Poéticas da Educação
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Poéticas da Educação - Ana Maria Haddad Baptista
Sumário
Capa
Conselho Editorial
Prefácio: Poéticas da Educação
Educação, liberdade e autonomia
O Diálogo Interdisciplinar na poética de Marco Lucchesi ou a Estética do Labirinto
Tempo-Memória na Educação
Literatura e Matemática: da linguagem, das linguagens
Arte e Educação: por uma estética do existencial
Notas sobre a inexatidão da matemática
Das cinco fórmulas poéticas que envolvem o belo e o sublime na Educação
Perspectivas de tempo-memória em Paulo Freire
Bachelard : das profundezas dos devaneios infantis
Literatura & Ciências
Por uma educação dos encontros insondáveis: da linguagem teatral, da linguagem literária
Educação, tecnologias e as novas linguagens
Literatura e Educação: Cinco postulados que se bifurcam
Literatura Infantil: breves reflexões
Leitura & Literatura: uma breve provocação
Ana Maria Haddad Baptista
POÉTICAS DA EDUCAÇÃO
São Paulo | Brasil | Agosto 2018 – Ebook
1ª Edição
Big Time Editora Ltda.
Rua Planta da Sorte, 68 – Itaquera
São Paulo – SP – CEP 08235-010
Fones: (11) 2286-0088 | (11) 2053-2578
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Conselho Editorial:
Ana Maria Haddad Baptista (Doutora em Comunicação e Semiótica/PUC-SP)
Catarina Justus Fischer (Doutora em História da Ciência/PUC-SP)
Lucia Santaella (Doutora em Teoria Literária/PUC-SP)
Marcela Millana (Doutora em Educação/Universidade de Roma III/Itália)
Márcia Fusaro (Doutora em Comunicação e Semiótica/PUC-SP)
Vanessa Beatriz Bortulucce (Doutora em História Social/UNICAMP)
Ubiratan D’Ambrosio (Doutor em Matemática/USP)
Ficha Catalográfica
BAPTISTA, Ana Maria Haddad. Poéticas da Educação – 152 pp. – São Paulo: BT Acadêmica, 2018.
ISBN 978-85-9485-061-4 | 1. Educação 2. Ensino 3. Pensadores I. Título
Projeto gráfico: Big Time Editora
Diagramação: Marcello Mendonça Cavalheiro
Capa: Ninil Gonçalves
Revisão: Autores
Prefácio: Poéticas da Educação
Esta coletânea reúne diversos ensaios que foram publicados em coletâneas, revistas acadêmicas e de divulgação. Na verdade, em diferentes épocas de nosso trajeto profissional. Buscamos, à medida do possível, uma unidade que se estabelece por questionamentos, dos mais variados, em relação à educação e suas possíveis interfaces. Nessa medida, o diálogo, tão necessário, entre a educação, as artes e a literatura, assim como o diálogo, necessariamente, salutar com outras áreas do conhecimento. Todos os textos foram revistos, modificados, em maior ou menor grau, e atualizados.
Ana Maria Haddad Baptista
Educação, liberdade e autonomia
[1]
Breves Reflexões
As escolas brasileiras estão contextualizadas em um universo mais amplo no cenário mundial. Sabemos, em especial, se pensarmos nas lúcidas análises de Bauman, Hobsbawm, Antonio Negri e outros pensadores, que todas as hierarquias, não somente as escolares, estão completamente fragilizadas e isso, nos parece, é muito bom. Implicam numa desestabilização que, por sua vez, indicam incertezas. Pensando com Edgar Morin e Bachelard: nada pior do que as certezas.
Creio que em relação às escolas brasileiras Paulo Freire deu e nos dá uma grande contribuição visto que tem sido reinventado, por exemplo, no ensino superior e em outras instâncias da Educação. Observamos, nossa prática, uma grande mudança, embora, muitas vezes, quase invisível, em relação à postura de professores e alunos. Ambos querem mais liberdade para pensar, ousar e encarar os desafios que a liberdade nos possibilita. Por um outro lado, sem dúvida, existem as resistências. Educação como prática da liberdade exige um despojamento que amedronta e implica, logicamente, em responsabilidades as quais muita gente não tem coragem de enfrentar. Creio muito nas adversidades. Verdadeiros antídotos contra o estabelecido que desde sempre foi inimigo íntimo da humanidade em todos os períodos históricos.
Construir escolas para não construir prisões no futuro
Construir escolas que efetivamente possibilitem a liberdade de expressão, a liberdade de sermos o que somos, a participação solidária ou cairíamos em prisões disfarçadas. E elas existem. Existem muitas escolas, públicas e privadas, de todos os graus, que possuem grades, diretores com apitos na boca, uso obrigatório de uniformes, câmeras vigilantes, inclusive, em salas de aula. Peixes aprisionados em aquários. Aves engaioladas. Proíbem o uso de celulares e o acesso a bibliotecas, quando elas existem, é cheio de regras e burocracias. Os ‘inspetores de alunos’ são vigias uniformizados. Intimidam com o olhar. Plantas e flores artificiais. Desprovidas de vida. Empoeiradas. Os espaços de alimentação, ‘gelados’, verdadeiros reflexos de refeitórios existentes em presídios. Reina uma atmosfera em que predominam o medo, a repressão e a subordinação.
Tais escolas, via de regra, estimulam ‘grades curriculares’ que inviabilizam projetos que instiguem o instante, a inventividade e criatividade de professores e alunos. Nessa medida, somente escolas inovadoras e comprometidas com a real prática e exercício da liberdade poderiam, sim, subtrair, num futuro muito próximo, a construção de mais presídios. Caso contrário, se pensarmos seriamente e, sobretudo, com Paulo Freire e Foucault, as escolas seriam uma espécie de extensão carcerária. Jaulas que domesticam e, apenas, arruínam o pensamento e o corpo.
Da formação de leitores
Esta é uma questão muito delicada. Complexa. Em nossa prática docente tem sido central. Uma das dimensões de nossas pesquisas. A formação de leitores envolve variáveis sutilíssimas.
Primeiramente, a perversa ilusão de que a relação entre leitor e livro seja de causa e efeito. Em outras palavras...não basta que uma criança cresça junto a bibliotecas para que se garanta um futuro leitor. Conheço dezenas de pessoas, bastante próximas de meu universo, que cresceram entre livros e não gostam de ler. Sabemos que milhões de pessoas jamais tiveram acesso a eles até a juventude. Hoje são excelentes leitores. Tornaram-se grandes escritores como é o caso de Saramago.
Uma outra ilusão é pensar que antigamente se lia mais do que hoje. Objetivamente impossível se pensarmos com mais cuidado. Bem ou mal o cenário mundial aponta que o nível universal de alfabetizados aumentou. Apesar de não termos atingido o nível ideal no Brasil, luta-se muito para isso.
Lembremos de Sêneca em Da tranquilidade da alma. Denuncia, há dezenas de séculos, as bibliotecas inertes, apenas enquanto ostentação e enfeitadas com estátuas. Goethe, em Conversações, nos últimos dez anos de sua vida, lamenta, com Eckermann, a ausência de referenciais clássicos entre os jovens. Seféris, nos anos 50 do século XX, critica a falta de referenciais de seus contemporâneos.
Uma outro equívoco grave em relação a leituras é a comparação. Em qualquer situação um perigo. As pesquisas, em geral, apontam, maldosamente, que os brasileiros leem pouco em relação a outros países. Provavelmente não leram O inconformista de Luc Ferry e fugiram de análises inteligentes propostas pelos escritores que acreditam na literatura. Os raros que optaram por literatura-vida e resistem à sedução do canto da sereia.
Nessa medida, devemos questionar enfaticamente: quais foram as metodologias empregadas para se afirmar que o brasileiro lê pouco? Desde quando a venda de livros pode garantir a real leitura? Comprar um livro é uma coisa. Ler é outra.
Outro equívoco: há um grande fator, talvez, o principal, o da qualidade dos livros que são lidos. Um livro de quinhentas páginas, necessariamente, não é melhor do que um de 40 ou 50. Sabemos que há livros de algumas dezenas de páginas que nos obrigam a reflexões que perduram por anos. Até por uma vida inteira. Um poema de algumas páginas pode dizer muito mais que trezentas! E a releitura? De tempos em tempos, relemos, integral ou parcialmente, as obras pelas quais somos apaixonados. ‘Reservas poéticas’, consequentemente, ‘reservas de vida’. Se mudamos a cada segundo... cada releitura é uma nova leitura. A humanidade esquece de que a teoria da Relatividade, ou seja, a primeira versão, publicada em 1905, tinha em torno de dez páginas. Sabe-se do impacto epistemológico que abalou as grandes certezas e continua desafiando até hoje questões que envolvem as ciências e a poética.
Em nossa prática docente que remonta mais de quarenta anos, jamais subtraí de meus alunos o encontro com os livros. Sempre tendo em vista os fatores apontados. A escola pode e deve possibilitar o encontro com a leitura, inclusive, por meio de aparatos tecnológicos.
No entanto, talvez, um ponto chave: temos que aumentar as expectativas em relação aos nossos alunos. Infelizmente a maioria dos professores não confia na capacidade de leitura dos estudantes e sabem, apenas, lamentar. Finalmente: os acusadores de que seus alunos nada leem...estão efetivamente lendo alguma coisa? Praticam as necessárias estratégias que levam à sedução pela leitura? Em que medida são apaixonados por literatura?
Literatura de verdade, diferentemente de outras linguagens que nos assediam a todo momento, exige de seus leitores o encontro com o ausente. Portanto: introspecção, coragem, recolhimento. Paixão. Solidão. Leitura exige ritmo. Tão caro a Octavio Paz, Deleuze e pensadores lúcidos. Acompanhar a musicalidade do texto. Em verso ou prosa. Inclusive, em textos de Filosofia, História, Física, Matemática e outros. A melodia textual, quando interiorizada, gradual e profundamente durante a leitura, determinará, mediante necessidades subjetivas, a velocidade e a verticalidade da leitura. Movimento intransferível. Incomensurável.
Das escolas brasileiras
Excesso de memória, tal qual Funnes, o memorioso de Borges. Excesso de importação e comparação de modelos educacionais. O Brasil, como todos os países, precisa, de uma vez por todas, ser compreendido em sua pluralidade. Valorizar nossa diversidade. Mas, cremos, acima de tudo, que precisamos de educadores apaixonados por aquilo que fazem. Os professores, afirmava Paulo Freire, podem muito mais do que imaginam. Infelizmente... a maioria deste planeta faz o que não gosta. Nessa medida, aumento de salários, cursos de capacitação e outras estratégias que visam melhorar nosso sistema caem no vazio. Portanto, a questão é muito mais aguda do que aparenta.
Precisamos reestruturar, urgentemente, o Sistema Educacional em todos os graus. Escolas públicas e privadas. Nessa reestruturação ter, em primeiro plano, a bela imagem de Sartre na leitura de Giacometti: como fazer um homem com pedra sem petrificá-lo? Penso em escolas impregnadas de movimentos circulares. Espaços, em sua totalidade, cuidados pelos próprios alunos. Desde a alimentação até a limpeza. Sem hierarquias rígidas. Escolas envolventes onde provas e chamadas seriam dispensáveis. Que exalem beleza espacial, poesia, paixões alegres. E o melhor: sabemos que existem algumas escolas assim. São possíveis. Desnecessário um investimento econômico muito grande.
O DIÁLOGO INTERDISCIPLINAR NA POÉTICA DE MARCO LUCCHESI OU A ESTÉTICA DO LABIRINTO
[2]
Advertências preliminares
Mergulhar, da superfície à profundidade, no conjunto de obras do poeta, romancista, ensaísta, tradutor, Marco Lucchesi, é um desafio tão arriscado quanto pular do último degrau da Torre de Babel. (Do abismo para o abismo
[3]). Desabar em um labirinto, que como tal, não possui, matematicamente, nenhuma invariável. (Regido exclusivamente por variáveis em espaços de indeterminação.) Desvendar um homem solitário diante de sua dolorosa solidão
[4] e temporalidades (meio-dia?).
Lucchesi possui um conjunto extenso de obras. De uma pluralidade onde o conceito de gênero e interdisciplinaridade, uma vez mais, deveriam ser repensados seriamente. Ensaios, poemas, romances, traduções e projetos experimentais (tão bem conceituados por Haroldo de Campos). Labiríntico, o percurso poético de Lucchesi não se perfaz em linhas de sucessões, mas por cintilações desestabilizadoras. Não há uma direção a seguir. Estética do labirinto. ("Onde é o começo? É alguém ou alguma coisa que começa?»[5]). Desdobra-se sob o fascínio do surpreendente. E quando o leitor pensa que encontrou a saída é mobilizado por ressonâncias. Isto é, o anterior e posterior, o inacabamento e o incomeço que pertencem por essência à ressonância
[6].
O leitor, inclusive, há de encarar a sedução proposta por Sartre: o escritor sabe que fala a liberdades atoladas, mascaradas, indisponíveis; sua própria liberdade não é assim tão pura, é preciso que ele a limpe; é também para limpá-la que ele escreve
[7]. Lucchesi compreende a formulação poética enquanto um pensamento que se deve dizer. Mas não desenvolver. O inacabado. Nessa perspectiva, para o autor, poesia e literatura não suportam a insistência de uma significação ou de um conjunto de significações já constituídos e organizando-se pela coerência de um discurso unicamente lógico
, como tão bem adverte Blanchot. Um dos maiores exemplos disso, no conjunto das obras de Lucchesi, é o alto experimentalismo na obra Rudimentos da Língua Laputar: "Trata-se de uma língua perdida, que procurei, como paciente e desesperado arqueólogo, trazer de volta a nossos dias, na medida de minhas forças, apesar dos inúmeros entraves criados pela mistificação do livro Gulliver’s Travels[8].
Enfim, a poética de Marco Lucchesi é uma espécie de prova, quase definitiva, de que literatura, acima de tudo, não se faz apenas com ideias vagas e pensamentos dispersos. Ou seja, as famosas afirmações, sempre esgarçadas, de lugar comum, que banalizam o rigor da verdadeira literatura e subtraem a responsabilidade irrestrita de quem tomou para si desvendar os grandes mistérios que regem, não somente, o Universo. Eis uma literatura que dialoga, tranquilamente, com a História, Filosofia, Matemática, Astronomia, Física e outras áreas do conhecimento. Subjaz em todo seu diálogo poético interdisciplinar a compreensão de que, (especialmente com Octavio Paz, Gaston Bachelard, Gilles Deleuze e Ernesto Sabato), para os poetas existem zonas de realidade não apreensíveis pela racionalidade. Prefiro o céu de Blanqui, mil vezes superior ao esquálido sistema positivo (...) aposto na beleza das janelas diante do infinito
[9]. Além disso, Lucchesi estabelece (em muitas obras) o diálogo, essencial e fundamental, entre Ocidente e Oriente como demonstram sua belas traduções advindas do romeno, italiano, árabe, persa, somente para ficarmos com alguns exemplos, como no seguinte fragmento de poema (traduzido por Lucchesi) de Rûmî[10]:
O que fazer, se não me reconheço?
Não sou cristão, judeu ou muçulmano.
Se já não sou do Ocidente ou do Oriente;
não sou das minas, da Terra ou do céu.
Não sou feito de terra, ar ou fogo;
não sou do Empíreo, do Ser ou da Essência.
Nem da China, da Índia, ou Saxônia,
da Bulgária, do Iraque ou Hurassân.
Não sou do paraíso ou deste mundo,
não sou de Adão e Eva, nem do Hades.
O meu lugar é sempre o não lugar,
não sou do corpo, da alma, sou do Amado.
O mundo é apenas Um, venci o Dois.
Sigo a cantar e a buscar sempre o Um.
Da solidão da obra
O conceito de solidão pode ser apreendido sob diversos aspectos. Fala-se muito dela. Aquela que designa um estado individual e do qual não podemos escapar. Há a solidão histórica e tantas outras. O conjunto literário de Marco Lucchesi é marcado pela solidão da obra. Aquela solidão tão bem definida por Blanchot[11]. Em que consiste a solidão da obra? O que Blanchot designa por solidão essencial. O escritor diante de um trabalho que jamais tem um fim. Estética do labirinto. O escritor que tem diante de si[12]:
A cada folha
em branco a cada
verso
inexistente
a baba do dragão
e o fero basilisco
A solidão essencial... irreparável solidão?
[13] . A consciência do escritor de que sua obra é sempre inacabada. Rumo ao infinito. O vazio da folha em branco. A solidão de Lucchesi, ainda na esteira de Blanchot, de que essa condição o coloca em risco, ou seja, o que pertence, de fato, à obra, está, na verdade, ao que está sempre ao que vem antes dela. Ouçamos o ressoar da poesia:[14]:
As páginas brancas
do livro
do mundo e o sonho
verde
do alquimista
Lembremos Foucault: Neste momento em que escrevo e em que me falta tão cruelmente a certeza de poder fazer um livro (...) escrevo hoje e aqui a partir de sua inexistência e do vazio que eles deixaram em mim
[15]. Da solidão essencial da obra e do escritor advém a universalidade da voz literária. A universalidade no sentido de um eu que deve, obrigatoriamente, reconhecer-se fora de si mesmo. A solidão total do escritor ao se deparar com o abismo de sair de si sem qualquer âncora. Nas palavras do poeta[16]:
Cai a tarde sobre o campo.
Pelos tristes caminhos, um ser,
imoto e solitário,
provando uma estranha
soledade, uma privação de tudo,
um vasto abandono,
um leve
crepuscular desespero,
contempla o ouro gasto do Sol
e as
imensidões
da
Terra.
Das belezas
do acaso
se apodera,
de sonho
e solidão,
enquanto
haure
o singular
mistério
da distância,
e seu aroma
de tristeza
e abandono,
de golfos
extremados,
enseadas
convulsas
ilhas
torturadas.
O maior desafio para um escritor de verdade é o não ser ele mesmo. Nada pior do que o ‘eu’. Muitos pensadores já disseram isso. Enganam-se aqueles que acham que escrever é ‘contar a historieta de sua própria vida’. Escrever, acima de tudo, é buscar uma universalidade. E para tal empreendimento somente uma voz universal. A voz que fala por uma mulher, sem ser mulher. A voz que fala por um gato, sem ser o gato. A voz que fala por um cavalo, sem ser o cavalo. Observe-se no poema em questão de Lucchesi, o eco universal. O abandono. Na verdade, talvez, a melhor síntese, neste caso, seria a voz da solidão. Em outras palavras: a solidão falando por ela mesma. Impessoal. A voz do universal como também é o caso