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E-book257 páginas2 horas

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Sobre este e-book

O autor Lúcio Lampreia, especializado em recursos humanos, criou sua própria empresa, com o conceito de juntar o design aos RH, para redesenhar o modo como se trabalha. Desde então é isso que faz ao redor do mundo. Lucio escreveu 'Mude', um livro que apresenta soluções, estudos, técnicas, insights, com um design de Ana Serra que é em si mesmo um sinal de mudança. Adaptado por Fernando Miranda, o livro mostra o que fazer com o seu currículo (jogá-lo no lixo é um bom começo), como criar seu pitch, como impor a sua presença online, como pensar globalmente, como viver em rede. Em resumo, diz o que pode ser feito agora, neste momento, com todos os seus talentos. Na empresa onde está, naquela para onde quer ir, ou na sua própria.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento31 de mar. de 2022
ISBN9788556620002
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    Mude - Lúcio Lampreia

    9788566605990_frontcover.png

    LÚCIO LAMPREIA

    DESIGN ANA SERRA

    Título Original

    Mude

    © Lúcio Lampreia, 2014

    © Ana Serra, 2014

    Publicado originalmente em

    Portugal por Lua de Papel (Grupo LeYa)

    © Editora Jaguatirica, 2015

    Todos os direitos desta edição reservados.

    edição Paula Cajaty

    adaptação Fernando Miranda

    projeto gráfico e ilustração Ana Serra

    cip-brasil. catalogação na publicação

    sindicato nacional dos editores de livros, rj

    L231m

    Lampreia, Lúcio

    Mude / Lúcio Lampreia ; Ana Serra. - 1. ed. - Rio de Janeiro : Jaguatirica, 2015. 216 p. : il. ; 23,5 cm

    isbn

    978-85-66605-99-0

    1. Administração de pessoal. 2. Recursos humanos. I. Serra, Ana. II. Título.

    15-28268

    cdd

    : 658.3

    cdu

    : 658.3

    Rua da Quitanda, 86 2o andar

    20.091-902 Centro Rio de Janeiro RJ

    Tel. (+55) 21 4141-5145

    Fax (+55) 21 3747-1887

    jaguatiricadigital@gmail.com

    editorajaguatirica.com.br

    Todas as histórias partilhadas neste livro são reais. No entanto, para proteger a privacidade das pessoas envolvidas, alteramos alguns nomes.

    Para o meu Tigre

    Com amor

    ÍNDICE

    Introdução____________________________________________ 10

    Capítulo 1

    A estrada da Autonomia_______________________________ 18

    Capítulo 2

    Criar a sua própria sorte_______________________________ 54

    Capítulo 3

    Livre__________________________________________________ 92

    Capítulo 4

    Mudar de estado_____________________________________ 112

    Capítulo 5

    Cocktail de conhecimentos____________________________ 136

    Capítulo 6

    De portas abertas_____________________________________156

    Capítulo 7

    Adeus, chefe_________________________________________ 182

    Epílogo

    Mude________________________________________________ 198

    Agradecimentos_______________________________________ 209

    "Mais cedo

    ou mais tarde

    irás perceber,

    tal como eu percebi, que existe uma diferença entre

    CONHECER o caminho

    e percorrer

    o caminho"

    _

    The Matrix

    No futuro, as empresas vão deixar os seus palácios e viver na rua. Vão valorizar as pessoas pelos seus contributos e não pela sua posição hierárquica. Vão manter apenas as pessoas que geram valor, por tempo determinado, e pensar em rede será uma das competências mais valorizadas – ao contrário de pensar em equipe.

    As empresas e o trabalho do futuro serão expedições temporárias, cooperantes e desafiantes. Expedições onde não se trabalha das ٩h às ١٨h, nem se contam os dias para o fim-de-semana ou para as férias.

    Numa expedição não se está numa posição passiva aguardando as ordens do chefe, a avaliação de desempenho ou o salário ao fim do mês.

    Numa expedição, trabalha-se para a construção e concretização de algo, que tenha significado e crie valor. Trabalha-se com a atenção focada no terreno e naquilo que constantemente está mudando. Ao contrário do que acontece com as pessoas que se fixam, quem trabalha em movimento pisa diferentes terrenos, experimenta diferentes ambientes e por isso não espera que as condições se mantenham (e elas nunca se mantêm).

    Quem está numa expedição não pode desligar o telefone ao fim do dia, nem dizer até amanhã com a sensação de dever cumprido porque até que se chegue ao destino, há sempre mais alguma coisa para fazer. O trabalho passa a ser uma constante, como o tempo, que interage com outras variáveis. Quem está numa expedição, vive-a 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano. O prazer

    mistura-se com o dever e com a aventura. Afinal, existe mesmo a fronteira entre a vida pessoal e o trabalho?

    Este livro é sobre pequenas expedições e grandes travessias: a maior, é sem dúvida a que estamos fazendo no mundo do trabalho.

    Entre as expedições incluo a minha, pois deixei uma grande empresa e iniciei por vontade própria um processo de mudança, uma procura, um ensaio daquilo que acredito ser o trabalho no futuro.

    Mas é também, e sobretudo, um livro sobre as muitas expedições organizacionais que acompanhei ao longo de 20 anos de trabalho em consultoria.

    O meu trabalho sempre foi justamente o de ajudar pessoas, equipes e organizações a fazerem as suas próprias travessias: da Insegurança para a Confiança, do Paternalismo para a Autonomia, da Reatividade para a Proatividade, da Certeza para a Incerteza, do Ruído para a Comunicação, do Conflito para a Cooperação, e tantas outras...

    Em relação à minha travessia pessoal, muitas vezes perguntam--me (eu próprio me pergunto) porque tomei essa decisão. Afinal troquei um bom salário por uma remuneração irregular, um horário certinho pela ausência de horário, uma equipe grande, por uma grande intimidade com a máquina das fotocópias. Deixei uma carreira de sucesso para começar uma vida em que só dependo de mim e do meu talento. Naturalmente que não há um único fator que explique a mudança. Decisões deste gênero são complexas.

    Estava insatisfeito com o que fazia e com o que tinha? Não. Mas objetivamente precisava de mais, de muito mais. Precisava de não ter teto para as minhas ideias e projetos. De abrir a janela, de me sentir livre.

    Foi nesse contexto que comecei a observar a realidade com outros olhos, à procura daquilo que havia de ser o futuro. Recordo-me de que, por essa altura, um dos meus colaboradores entrou no escritório e perguntou: Vai deixar-se ficar aí à espera da reforma? E devagar (mas com uma força interior incontrolável) nasceu a vontade de fazer alguma coisa diferente. O apelo estava lá, mas era pouco claro. Queria fazer alguma coisa nova, que fosse distinta, que fosse uma extensão das minhas aspirações. Mas não sabia o quê. Estava portanto no estado de: À Procura...

    Até o dia em que recebi um telefonema. Perguntaram-me se estaria disponível para moderar um workshop com uma nova metodologia de design para fazer o rebranding de um banco. Seria dali a dois meses em Évora. Disse que sim, como se fosse apenas mais uma moderação, e preparei-me da melhor forma.

    No workshop passei três dias e três noites com pessoas que me eram totalmente desconhecidas e que me mostraram um outro planeta: o design e a criação de marcas. Foi uma verdadeira revelação. Tinha descoberto uma nova linguagem, uma nova forma de pensar e trabalhar.

    Durante aqueles dias vivi de forma intensa a criação de uma marca e percebi todas as suas perspectivas e formas, com interlocutores de diferentes áreas e ciências, muito para além dos habituais pares da minha área. A minha visão tinha deixado de ser preto e branco e passou a ser a cores, com possibilidades infinitas: a partir daquele momento, comecei a olhar para as marcas, empresas e negócios com um novo olhar, o olhar do design. E tudo aquilo de que eu andava à procura passou a ter um nome, uma forma, a fazer sentido e a encaixar de forma perfeita.

    Foi de tal forma forte e desafiante este contato que, ainda antes de voltar para casa, já havia decidido que nada voltaria a ser como antes. Tinha visto aquilo de que andava à procura, uma nova abordagem aos problemas no mundo do trabalho de uma forma holística, com uma enorme componente artística.

    Cabe-nos sempre decidir o que fazemos com as experiências que temos, com as pessoas que conhecemos, com aquilo que aprendemos. Se vamos ou não a jogo, se decidimos arriscar ou se ficamos apenas com uma boa memória do momento.

    Tenho sempre presente as palavras do general Colin Powell e da sua regra P=70. Devemos tomar as nossas decisões quando a probabilidade de sucesso for igual a 70%. Porque se esperamos pelos 90% ou pelos 100% poderá ser tarde de mais.

    Quando concluí o workshop não tinha muitas certezas, mas tinha a convicção de que era mais perigoso para mim continuar onde estava do que iniciar uma nova expedição ou aventura. Porque ao estar parado tornava-me num alvo fácil da monotonia, da rotina, da repetição – no fundo uma vítima de uma ilusória sensação de conforto e bem-estar.

    Quatro anos passados, tenho a possibilidade de reescrever diaria-mente a minha história, de acrescentar uma página, um parágrafo ou uma palavra. E a história cresce, aumenta de volume e de interesse, anda para a frente e para trás, toma o rumo que eu lhe imprimo.

    Foi por isso que escrevi este livro: um manual que os ajudará a sobreviver à incerteza da mudança, ao medo de arriscar, à rotina diária ou à falta de confiança nas suas próprias capacidades.

    E claro, a serem mais felizes no seu trabalho.

    Neste momento difícil que atravessamos, parece quase pretensioso falar de felicidade, sobretudo de felicidade no trabalho, pois provavelmente para alguns dos leitores o simples fato de terem um trabalho é já motivo de felicidade. A realidade, no entanto, é outra: a maioria dos portugueses, mesmo agora, não se sentem realizados profissionalmente.

    Convém no entanto frisar que este livro não é (de todo!) um apelo ao empreendedorismo: as pessoas são diferentes e seguem o caminho que lhes for mais proveitoso.

    Este livro trata de algo muito maior: o tipo de relação que vamos ter com o trabalho no futuro. Seja ele qual for, ou em que país for, na nossa empresa ou trabalhando para terceiros.

    Porque a narrativa do mercado de trabalho mudou, ou está mudando, de forma irreversível: se pensarmos por um momento apenas na dimensão da liderança, podemos observar que nas novas empresas (os consultores chamam-lhes empresas 2.0), o líder já não manda (incluo-me a mim), nem quer mandar; e o que o líder menos deseja são pessoas que queiram ser paus-mandados.

    Os novos líderes querem liderar, querem ligar pessoas, sonhos, projetos, objetivos e ideias. Querem dar latitude. Trabalhar para os outros, servi-los da melhor forma.

    Olhe à sua volta. O trabalho, tal como o conhecíamos, está morrendo. E um novo mundo está se construindo, de uma forma silenciosa, mas que ganha novos contornos de dia para dia.

    O mundo renasce diariamente, não quer parar e não quer ser igual.

    No mundo do trabalho, passamos por muitos momentos diferentes: desde a era agrícola, à industrialização, até chegarmos à era digital. Para trás ficaram crises, crescimentos, guerras, invenções.

    Mas, curiosamente, nos últimos 20 anos, na maior parte dos setores, os modelos de negócio mantiveram-se estáveis, fechados, entanques e agora um novo paradigma começa a surgir.

    Se durante muito tempo a segurança, o conforto e o status estavam do lado daqueles que nunca saíam do lugar e iam progredindo com o passar do tempo, neste momento tudo mudou. Podemos ver esses sinais nos símbolos de status que mudaram: hoje admira-se mais alguém que vá de bicicleta para o trabalho do que de Mercedes-

    -Benz, admira-se mais quem tem tempo para sair cedo e estar com os amigos e família, do que quem chega a casa exausto mas com dinheiro para pagar o prolongamento na escola e comprar o jantar feito. São acima de tudo sinais de liberdade de pensamento que se refletem numa forma de estar desprendida de coisas e ligada a ideias.

    Há duas ideias fundamentais sempre presentes neste livro e que devo desde já partilhar: a primeira é que devemos ganhar a consciência real de que estamos por nossa conta (mesmo na grande empresa). Em segundo, que os modelos de gestão das organizações (grandes e pequenas), que até agora fizeram com que vocês tivessem sucesso, estão dando lugar a novos modelos de trabalho que valorizam o talento individual e não tanto a massificação.

    Estes dois pilares são críticos para se perceber a forma de lidar com as novas possibilidades profissionais, para que não esqueça esse grande valor patrimonial chamado Eu.

    Para uma melhor compreensão do modelo aqui apresentado, será sempre utilizado o De (sinônimo de passado) e o Para (presente e futuro). É como se nesta expedição houvesse uma ponte De uma margem Para outra.

    O livro é como um GPS que nos ajuda a fazer a viagem, De um ponto Para outro. E em cada capítulo terá oportunidade de experimentar passar a ponte, chegar ao outro lado e ver como será o futuro. E com o mesmo GPS poderá munir-se de todos os elementos necessários para a travessia e para se manter do lado de lá.

    Vai encontrar aqui descritas situações do seu dia-a-dia e as possibi-lidades que se lhe apresentam. Vai perceber que não tem de aceitar de forma resignada aquilo que tem, porque é assim que as coisas são. Vai aumentar o seu poder argumentativo e olhar para o seu trabalho com uma perspectiva nova. Nem sempre terá a visão mais simpática ou cor-de-rosa, mas será seguramente a mais útil para quem acredita em si e no seu potencial.

    Vai também encontrar formas para lidar com estados de apatia, tédio ou incerteza, para sentir o seu futuro como algo em que tem uma palavra a dizer, onde pode ser o protagonista. Sem facilidades, porque quando se passa a ponte nunca temos a certeza daquilo que iremos encontrar do outro lado. Por isso sugiro que vá muito bem preparado para lidar com o inesperado.

    Prometo não

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