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Socorro, despertei na terra plana
Socorro, despertei na terra plana
Socorro, despertei na terra plana
E-book199 páginas2 horas

Socorro, despertei na terra plana

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Sobre este e-book

Cuidado, esta leitura poderá causar efeitos colaterais indesejados. Você se verá em um emaranhado de farsas e conjecturas, que acabarão por perturbar a sua mente. Meu conselho: Permaneça consciente o tempo todo. Não aceite nada como verdade absoluta. Se ainda assim você entrar na paranoia, use a internet e pesquise, poderá ser sua única salvação. Boa leitura!
IdiomaPortuguês
EditoraBookerang
Data de lançamento29 de set. de 2017
ISBNB0762T6YLB
Socorro, despertei na terra plana
Autor

Vanessa Bosso

Olá, seus literalindos! Meu nome é Vanessa Bosso e a literatura é minha segunda paixão na vida. A primeira, sem dúvida, é a minha família. Sou formada em publicidade, propaganda e marketing, coaching emocional e terapia cognitiva e comportamental. Neste momento do tempo-espaço, estou estudando física quântica, neurociência, teoria da simulação e outras loucuras do bem. Onde isso vai me levar? Só o universo sabe... mas uma coisa é certa: muitos livros serão escritos no futuro. Conecte-se comigo

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    UM BOM LIVRO RECOMENDO, E A TERRA SEGUE PLANA E ESTACIONÁRIA!

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Socorro, despertei na terra plana - Vanessa Bosso

verdade.

PRÓLOGO

O barco de pesquisas acaba de zarpar rumo a um destino insólito e incerto. O capitão, ex-almirante da marinha brasileira, conduz a expedição por águas aparentemente calmas até onde a vista alcança.

O horizonte parece declinar aos olhos dos tripulantes, mas esta não é a verdade científica e eles conhecem os pormenores. Águas não se curvam, portanto, é óbvio que o horizonte é só uma ilusão.

O zoom da potente câmera confirma o fato quando filma muito além de onde a vista humana alcança. Existe um navio em alto-mar, assim como um barco pesqueiro e duas boias de sinalização. A olho nu, é impossível enxergar tão longe.

As filmagens serão essenciais para provar o que os tripulantes da embarcação já sabem. Neste mundo, nem tudo é o que parece ser. Na Terra, a mentira ainda possui uma força descomunal.

Estas pessoas estão se arriscando pela verdade. Não compactuam com as farsas, com os devaneios e com a lavagem cerebral em massa orquestrada com intuitos fortuitos.

A operação batizada de Fogo no Gelo almeja derreter o engodo que envolve grande parte da população humana. Ao ultrapassar a cortina de fumaça, espera-se encontrar uma parte do elo perdido. Na verdade, é o elo mais forte, a prova definitiva.

O ex-almirante está tranquilo, apesar das possíveis implicações da missão. Está preparado para qualquer desfecho, mas sustenta uma esperança visível em seus olhos operados recentemente. Ele deseja e ora, silenciosamente, para que Deus permita que a verdade seja revelada de uma vez por todas.

Esta é a esperança de todos os tripulantes da embarcação e também dos membros da sociedade da qual fazem parte. Não estão em uma guerra, mas a sensação é bem esta.

A bordo, os corações e as mentes se conectam em um só objetivo. Poucos sabem para onde a embarcação está se dirigindo e ninguém sabe se voltarão ilesos. Sinceramente? Nenhum deles se importa, desde que a verdade possa ser revelada.

E ela será.

Hoje, amanhã ou depois... A verdade prevalecerá.

- 1 -

O PLANO DE DEUS

– Deus tem um plano para todos nós.

– Acho que Deus não sabe planejar direito.

É noite há algum tempo. O bar Na Cara Do Padre está movimentado, como sempre acontece aos sábados. É estranho ter um boteco em frente à igreja do bairro, mas as pessoas parecem não se importar com o fato.

O lugar é bem diferente. Bicicletas antigas penduradas no teto, salames de diversos tipos balançam na fachada como se fossem sinos dos ventos, um mural repleto de recados à tinta decora a parede principal e o dono vive vestido com roupas de cowboy. Inusitado, para dizer o mínimo.

Observando o ambiente, beberico da tulipa e corro a língua nos lábios, limpando a espuma da cerveja. Padre Saulo ajeita o colarinho branco e sorri, amigável como sempre. Acho que ele também não se importa com o bar em frente a paróquia, tanto que aceitou o meu convite para um happy hour.

– Jazz, se confiar no plano de Deus, tudo dará certo. – O pároco retoma a conversa.

– Desculpa aí, mas eu prefiro confiar só em mim.

O clérigo se mantém inabalável perante a minha falta de fé e não tenta me convencer de que sua religião tem as respostas para as minhas perguntas. Sabe que é perda de tempo discutir o assunto, ou talvez, eu seja um caso perdido mesmo.

– Veja bem, um narcisista terminou o namoro com você. Foi demitida de um emprego sugador e castrador em um jornal de quinta categoria. Realmente está encarando estes dois eventos como perdas? – Padre Saulo meneia a cabeça, negativamente. – Sinceramente, acho que foi livramento e você deveria estar grata, não lamentando.

Ah, esse papo de novo. Estou cansada de ouvir que a gratidão é sinônimo de felicidade. Tem um guru da internet que costuma dizer que quem sente gratidão não consegue ser infeliz ao mesmo tempo. Até tentei entrar no estado de graça, mas a desgraça continua me perseguindo. E sim, eu adoro fazer um bom drama.

– Perdi o namorado e a minha fonte de renda numa tacada só. Deus poderia ter amenizado o prejuízo, viu. – Choramingo e bebo para me afogar.

– Este é um bom momento para rever sua vida, recomeçar. Deus está te dando a oportunidade de fazer diferente.

– Acho que Deus não sabe que eu existo. Ou talvez, Ele não exista.

O clérigo não se enfurece com o meu discurso, mas aponta:

– Jazz, mesmo que não acredite Nele, Ele acredita em você.

– Ah, tá. – Reviro os olhos. – Sabe, achei que esse Deus fosse um cara punitivo e que estamos aqui para pagar alguma dívida com Ele. Pelo menos, é o cenário atual que resume a minha vida.

– Não O chame de cara.

– Achei que Ele não ligasse.

– Ele não, mas eu sim.

Recosto na cadeira e cruzo os braços, na defensiva. Padre Saulo não se altera e também não dá lição de moral quando peço outra cerveja. Ele continua bebericando da água com limão e acho o fato um tédio.

– Lembra do porre que tomou antes de partir para o seminário? – Provoco.

– Foi um divisor de águas.

– Você vomitou a noite toda.

– E você foi uma boa amiga segurando a minha testa.

– Acho esquisito meu amigo Saulo ter virado padre.

– Eu não virei nada, nasci com esse propósito. E você também tem um, só precisa descobrir qual é.

O garçom chega com mais cerveja e batatas fritas. Dou uma olhada para a igreja do outro lado da rua e ainda não consigo acreditar que meu melhor amigo agora é um sacerdote que fala em nome de Deus. A parte mais difícil desta história é ser obrigada a me policiar para não soltar uns palavrões fora de hora. Não estou a fim de reprimendas, nem de rezar o terço para pagar os meus pecados.

– Jazz, como você me contou, a revista para a qual enviou um currículo te deu trinta dias para conseguir uma matéria-bomba, ou então, você continuará desempregada. Neste momento, tome isto como o propósito da sua vida. Anime-se, engaje-se e faça o seu melhor. Se acha que Deus não acredita em você, saiba que eu acredito.

O sermão do pároco causa um efeito calmante no meu corpo. Tomo as mãos dele entre as minhas e não sei bem como expressar a gratidão que brotou do além. Sendo assim, agradeço do meu jeito:

– Que bom que voltou para a cidade, padre.

– É muito bom estar de volta, Jessica.

- 2 -

JAZZ CONSPIRA

Jessica é o meu nome, mas meu gênero musical preferido acabou por me batizar de Jazz. Curto o apelido, tanto que assino minhas matérias como Jazz Conspira. Ok, soa meio brega, mas eu gosto. Sou uma jornalista focada em conspirações de todos os tipos, desde a política até a água engarrafada que bebemos.

A revista na qual almejo trabalhar é uma miscelânea de fatos e ficção. A distribuição é mediana, mas o portal na internet garante um bom salário no final do mês. Não é o melhor lugar do mundo para se trabalhar, mesmo assim, eu quero e preciso muito deste emprego. Caso contrário, terei que entregar o meu apartamento e voltar a morar com os meus pais. Isso seria o fim da minha liberdade de expressão.

A editora-chefe da revista me deu trinta dias para escrever uma matéria que realmente cause rebuliço nas redes. O veículo precisa de alguma atenção, só para variar. Sendo assim, estou pesquisando todo o tipo de assunto controverso que possa virar notícia.

Mesmo um tanto alta após cinco cervejas, acabei passando a madrugada na internet em busca de uma matéria quente. Vi diversos vídeos toscos no YouTube. Acessei blogs mal escritos. Fucei nos fóruns e naveguei por horas em lugares nunca antes explorados. E tudo ao som do bom e velho jazz.

Numa caderneta, listei algumas teorias da conspiração para posterior pesquisa. Gripe aviária, vacinas, chips para o controle da população, mudanças climáticas programadas por um projeto secreto... estas coisas legais.

Só me dou conta que já é dia quando meus olhos cansados se jogam pela janela do terceiro andar. O sino da igreja avisa que a missa de domingo está para começar. Sorrio ao pensar no meu amigo Saulo pregando para meia dúzia de gatos pingados. Que belo propósito de vida, não?

Quando o padre Miro partiu deste plano para algo bem mais paradisíaco, rezei para que o Saulo voltasse para a cidade e assumisse a paróquia. Agora, pensando bem, acho que não foi um bom pedido para Deus. A igreja está sempre vazia e chega a dar pena.

Exausta, desligo o laptop, fecho a caderneta e bocejo alto. Arrasto-me até o banheiro e jogo água fria no rosto vezes sem conta até eu despertar. Faço uma higiene básica e troco a camisola furada por jeans, camiseta e um All Star surrado que eu adoro. Não posso deixar o meu amigo na mão, vou lá assistir à missa dominical. É a minha boa ação do dia e espero que conte alguns pontos com o todo poderoso lá de cima.

Ligo a cafeteira e desligo o carregador do celular da tomada. Dou uma checada rápida nas mensagens e uma em especial chama a minha atenção. Não pensei que padres se conectavam ao mundo virtual tão cedo. A mensagem foi enviada às seis da matina:

Me encontre depois da missa. Pode ser que eu tenha uma matéria-bomba para você.

Eu sei que as maiores conspirações de todas estão bem escondidas nos recônditos das religiões, mas duvido que o padre Saulo vá me revelar alguma coisa que detone a igreja. Acho que ele não pensa em ser excomungado tão cedo.

O café está pronto. Bebo um balde sem açúcar e chacoalho a cabeça, despertando os neurônios preguiçosos. Pego o meu gravador que é uma velharia que eu amo, a minha inseparável caderneta e a bolsa sobre a bancada da cozinha.

Matéria-bomba, aí vamos nós.

- 3 -

MISSA DOMINICAL

Eu estava redondamente enganada. Acho que o padre garotão atraiu a atenção da comunidade e despertou a religiosidade que estava dormente. A igreja está lotada, como há tempos eu

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