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As viagens da mudança de século
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As viagens da mudança de século
E-book76 páginas1 hora

As viagens da mudança de século

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Sobre este e-book

Cinco relatos de viagens contados com muito humor e ironia. Cinco crónicas de uma época em que os viajantes não transportavam uma câmara digital com memória suficiente para milhares de fotografias, nem um telemóvel com uma infinidade de funções capazes de resolver qualquer imprevisto. O leitor mergulhará numa viagem iniciática, com passagens que são pura aventura, e recordará um evento histórico sem precedentes que ocorreu paralelamente àqueles périplos. Todos esses episódios tiveram lugar enquanto deixávamos o século XX e começávamos a vivenciar uma mudança radical em direção a um uso da tecnologia tão extremo que mudou a nossa forma de viajar. Enquanto íamos chegando esse ponto, continuávamos a olhar para o mapa, não usávamos o GPS e procurávamos uma cabine telefónica para telefonar para casa. Atreve-te a reviver todas estas sensações através destes relatos; afinal de contas, “viajar é o dinheiro melhor investido”, certo?

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento14 de set. de 2019
ISBN9781071502570
As viagens da mudança de século

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    As viagens da mudança de século - Mario Garrido Espinosa

    Dedicatória:

    Aos meus pais e irmão.

    A todos os que partilharam e partilharão viagens e aventuras comigo.

    PREFáCIO

    Viajar é o dinheiro melhor investido. Esta máxima é uma das grandes verdades deste mundo que não admite réplica. Durante a minha vida, sempre que tem surgido a oportunidade, tenho investido dinheiro nesta disciplina e, por enquanto, posso dizer que tenho estado em mais de vinte países: Portugal, França, Andorra, Itália, Egipto, Áustria, Alemanha, Reino Unido, Bélgica, Suíça, Rússia, Canadá, México, Costa Rica, Malta, Lituânia, Letónia, Estónia, Hungria, Eslováquia... Ao puxarmos pela memória para enumerá-los, apercebemo-nos da dimensão do que vivenciamos; sobretudo quando estamos conscientes de que a lista não está completa, de que estamos a deixar algum país para trás. Espero, em todo o caso, conseguir duplicar ou triplicar esse número enquanto o corpo aguentar... Mas, de momento, todas as experiências enchem-me de alegria cada vez que penso nelas: entrei na câmara funerária da pirâmide de Miquerinos no Egipto; atravessei o maior lago da Europa, o Ladoga, saltando, num barco soviético, as ondas de mais de dois metros; vi uma cidade maia, meio coberta pela selva mexicana, empoleirado no alto de uma pirâmide recém descoberta; andei pela língua do glaciar Pasterze, no meio dos Alpes; atirei-me de uma tirolesa de mais de um quilómetro, por cima da floresta nebulosa da Costa Rica; vi o Monte Saint-Michel entre as brumas, como se fosse o castelo de um conto; vi Toronto inteiro desde os 446 de altura da CN Tower e senti as vertigens ao passear pelo seu chão transparente; vi a janela azul da ilha de Gozo em Malta, antes de que desaparecesse para sempre; atravessei o eurotúnel num trajeto entre Bruxelas e Londres; estive no interior de um submarino da Segunda Guerra Mundial, na Estónia; subi ao último andar da Torre Eiffel; tomei banho na famosa piscina rodeada de colunas nas termas Gellert, em Budapeste; na zona norte do Canadá vi como uma baleia vinha à superfície do mar e a apenas cinco metros me olhava durante uns segundos...

    Estou consciente de que ainda tenho muito para fazer, ver e viver, mas às vezes, antes de começar novos projetos, é conveniente olhar com atenção para a origens, e é precisamente sobre isso que este livro trata: das primeiras viagens que abriram caminhos para todas as outras, que assentaram esta incansável vocação, que me fizeram desejar continuar a viajar; estou a referir-me às viagens à ilha de Maiorca, a Portugal, aos Pirenéus, a Itália e, por último, ao lugar mais surpreendente de todos os que já visitei: o Egipto.

    É verdade que não sou o Rusticiano de Pisa, nem este é um exemplar de As viagens de Marco Polo, mas tenho a certeza de que este livro, na sua humildade, agradará a todos aqueles que gostem de viajar ou que tenham vontade de o fazer; e, quem sabe, se calhar alguém decide também relatar por escrito as suas experiências.

    1- PRIMEIRO IMPACTO SOBRE ROMA

    SEGUNDA, 8 DE SETEMBRO DE 2003

    O avião da Alitalia com destino ao aeroporto Leonardo da Vinci (Fiumicino) de Roma descolou com mais de sessenta minutos de atraso. A hora oficial de partida era às 7.15... Mas, caro leitor, não interprete isto de forma ligeira. Preste atenção: o avião deveria descolar às 7.15! Isto significa que acordamos às 4.30 daquela segunda-feira, com mais sono do que humanamente se pode imaginar, comemos por inércia um donut de chocolate, sem fome e sem saboreá-lo, cientes de que devíamos encher o depósito para a longa manhã que nos esperava. Apesar do nosso estado semiconsciente, o meu irmão e eu pusemos as malas no carro e seguimos rumo ao aeroporto de Madrid-Barajas bem felizes. E é que quem corre por gosto não cansa, e uma coisa é madrugar para trabalhar e outra coisa é para viajar.

    No balcão da Panavisión, um impassível senhor deu-nos os bilhetes de avião (de ida e volta), duas bolsas de viagem da agência – de um amarelo gritante que dava para ver de um satélite –, um porta-documentos e um Guia de Viagem de bolso que, em oitenta sucintas páginas, explicava tudo sobre a Europa, o norte de África e o Oriente Próximo; digamos que era algo muito completo e resumido.

    Depois de passar os limites da alfândega, percorremos os corredores até encontrar a nossa porta de embarque e ali esperamos pacientemente a que esta abrisse, o que não foi fácil. Como já sabemos, o voo sofreu atrasos. A razão era a seguinte: a partir da torre de controlo de Bruxelas informa-se que há muito tráfego aéreo. Esta explicação tão misteriosa, sobretudo tendo em conta que, para chegar a Roma, passar pela Bélgica parecia um pouco fora mão, não convenceu ninguém. Soava muito rebuscada, assim meio falsa; mas se calhar até era verdade.

    Já no ar, vimos nitidamente pela janela como atravessávamos a ilha de Palma de Maiorca a meio. Tal como num mapa gigante, de cores especialmente bem conseguidas, distinguimos a cidade de Maiorca, a Serra da Tramuntana e Formentor. Pouco depois apareceu Menorca e novamente o mar.

    Após o pequeno-almoço que a Alitalia nos ofereceu – que não esteve nada mal, pelo menos quando comparado com os que tínhamos degustado em qualquer outra ocasião na companhia aérea nacional mais famosa –, apareceu pela janela o mapa em três dimensões mais realista possível da zona norte de Sardenha, mas como não tivemos o prazer de ter percorrido em terra esta parte de Itália, não nos despertou o mesmo interesse que as llhas Baleares.

    Mesmo à

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