Professor, não deixe a peteca cair! 63 ideias para aulas criativas
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Sobre este e-book
Inicialmente, o livro apresenta uma justificativa e uma breve fundamentação teórica acerca da importância de trabalhar o afeto e a criatividade no contexto escolar. A seguir, sugere 63 atividades práticas para tornar a aula mais criativa, interessante, lúdica e prazerosa ao aluno, como por exemplo: originais aberturas do período letivo, formas diferentes de avaliação discente, sugestões inovadoras para revisão do conteúdo, idéias geniais para aulas de encerramento do período letivo, além de sugestões de uso dinâmico dos recursos.
Mais do que oferecer diversas ideias para tornar a aula mais atraente, o livro incentiva o professor não só a revisá-las, como também a elaborar suas próprias estratégias criativas e afetivas. Assim, além de resgatar o prazer de ensinar, estimula o educador a experimentar novas formas de pensar e atuar. - Papirus Editora
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Professor, não deixe a peteca cair! 63 ideias para aulas criativas - Simão de Miranda
PROFESSOR, não deixe a peteca cair!
63 ideias para aulas CRIATIVAS
Simão de Miranda
>>
Dedico este livro primeiramente à minha filha Júlia, razão mais eloquente das buscas que faço.
Também aos meus alunos de todos os tempos, que partilharam e partilham comigo afeto e criatividade, ajudando a construir o educador que sou, sempre humildemente disposto a aprender.
Ainda, e não poderia esquecer, às minhas afilhadas Raíssa e Giovana, pelo muito que lhes quero bem.
Meu abraço mais afetuoso à amiga Miriam Dusi, pela alegria em integrar-me à sua rede de distribuição de afeto.
Afortunadamente, tive professores inesquecíveis e da maioria fiz espelho, tirando para mim o que melhor me ofereciam em termos de relações pessoais e de conduta profissional. Este livro é inteiramente dedicado a um deles, meu professor da antiga Educação Artística lecionada em meu distante segundo grau. A você, meu querido e inesquecível mestre Raimundo Falcão, toda a gratidão que seu modesto aprendiz da vida poderia lhe render.
Partilho meu afeto com as professoras Ângela Branco, Denise Fleith, Diva Maciel e Marisa Brito, do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília, doces pessoas com quem convivi e que notadamente valorizam os laços que nos atam.
Novamente agradeço a Deus por continuar recompensando minha semeadura com generosas colheitas, provendo-me abundantemente nas entressafras.
Pessoas criativas sempre conseguem
transformar os próprios limites em vantagens.
Domenico de Masi, sociólogo italiano, no livro O ócio criativo.
(...) Cada um de nós imerso em sua própria arrogância, esperando por um pouco de afeição.
Renato Russo, músico brasileiro, na canção Esperando por mim
.
APRESENTAÇÃO: AO EDUCADOR QUE TRANSPIRA AFETO E CRIATIVIDADE
Um livro escrito com ternura e alegria
O afeto: Condição necessária na constituição da inteligência
A criatividade nos coloca asas, em vez de muletas
Afetividade e criatividade: Transformando centelhas em chamas vivazes
OITO ATIVIDADES INTERESSANTES PARA A ABERTURA DO PERÍODO LETIVO
1.Apresentando um ao outro por meio de entrevistas
2.Uma pergunta
3.Os três desejos
4.O barbante
5.Jogando bola
6.Você, hoje
7.Eu já lhe conhecia
8.Carta-compromisso
SETE FORMAS DIFERENTES DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM E DO DESEMPENHO DISCENTE
1.Bônus
2.Exclusão do pior valor de um grupo de notas
3.Portfólio
4.Auto e heteroavaliação de trabalhos grupais
5.Contrato de avaliação, adaptado do modelo de Armstrong
6.Prova com cola
7.Prova self-service e com tempo ampliado
DEZESSETE SUGESTÕES ANIMADAS PARA APRESENTAÇÕES E REVISÕES DE CONTEÚDO
1.Batalha naval
2.Bolsa de Valores
3.Seguindo as pistas
4.A bola e o conhecimento
5.Dialogando com o conhecimento
6.Festival de perguntas
7.Perseguição
8.Campeonato do saber
9.Uma prova de fogo
10.Aula em RPG: Uma aventura fascinante
11.Em duplas
12.Cartas na sacola
13.Português e Literatura com o selo postal
14.História com o selo postal
15.Geografia com o selo postal
16.Ciências com o selo postal
17.Folclore brasileiro com o selo postal
QUATRO IDEIAS FESTIVAS PARA AULAS DE ENCERRAMENTO DO PERÍODO LETIVO
1.Fazendo a trama
2.Reconhecendo as qualidades dos colegas
3.Elegendo o outro
4.Quem vai subir ao pódio?
UMA PROPOSTA ALEGRE PARA ESTENDER AS RELAÇÕES GRUPAIS PARA ALÉM DA INSTITUIÇÃO
1.Aviõezinhos de papel
CINCO IDEIAS PARA AULAS DINÂMICAS COM RECURSOS DIDÁTICOS SIMPLES
1. Dramatização
2.Flip chart (ou álbum seriado)
3.Transparências em retroprojetor
4.Cordel pedagógico
5.Apresentação de filmes
TRÊS MANEIRAS INVENTIVAS PARA MELHOR OUVIR A TURMA
1.Aproveitando a chamada para realizar enquetes
2.Ouvindo as impressões da turma acerca do desempenho docente por meio de um formulário
3.Baú de sugestões
OITO JEITOS SIMPÁTICOS DE ESTIMULAR OS ALUNOS
1.Ex-aluno bem-sucedido
2.Metáforas
3.Filmes
4.Premiações e sorteios
5.Elogios
6.Frase da semana
7.Dia da profissão
8.Biografias de destaque
CINCO TÉCNICAS DIVERTIDAS PARA AFUGENTAR O MARASMO
1.Autógrafos
2.Eita!
3.Aponte o que ouviu
4.Paradas de um minuto
5.Decifra-me ou te devoro
CINCO OPINIÕES PROVEITOSAS PARA INCREMENTAR SEU DESEMPENHO DOCENTE COM O USO DO COMPUTADOR
1.O site da sua disciplina
2.Controle de recebimento de tarefas
3.Planilha para cálculo automático de notas
4.E-mail corporativo da turma
5.Um carômetro
digital
BIBLIOGRAFIA
NOTAS
SOBRE O AUTOR
OUTROS LIVROS DO AUTOR
REDES SOCIAIS
CRÉDITOS
ab-apresTornar o simples complicado é fácil.
Tornar o complicado simples,
admiravelmente simples,
isto é criatividade.
Charles Mingus
O afeto ajuda a construir os significados
dos sentimentos e das emoções.
Jaan Valsiner
marker-snUm livro escrito com ternura e alegria
Sim, este é um livro escrito com ternura e alegria. Não tem a intenção primeira de ser um manual de receitas pedagógicas infalíveis, nem de palavras mágicas carregadas de poderes milagrosos. Não quero ser detentor dessa ousadia. Ele apenas partilha relatos das mais diversas formas de alegria, de entusiasmo e de sentimento de satisfação pessoal que tenho colecionado como educador nos derradeiros 15 anos, em se tratando da prática educativa diária.
Concordo que se trata de uma afirmação que parece percorrer na contramão do que temos sentido e ouvido sobre os males da exaustão emocional, da desilusão, da desesperança, do distanciamento afetivo que, em tempos de ultramodernidade, acometem nossa profissão. Entretanto – e meus alunos são testemunhas –, contra tudo isso, sempre busquei praticar uma aula que fugisse do convencional e sempre trabalhei para que essa fuga fizesse a diferença na hora de produzir as marcas inevitáveis que eles receberiam. E é disso que quero falar, terna e alegremente. Porque, como educadores, entramos na vida de centenas ou milhares de alunos durante a nossa vida profissional, e lá, bondosa ou cruelmente, na maioria das vezes, ficamos para sempre. Mas, claro, desejamos lá repousar como boas lembranças, como espelhos cristalinos onde eles possam se mirar. Por isso não poderia ser um livro técnico, acadêmico, de linguagem engessada, de diálogo assimétrico, de colóquio seco e duro, às vezes infecundo. Precisava ser leve e manso para que pudesse levar algum afago às almas desmotivadas e exaustas, consumidas pelas intempéries da profissão. Por esses motivos, este livro não poderia ser escrito sem ternura e alegria. Pois, como já me convenceu o sensível Rubem Alves, em seu livro Retratos de amor, "ternura é sentimento frágil, manso. Como a chama. Ela precisa da fragilidade para sobreviver. O próprio nome diz isso. Em inglês é tenderness, derivado de tender, ‘macio’. O terno é tenro: jamais arranha" (Alves 2002, p. 68).
Veja quão melindroso e belo é o ofício de educar: são eles, os nossos alunos, que, dando continuidade às gerações que se sucedem, conduzem adiante a fulgurante tocha do conhecimento. Mas somos nós, seus professores, os guias dos seus passos na qualidade de seres aprendentes que são, ofertando-lhes, com ternura e alegria, o melhor de que dispomos como elementos necessários aos seus incrementos intelectuais, morais, sociais, culturais e emocionais.
Somos seus companheiros, sim. Mas somos, principalmente, timoneiros de uma vibrante e rica jornada que os levará ao porto seguro da realização pessoal e profissional, ao compromisso inesgotável de defenderem um mundo em que caibamos todos, em condições iguais e com direito ao incansável jargão: mais justo, mais humano, mais alegre e mais afetivo.
Somos, ao mesmo tempo, educadores de espírito, engenheiros de sonhos e arquitetos de utopias. Não daquela utopia forjada pelo senso comum, relacionada àquela miragem fugidia e inatingível, apoiada no termo grego "u = não + topos = lugar, indicando um
lugar que não existe. Mas aquela definida pelo sensível poeta Victor Hugo:
Utopia, hoje. Carne e osso, amanhã. Ou, tão linda quanto essa, aquela cantada pelo poeta e líder político, também francês, Alphonse de Lamartine:
As utopias são verdades prematuras. É a utopia, assim entendida, o alimento caro, raro e necessário à condição humana na Terra. A propósito, vem-me à memória (e
o que a memória