Transtorno mental de professores da rede municipal de educação em Palmas TO, 2008 a 2011, e a possível relação com o trabalho

De Álvaro Ferreira da Silva

O livro mostra a árdua trajetória de buscar a maior isenção possível para conseguir uma melhoria na qualidade de Notificação, do que estava disponível até então. Nos quatro anos que antecederam a pesquisa, 2 notificações apenas de Transtornos Mentais relacionadas com o trabalho. Durante a aplicação de 250 testes SRQ 20 foi possível identificar 3 casos notificáveis. Duas situações são importantes: a primeira se restringe ao número de testes que permitem significância matemática, ou X2 (qui quadrado) que depois foi conhecido como 350 testes. Se essa tivesse sido conhecida antes, teríamos significância matemática, e fica aqui aberta a dica para futuros trabalhos; a segunda tem a ver com as considerações multiprofissionais coletivas que resultou em dois anos com 10 notificações cada, e logo após, voltou a cair no esquecimento. Esse trabalho só foi possível com a autorização da Secretaria de Educação Municipal de Palmas, isso depois de uma tentativa frustrante de fazer o levantamento via Sindicato. Os Professores Christofe Dejours e Alvaro Roberto Crespo Merlo, respectivamente da França e do Brasil, foram guardiões da linha adotada da mudança e transitório do sofrimento devido ao trabalho. A contribuição ao entendimento e respeito ao complexo perfil exigido dos professores da rede básica de ensino é pela identificação dos casos de sofrimento e afastamento até completar o tratamento. A contribuição que o trabalhador dá a seu trabalho de forma prazerosa é um elemento a ser perseguido. A frustração de um professor quando não está preparado, violência no trabalho e mal-estar organizacional. Conhecedor de sua condição, o trabalhado pode fazer outra coisa para a qual esteja mais preparado ou lhe dê mais prazer. A prevenção e evitar que situações como essas ocorram, é uma contribuição do SRQ20 aplicado a rede municipal de ensino (ensino fundamental).

• Idioma: Português
• Editora: Editora Dialética
• Data de lançamento: 14 de jan. de 2021
• ISBN: 9786558772798

Pré-visualização do livro

PREFÁCIO

Sou médico formado pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) no ano de 1978 e bacharel em Direito pela UFT (Universidade Federal do Tocantins) no ano de 2006. Logo em 2007 fui Professor Voluntário na UFT por 10 semestres, 3 semestres no Curso de Medicina ministrando Medicina do Trabalho e 7 semestres no Curso de Direito ministrando Medicina Legal, no 10. Período. Junto com outras especialidades, estava satisfeito no aspecto curricular horizontal, mas faltava o aprofundamento vertical dado por um Mestrado. Em 2008 tive a oportunidade de participar de uma vaga no Mestrado Profissional em Ciências da Saúde com Ênfase em Saúde do Trabalhador.

O presente livro nasce dessa Dissertação, que já foi convidada por outra Editora, inclusive internacional, mas não foi oportuno. Dessa vez com uma Editora mineira acredito seja factível. Primeiro livro aos meus 66 anos, ocaso da minha existência, mas com um propósito que direi após uma lembrança. O pai da Saúde Ocupacional, Bernardino Ramazzini, nascido em 1633 escreveu De Morbis Artificum (Doença do Trabalho) em 1698, dos altos de seus 67 anos; depois dois anos a mais, em 1700 escreve De Morbis Artificum Diatriba (Tratado de Doenças do Trabalho), já com 69 anos. Tomando a liberdade etária desse Mestre declaro aqui meu próposito de estimular os jovens a não esperar a minha idade ou do Mestre Ramazzini, mas adentrar nessa aventura de escrever. Minhas duas filhas já estavam no Mestrado e seguiram adiante; hoje são Doutoras em suas áreas, inclusive com Pós Doutorado. As minhas filhas, meu orgulho, respeito e admiração. Espero que muitos entendam a importância de estudar sempre.

A relevância do conteúdo desse livro se prende ao pioneirismo da abordagem dos Transtornos Mentais, inclusive os trantornos leves, a incorporação do conceito de Psicodinâmica em oposição a Psicopatologia e a constatação de várias notificações de Transtornos Mentais relacionado com o Trabalho que se seguiram em nossa região, nos anos seguintes de sua publicação. Os leitores entenderão a tentativa de dar e levar suporte a quem mais precisa, salvando vidas muito antes de se deteriorarem.

O Autor

A minha mãe (in memoriam), pelo amor, empenho e dedicação, sem o que não seria possível chegar aqui.

AGRADECIMENTOS

Com o objetivo alcançado, meu agradecimento a todos que contribuíram, em especial:

À Dra. Goldete pela sua dedicação ao seu trabalho, inspirador de imitação e pelo carinho para comigo, os amigos irmãos.

A orientadora Dr. Myrlena que frente a inúmeros compromissos pessoais e familiares não deixou de atuar nas fases iniciais dessa dissertação.

Aos Mosqueteiros Roberto Brito e Nivaldo Paixão, pelo acompanhamento, incentivo, colaboração e cooperação.

À minha filha Lucia pela ajuda com o resumo, muito obrigado. A minha filha Isabel instiração constante.

À Professora Dra. Gessi de Carvalho Araújo Santos, ao Professor Dr. José Gerley Diaz de Castro e ao Dr. Aurelio Pessoa Picanço, por aceitarem compor a banca de avaliação deste estudo, e pela riqueza de seus comentários.

A todos colegas de trabalhos, e amigas e amigos desse mestrado, pelo incentivo e colaboração, especialmente a Maria Izaura e Edinalva.

A todos os alunos e alunas da UFT que se dispuseram, gentilmente, a participar deste estudo, mesmo no anonimato, a minha eterna gratidão, amizade, respeito e carinho. O meu mais sincero reconhecimento.

Aos professores da Rede Municipal de Ensino que responderam ao questioná- rio, meu muito obrigado.

À SEMUS que consentiu na realização deste trabalho, mesmo não franqueando 2 meses para escrita dessa dissertação, como aos demais colegas, meu muito obrigado.

Ao Sindicato dos Professores – SINTET em suas dimensões Estadual e Municipal, muito obrigado.

À SEDUC Municipal de Palmas TO, minha admiração e agradecimento.

A caminhada da medicina do trabalho à saúde do trabalhador encontra-se em processo. Sua história pode ser contada em diferentes versões, porém com a certeza de que é construída por homens que buscam viver. Livres.

Mendes e Elizabeth Costa Dias em 1991.

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AB – Atenção Básica

ABS – Atenção Básica a Saúde

ACS – Agente Comunitário de Saúde

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

APS – Atenção Primária a Saúde

Burnout – Síndrome da despersonalização ou transtornos do sobre trabalho

CAPS – Coordenação Atenção Psicossocial

CAPS I – CAPS Um

CAPS II – CAPS Dois

CAPS III – CAPS Três

CAPS i – CAPS i

CAPS ad – CAPS ad

CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho

CBO – Classificação Brasileira de Ocupações

CEREST – Centro de Referência em Saúde do Trabalhador

CLT – Consolidação das Leis do Trabalho

CNAE – Classificação Nacional de Atividade Econômica

CONCLA – Comissão Nacional de Classificação

CTD – Cumulative Trauma Disorder

DATASUS – Departamento de Informática do SUS

ESF – Estratégia Saúde da Família

FIOCRUZ – Fundação Oswaldo Cruz

FMI – Fundo Monetário Internacional

GM – Gabinete do Ministro

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IBUTG – Índice de Bulbo Úmido, Termômetro de Globo

INSS – Instituto Nacional de Seguridade Social

LDL – Low Density Lipoprotein

MPT – Ministério Público do Trabalho

MTE – Ministério do Trabalho e Emprego

MS – Ministério da Saúde

No. – Número

OIT – Organização Internacional do Trabalho

OMS – Organização Mundial do Trabalho

On bath – em batelada vários de uma vez só, intermitente.