do Carmo. Vejam vocês que meu nome é Paulo e ela Maria do Carmo, os dois relacionados à igreja cristã. Por que não digo igreja católica? Aprendi, aqui deste lado, que as igrejas ou são cristãs, ou não, outras determinações não têm sentido, pois é a igreja do Cristo.

    Na casa dos meus pais, liam o evangelho todos os dias às 18 h, meu pai era muito ligado à igreja, como também a minha mãe. Assim, dá para entender o motivo de meu nome de batismo.

    Até a minha juventude, nada conhecia de espíritos bons ou ruins, pensava apenas nos anjos, e minha mãe dizia que cada um tem o seu, e ele nos acompanha durante toda a vida, nos protegendo.

    Quando encontrei a Du Carmo, ou melhor a Maria do Carmo, logo fiquei apaixonado, passamos a frequentar juntos a igreja católica de Paul. Ali, encontramos o padre José, que nos encaminhou nos preceitos da igreja para casais.

    Quando entrei para o novo trabalho como funcionário público federal da Alfândega, já com um bom salário, de início ajudei meu pai e minha mãe a terem a sua casinha, e assim, comprei uma para eles, na mesma região que já moravam, isto é, em Argolas, que é também um bairro de Vila Velha.

    Levei a Du Carmo para conhecê-los logo no início do nosso namoro, pois o padre José assim o determinou. Ela era bem-falante, era uma moça muito bonita, a minha querida mãe, ao conhecê-la, se admirou da sua beleza. Após a saída dela, me disse: — Paulo, esta moça é para casar, não para brincar, ela é de uma beleza exuberante, e como tem cadeiras largas, irá te dar filhos, talvez muitos. - Até achei que era besteira da minha mãe me falar disso tão cedo, mas fazer o quê? Aguardar a evolução dos fatos.

    A minha progressão no trabalho era boa e logo aluguei uma casinha perto da minha mãe, pois a família da Du Carmo era de um lugar que eu nunca tinha ouvido falar, Cristal. Ela tinha vindo para a capital para estudar, visto que tinha apenas o curso primário, que foi feito segundo me contou, com muita dificuldade, pois a escola era muito longe de onde morava, e ela queria fazer o curso ginasial.

    Quando a conheci, ela tinha apenas cursado o primeiro ano ginasial, mas eu achei besteira que continuasse, pois queria fazer com ela a minha família, visto que eu era filho único, e meus pais já tinham muita idade.

    Quando propus casamento, ela logo quis que eu fosse a Cristal conhecer a família, que tinha uma fazenda de gado próxima daquela cidade. Marcamos a nossa ida para lá, e junto com meu pai e minha mãe, pegamos um ônibus e para lá fomos. A viagem era problemática, uma vez que não havia ônibus direto. Tivemos que ficar numa cidade próxima de nome Nanuque, e de lá pegamos um pequeno ônibus, que na verdade, verifiquei que era uma vila, e lá, a família dela nos pegaria para irmos para a fazenda.

    A viagem foi ruim, o coletivo era bem duro, mas enfim, chegamos a Nanuque. Pela manhã, pegamos um ônibus e fomos para Cristal. A nossa surpresa maior foi que ao chegarmos dentro da Vila, a família dela havia trazido alguns cavalos e uma charrete para irmos para a fazenda. Fomos devidamente apresentados, e meus pais foram na charrete, a mãe dela, eu e ela, a cavalo.

    Em pouco tempo, estávamos numa trilha cheia de árvores frondosas ao nosso entorno, e como o dia já ia alto, e o sol já estava quase se escondendo, fomos avisados de que iríamos ouvir uivos fortes, era o rugido de onça que se encontrava na região. Foi de se surpreender, pois o barulho era ensurdecedor, dava arrepios, a minha mãe chegou a chorar de medo, e o meu pai a consolou todo o tempo.

    Chegamos na casa da família, era rústica, feita de madeira, mas era de bom tamanho. Ali, tomamos conhecimento de toda a família da Du Carmo, seu irmão mais velho, que era um rapaz bonito e bem forte, que pelo que entendi, era quem tomava conta da fazenda.

    Fomos recebidos na casa por uma senhorinha mulata, bem gorda, que havia feito uma boa refeição para nos receber. A comida era simples, mas boa e bem farta. O pai da Du Carmo logo me perguntou: — o senhor veio aqui para pedir a mão da minha filha? - Eu prontamente, disse: — sim. – E ele, de imediato, me perguntou: — E é para quando? Respondi que ainda não havia marcado a data com o padre lá de Paul em Vila Velha, no Espírito Santo, onde morávamos. Porém, havia alugado uma casinha, e estava mobiliando. Ele me olhou, riu e logo falou com o filho: — separe uns três garrotes, leve para vender em Nanuque e dê o dinheiro para os dois, vai ser a minha contribuição para que o casamento saia mais rápido. - E continuou fazendo mil perguntas, tanto a mim, quanto à Du Carmo, quanto aos meus pais.

    A noite naquela região de mata chegava rápida, e ele mandou que a esposa indicasse o lugar onde iríamos dormir, e que pela manhã, queria continuar a nossa conversa.

    Dormimos rapidamente, pois a viagem foi longa e cansativa, e as perguntas do pai da Du Carmo, nos deixavam muito cansados. Acordei cedo, pois o sol entrava cedo pela janela do quarto onde eu estava, e os galos da fazenda iniciavam a cantoria.

    Saí do quarto e procurei o banheiro, dei de cara com a cozinheira, a qual perguntei pelo banheiro, ela me indicou uma pequena construção do lado de fora da casa, mas logo disse: — aguarde um pouco, está ocupado.

    Vi que do lado de fora da casa havia uma terrina de madeira, cheia de água limpa, era água corrente, pelo jeito vinha de uma nascente bem próxima. Ali lavei o rosto, e logo vi meu pai saindo do banheiro. Ao me ver, foi logo dizendo que o banheiro era bem simples, que eu lavasse bem as mãos ao sair. Realmente, não era bem um banheiro conforme eu conhecia, era apenas um buraco feito no chão, e ao olhar para ele, vi que embaixo havia vários porcos gordos a se alimentar, principalmente das fezes de meu pai, aquilo me deu nojo, mas não tinha o que ser feito.

    Ao sair da casinha, que era como eles denominavam o banheiro, fui para a cozinha, pois o cheiro que vinha de lá era muito bom. Ao entrar, encontrei os meus pais, a Du Carmo e a mãe dela já à minha espera.

    Tomamos um bom café com um leite bem gordo. Logo depois de tomar o meu copo, bebi uma boa tigela de leite puro. Ao ver isto, Du Carmo me falou: — Paulo, cuidado, leite assim pode te dar muita dor de barriga.

    Depois do café, saímos para ver a fazenda ali por perto, vi um curral com várias vacas sendo ordenhadas por um rapaz com um banquinho de uma perna só amarrado na cintura. Ao nos ver, ele foi dizendo: — querendo leite fresco? – Du Carmo logo respondeu que não, que já tínhamos tomado o que podíamos por hoje.

    Passeamos pelos arredores, eu de mãos dadas com a Du Carmo. A região era belíssima, muitos pássaros lindos, como também muitas flores ao redor da casa. Meu pai admirou-se com a beleza de tudo, mas a minha mãe, vendo o entusiasmo dele, logo disse: — querido, não se entusiasme, lembre-se da onça.

    O sol ainda estava subindo, quando fomos chamados para o almoço. Ao entrarmos na sala, que tinha uma bela mesa de uns quatro metros de extensão, com muitas cadeiras ao seu redor. Vi o pai da Du Carmo me olhando com uma cara de poucos amigos. Logo chamou a esposa num canto, e a seguir, ela retornou e chamou a filha para conversar. Em pouco tempo, Du Carmo veio me falar que o pai não admitia que ficássemos de mãos dadas antes que estivéssemos noivos. Me assustei, pois na minha cidade, isto era bem comum.

    Sentamo-nos à mesa, e ele dirigiu-se a mim, dizendo: —Sr. Paulo, quando é o noivado? Pois o senhor já chega aqui e fica de mãos dadas com a minha filha, assim, eu peço que o noivado seja imediato. - Eu fiquei mais uma vez bem assustado, e lhe disse: — mas, Sr. José, eu não trouxe as alianças. – Ele me pediu que providenciasse lá na cidade, que queria o compromisso. Meu pai e eu prontamente nos levantamos, e fiz o pedido.

    O Sr. José logo abriu um grande sorriso, e disse: — se ela aceitar, dou a benção. A Du Carmo, toda acanhada, disse um sim bem baixo, mas o pai foi logo dizendo: — o sim, Maria do Carmo, é bem alto, pois é para toda a vida. - Ela logo disse um sim bem alto, e todos acabamos rindo. — Seu irmão chegará um pouco atrasado e não saberá tudo o que ocorreu, e quando chegar, quero que ele seja bem-informado. - Quando o irmão da Du Carmo chegou, relatamos para ele, que riu do ocorrido.

    Em pouco tempo a cozinheira chegou com um belo assado, dizendo: — hoje vamos comer tatu assado com arroz e farofa. - Eu nunca havia comido tatu, e ao fazê-lo, adorei a carne.

    Após a refeição, o Sr. José, foi logo dizendo: — agora teremos um outro assunto, política do Brasil e estados, como estamos entre três estados, Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo, temos muito a conversar. - A conversa entrou pela tarde adentro, o irmão da Du Carmo saiu para seus afazeres e minha mãe e minha sogra saíram e foram para um cômodo da casa conversar sobre coisas de mulher.

    Eu, meu pai e o Sr. José ficamos sentados a conversar, ele bebendo uma cachaça e às vezes, uma jenipapina, fumando um cigarro de palha. Apesar de estar toda sua vida naquele interiorzão, ele sabia muito da situação política do Brasil, e meu pai também gostava, e eu fiquei só a ouvir. Até que ele me perguntou: — e você, não tem opinião sobre o assunto? - Eu logo lhe disse que tinha uma apenas, apesar de gostar, eu não me manifestava, pois era funcionário público federal. Ele me olhou de soslaio e disse ao meu pai: — você não educou este rapaz para ser homem? Pois ele não tem opinião política, e pelo que vejo, ele também não bebe e nem fuma um bom cigarro de palha. - Meu pai sorriu e disse: — pouco tenho a lhe dizer, é que o padre de nossa paróquia, o padre José ́, nos diz para não beber, nem fumar. - O homem nos olhou e disse: — que padre de opinião tão besta, sô. - E continuou a dar a sua opinião sobre a política, na qual deu para ver que ele era totalmente contra o governo federal.

    Neste momento, entrou na saleta a cozinheira trazendo um belo de um café e um apetitoso bolo de aipim. Comi aquilo, e logo pedi mais café, pois estava muito bom, como também um outro pedaço do bolo de aipim, delicioso.

    O irmão da Du Carmo entrou, dizendo que já tinha separado os garrotes para a venda, e que no outro dia pela manhã, iria levá-los para Nanuque para vender. O Sr. José lhe disse para vender pelo melhor preço, mas que não demorasse nesta venda.

    CAPÍTULO SEGUNDO

    O PRESENTE

    Na hora do almoço o José Filho apareceu, e foi direto falar com seu pai, o que na realidade me espantou, pois passou por mim batido, sem ao menos me cumprimentar. Du Carmo chegou a comentar comigo sobre o fato, mas continuamos os dois a falar sobre a nossa vida e o nosso futuro, que era na realidade a nossa casinha, nossos filhos, tudo bem simples, sem maiores luxos.

    Durante o almoço, senti que existia um silêncio na mesa, ninguém falava nada, eu cheguei mesmo a comentar sobre a comida, mas o resto da família não falou nada de nada.

    Ao final da refeição, o pai de Du Carmo nos chamou para uma saleta, eu, os meus pais e ela. Lá chegando, vi que ele estava muito tenso, mas logo que iniciou a fala, a tensão pareceu acabar. E foi dizendo: — Paulo, eu tenho uma proposta para te fazer. - Balancei a cabeça, como que a concordar com o fato, mas nem mesmo sabia do que se tratava. E ele continuou: — Eu consegui um valor elevado em dinheiro nos garrotes que vendemos, e como é presente de casamento, quero te dizer que tem uma condição para que vocês recebam este dinheiro. - Fiquei intrigado com o que ele me falaria, e ele continuou dizendo: — — sim, é uma condição real, pois sei que você não tem um bom salário, e isto é um problema. - Eu quis argumentar que isto não era não era tão pequeno assim, e ele interrompeu, dizendo: — Paulo, é pequeno sim, você que saiu há tão pouco tempo de uma pobreza enorme, não sabe o que é ter dinheiro, e quero te dizer que o que você recebe é bem pouco, assim, vou te falar do valor, estou com ele em mãos, e pode ser seu. - E abriu uma sacola com dinheiro numa quantidade monstruosa, que eu nunca havia visto na minha vida. Mas uma coisa bateu na minha cabeça, por que será que ele quer nos dar tanto dinheiro? Perguntei a ele sobre isto, ele riu da minha perspicácia, e disse: — gostei Paulo, na realidade, apesar de não estar vivendo aqui na nossa situação de fazendeiro, você viu que aquele dinheiro não tinha só valor da venda dos garrotes, você tem razão, eu coloquei mais dinheiro para se ter este total, e sei que este dinheiro você nunca teria em dez anos de seu salário de funcionário público federal, assim, digo que a proposta é para que você e a Du Carmo fiquem por aqui, isto é, com este dinheiro, você podem comprar um bom pedaço de terra, ou posso até doar para vocês para montarem a sua fazendinha, e em pouco tempo, você terá tanto dinheiro como nunca poderia ter na sua vida. Mas você tem que sair deste trabalho vir morar aqui.

    De início, você pode morar aqui na nossa casa, até você fazer a sua, e comprar os seus bens. - O irmão de Du Carmo se ofereceu para ajudar nesta empreitada.

    Me chamou atenção o fato do meu pai não querer saber se ele e minha mãe viriam juntos, nem ao menos dar opinião sobre esta situação proposta pelo José Firme.

    Eu passei a conversar com o Sr. José Firme, e lhe disse: — senhor, eu não tenho ainda uma resposta para te dar, visto que o senhor me pegou desprevenido. - E logo a seguir, perguntei se Du Carmo sabia

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