O pássaro de ferro: Uma história dos bastidores da segurança pública do Rio de Janeiro
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O pássaro de ferro - Marcio Colmerauer
esquecido.
1
A escalada da violência
Novembro de 2006
A cidade do Rio de Janeiro vivia, naqueles dias, um momento delicado. A sensação de insegurança se apossara da população. Era comum ouvir relatos de vítimas de roubo de veículos, os arrastões ocorriam em diferentes pontos da cidade, e as blitze organizadas por falsos policiais deixavam os motoristas em pânico. Não foram poucas as vezes em que vi, da janela de meu apartamento na Tijuca, disparos de fuzis com munição traçante, efetuados do Morro do Borel em direção ao Morro da Formiga e vice-versa. Facções criminosas rivais trocavam tiros a esmo, infernizando a vida de milhares de moradores do bairro. Lembro-me bem do dia em que encontrei, no chão da minha varanda, um projétil amassado e pedaços da pastilha de revestimento da parede. As chamadas balas perdidas
assustavam os moradores de diferentes bairros diante de uma escalada da violência até então inimaginável.
Na época, o número de homicídios era extremamente elevado para os padrões de uma cidade civilizada, que fora capital do Império e da República. Naqueles dias, o Rio era refém do tráfico. Bandos com armamentos pesados não apenas eram vistos em comunidades carentes como também circulavam livremente por determinadas áreas, semeando o medo e o terror em uma população que se sentia cada vez mais indefesa. A cidade à noite ficava vazia. As pessoas evitavam grandes deslocamentos de carro em certos horários para não serem vítimas de arrastões.
Em 2006, a situação havia se agravado em consequência de uma série de atentados ocorridos em São Paulo, promovidos pela facção criminosa que domina o crime naquele Estado. Essa facção, inclusive, tinha ligações com uma das grandes organizações criminosas que vinham fomentando ações semelhantes no Rio de Janeiro. Foi nesse cenário urbano conturbado, em que a violência parecia fora de controle, que o então senador Sérgio Cabral se elegeu governador, no dia 29 de outubro de 2006. Os nomes cogitados, durante a campanha, para assumir a condução da política de segurança pública não se confirmaram. Apesar de não estar entre os prováveis escolhidos, surgiu o nome do delegado da Polícia Federal, José Mariano Beltrame, gaúcho de Santa Maria, indicado por um colega da corporação. Mariano atuava no Rio como chefe da Missão Suporte da Polícia Federal — setor de inteligência responsável por grandes operações do órgão em nosso Estado. Com uma folha de serviços impecável e conhecido como um policial de honestidade inegociável, o delegado foi escolhido pelo