Lira sem Cordas
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Sobre este e-book
A lira sem cordas,
Abandonada a um canto
Do velho palácio da ventura
Onde entra a chuva
E os líquenes nas estátuas
Criam ninhos de verdura;
A lira suspensa
Da última nota
Que as cordas vibraram,
É tomada nas mãos
De um jogral
Que por ali passava
E com ele seguiu caminho
Para o deserto.
José Leon Machado
José Leon Machado nasceu em Braga no dia 25 de Novembro de 1965. Estudou na Escola Secundária Sá de Miranda e licenciou-se em Humanidades pela Faculdade de Filosofia de Braga. Frequentou o mestrado na Universidade do Minho, tendo-o concluído com uma dissertação sobre literatura comparada. Actualmente, é Professor Auxiliar do Departamento de Letras da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, onde se doutorou em Linguística Portuguesa. Tem colaborado em vários jornais e revistas com crónicas, contos e artigos de crítica literária. A par do seu trabalho de investigação e ensino, tem-se dedicado à escrita literária, especialmente à ficção. Influenciado pelos autores clássicos greco-latinos e pelos autores anglo-saxónicos, a sua escrita é simples e concisa, afastando-se em larga medida da escrita de grande parte dos autores portugueses actuais, que considera, segundo uma entrevista recente, «na sua maioria ou barrocamente ilegíveis com um público constituído por meia dúzia de iluminados, ou bacocamente amorfos com um público mal formado por um analfabetismo de séculos.»
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Lira sem Cordas - José Leon Machado
LIRA SEM CORDAS
A minha Lira tinha uma corda:
Enquanto moço tanto cantei,
Que a pobre corda despedacei.
Agora, às vezes, se a Musa acorda,
E quer de novo pôr-se a cantar,
Ninguém a corda pode emendar...
Álvaro Feijó, Sol de Inverno
I
A lira sem cordas,
Abandonada a um canto
Do velho palácio da ventura
Onde entra a chuva
E os líquenes nas estátuas
Criam ninhos de verdura;
A lira suspensa
Da última nota
Que as cordas vibraram,
É tomada nas mãos
De um jogral
Que por ali passava
E com ele seguiu caminho
Para o deserto.
27 de março de 2013
II
Uma flor azul
Não é apenas uma flor
Que tem a cor do céu.
Se nasce no deserto,
Ela é por si só um oásis
Para os olhos do jogral
Cuja lira, muda ainda
Pela falta de cordas,
O resguarda de miragens.
Uma flor azul
Nas areias batidas pelo sol
Talvez desperte
A vontade de cantar.
4 de abril de 2013
III
O que faz um jogral no deserto
Com uma lira sem cordas?
É possível encontrar
Em tais áridas paragens
Camelos, profetas, Deus,
Beduínos, príncipes e raposas.
Talvez este deserto
Não seja mais que um interior
Mover de areias;
Pedaços de