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Manuel Joaquim
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E-book238 páginas2 horas

Manuel Joaquim

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Sobre este e-book

Uma história alicerçada na batalha entre duas sociedades de magia e alquimia presentes entre as duas grandes guerras mundiais, mas que se inicia na Guerra Franco-Prussiana. Nosso personagem central é Manuel Joaquim, órfão de pai suicida, que se torna um militar de baixa patente da Matinha Portuguesa, e participante ativo no primeiro conflito mundial. Poucos sabem que ele é um bruxo e alquimista dos ventos , e que estar prestes a encontrar um inimigo a sua altura que possui os mesmos conhecimentos e poder. Porém, o seu inimigo de outrora, vira o seu principal aliado na batalha entre as duas sociedades de alquimistas antípodas em busca do poder global.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento8 de jun. de 2022
Manuel Joaquim

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    Pré-visualização do livro

    Manuel Joaquim - Hermann Teixo

    Senhor dos Ventos

    As aventuras de

    Manuel

    Joaquim

    Brasília – DF

    2019/2022

    HERMANN TEIXO

    2

    Esta é uma história de FICÇÃO!

    Produto dos devaneios e pensamentos do autor.

    Qualquer semelhança com os fatos reais ocorridos, É MERA COINCIDÊNCIA!

    HERMANN TEIXO

    3

    Dedico este livro a três entes que representam em muito a minha construção como escritor e pessoa.

    À Manuel Lourenço, sogro amado que homenageio de forma singela neste livro, como a todos os portugueses que se lançaram ao Mar, ... que é deles por direito e por mérito.

    Aos bravos marinheiros – não importando a sua nacionalidade ou origem – que guerrearam de forma honrosa na Primeira Grande Guerra. Parafraseando um ditado para homenageá-los: O Mar nunca esquece os seus!

    À mulher que impôs a sua voz em minha consciência a muito tempo. Geralmente são os pais, ou os responsáveis paternos, que formulam a a palavra da LEI em nossas mentes e espíritos. Vários foram os candidatos a PAI, mas somente uma mulher preencheu esta lacuna, e construiu a

    LEI em mim. Foi nela que peguei o exemplo de como exercer a paternidade, com seus acertos e erros. E mesmo sem ter o contato com ela devido às diferenças de pensamentos e do agir, sempre terei o carinho e o agradecimento de ter me dado a chance de ser teu filho!

    Laíse é o nome desta mulher!

    HERMANN TEIXO

    4

    ISBN: 978-65-00-04752-3

    TEIXO, Hermann Se Ona. Senhor dos Ventos: As aventuras de Manuel Joaquim. Edicão de Michael Hermann Garcia

    Teixeira: Clube de Autores/Letra Nômade, Brasília-DF. 2019-2022.

    HERMANN TEIXO

    5

    SUMÁRIO

    O início do legado...Augusto de Carvalho para sempre!

    Refugados

    Segunda-feira, terça, quarta… todos os dias da Pátria!

    O bruxo do OBUS.

    O plástico caseiro.

    O nascimento do ‘Senhor dos Ventos’

    O cupim chato do Atlântico.

    Quem és tu, ó Bruxo?

    Os amigos brasileiros.

    A honra da Kaiserliche Marine em jogo.

    A vespa.

    O deus nórdico do Mar.

    ELITE do Atlântico.

    O conhecimento oculto do Tripeiro.

    A magia por detrás do Conflito.

    Portugueses: Os leões do mar.

    Outubro de 1918.

    O prussiano-modelo: ‘As cortinas se fecham".

    A carta.

    HERMANN TEIXO

    6

    As duas consciências.

    O inimigo do meu inimigo é meu amigo!

    A descoberta e o sentido de TUDO.

    O novo "habitat’.

    Epílogo: Laíse.

    Sobre o autor

    HERMANN TEIXO

    7

    O início do legado… Augusto de

    Castilho para sempre.

    Após a luta com o submarino tedesco, o

    Elite estava quase a pique a sete léguas de Madeira.

    Com bravura, conseguiu a escapada do paquete São Miguel. O encontro com o famigerado capitão de corveta alemão foi quase desigual para um caça-minas cheio de gambiarras, mas invicto em sete peleias.

    Oriundo das montanhas alsacianas, Lothar von Arnauld de La Preriére era comandante de alta valia, sabia reconhecer a valentia de seus inimigos, e se viu na frente de um deles com a honradez de um guerreiro.

    Vencia os ibéricos sem raiva, e deixou que o paquete seguisse o seu destino. Manuel Joaquim bem que tentou, mas os alemães foram mais rápidos e eficazes. O fogo ardendo no convés, estava no limiar de suas forças.

    "Morrerei como português! " pensava.

    HERMANN TEIXO

    8

    Observou o seu canhão ainda intacto, e viu que no convés do U-139 estava o audaz comandante tedesco com seus imediatos conversando com o sargento-mor Ferraz, dialogando para fechar o acordo para salvar as vidas que restavam do caça-minas. Estava sob os escombros da ponte de comando. De lá, viu o corpo sem vida de seu comandante Botelho de Carvalho, que não esmoreceu em nenhum momento na batalha, sem se preocupar de colocar em segurança o paquete.

    Viu novamente aquele canhão. Saiu dos escombros, e alcançou a tão desejada arma, quando viu que estava sem a sua perna esquerda. O metal quente oriundo da ponte destruída pelos explosivos do U-Boat, cauterizou o ferimento que dificultou a mobilidade. Mas conseguiu chegar ao canhão de frente. Mirou no submarino.

    A visão turva pelo corpo em choque com sangue esvaído escureceu antes de apertar o gatilho.

    Outubro de 1918...

    HERMANN TEIXO

    9

    Refugados.

    Uma tarde de domingo no porto de

    Lisboa, no distrito naval, o subtenente Alvarenga chega à praça d`ármas, onde ficavam os oficiais. Fica parado no batente da porta, esperando que o Primeiro-Tenente José Botelho de Carvalho o recebesse e o deixasse entrar. Um praça não pode entrar no recanto exclusivo do oficialato. O comandante o viu, autorizou a sua entrada e pegou em suas mãos a relação da nova tripulação – nomes, lugares de nascimento, idade e um breve histórico de suas estadas nas forças. Era época de guerra, sangue português poderia ser derramado, e naquela lista, só refugos…, africanos, exilados, praças de pouca instrução e até chineses. A canhoneira Mandovi não tinha uma tripulação tão heterogênea. Havia africanos, mas a tripulação de guerra era de todos os cantos do continente português, alguns ilhéus. Não reclamava da sorte naqueles idos de junho de 1916, mas

    HERMANN TEIXO

    10

    muitos da nova marinha republicana não o viam com bons olhos. Era um democrata radical, achava que a república devia ser governada por civis e pelo povo, e os militares, apenas os seus protetores. "Um militar governando é como um elefante a pisar em ovos! "

    pensava. Havia um movimento pan-germânico dentro das forças, e que era contra a guerra.

    Alvarenga tenta animar o comandante - "Veja

    bem, há muitos companheiros valorosos e experientes.

    Olha, o sargento-mor Ferraz está na lista! " - o mesmo vira os olhos para o lado, dando a resposta implícita de que nem isso adiantaria em amenizar a sua preocupação.

    Perguntou - "Onde estão estes moços que fazem parte

    desta nossa nova trupe? Se é que podemos falar que isto

    é uma tripulação que se conte?! " Alvarenga aponta para o convés do caça-minas. Enquanto caminhavam, o mesmo comandante coloca outra preocupação - "Como

    transformaram este pesqueiro em um caça-minas ? " -

    Alvarenga coloca - "Senhor, era um único vapor grande

    que faz o dobro da velocidade de todas as naus de

    HERMANN TEIXO

    11

    guerra de mesmo porte, e foi cedida pelo seu dono, que

    é um patriota, para integrar a nossa marinha! "

    Subindo a nova embarcação, viu a sua tripulação em forma, e passando as folhas que integram a lista dos nomes, chamou-os um a um.

    "Quem é Francisco Ho…. O quê ? "

    O sino-português no canto mais à esquerda da fila responde - "Francisco Ho Hau-Wak Alcântara,

    senhor! "

    "Pai português, mãe chinesa então?! "

    "Sim senhor! Nasci em Macao. Meu pai era dos

    Açores e minha mãe de Tsingtao. Perdi os dois por

    conta desta maldita guerra! "

    "Vi neste breve relatório, que o subtenente

    Alvarenga me entregou, que seu pai era tripulante do

    paquete Mira. Mas sua mãe, não há informação! "

    "Minha mãe, senhor, quando foi visitar a

    minha avó doente no protetorado alemão, assim que

    iniciou as inimizades, foi presa e fuzilada pelos

    tedescos só pelo fato de saber falar português muito

    bem! " - Após o diálogo, a palavra "MiRA" foi entoada

    HERMANN TEIXO

    12

    por outros três tripulantes. O comandante acena com cabeça e entoa o seu breve discurso - "Camaradas!

    Temos uma missão ímpar para nossa pátria. Pátria de

    muitos, nascidos no continente ou fora dele. Pátria de

    muitos, por adoção. Para muitos, terra de seus pais e

    ancestrais! Agora são portugueses, e temos a tarefa de

    proteger outros nacionais, iguais a nós, no seu direito

    de ir e vir neste oceano que é nosso por direito, onde o

    sangue de cada náufrago, desde as grandes

    navegações, derramou deixando o seu legado para que

    nós, soldados da pátria, deixemos o nosso! Não tenham

    medo! Nossos nomes serão escritos e lembrados na

    história portuguesa, zarparemos amanhã bem cedo,

    com uma missão de alta importância. Dispensados,

    espero na oitava hora todos em seus postos! Sargento

    Ferraz, você e Alvarenga na minha cabine na sétima

    hora! "

    Na sétima hora, os três se encontram na cabine do comandante. Ferraz faz a sua colocação -

    "Comandante, enorme honra em servir com o senhor

    HERMANN TEIXO

    13

    neste momento crepuscular que nosso país vive!

    Embora, acredite que não tenhamos apenas 'refugo'.

    Como o Império Romano, somos também um, e temos

    os nossos cidadãos espalhados pelo mundo todo.

    Darão o sangue e a alma, com certeza! "

    "Eu sei disso, camarada! Mas não foi por isso

    que os chamei! Vocês são os únicos em quem confio

    cegamente nesta embarcação, e precisamos ver quem

    entre os praças, como vocês, farão jus à minha

    confiança! "

    "O que o aflige senhor?! " - Interpelou Alvarenga, servindo os cálices com o vinho de qualidade um pouco melhor do que é servido para massa da tropa.

    Brindam com os cálices cheios, e o comandante pergunta - "Li no relatório que temos um 'tripeiro',

    canhoneiro com fama de bruxo, que fazia troça dos

    engenheiros da escola de artilharia. Quase foi expulso!

    É verídico? " Ferraz se adianta - "Sim, senhor! É! E o

    responsável por trazê-lo para cá fui eu!"

    "Por que sargento? "

    HERMANN TEIXO

    14

    "Ora, toda ajuda é bem vinda! E se for de um

    bruxo, que seja! Na guerra, valem todas as armas

    disponíveis! "

    "Bom, me desculpo por falar que são refugados

    os nossos homens! Nós mesmos somos parte deste

    refugo! Ferraz desonrou a filha do almirante

    Cantagalo, que só não o matou por conta de suas costas

    quentes do alto escalão. Alvarenga é de uma família

    que descende de mercadores negreiros do século

    passado. E eu, um militar totalmente alheio às

    ambições de poder, e que defende ferrenhamente a

    democracia. Doa a quem doer! "

    Ferraz complementa - "Mas a menina não era

    mais donzela! " Os militares soltam gargalhadas e fazem um outro brinde naquela noite de verão que antecede a segunda-feira patriótica.

    Naquela

    noite,

    no

    navio-patrulha

    metamorfoseado em Caça-Minas, os tripulantes se conhecem. O sino-português foi melhor recebido pela sua sede de vingança do que pela sua origem. Três canhoneiros, sendo um tripeiro com a fama de bruxo, um

    HERMANN TEIXO

    15

    ilhéu de Funchal de pai brasileiro e um timorense que já esteve em naus holandesas. O cozinheiro, um português mestiço de mãe africana de uma tribo que fazia sopa com as cabeças de seus inimigos. São os protetores de Mozambique. Um cigano de mãe romena e pai de Aveiro, Vladmir, com várias cicatrizes no rosto, era o campeão de boxe da marinha e das forças. Foi posto a ferros quando um oficial molestou uma de suas namoradas.

    Afundou o nariz do gadjo, e foi para o bailéu por 90 dias.

    Por seus feitos e por ter dado o título à marinha derrotando o preferido do Sidônio, foi colocado a disposição do ‘ Elite’. E, por último, Alberto Silva, filho de português e mãe brasileira. Enfermeiro voluntário que pediu a cidadania portuguesa para ter a oportunidade em pelear e ter histórias para contar.

    Esta é a trupe!

    Vai começar a jornada!

    HERMANN TEIXO

    16

    Segunda-feira, Terça, Quarta…

    Todos os dias da Pátria.

    Amanheceu no porto. A

    espessa neblina marítima encobre grande parte das naus. O Caça-Minas estava pronto para zarpar. Pronto para a primeira missão. O Almirante-de-Armada Antônio Lourenço D’ávila veio com a sua comitiva, junto com alguns oficiais. Botelho de Carvalho estava perfilado junto com outros pares, e os praças logo atrás. Zarpariam a canhoneira Mandovi, o cruzador Vasco da Gama, o contratorpedeiro Douro e o novato Caça-minas Augusto de Castilhos. Parte do Estado-Maior estava presente na partida de naus importantes da Armada, e houve troca de olhares entre os desafetos. Botelho de Carvalho vê a trupe de "Lambe-sacos do Sidônio, os capitães-de-corveta Gomes Salveirão e Luiz de Sintra-Oliva e o primeiro-tenente José Hades Elísios. Burocratas

    HERMANN TEIXO

    17

    invejosos! Juntando estes três não daria um

    comandante de uma nau! " - Pensou.

    O chefe da Armada veio em direção do primeiro-tenente Carvalho e entrega uma folha em canudo contendo as ordens primarias e a permissão para comandar o Caça-Minas. "Sabes de sua missão! Você

    será a ave de rapina furtiva no Atlântico, além das

    escoltas. Seu país torce por ti e seus homens! Faça por

    merecer! Sabes o porquê que estás aqui!? " - "Sim,

    senhor! Somos os donos deste oceano. Não

    pereceremos, senhor!"

    Prestando continência ao Almirante e o seu Estado-Maior, a despedida de poucos familiares e amigos. Do Caça-Minas, apenas os familiares do subtentente Alvarenga e do Sargento-Mor Ferraz.

    Excetuando o comandante, que pediu para que sua família não fosse despedir-se no Porto, o restante da tripulação era composto de sua maioria de órfãos e adotados'. O Bruxo era um dos órfãos.

    HERMANN TEIXO

    18

    As 9 da manhã, com a neblina dissipada, as naus partem para

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