O filho do siciliano
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Sobre este e-book
Quando o marido siciliano de Emma descobriu que ela era estéril, o seu casamento acabou. Mais tarde, de regresso a Inglaterra, Emma descobriu que acontecera o impossível… engravidara! Contudo a vida de uma mãe solteira era muito difícil e, incapaz de pagar as contas, Emma só tinha uma opção: Vincenzo.
Agora que sabia que era pai, Vincenzo estava decidido a reclamar o seu filho e a voltar para a Sicília com ele. Assim, se Emma quisesse ficar com o menino, teria de voltar para os seus braços e para a sua cama.
Sharon Kendrick
Sharon Kendrick started story-telling at the age of eleven and has never stopped. She likes to write fast-paced, feel-good romances with heroes who are so sexy they’ll make your toes curl! She lives in the beautiful city of Winchester – where she can see the cathedral from her window (when standing on tip-toe!). She has two children, Celia and Patrick and her passions include music, books, cooking and eating – and drifting into daydreams while working out new plots.
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O filho do siciliano - Sharon Kendrick
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2008 Sharon Kendrick
© 2017 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
O filho do siciliano, n.º 1180 - dezembro 2017
Título original: Sicilian Husband, Unexpected Baby
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.
As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.
Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-9170-398-3
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Página de título
Créditos
Sumário
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Epílogo
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Capítulo 1
Emma sentiu um calafrio de verdadeiro pânico enquanto olhava para o homem loiro que estava diante dela, no entanto, tentou disfarçar. Não queria que a visse assustada.
– Eu não posso pagar uma renda mais alta, Andrew. Tu sabes.
Ele encolheu os ombros.
– E isto não é a Casa da Misericórdia. Lamento muito, Emma, mas, por esta casa, poderia pedir quatro vezes mais do que te cobro.
Como um robô, ela assentiu. Sim, era verdade. Uma casa tão bonita numa bonita vila inglesa… Ia perdê-la. Pelos vistos, ultimamente, toda a gente queria viver no campo.
Andrew hesitou um momento.
– Não podes pedir o dinheiro a alguém? O que se passa com o teu marido?
Emma levantou-se imediatamente. O simples facto de mencionar o homem com o qual se casara tinha o poder de a angustiar. Porém, não havia lugar para fraquezas na sua vida, já não. Simplesmente, não podia dar-se a esse luxo.
– É muito amável preocupares-te comigo, mas isso é problema meu.
– Emma…
– Por favor, Andrew – interrompeu ela. Nunca falava de Vincenzo, nunca. – Ou consigo o dinheiro para a renda por minha conta ou terei de encontrar uma casa mais barata. É a única solução.
Sabia que havia uma terceira e Andrew já o deixara bem claro muitas vezes. No entanto, não ia sair com ele só para que não lhe aumentasse a renda. Para além disso, ela não estava à procura de namorado.
Não queria ninguém na sua vida, não tinha tempo nem vontade para procurar um homem. O desejo morrera nela no dia em que deixara Vincenzo.
Assim que Andrew desapareceu sob o céu cinzento de Novembro, Emma entrou no quarto para ver o seu filho.
Já tinha dez meses. Como era possível? Crescia rapidamente, desenvolvendo o seu corpinho ao mesmo tempo que definia a sua personalidade.
Gino afastara o edredão com os pés e estava agarrado ao seu coelhinho de peluche como se a sua vida dependesse disso…
Emma sentiu um aperto no coração. Se só tivesse de pensar nela, não seria nenhum problema. Havia muitos trabalhos onde lhe ofereciam alojamento e podia ter aceitado qualquer um deles.
No entanto, tinha de pensar no seu filho, Gino, que merecia o melhor do mundo. A culpa não era dele que o seu nascimento a tivesse posto numa situação impossível.
A sugestão de Andrew poderia parecer perfeitamente lógica, porém, ele não sabia nada sobre o seu casamento. Ninguém sabia, na verdade. Conseguiria engolir o orgulho e pedir ajuda ao seu marido?
Teria direito legal a uma pensão de alimentos? Vincenzo era um homem fabulosamente rico e, embora tivesse dito que nunca mais queria voltar a vê-la, dar-lhe-ia uma pensão de alimentos se lhe pedisse o divórcio?
Cansada, passou uma mão pelos olhos. Que outra solução havia? Ela não tinha formação universitária e a última vez que trabalhara fora de casa quase tudo o que ganhara fora para pagar a ama. Para além disso, o pobre Gino não suportava estar sem ela.
Por isso, decidira fazer da sua casa uma pequena creche. Parecera-lhe o mais lógico. Ela adorava crianças e era uma forma de ganhar dinheiro sem ter de deixar o seu filho com outra pessoa. Contudo, ultimamente, nem sequer isso era o suficiente para pagar as contas.
Algumas mães tinham-se queixado de que a casa era demasiado fria. Duas delas até tinham levado os seus filhos e as suas suspeitas de que isso ia ter consequências graves tinham-se tornado realidade. Agora não havia mais meninos para cuidar e, portanto, não entrava dinheiro em casa.
Como ia pagar a renda se Andrew a aumentasse?
Emma tinha vontade de chorar, porém, não podia dar-se a esse luxo porque isso não resolveria nada. Não havia ninguém que secasse as suas lágrimas e chorar era coisa de crianças… Embora ela estivesse decidida a fazer com que o seu filho chorasse o mínimo possível. Por isso, devia comportar-se como uma adulta.
Contudo, quando tirou o cartão-de-visita da gaveta, a sua mão começou a tremer ao ver aquele nome.
Vincenzo Cardini.
Debaixo do nome estavam a sua morada e os seus números de telefone em Roma, Nova Iorque e Palermo, mas também o número do seu escritório em Londres, onde sabia que ultimamente passava muito tempo.
Doía-lhe saber que Vincenzo era o proprietário de um luxuoso bloco de apartamentos na melhor zona da capital. Pensar que passava tanto tempo em Inglaterra e nunca se incomodara em procurá-la, nem sequer pelos bons tempos…
«É claro que não», disse para si. «Já não te ama, nem sequer sente afecto por ti, e deixou-o bem claro».
Ainda recordava as suas últimas palavras, pronunciadas com aquele sotaque siciliano frio: «Vai-te embora, Emma, e nunca mais voltes. Já não és a minha mulher».
Tentara falar com ele antes, não uma vez, mas duas vezes, e, em ambas as vezes, Vincenzo recusara-se a falar com ela. Voltaria a acontecer o mesmo?, perguntou-se.
No entanto, devia ao seu filho continuar a tentar. Devia-lhe a segurança que todas as crianças deviam ter e que o seu pai poderia dar-lhe. Não era isso mais importante do que qualquer outra coisa? Tinha de o fazer por Gino.
Emma tremeu, envolvendo-se na camisola de lã. Perdera muito peso e a roupa parecia engoli-la. Geralmente, usava várias peças de roupa e mexia-se continuamente para aquecer naquela casa gelada. No entanto, o seu filho acordaria em breve e teria de acender o aquecimento, cuja conta era cada vez mais difícil de pagar.
Enfim, não tinha outro remédio senão telefonar a Vincenzo, pensou, passando a língua pelos lábios ressequidos, enquanto marcava o seu número de telefone com dedos trémulos.
– Sim? – a voz feminina que atendeu tinha pouco sotaque.
Vincenzo apenas contratava pessoas que falassem italiano e a língua do país, recordou Emma. Até preferia que falassem o dialecto siciliano, que era um mistério para muita gente.
«Porque os sicilianos cuidam uns dos outros», dissera-lhe uma vez. Eram membros de um clube muito exclusivo, do qual estavam ferozmente orgulhosos. De facto, quanto mais Emma sabia do assunto, mais a surpreendia que Vincenzo se tivesse casado com ela.
«Casou-se contigo porque pensava que era a sua obrigação», recordou-se.
Dissera-lho muitas vezes. O casamento acabara porque, segundo Vincenzo, ela não cumprira a sua parte do acordo.
– Sim – repetiu a mulher.
Emma pigarreou.
– Posso falar com o senhor Cardini, por favor?
Houve um silêncio do outro lado da linha… Como se a secretária estivesse surpreendida por uma estranha se atrever a querer falar pessoalmente com «o grande homem».
– Pode dizer-me quem é?
Emma respirou fundo.
– O meu nome é Emma Cardini.
Houve outra pausa.
– E a sua chamada é em relação a…?
Então não sabia quem era. Ela apertou os lábios, magoada.
– Sou a sua esposa.
A secretária devia ter ficado surpreendida, porque não parecia saber o que dizer.
– Por favor, espere um momento.
Emma viu-se obrigada a esperar durante o que lhe pareceu uma eternidade e umas gotas de suor apareceram na sua testa apesar de a casa estar fria. Estava a ensaiar em silêncio um «Olá, Vincenzo» o mais neutro possível quando a voz da secretária interrompeu os seus pensamentos:
– O senhor Cardini está numa reunião e não pode atendê-la neste momento.
Aquela resposta foi como um balde de água fria e Emma agarrou-se à mesinha do telefone. Estava quase a desligar quando se apercebeu de que a mulher continuava a falar.
– Mas se me deixar um número de telefone, o senhor Cardini tentará telefonar-lhe quando tiver um momento livre.
O orgulho fez com que Emma quisesse dizer-lhe que podia ir para o inferno se não