Buscando o seu 100%
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Sobre este e-book
Com um caderno iconográfico colorido, fotos e muitas histórias de parcerias e desafios, Teco apresenta assim muito sentimento, transmitindo sua vivência e seus insights como ser humano e profissional.
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Buscando o seu 100% - Teco Padaratz
náuticos
CAPÍTULO 1
Os caminhos que me levaram ao surf
Começo a contar esta história a partir de minha infância, quando já tinha cerca de 5 ou 6 anos de idade. De lá carrego as pioneiras lembranças que identifico como vindas da minha personalidade e começando a se manifestar por meio dos meus primeiros atos.
Nasci em Blumenau, Santa Catarina, em 19 de abril de 1971. Quando ainda bem pequeno, por volta dos 9 anos de vida − mas já morando em Balneário Camboriú (BC) e estudando em Itajaí, no Colégio São José −, foi quando esse alemãozinho
começou a chamar atenção. Assim que entrei no colégio, talvez por causa de um pré-primário bem-feito, logo senti facilidade dentro da sala de aula.
Manifestava-me a cada cinco minutos sobre aquilo que já havia aprendido com meu irmão Charles: com um ano e dez meses a mais do que eu, ele passava tudo para mim como se tivesse aprendido no mês anterior. E eu sabia que só precisaria confirmar minhas conclusões com a professora.
Não demorou três meses para a professora me enviar para a casa por um mês, para que eu diminuísse um pouco a velocidade dentro da sala. Não sei, até hoje, se isso foi castigo, ou se ela falava sério mesmo. Confesso que era meio agoniado em tudo que fazia − pouca paciência, porém sobrava energia.
Minha mãe, naquele momento, fez um belo trabalho me dizendo que eu teria que acompanhar o ensino sem interromper as aulas − apenas anotando o que gostaria de concluir e tirando as dúvidas com o meu irmão em casa.
Charles começou a me ajudar nas tarefas escolares de casa, e eu mesmo não entendo muito o porquê de tanta dedicação. Entretanto, assim pude aproveitar o tempo economizado nas tarefas (que com a ajuda dele iam muito mais rápidas) para surfar e me dedicar a evoluir naquela brincadeira maravilhosa que era correr ondas. Como morava na frente da praia, em Balneário Camboriú, isso se tornava prático e fácil de resolver.
Não sei se Charles fazia tudo aquilo por mim, ou se ele estava pensando no tempo dele para também surfar. O que importa, porém, é que ele foi parceiro demais e, sem que eu percebesse, nascia ali meu melhor amigo e, provavelmente, meu primeiro fã.
Logo percebi que era no esporte que minha energia faria mesmo a diferença que eu viria a gostar. Fazer a diferença! Passar para as pessoas quem eu era de verdade. Sempre me perguntei se as pessoas me olhavam como eu realmente era, ou me viam de acordo com suas opiniões e preconceitos.
Eu queria ser visto como um cara descolado, esperto, ágil e habilidoso. E precisava das ferramentas certas para provar isso. Perder no esporte
obviamente não era uma dessas opções. E, a partir daí, experimentei o que seria no futuro o meu primeiro passo ao caminho interior: acredite, o único caminho existente na jornada da evolução
.
Engraçado, pois tudo que aprendemos vem de fora da gente e entra na nossa cabeça, e ali se encrava como um marisco no costão; mas autodescobrir-se tem a ver com aquilo que já existia dentro de você, e que cada um só acaba descobrindo quando é desafiado.
Exemplo: Quando estamos competindo, e justamente quando estamos perdendo, nosso cérebro anda muito mais rápido, como se fosse acabar o tempo mesmo, e quase sempre perdemos o controle desses pensamentos
. Mas, por uma questão biológica, nosso corpo e mente se protegem daquilo que não gostamos. Muitas vezes até evitamos esses assuntos na cabeça, porque nos mostram nosso lado fraco.
Posso dizer que nunca tive problema em identificar meus defeitos, porém quando alguém os aponta em mim, esses defeitos dobram de tamanho e causam muitas reações. Entretanto, quando olho para dentro e os percebo, fica muito mais fácil lidar com