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Verso interior
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E-book64 páginas20 minutos

Verso interior

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Sobre este e-book

Verso interior, de Mauricio Santos Fernandes, reúne poemas que conduzem o leitor numa jornada sinestésica, que percorre a cidade baiana de Ilhéus em seus bairros, praças, feiras, praias e até uma ponte mirabolante, mas que também se aventura nas memórias de infância do autor, na roça de Ibirataia, entre bichos e frutas no pé. Tudo é permeado por um sentimento que é capaz de transformar cada imagem numa reflexão filosófica sobre homens e cidades, sem deixar de perscrutar a própria alma, que é solidão e ao mesmo tempo desejo de ganhar o mundo. Verso é poesia, contudo, é o outro lado de alguma coisa também. E, nesse caso, é aquilo que está escrito no verso da página de dentro, provocando uma espécie de busca drummondiana pelo universo mais recôndito do indivíduo.
  
SOBRE O AUTOR
"Nascido em 12 de novembro de 1992, na cidade baiana de Ibirataia, fiz os estudos de 1º e 2º graus nessa localidade e, aos 17 anos, mudei-me para Ilhéus/BA, a fim de cursar licenciatura em História, curso que concluí em 2014. Filho de uma professora / bibliotecária e de um agricultor, caçula de seis, desde cedo gostei de frequentar os locais de trabalho de meus pais: a biblioteca, que me ofereceu a fantasia; e a roça, que me ofereceu a vontade de liberdade".
IdiomaPortuguês
Data de lançamento25 de nov. de 2020
ISBN9786586410068
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    Verso interior - Mauricio Santos Fernandes

    A Valdecy Quinto dos Santos

    Fernandes (in memoriam) e

    Zenilton Jesus Fernandes,

    meus pais.

    As coisas. Que tristes são as coisas,

    consideradas sem ênfase.

    Carlos Drummond de Andrade

    Verso interior

    Para ler-me, especial atenção presta:

    não tropece nesta letra, não se apegue à sua festa.

    Alcançarás o reino do inteligível

    depois de espiar da porta, pela fresta.

    Verás, então, que numes palavrísticos passeiam

    e, jactando-se pela dificuldade que encerram,

    sorriem no banquete servido por Semântica,

    mãe de muitos outros que se elevam.

    Assim, para ler-me, orto-morfo-sintático tu te tornas:

    se na palavra confiares, e em suas formas,

    saberás, pois, decifrar o mundo.

    Abrirás, então, as demais portas

    e, nas faces tantas dos significados, tortas,

    descobrirás o meu segredo mais profundo.

    Telha furada

    (É vão fechar a janela quando chove)

    Corri à janela para salvar a cama da água chuvosa

    e fechei-a, cuidadoso, de um passo heroico.

    Não percebi que a nuvem passava lá fora, cumulosa.

    Permaneci, desavisado, com o semblante mais estoico.

    Quando a pancada de repente assaltou os prédios

    que têm as faces voltadas para o leste,

    quis observar primeiro semblantes de homens sérios

    na rua. Tantos! Profusão de cores, sons e vestes.

    Mais tarde, quando divino o sono me lambia,

    a orar me pus e o leito preparava,

    não observara e nem sonhar podia,

    que ao canto do quarto a telha furada

    d’água, a pingar – eu nem a via –

    fazendo de minha cama a mais molhada.

    Versos bastardos

    Que as horas, por ora, lançadas

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