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Cartas guia para a felicidade: Um legado transmitido de geração em geração
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Cartas guia para a felicidade: Um legado transmitido de geração em geração
E-book163 páginas2 horas

Cartas guia para a felicidade: Um legado transmitido de geração em geração

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Sobre este e-book

A história deste livro pode ser a história de qualquer um de nós. Uma historia de superação e reviravoltas mágicas. Venha descobrir o conteúdo e o mistério que as cartas, que Julieta escreve ao seu neto Victor, encerram. E deixe-se levar por esta viagem com destino à felicidade!
IdiomaPortuguês
Data de lançamento19 de mar. de 2019
ISBN9788468536002
Cartas guia para a felicidade: Um legado transmitido de geração em geração

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    Cartas guia para a felicidade - Helena Rodrigues

    Cartas GUIA

    para a FELICIDADE

    Um legado transmitido

    de geração em geração

    Helena Rodrigues

    © Helena Rodrigues

    © Cartas guia para a felicidade. Um legado transmitido de geração em geração

    1ª Edição: Junho 2018

    Capa: Helena Rodrigues

    Imagens: Helena Rodrigues

    Paginação: Helena Rodrigues

    Revisão: Joana Soares e Maria Rebelo

    ISBN formato ePub: 978-84-685-3600-2

    Impreso en España

    Editado por Bubok Publishing S.L.

    Reservados todos os direitos. Salvo exceção prevista pela lei, não é permitida a reprodução total ou parcial desta obra, nem a sua incorporação a um sistema informático, nem a sua transmissão em qualquer forma ou por qualquer meio (eletrónico, mecânico, fotocopia, gravação ou outros) sem autorização prévia e por escrito dos titulares do copyright. A infração de ditos direitos implica sanções legais e pode constituir um delito contra a propriedade intelectual.

    Dirija-se a CEDRO (Centro Espanhol de Direitos Reprográficos) se precisar de fotocopiar ou digitalizar algum fragmento desta obra (www.conlicencia.com; 91 702 19 70 / 93 272 04 47).

    Índice

    Capítulo 1. O Adeus

    Capítulo 2. Escolhas de Vida

    Viver ou Morrer?

    Capítulo 3. O Inicio da Mudança

    Cartas para um Neto!

    Capítulo 4. Vitórias Alcançadas

    Capítulo 5. De Tudo para Nada

    Mentira ou Verdade?

    Capítulo 6. Apostar nos Sonhos

    Capítulo 7. Devagar pode ser Bom

    Estagnar ou Evoluir?

    Capítulo 8. Ciclos Viciosos e Reinícios

    Perdoar ou Guardar Rancor?

    Capítulo 9. A Esperança Renasce

    Sentir ou Não Sentir?

    Capítulo 10. Expectativas

    Arriscar ou Manter?

    Capítulo 11. Pedidos Concedidos

    Capítulo 12. Realidades

    Prender ou Desprender?

    Capítulo 13. A Missão do Coração

    Agir ou Não Agir?

    Capítulo 14. Legados e Lemas

    Acreditar ou Não Acreditar?

    Capítulo 15. O Lugar da Felicidade

    A Felicidade

    Agradecimentos

    Capítulo 1. O Adeus

    A tarde de sábado ia já avançada. Na sua casa simples, e ainda feita de pedra, Domingos e Esperança descansavam na varanda. Sentados, cada um na sua cadeira de balouço e de mão dada, usufruíam do sol quente que se fazia sentir em mais um dia de primavera.

    A varanda, com acesso apenas pelo interior da casa, ficava virada para a rua principal onde, e de quando em quando, passavam habitantes da aldeia. Estes cumprimentavam Domingos e Esperança com o desejo de uma boa tarde e com a troca de algumas palavras mais. Por toda a aldeia este casal era bastante querido, e todos sabiam que quando eles se encontravam naquela varanda, e nas suas cadeiras, a conversa com os demais seria curta, pois esse era um dos momentos a dois que adoravam partilhar.

    Domingos era um homem baixo e magro, que se fazia acompanhar pela sua bengala e chapéu. Era calmo, pacato e tinha sempre um sorriso no rosto. Gostava de organizar jantares e almoços, para juntar os amigos e assim passar momentos maravilhosos, que um dia mais tarde seria bom recordar. Esperança era uma mulher igualmente baixa mas com mais alguns quilos que o seu marido, pois adorava passar horas a petiscar. Não prescindia de um lenço na cabeça, era ativa, alegre e gostava de inventar atividades, de forma a canalizar toda a sua energia e imaginação.

    Domingos tinha 85 anos, Esperança 83, e eram a companhia inseparável um do outro. O casamento durava já há 60 anos, e por entre alegrias e tristezas, desafios e derrotas, conquistas e dificuldades, amavam-se e eram o complemento um do outro. Enquanto Domingos acreditava na realidade apenas, no que os seus olhos viam, Esperança acreditava no sonho. Acreditava que todo o poder do mundo se encontra nas mãos de cada um de nós, e que só com a decisão de agir e realizar cada um dos nossos sonhos, é que o mundo gira e avança. No entanto, e o que os unia verdadeiramente, era o facto de ambos desejarem, todos os dias, sentir...dar lugar às emoções, aos sentimentos. E geralmente, preferiam sempre as boas emoções.

    Gostavam de ouvir música, geralmente clássica ou um animado fado, e de ler um livro juntos. Ora lia Esperança em voz alta, ora lia Domingos, para que assim pudessem ambos seguir pelos caminhos da mesma estória. Demoravam horas nas leituras, lendo devagar, saboreando cada frase e o desenrolar do enredo. Quem cozinhava e tratava dos afazeres da casa era a esposa. Ele rachava lenha para a lareira, prevenindo os invernos frios que se faziam sentir, e tratava da pequena horta que tinham num quintal, nas traseiras da casa. Da horta colhiam legumes, frutas, batatas e flores.

    Adoravam receber os amigos em casa e nesses dias vestiam-se a rigor. A casa era decorada a preceito com flores, toalhas de cores semelhantes, pratos e talheres, dos mais bonitos que tinham lá por casa.

    Domingos e Esperança tiveram apenas uma filha, Julieta, que adoravam e mimavam o quanto podiam, e com quem procuravam falar todos os dias e estar o maior número de vezes possível. Julieta vivia em Lisboa e, apesar da distância, a relação entre eles era muito próxima e forte.

    ***

    Numa bela manhã de domingo, em que Julieta foi visitar os pais na companhia do seu marido Valentim, organizou-se um almoço, com a presença de amigos, comida saborosa, flores, aromas e música. A seguir ao almoço organizou-se um baile.

    Domingos e Esperança viviam com as suas pequenas reformas, o que não se revelava problema nestas ocasiões. Quem vinha para estes momentos trazia sempre uma contribuição. Um ingrediente, uma garrafa de vinho lá da adega com bastantes anos, ou um novo CD de música para dançarem, ao que todos chamavam carinhosamente As Compilações de Domingo.

    As mulheres confecionaram os mais variados pratos e sobremesas, e as bebidas, as mesas e os aperitivos ficaram a cargo dos homens. Depois da mesa posta e dos cozinhados prontos, sentaram-se todos de roda da enorme e comprida mesa, distribuindo comida pelos pratos e provando um pouco de tudo. O almoço decorreu, como sempre, numa grande algazarra, ora em conversas cruzadas, ora focados num tema que debateram acesa mas tranquilamente. Geralmente os almoços duravam horas e terminavam com os estômagos bem recheados. Para contrariar a moleza que segue um farto almoço, e de forma a continuar a boa disposição, dançaram vários tipos de música e da forma que melhor souberam, trocando de pares várias vezes e não deixando ninguém parado. Continuaram assim a tarde toda, sem parar, ao ritmo de cada um. Petiscando a comida que ainda sobejava, bebericando sem abusar um licor ou vinho, lavando um prato ou uma panela, até à hora de recolher, em que cada um dos convidados regressou a casa.

    A alegria destes momentos era explícita, todos gostavam de fazer parte da lista de convidados, e desejavam que perdurassem no tempo. Mas em breve estes convívios teriam o seu fim.

    ***

    A aldeia onde Domingos e Esperança viviam e tinham nascido, era uma aldeia perdida no norte e interior transmontano, portas meias com Espanha e com uma história de reis e castelos, igrejas e costumes muito antigos, por desvendar. Chamada Outeiro, por outrora se dispor no pequeno monte que sustentava o entretanto destruído Castelo, foi denominada, noutros tempos, Outeiro de Miranda, e foi Sede de Concelho entre 1514 e 1853. No alto do pequeno monte observam-se, ainda nos dias de hoje, as ruínas da antiga fortaleza, e pela aldeia conservam-se testemunhos do glorioso passado da freguesia: a casa camarária, o tribunal, o pelourinho, a velha igreja matriz, a imponente e majestosa Basílica do Santo Cristo e quatro pequenas capelas.

    Do seu passado e para além das misteriosas construções, permanece um valioso legado, que ao longo de séculos, as suas gentes souberam proteger e transmitir. Uma natureza exuberante composta por montes, planaltos e vales verdejantes. Por águas puras e cristalinas em fontes, ribeiras, riachos e quedas de água, que culminam nos caudais dos rios Sabor e Maças. Uma cultura singular de festas e cultos aos seus Santos e uma língua ancestral, proveniente do Mirandês. Este harmonioso conjunto de preciosidades, confere à aldeia toda a sua identidade. Pelas suas terras, onde reina a natureza e o clima demonstra a sua fúria ao longo das estações do ano, os trabalhos agrícolas, a convivência com os animais, os seus costumes e tradições, os seus aromas e sabores, marcam o dia-a-dia dos seus habitantes. Forma de viver esta, que serve de boas vindas a uma região de gente hospitaleira e genuína.

    No Inverno sente-se o aroma a lenha queimada que exalta das chaminés, do fumeiro que ganha vida e se cura em cada casa, os sabores de doces e pães típicos do natal e dos meses frios. Na Primavera a aldeia e os arredores ganham as mais variadas cores: o verde dos imensos campos verdejantes, o rosa das cerejeiras em flor, o vermelho das roseiras, o amarelo e branco dos malmequeres, o azul, o lilás e outras tantas cores, das mais diversas flores, plantadas nos vasos que enfeitam as casas de pedra. No Verão, surgem as tardes de conversa à sombra, os mergulhos e brincadeiras na represa do rio Maçãs, as semanas seguidas de festas em honra dos mais variados Santos, os serões de noites quentes e agradáveis na conversa ou a olhar o céu estrelado. Com o Outono vêm as primeiras chuvas e o cheiro a terra molhada, os dias mais pequenos e logo o recolher mais cedo, as primeiras noites de convívio à lareira, as camisolas e os casacos de lã. E estação após estação, ano após ano, assim se repete este emaranhado de aromas, sabores, sensações, cores e emoções.

    ***

    Meses antes do fatídico dia, mais precisamente no mês de Janeiro de 2010, teve lugar uma das mais tradicionais e esperadas festas da aldeia: a festa de São Gonçalo. De todos os cantos do país chegaram filhos e netos dos habitantes de Outeiro, amigos e conhecidos, emigrantes e visitantes de aldeias vizinhas, sem esquecer os que, apenas de passagem, pararam e participaram por curiosidade.

    Julieta e Valentim, tinham chegado no dia anterior na companhia dos seus dois filhos, Alma e Filipe. Era o terceiro ano que guardavam dois dias de férias para poder estar presentes nesta divertida festa, e claro, junto de Domingos e Esperança. Devido à distância, e para não se tornar um fim de semana demasiado exaustivo, rumavam para os arredores de Bragança na sexta-feira e regressavam a Lisboa na segunda. Sempre que a sua filha, genro e netos chegavam, Domingos e Esperança recebiam-nos de braços abertos e com uma enorme alegria estampada no rosto. Alma e Filipe eram recebidos da mesma forma, quer em criança quer já crescidos. Domingos dava-lhes um abraço apertado e duradouro, Esperança para além do abraço, perdia-se em mil beijos numa face e outros mil na outra.

    Na Basílica do Santo Cristo, teve lugar a missa que abriu os festejos do dia e onde se benzeu o pão que, dias antes, os mordomos da festa elaboraram num ato de diversão e convívio. O pão doce, denominado Rosca, foi como sempre, cozinhado em forno de lenha, segundo uma típica receita, conhecida e transmitida ao longo dos anos, pelos muitos filhos da terra. O pão tomou as mais variadas formas, a mais usual, a forma circular que se assemelha ao sol, mas observavam-se também bonecas, letras, instrumentos musicais, pares de namorados, entre outras, sem esquecer o "São Gonçalo a cavalo de um cavalo. Todas as Roscas revestiram um andor em forma de cubo e, sobre este, dispunha-se uma pirâmide igualmente revestida. Nos quatro cantos superiores do cubo e no pico da pirâmide, sobressaiam cinco Ramos", um conjunto deliciosamente combinado de pequenos bolos, bolachas (chamadas galhetas), chouriços, rebuçados, laranjas, figos, waffles (ali denominadas talassas) e Roscas em tamanho pequeno.

    O final da missa foi marcado com a procissão em volta da igreja, onde seguiram os Gaiteiros e dois andores, o da Roscas e logo de seguida, o

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