Bolhas de Sabão: E Outros Poemas
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Bolhas de Sabão - Wagner Rodrigues
Maria-fumaça
M aria Fumaça
é homenagem a meu avô, funcionário e maquinista da São Paulo Railway (SPR) e a todos os ferroviários do Brasil. Em São Paulo, a ferrovia inglesa ligava o litoral ao interior, passando pela capital. Cortava a planície paulista, precipitando-se, literalmente, pela serra do mar até a Baixada Santista. Na época, a SPR era uma empresa atraente e poderosa; seus funcionários tinham orgulho de lá construírem carreiras e conseguiam acumular patrimônio com seu trabalho. Depois de nacionalizada, a empresa transformou-se na Santos-Jundiaí (EFSF), que definhou com o projeto ferroviário brasileiro. Com tristeza, sabemos que hoje resta apenas o trecho urbano desta estrada como parte da CPTM que, pelos padrões internacionais, funciona de forma aquém de precária.
Maria Fumaça encarna a melancolia de uma época poética do desenvolvimento do transporte ferroviário no Brasil e no mundo. Os fumos deixados como rastro da sua passagem eram o vapor fervido em suas caldeiras pelo zeloso foguista, que alimentava a fornalha com a força dos braços.
topMaria Fumaça
Lá vai a Maria Fumaça
Balançando sobre trilhos,
Embalando em seu rolar,
Como se fossem seus filhos,
Os viajantes tomados
Nos seus vagões em idílios.
Alguns estão rumando
Para distantes paragens.
Aqueles que estão voltando
Trazem frescas as imagens
De tudo que foi dado
A suas almas, nas viagens.
Lá vai a Maria Fumaça
Alimentando-se da hulha
Que o foguista lhe serve,
Como mãe que se orgulha
Da fumaça que se esvai,
Misto de nuvem e fagulha.
O apito lhe sai como um canto
Lá do horizonte das curvas.
Canta assim como um pranto
Nostálgico, memórias turvas.
Alimentam almas,
Como o campo, as chuvas.
topBandeira vermelha
Essa história contava
A seu filho o maquinista,
Sobre os sinais da estrada
Da ferrovia paulista.
Orgulho de sua empreitada,
De seu trabalho, a conquista.
O vermelho da bandeira
Indicava haver perigo.
Mister de ação derradeira,
Era segui-la ou rumar ao jazigo.
Não se podia cogitar
Em avançar este sinal.
Código para não violar,
Atendê-lo era vital.
Em casa, porém, transgredia
Com excesso de bebida,
A ninguém ele ouvia,
Frustrando a família sentida.
O filho, com história contada,
Imaginou a solução
E na garrafa foi fincada
A bandeira da razão.
Comovido, o condutor
Da bebida desistiu.
O filho querido abraçou
E, ao sinal, enfim, seguiu.
topTem boi na linha
Sempre gostei de encontrar
A origem de expressões
Que surgem, não se sabe explicar,
Ganhando novas funções.
Quando se pune um coitado
Que pouco tivera com o fato,
Não sendo ele o culpado,
Diz-se: Vai pagar o pato!
.
O pão que o diabo amassou
Nada tem a ver com o demo.
A metáfora é que lembrou
Comer-se pão tão extremo.
Ao chover gato e sapato
,
Não despenca nenhum bichano.
Chove bem forte, de fato,
Mas não calça o tal fulano.
Quando a coisa está esquisita,
Não é culpa da vaquinha.
Em conversa de foguista
Diz-se