Valor Ambiental da Cachoeira da Serrinha, Mariana-MG

De Pedro Luiz Teixeira de Camargo

Estudos de Valoração Ambiental têm ocupado destaque na Economia Ambiental. Quando se pensa em Áreas de Preservação Natural, como Parques Estaduais e Nacionais, ainda mais! Basta pensar na enorme biodiversidade presente nesses locais, ainda inexplorada.

O caso desta obra, que se propõe a calcular o valor monetário de parte do Parque Estadual do Itacolomi (Peit), entre Mariana e Ouro Preto, em Minas Gerais, é um estudo inédito que inaugura de maneira singular as pesquisas do autor na área denominada como Cachoeira da Serrinha, na parte marianense do Parque, localizada no distrito de Passagem.

Com grande riqueza de detalhes e uma escrita simples, o autor desenvolve toda uma pesquisa acadêmica (que foi sua dissertação de mestrado) com um linguajar pouco usual para pesquisadores, sendo de fácil leitura até mesmo para aqueles pouco habituados ao rebuscado estilo acadêmico.

Convidamos o leitor ou a leitora a conhecer mais e melhor essa pouco explorada área científica e, quem sabe, ao se interessar, contribuir para o desafio científico de se valorar e monetarizar cada vez mais as diversas áreas ambientais, contribuindo assim para sua preservação, afinal de contas fazendo sentir no bolso do cidadão e dos gestores é mais provavél que se consigam de fato políticas ambientais realmente eficientes.

Que tal nos acompanhar nesta aventura ao mesmo tempo científica, política e ambiental?

• Idioma: Português
• Editora: Editora Appris
• Data de lançamento: 16 de mai. de 2019
• ISBN: 9788547313777

Pré-visualização do livro

COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO SUSTENTABILIDADE, IMPACTO, DIREITO, GESTÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Dedico esta obra aos governos populares (2003-2016) que foram capazes

de fazer com que a universidade não fosse um privilégio somente da

classe dominante. Todos e todas que ajudaram a construir este projeto,

sabotado em 31 de agosto de 2016, possuem minha eterna gratidão.

Agradecimentos

A minha mãe, Maria Angela; Alvinho (e Juliana) e Ana, por cada um, à sua maneira, entender o que sou, como sou e mesmo assim me aturarem, assim como a Ângela, que trabalha há mais de 10 anos em minha casa, sempre com a maior dedicação e respeito.

Ao professor Arnaldo, por aceitar orientar essa ideia que hoje se torna uma obra científica, Hellen pela amizade e a Raphaella pela ajuda na organização deste trabalho.

Aos meus nobres amigos Gabriel pelos testes estatísticos, Diego pela formatação final da (então) dissertação, Remo pelas fotos de satélite, empréstimo de GPS e descrição do percurso e Elinara pelos ajustes das imagens.

Por último, mas não menos importante, dedico também esta obra a todos e todas que ousam batalhar, dia e noite, pelo uso sustentável da natureza, acreditando e sonhando que é possível um sistema no qual o lucro não esteja acima da vida, essas pessoas são as mais dignas e possuem o meu maior respeito e admiração.

A única guerra que está perdida é aquela que se abandona! Ousar lutar, ousar vencer!

Apresentação

O debate sobre Valoração Ambiental é ainda muito raso, sendo que apenas uma pequena parte dos cientistas se debruça de fato nessa linha de pesquisa. Isso é um grave erro, pois a história mostra que monumentos naturais nos quais os seres humanos não notam valor econômico direto de uso são rapidamente dizimados, seja por meio de atos de vandalismo, seja com incêndios e descarga de resíduos sólidos.

Obviamente que atitudes lamentáveis como essas acima descritas somente acabarão quando de fato conseguirmos inserir conceitos e valores de cidadania e respeito em toda a sociedade, justificando, inclusive, por que a educação ambiental deve sempre estar na ordem do dia de qualquer comunidade escolar.

Entretanto não podemos aguardar a mudança social consciente das pessoas para se pensar em preservar os bens naturais, pode ser que até lá esses locais não sobrevivam, sendo urgentes ideias e atitudes capazes de, minimamente, remediar (ou tentar remediar) as ações antrópicas cada vez mais inconsequentes na natureza.

Uma dessas ideias, capaz de se transformar de fato em uma atitude conservacionista responsável, é exatamente o tema deste livro, preservar uma área de um Parque Estadual fazendo com que seus frequentadores se sintam responsáveis por ele, uma vez que os verdadeiros responsáveis por isso – no caso, o poder público estadual – pouco fazem.

Aguardar perder tudo que se tem ali de tão fantástico e belo pela omissão dos administradores estaduais ou buscar trazer, para todos e todas, a responsabilidade cidadã local? Essa é a verdadeira questão que moveu este estudo, pois responder a essa pergunta, aparentemente simples, não é tão fácil. Entretanto, mesmo com todos os problemas que existem por trás de se pensar em um poder público enfraquecido, crer na participação cidadã como corresponsável para gerir o Parque parece ser a opção mais viável para salvar o que resta da Cachoeira da Serrinha.

Ao ter como principal objetivo a mensuração monetária do local, situado no distrito de Passagem de Mariana, este livro traz uma ideia inédita de preservação na área, nunca antes pesquisada a fundo com esse viés socioeconômico.

Além disso, a obra foi pensada e desenvolvida com forte aporte teórico, como poderá ser percebido ao longo da leitura, merecendo destaque, ainda, o fato de ser o primeiro livro ambiental sobre o distrito em questão, um dos mais antigos da região do Quadrilátero Ferrífero e localizado entre os perímetros urbanos de Mariana e Ouro Preto.

Dialogando com os diversos atores que frequentam a Cachoeira da Serrinha, o autor elaborou questionários que, ao serem respondidos, puderam trazer as variadas sensações dos entrevistados ao visitar a região, sendo possível, também, a caracterização social dos seus frequentadores.

Além de traçar de maneira cuidadosa o aspecto social dos que visitam a Serrinha, a última questão das perguntas realizadas, curiosamente, indaga aos banhistas se eles estariam dispostos a contribuir monetariamente (e hipoteticamente) para preservar a região que eles tanto frequentam, causando enorme surpresa as variadas respostas obtidas.

Em geral, os moradores do entorno de áreas de preservação não são pensados como protagonistas de políticas públicas de preservação, um erro grave e perfeitamente perceptível nesta pesquisa.

Mais importante do que perceber o valor ambiental da área pesquisada é entender que somente com políticas públicas inclusivas e geração de renda para os moradores mais humildes do entorno teremos possiblidade real de preservar os Parques Ambientais brasileiros.

Esta obra, em resumo, é isso: um compilado de forte embasamento científico que nos traz quanto vale (em reais) a área da Cachoeira da Serrinha para seus