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10 Melhores Crônicas - Mário de Andrade
10 Melhores Crônicas - Mário de Andrade
10 Melhores Crônicas - Mário de Andrade
E-book47 páginas36 minutos

10 Melhores Crônicas - Mário de Andrade

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Sobre este e-book

Figura central da vanguarda cultural brasileira do início do século XX, a influência de Mário de Andrade ecoa até os dias atuais na vida intelectual brasileira. A respeito de sua atuação como cronista, disse: No meio da minha literatura, sempre tão intencional, a crônica era um sueto, a válvula verdadeira por onde eu me desfatigava de mim. Também é certo que jamais lhe dei maior interesse que o momento breve em que, com ela, brincava de escrever.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento14 de mai. de 2023
ISBN9783988655226
10 Melhores Crônicas - Mário de Andrade
Autor

Mário de Andrade

Mário de Andrade (1893 1945) foi um dos principais expoentes do modernismo no Brasil e sua obra teve uma grande influência na literatura e na cultura brasileira. Além de poeta e romancista, foi também musicólogo, historiador de arte, crítico e fotógrafo.

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    10 Melhores Crônicas - Mário de Andrade - Mário de Andrade

    Introdução

    Biografia

    São Paulo o viu primeiro.

    Foi em 93.

    Nasceu, acompanhado daquela

    estragosa sensibilidade que

    deprime os seres e prejudica

    as existências, medroso e humilde.

    E, para a publicação destes

    poemas, sentiu-se mais medroso e mais humilde, que ao nascer.¹

    Mário de Andrade foi um dos maiores escritores e pensadores brasileiros do século XX. Nascido em São Paulo, em 9 de outubro de 1893, Andrade foi um escritor, poeta, crítico literário, musicólogo, folclorista e professor. Sua produção intelectual é considerada uma das mais importantes da literatura brasileira, e ele é frequentemente citado como um dos principais nomes do modernismo no país.

    Andrade estudou música e piano, e foi professor de história da arte em São Paulo. Em 1922, foi um dos organizadores da Semana de Arte Moderna, um evento que marcou a entrada do Brasil no movimento modernista. A partir daí, ele se tornou um dos principais representantes desse movimento, que buscava renovar a cultura e a arte brasileiras.

    Como escritor, Andrade escreveu diversos livros, incluindo o romance Macunaíma (1928), que é considerado uma das obras-primas da literatura brasileira. Além disso, ele produziu diversos ensaios, críticas literárias e crônicas, que demonstram sua habilidade em refletir sobre a cultura e a sociedade brasileiras.

    Andrade também foi um defensor da cultura popular e do folclore brasileiro. Em suas obras, ele explorou as tradições, lendas e mitos do país, e destacou a importância de preservar essa cultura como forma de entender a identidade e a história do Brasil.

    Mário de Andrade faleceu em São Paulo, em 25 de fevereiro de 1945, deixando um legado literário e intelectual importante para a história do Brasil.

    Este livro, 10 melhores crônicas de Mário de Andrade, apresenta uma seleção das crônicas mais importantes e representativas da obra de Andrade, oferecendo ao leitor uma visão única do mundo e das ideias deste grande escritor brasileiro.

    Será o Benedito!

    A primeira vez que me encontrei com Benedito, foi no dia mesmo da minha chegada na Fazenda Larga, que tirava o nome das suas enormes pastagens. O negrinho era quase só pernas, nos seus treze anos de carreiras livres pelo campo, e enquanto eu conversava com os campeiros, ficara ali, de lado, imóvel, me olhando com admiração. Achando graça nele, de repente o encarei fixamente, voltando-me para o lado em que ele se guardava do excesso de minha presença. Isso, Benedito estremeceu, ainda quis me olhar, mas não pôde aguentar a comoção. Mistura de malícia e de entusiasmo no olhar, ainda levou a mão à boca, na esperança talvez de esconder as palavras que lhe escapavam sem querer:

    — O hôme da cidade, chi!...

    Deu uma risada quase histérica, estalada insopitavelmente dos seus sonhos insatisfeitos, desatou a correr pelo caminho, macaco-aranha, num mexe-mexe aflito de pernas, seis, oito pernas, nem sei quantas, até desaparecer por detrás das mangueiras grossas do pomar.

    Nos primeiros dias Benedito fugiu de mim. Só lá pelas horas da tarde, quando eu me deixava ficar na varanda da casa-grande, gozando essa tristeza sem motivo das nossas tardes

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