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Assassinato No Palacete Bolonha
Assassinato No Palacete Bolonha
Assassinato No Palacete Bolonha
E-book356 páginas3 horas

Assassinato No Palacete Bolonha

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Sobre este e-book

Assassinato no Palacete Bolonha conta a intrigante história de Eduardo Souto que foi encontrado no mesmo lugar onde sua amante morrera,na sala de banquetes de um dos principais patrimônios históricos no Pará, o Palacete Bolonha, com um punhal tunisiano enterrado pouco abaixo da nuca. A expressão tranquila de seu rosto fazia pensar que o golpe fora completamente inesperado. Contudo, a porta estava fechada a chave e o assassino pareciam ter entrado pela janela. naquela tarde houvera muito movimento no lugar, mas todos os suspeitos de tal crime,tinham álibis respeitáveis. O mais sério, porém, é que da casa do morto desaparecera uma carta denunciando um chantagista que levara ao suicídio a mulher que Eduardo amara.Um médico dedicado à profissão e conhecido das vítimas ,passa como por impulso, a juntar as peças e apontar o criminoso que escolhera um cenário imponente para uma ação tão ousada.Quem é ele?
IdiomaPortuguês
Data de lançamento3 de mai. de 2011
Assassinato No Palacete Bolonha

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    Assassinato No Palacete Bolonha - Zulemay Ramos

    Assassinato no Palacete Bolonha um dos

    vencedores do prêmio Literatura Moderna 2011

    categoria NOVOS TALENTOS pelo

    International Institute of World Literature

    2

    Copyright © 2012 by Zulemay Ramos

    Contatos: zulemayramos@oi.com.br

    Belém - PA

    ZULEMAY

    ASSASSINATO NO PALACETE

    RAMOS

    BOLONHA

    1ª Edição

    3

    4

    Prefácio

    Esta história acontece na cidade de Belém capital

    do estado do Pará.Em tupi Pará quer dizer mar. É

    o nome local do braço direito do rio Amazonas,

    que ao confluir com o Tocantins se alarga de

    maneira desmedida. Daí o nome Grão-Pará,

    denominação da capitania criada em 1616. A

    imagem oceânica evoca a imensidão do território e

    dos rios que sulcam a Amazônia.

    Situa-se na região Norte, onde ocupa uma área de

    1.253.165km2, e é atravessado de oeste a leste

    pelo rio Amazonas, que desemboca no oceano

    Atlântico, no nordeste do estado. Limita-se ao

    norte com a Guiana, o Suriname e o estado do

    Amapá, ao sul com o Mato Grosso, a noroeste

    com Roraima, a oeste, Amazonas, e a leste com o

    Maranhão e Tocantins. É típico da região o clima

    quente e úmido, temperado pela chuva e pela

    vegetação luxuriante. São duas as estações,

    marcadas pelas precipitações pluviais: verão, de

    julho a outubro; e inverno, de novembro a junho,

    época das grandes chuvas.

    Há quem diga que Belém é a mais acolhedora de

    todas as cidades neste grande Brasil.Sua

    vegetação é rica em produtos tradicionalmente

    explorados e que já constituíram a base da

    economia regional: a seringueira e outras árvores

    produtoras do látex (sorva, maçaranduba), a

    castanheira-do-pará, as madeiras de lei, malva,

    palmas diversas, timbó, guaxima e outras fibras.

    Com a abertura das grandes rodovias (Belém-

    Brasília, Transamazônica), a floresta nativa foi

    5

    6

    muito devastada para a abertura de campos para

    agricultura e pecuária. Como no caso de outras

    regiões da Amazônia, as agressões ao meio

    ambiente suscitaram constantes denúncias e

    preocupações.

    O Amazonas recebe no estado do Pará, pela

    margem direita, fluentes de grande porte, como o

    Tocantins, o Xingu e o Tapajós. Entre os da

    margem esquerda, bastante menores, figuram o

    Jari, o Trombetas, o Paru, o Jamundá e o Maicuru.

    Nos limites com o Maranhão corre o rio Gurupi. Na

    várzea do Amazonas, próximo à divisa com o

    estado do Amazonas, encontram-se numerosos

    lagos, entre os quais , o Grande do Curuaí, o de

    Itandeua e o do Poção. Na ilha de Marajó, existe

    ainda o lago Arari.

    À medida que se constituiu, a população do Pará

    compôs-se

    principalmente

    de

    caboclos,

    resultantes da mestiçagem de índios e europeus.

    A partir do século XVII, acrescentou-se o

    contingente dos negros. No início da década de

    1990, a densidade demográfica do estado

    permanecia muito baixa, mas observavam-se

    fortes desníveis populacionais entre as diversas

    áreas.

    É dentro deste maravilhoso cenário que esta

    narrativa ficcional foi criada, misturando estilo

    policial com suspense e destacando um dos mais

    belos patrimônios culturais da capital paraense,o

    inigualável Palacete Bolonha,um prédio em estilo

    art noveau,com características clássicas da época

    do Ciclo da Borracha.

    7

    8

    CAPÍTULO I - O inicio

    Em outubro acontece uma grande festa religiosa,

    já tida como cultural, em todo o Norte-Nordeste

    que é a de Nossa Senhora de Nazaré,período este

    em que se realiza a procissão do Círio, que atrai

    verdadeiras multidões de fieis e curiosos é neste

    contexto cultural ,que começa nossa intrigante

    história. Sebastiana morreu na noite de sexta-feira,

    de 08 para 09 de Outubro. Foram chamar-me às

    oito horas da manhã de sexta-feira, 09 de outubro

    de 1990. Nada havia a fazer; estava morta havia

    algumas horas. Quando voltei para casa, passava

    das nove. Abri a porta da entrada com a chave,

    entrei, sentei no pequeno sofá da sala, onde

    permaneci alguns instantes, propositadamente.

    Para dizer a verdade, sentia-me perturbado, mal-

    humorado. Não pretendo dizer, com isto, que

    previsse os acontecimentos que iriam desenrolar-

    se pouco depois; devo declarar, mesmo, que não

    tive qualquer sensação definida. O meu instinto,

    entretanto, pressentia que estava para acontecer

    algo, que no mínimo, levar-me-ia da tristeza ao

    desespero.

    Da sala de jantar, à esquerda, chegava o tinido

    de copos e de louça e o tossir de minha querida e

    curiosa irmã, Caroline.

    - Quem está ai? - perguntou.

    Pergunta inteiramente inútil; quem havia de ser?

    9

    Era minha irmã a causa daquela demora na

    sala.

    Li em algum lugar que o lema das doninhas na

    Índia é: Corre e descobre.

    Se tivesse de aconselhar minha irmã a adotar

    uma divisa, seria, sem dúvida, esta, com uma

    doninha rampante; mas sem a primeira parte:

    Caroline

    consegue

    ajudar

    em

    qualquer

    investigação, permanecendo tranquilamente em

    casa. Não sei como o faz, sei, porém, que o

    consegue sempre. Tenho uma vaga desconfiança

    de que a criadagem e os fornecedores constituem

    as suas fontes de informações. Quando sai, não é

    para colher notícias, mas para difundi-las; e

    também nisto se revela de uma perícia admirável.

    Era precisamente essa última particularidade do

    seu caráter que a mantinha suspensa num estado

    de viva incerteza. O que quer que eu dissesse a

    propósito da morte de D.Sebastiana, tinha a

    certeza de que, dentro de hora e meia, o máximo,

    seria conhecido em toda a região. Na minha

    qualidade de médico, dou, naturalmente, valor à

    discrição; por isso contraí o hábito de ocultar de

    minha fiel escudeira qualquer notícia, pelo menos

    até onde me for possível. É verdade que ela chega

    a saber tudo, igualmente, mas tenho pelo menos a

    satisfação moral de dizer que não foi por mim que

    o soube.

    10

    O marido de Sebastiana morrera havia pouco

    mais de um ano, nesta época ele estava

    desempregado,contentava-se em ajudar a esposa

    nos serviços domésticos.É bom lembrar que ele

    parecia-me muito feliz em poder dispor de tal

    ajuda. Morte inexplicável,esta.Caroline sempre

    sustentara, embora a sua convicção não tivesse o

    mínimo fundamento real, que a esposa o

    envenenara.

    Recusava-se, desdenhosamente, a aceitar a

    minha invariável declaração de que o marido, da

    então cadáver, morrera de gastrenterite aguda,

    agravada pelo abuso constante de bebidas

    alcoólicas. Concordávamos em que os sintomas

    da gastrenterite e os do envenenamento arsênical

    se assemelham, mas minha irmã alicerçava as

    suas acusações em argumentos bem diversos.

    - Não precisas mais do que fitar-lhe o rosto -

    disse certa vez.

    D. Sebastiana , embora não muito jovem, era

    cheia de energia,e sabedora da história e cultura

    da sociedade paraense como ninguém, tanto que

    trabalhava como guia turística no local onde fora

    encontrada já sem vida. O Palacete Bolonha, uma

    obra construída pelo arquiteto Francisco Bolonha

    para a esposa, a pianista Alice Tem-Brink, em

    1905. Do quarto andar do Palacete, há uma visão

    fantástica para a Baía do Guajará. Toda em estilo

    eclético, a construção tem elementos de art

    11

    nouveau, neoclássicos, góticos e barrocos, em

    formato de agulha.

    Além do casal, o Palacete foi residência de

    pessoas da sociedade paraense e funcionou,

    inclusive, como sede da Prefeitura de Belém.

    A sofisticação desse patrimônio reflete novidades

    arquitetônicas europeias da época, trazidas para

    Belém por Bolonha. O arquiteto uniu vários estilos

    no palacete, adaptando-o às suas necessidades

    de trabalho. Mesmo desprezando o estilo barroco

    português, ainda usado na época, Bolonha deu ao

    palacete

    certas

    características

    do

    barroco

    brasileiro em sua estrutura, como o Rococó; usou

    o decorativismo intenso e fez a cobertura à la

    mansard, com telhas pintadas propositadamente

    para dar jogo visual à distância. A influência gótica

    é observada nas agulhas do teto (influência do fim

    do século XIX), no porão, grades e revestimentos

    florais.

    Aliás, a decoração floral também está presente na

    entrada, nas salas de banquete e de jantar e no

    teto dourado – executado na Europa, com

    molduras de influência grega. No piso, a

    decoração ficou por conta dos ladrilhos. Em todo o

    primeiro andar, predominam elementos ecléticos e

    neoclássicos, com destaque para o Art Noveau. Já

    no segundo andar há o banheiro principal, com

    ferragens

    inglesas,

    banheira

    em

    mármore

    neoclássico, piso em mármore branco e preto com

    pastilhas

    azul-branco

    e

    rosa-branco.

    Neste

    12

    segundo piso está também a sala de costura. No

    terceiro andar há uma capela em homenagem à

    Nossa Senhora de Nazaré, transformada em sala

    de banho por um outro proprietário,o que sintetiza

    a alma religiosa paraense do arquiteto Francisco

    Bolonha.Esse era o ambiente de trabalho da pobre

    mulher, que se dedicou a este lugar até a morte.

    Enquanto permanecia indeciso, revolvendo na

    mente estas circunstâncias, ouviu-se a voz de

    Caroline, desta vez um tanto aborrecida:

    - Dr. Jorge, porque não vens almoçar?

    - Já vou - apressei-me a responder.

    Pura verdade: não podia deixar de conceder-lhe

    razão. Entrei na sala de jantar e, depois de,

    ignorar qualquer comentário, sentei-me diante do

    prato delicioso com frango e tucupi que para mim

    foi preparado.

    - Tu precisastes fazer uma visita muito cedo,

    esta manhã - observou a eficiente e curiosa.

    - Sim - respondi. – A senhora Sebastiana , a guia

    turística do Palacete Bolonha.Que lutava pela

    conservação de um dos patrimônios históricos do

    Pará mais importantes e desejáveis, a casa do

    lago do palácio número 29, conhecidíssimo como

    Palacete Azul ou Palacete Antônio Lemos... foi

    encontrada caída ao chão da sala de banquete do

    Palacete ao contato direto com os tão famosos

    13

    ladrilhos, como uma tela emoldurada pelo dourado

    do teto sobre seu corpo.

    - Já sei.

    - Como soubestes?

    - Foi Lúcia quem me contou.

    Lúcia é uma das jovens que fazem a delicada

    limpeza do local. Jovem simpática, mas tagarela

    impenitente.

    Houve uma pausa, durante a qual continuei o

    meu almoço. A ponta do nariz de Caroline, longo e

    subtil, começou a vibrar nervosamente, o que

    acontece todas as vezes que está interessada

    num assunto.

    - Então? - perguntou.

    - Um caso triste. Nada pude fazer. Deve ter

    morrido algumas horas antes de ser encontrada.

    - Já sei - disse novamente a curiosa mulher.

    Desta vez, abespinhei-me.

    - Não podes saber - respondi secamente. – Eu

    próprio não sabia, antes de lá chegar e ainda não

    o contei a ninguém. Se a tagarela da Lúcia sabe,

    então é porque adivinha!

    - Não foi Lúcia quem contou. Foi o carteiro, que

    soube do caso pela cozinheira do restaurante a

    14

    quilo da esquina que por sua vez soube pela moça

    que trabalhava na recepção.

    Como já disse, não é necessário que saia para

    caçar notícias. Deixa-se ficar em casa e as

    notícias chegam até ela.

    - De que morreu? Doença do coração? -

    continuou.

    - O carteiro não lhe informou? - perguntei com

    sarcasmo.

    O sarcasmo não a afeta. Toma tudo ao pé da

    letra.

    - Não sabia - explicou.

    Cedo ou tarde saberia. Não importava, portanto,

    que lhe dissesse.

    - Morreu por ter ingerido uma dose muito forte de

    relaxantem. Tomava-o já há tempos para

    combater stress. Deve ter tomado muito.

    - Qual! - interrompeu Caroline. - Foi de propósito.

    Pensas que acredito nisso?

    Estranho! Quando alguém tem uma convicção

    íntima e secreta que não quer admitir nem para si

    mesmo, se acontece que outro a descobre, pode

    ter-se a certeza de que procurará negá-la

    energicamente. Foi por isso que investi contra

    minha irmã, com os mais vivos protestos.

    15

    - Eis que te entregas de novo aos teus

    despropósitos - disse-lhe. - Por que motivo havia

    D.Sebastina de atentar contra a própria vida?

    Viúva, ainda regularmente jovem, em boas

    condições, com boa saúde, nada mais tinha a

    fazer do que viver alegremente e gozar a vida. É

    absurdo o que dizes.

    - Concordo,mas Tu também deves ter notado

    que ultimamente estava muito diferente. Essa

    mudança datava de há seis meses. Parecia

    atormentada por um pesadelo. E acabas de dizer

    que não podia relaxar. Como eras tu médico de

    confiança,deve-lhe ter contado algo que não

    sabemos.

    - Qual é então o teu diagnóstico? – perguntei

    friamente. - Talvez um enredo amoroso que

    terminou mal?

    Caroline sacudiu a cabeça.

    - Remorsos! - exclamou com ênfase.

    - Remorsos?

    - Certamente! Não quiseste acreditar-me,

    quando te dizia que ela envenenara o marido.

    Agora, estou mais do que convencida.

    - Mas que lógica há em tudo isto? - observei.

    - Se essa mulher tivesse praticado o que dizes,

    estou certo de que lhe não faltaria o sangue-frio

    16

    necessário para gozar os frutos, sem se

    abandonar a essa fraqueza sentimental que é o

    remorso.

    Caroline sacudiu de novo a cabeça.

    - Talvez existam mulheres com tal qualidade,

    mas D. Sebastiana não era desse tipo. Só tinha

    nervos. Um instinto irresistível arrastou-a a

    desembaraçar-se do marido, porque era uma

    dessas naturezas que não podem suportar

    qualquer sofrimento; e podes ter a certeza de que

    a mulher de um homem como Osvaldo Andrada

    deve ter sofrido, e não pouco!

    Concordei.

    - E, depois da morte do marido, deve ter vivido

    na obsessão do crime praticado. Coitada! Não

    posso deixar de compadecer-me dela.

    Não creio que minha irmã tenha experimentado

    um sentimento de comiseração pela senhora

    Sebastiana, enquanto esta vivia. Agora, porém,

    encontrava-se

    num

    mundo

    em

    que

    (verosimilmente) não se usam as habilidades de

    tal senhora, e Caroline sentia-se disposta a deixar-

    se vencer pelos mais brandos sentimentos de

    piedade e de indulgência.

    Disse-lhe que as suas suposições eram

    absurdas.

    17

    E insisti, com mais firmeza, pelo próprio fato de

    sentir-me forçado a admitir, em parte, o que ela

    dizia, já que junto ao corpo um belíssimo Punhal

    Tunisiano foi encontrado e pelo que consta na

    história e histórico do Palacete esse não é um

    objeto que faço parte desse acervo.

    Mas não queria que chegasse a descobrir a

    verdade, baseando-se, apenas, em hipóteses e

    em interrogações; não pretendia, de modo algum,

    encorajar aquele seu modo de proceder. Tinha a

    certeza de que iria expor pela vila as suas

    conjecturas, e todos ficariam julgando que se

    baseava em dados e informes médicos fornecidos

    por mim. Infelizmente, a vida reserva-nos muitas

    amarguras!

    - Dizes que as minhas palavras são absurdas-

    prosseguiu, respondendo às minhas críticas. -

    Verás!

    Queres apostar em como deixou uma carta em

    que faz plena confissão?

    -

    Não

    deixou

    carta

    alguma

    -

    respondi

    secamente, sem prever as consequências de

    semelhante declaração.

    - Ah! Então interessaste-te? Creio que, no fundo,

    Jorge, pensas como eu. Conheço-te bem; sabes

    disfarçar!

    18

    - Não podemos afastar a eventualidade de um

    suicídio! - afirmei em tom conciliador.

    - Farão um inquérito?

    - É possível. Se puder declarar-me convencido

    de que o veneno foi ingerido acidentalmente, o

    inquérito poderá ser dispensado.

    - E estás convencido? - sondou.

    Não respondi. Abandonei a mesa.

    CAPÍTULO II - O DIA

    O grau de urbanização, em 1990, ainda era

    reduzido,

    com

    a

    população

    dividida

    aproximadamente em partes iguais entre as áreas

    urbanas e a zona rural. A maior cidade é a capital,

    Belém, e as demais são bem menores: Santarém

    (segunda cidade do estado), Marabá, Altamira,

    Itaituba,

    Castanhal,

    Abaetetuba,

    Bragança,

    Paragominas.

    Belém,

    verdadeira

    metrópole

    regional da Amazônia, redistribui por toda a

    Amazônia alimentos e outros bens de consumo

    oriundos de outros estados e do exterior. Sob sua

    influência direta encontram-se quase todas as

    cidades do Pará e algumas cidades do Amazonas

    e de Tocantins. Escapam a essa influência direta,

    no estado, apenas alguns municípios que se

    servem de Santarém e Macapá AP. Mais de

    19

    metade da mão-de-obra ocupa-se de atividades

    agropecuárias e extrativas.

    Na terra firme, cujos solos são mais pobres por

    não estarem sujeitos a inundações, cultivam-se a

    pimenta-do-reino e a mandioca. Essas culturas

    desenvolvem-se principalmente na região nordeste

    do estado (Bragança e Tomé-Açu).

    Belém concentra praticamente toda a atividade

    industrial

    do

    estado

    (produtos

    alimentícios,

    tecidos, minerais não-metálicos, madeira). São

    importantes produtos industriais, quanto ao valor

    de produção, os tecidos de juta, a madeira serrada

    (ou desdobrada), o cimento e vários tipos de

    bebidas.

    Também se exploram diamantes e cristal de

    rocha, no vale do Tocantins. Perfurações no médio

    Amazonas revelaram um dos maiores depósitos

    de sal-gema do mundo. Em Paragominas,

    Trombetas, Almeirim e Carajás, há vastos

    depósitos de bauxita. As reservas de bauxita de

    Carajás são consideradas gigantescas. O estado

    conta, ainda, com expressiva produção de

    alumínio.

    O pobre que foi marido de D.Sebastiana trabalhou

    durante longo tempo na extração de cristal de

    rocha e depois veio para Belém trabalhar no

    Museu Paraense Emílio Goeldi,este de fama

    internacional, que efetua pesquisas sobre a

    arqueologia, a fauna, a flora e a etnologia da

    região amazônica e que mantém um aquário, horto

    florestal, jardim zoológico e preciosa biblioteca

    especializada e notáveis coleções arqueológicas,

    20

    etnográficas e artísticas tombadas pelo Patrimônio

    Histórico e Artístico Nacional.Esse foi o Cenário do

    último emprego de Osvaldo Andrade . Fazia

    serviços gerais até que um dia uma ação

    irresponsável o fez ser demitido, a partir de então,

    não conseguiu outro emprego

    Antes de prosseguir no relato do que disse a

    Caroline e do que Caroline me disse, vale a pena

    dedicar algumas palavras ao que chamarei a

    nossa geografia regional.Outros grandes museus

    da capital paraense são os do Instituto Histórico e

    Geográfico do Pará e o do Instituto de

    Antropologia e Etnologia do Pará. As principais

    bibliotecas são a Biblioteca e Arquivo Público e a

    da Universidade Federal do Pará.

    O Patrimônio Histórico e Artístico Nacional tombou

    os seguintes monumentos, na capital do estado: o

    Palácio Velho, na travessa Dom Bosco; a Casa

    Azul, no largo do Palácio; a Casa do Barão de

    Guajará, na praça Pedro II - hoje sede do Instituto

    Histórico e Geográfico do Pará; a Catedral de

    Nossa Senhora das Graças; as igrejas de Nossa

    Senhora do Carmo (século XVII), de Nossa

    Senhora das Mercês (século XVII), Nossa Senhora

    do Rosário e São João Batista; a igreja de Santo

    Alexandre e o antigo Colégio dos Jesuítas, anexo -

    hoje

    Palácio

    Arquiepiscopal

    (século

    XVII).

    Também é tombada a igreja da Madre de Deus,

    em Vigia.

    Além dos monumentos tombados, outros são

    dignos de registro: o Forte do Castelo, primeiro

    marco da fundação da cidade (século XVII); a

    21

    igreja de S. Francisco Xavier, onde pregou o padre

    Antônio Vieira; a basílica de Nazaré, construída no

    início do século XX, onde fica a lendária imagem

    de Nossa Senhora de Nazaré, cultuada no estado

    desde o século XVII e que figura na famosa

    procissão do Círio, instituída em 1793; o Palácio

    Lauro Sodré, sede do governo do estado, do

    arquiteto Antônio José Laredo e inaugurado em

    1771; o Paço Municipal; e o Memorial da

    Cabanagem, no quilômetro zero da BR-316.

    Os principais pontos de atração no estado situam-

    se na cidade de Belém. A beleza da capital, com

    suas ruas arborizadas com mangueiras, seus

    edifícios antigos, suas igrejas, o Teatro da Paz, o

    famoso mercado do cais de Ver-o-Peso - onde se

    encontram os mais variados produtos regionais -,

    o Bosque Municipal Rodrigues Alves - com lago,

    aquário, orquidário e aves da região -, a Cidade

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