Alfabetização Ecocientífica: uma combinação para além das palavras
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Sobre este e-book
A busca pelo entendimento da vida e o papel da educação nesse processo são temas centrais deste livro. Explorando a escola como um ambiente de aprendizado voltado para o desenvolvimento de habilidades necessárias para compreender a complexidade da vida, a obra propõe a inclusão da Alfabetização Ecológica e Científica no currículo das chamadas Escolas Sustentáveis.
A Alfabetização Ecocientífica é apresentada como uma abordagem que promove a reflexão sobre os diversos conhecimentos que permeiam o currículo de uma Escola Sustentável, especialmente aqueles relacionados às interações entre o ser humano e o ambiente. O objetivo é fornecer novas bases cognitivas para a sustentabilidade da vida.
O livro compartilha as reflexões e os insights gerados ao considerar a amplitude do conceito de Alfabetização, quando enriquecido com as dimensões Científica e Ecológica. Esses insights levam à criação do que chamado de Alfabetização Ecocientífica, explorando a interseção desses dois campos de conhecimento.
Esta obra convida o leitor a refletir sobre a importância da educação na compreensão da vida e na promoção da sustentabilidade, explorando uma abordagem inovadora que integra ciência e ecologia.
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Alfabetização Ecocientífica - Juliana Schwingel Gasparotto
Introdução
Este livro surgiu a partir de reflexões e vivências que fui realizando ao longo da minha trajetória como professora/bióloga/pesquisadora, principalmente durante a elaboração da minha tese de doutorado realizada no Programa de Pós-Graduação Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde - UFRGS, onde me debrucei sobre o currículo destinado às Escolas Sustentáveis.
As ideias aqui apresentadas são resultados de questionamentos insistentes sobre a finalidade do ensino, que me acompanham há mais de duas décadas como educadora ambiental. Cabe ressaltar que a perspectiva de análise sobre tais questionamentos foi transmutando ao longo dos anos, entretanto a essência instauradora se manteve — qual a função do ensino para a manutenção da VIDA?
Creio que, como bióloga, justifica-se a eminência desses questionamentos, já que a Biologia é considerada a Ciência da Vida. Ao longo dos meus estudos, transitei por diferentes matizes da Educação Ambiental com o propósito de conhecer algumas vozes que falam sobre ela. Nesse passeio pela heterogeneidade de vozes, encontrei ressonâncias com as proposições defendidas por Fritjof Capra.
Capra é um dos precursores de uma proposta pedagógica denominada Alfabetização Ecológica¹, que aplica a teoria dos sistemas, aprofundada pela física quântica, nas questões ambientais. A proposta prima pela construção e educação de comunidades humanas sustentáveis com base no estudo dos ecossistemas, o que inclui o aprendizado dos princípios básicos da Ecologia — Ecoalfabetização. Nesse sentido, cabe ao homem conhecer de forma pormenorizada como a natureza sustenta a teia da vida, para, então, planejar uma comunidade humana sustentável. A ideia é usar a educação para uma vida sustentável como uma pedagogia que facilita a compreensão sistêmica das relações, explorando os três fenômenos básicos — a teia da vida, os ciclos da natureza e o fluxo de energia — por intermédio de experiências diretas com o mundo natural.
Este texto apresenta os caminhos que fui traçando ao refletir sobre possíveis aproximações entre a Alfabetização Ecológica e a Alfabetização Científica, expondo outras e novas possibilidades para pensar a construção do currículo de uma Escola Sustentável à luz da Alfabetização Ecocientífica.
Contextualizando
um pensar
Há anos que me encontro envolvida com o discurso da Educação Ambiental, porém foi com alguns passos realizados durante minha pesquisa de mestrado que as inquietações sobre esse discurso afloraram com intensidade. Naquela época, deparei-me com os estudos cartográficos de Sauvé (2005) sobre as diversas correntes de Educação Ambiental que circulam pelo mundo, as quais apresentam a concepção de ambiente sustentada em aportes teóricos e filosóficos, produzidos e plasmados no espaço do conhecimento científico vigente. Confesso que, ao adentrar nos estudos das diferentes matizes da Educação Ambiental, defrontei-me com inúmeros questionamentos pessoais a respeito das intencionalidades do saber ambiental.
Atualmente, as proposições de Leff (2002, p. 11) me oferecem aportes para compreender que:
O saber ambiental é expulso do núcleo da racionalidade científica por uma força centrífuga que o impulsiona para fora, que o impede de se fundir no núcleo sólido das ciências duras e objetivas, de se subsumir em um saber de fundo, de se engrenar no círculo das ciências e se dissolver em uma reintegração interdisciplinar de conhecimento.
Embora entenda, assim como Leff (2002), que o saber ambiental está sempre em fuga, mantendo-se num processo transitório pelas órbitas dos pensamentos epistemológicos e repercorrendo a heterogeneidade de vozes, nomenclaturas e vertentes da Educação Ambiental, procurei encontrar aquela que, talvez, oferecesse uma compreensão mais abrangente sobre a dinâmica e a complexidade da vida.
Encontrei, nas ideias difundidas por Fritjof Capra, uma compreensão científica da vida que me atravessou, produzindo certos efeitos; compreensão que talvez não me fosse estranha, mas, como na Alegoria da Caverna², mantinha-se além do visível e dizível. Aliás, desde III Fórum Social Mundial, realizado em Porto Alegre em 2003, as ideias defendidas por Fritjof Capra começam a deixar clara uma tendência no Brasil, no campo da EA, que passou a ganhar mais força a cada ano
, pois seus textos ajudaram a popularizar a aplicação da teoria dos sistemas, otimizada pela física quântica, nas questões ambientais (BRASIL, 2009, p. 253).
Confesso que a possibilidade de vislumbrar essa nova concepção da vida provocou inquietações sobre a função da Escola no processo de formação dos sujeitos, principalmente no Ensino Fundamental. Contudo, permeada pelos pensamentos de Bachelard (1996, p. 18), filósofo da Ciência que faz pensar sobre a naturalidade do saber científico que nos é oferecido e, nesse caso, refiro-me ao saber biológico, entendo que é impossível anular, de um só golpe, todos os conhecimentos habituais. Diante do real, aquilo que cremos saber com clareza ofusca o que deveríamos saber
.
Afinal, o que realmente sabemos sobre a vida? O que deveríamos saber sobre a vida? O que a escola nos ensina sobre a vida?
Nesse momento, é importante salientar que compreendo a escola como espaço com intencionalidades e proposições metodológicas voltadas ao desenvolvimento de habilidades e competências necessárias à Alfabetização Científica³ dos sujeitos/alunos.
Mantendo nuances com o domínio bachelardiano, considero que opiniões não são legitimadas