Guia ilustrado de pteridófitas

De Guilherme Eduardo da Rosa Müller e Nelsa Cardoso

O GUIA ILUSTRADO DE PTERIDÓFITAS DA PUCRS é um material didático e de divulgação científica, completo e atualizado, que apresenta o levantamento das espécies de pteridófitas, encontradas em todo o campus da PUCRS, em Porto Alegre. O conteúdo do guia é dividido em quatro partes principais: a apresentação, com uma breve revisão histórica, morfológica e evolutiva das pteridófitas e seus principais grupos; um mapa das áreas de ocorrência das espécies encontradas no campus; as entradas sobre cada espécie, agrupadas taxonomicamente em nível de família e, por fim, um glossário com as descrições dos termos botânicos utilizados e imagens de frondes. Cada entrada é constituída de duas páginas: uma ilustrativa, com fotografias da espécie e uma página de texto, em que constam o nome popular, sinonímia, descrição morfológica da planta e sua distribuição.

• Idioma: Português
• Editora: Editora da PUCRS
• Data de lançamento: 22 de ago. de 2022
• ISBN: 9786556231563

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APRESENTAÇÃO

Surgidas há cerca de 425 milhões de anos, o grupo parafilético das traqueófitas revolucionou o reino vegetal, introduzindo inovações que lhes permitiram superar dificuldades encontradas sobre o ambiente terrestre, as quais limitaram a maioria das briófitas. Primeiramente, as pteridófitas possuem estruturas denominadas traqueídes, células presentes no tecido do xilema que se especializam na condução de água; dessa forma a dependência da pressão de turgor (distensão da parede celular pelo volume de líquido) para a manutenção da postura ereta do esporófito, presente nas briófitas e no gênero fóssil Aglaophyton, chegou ao fim (Kenrick e Crane, 1997).

Traqueídes são células de aspecto alongado que morrem ao atingirem a maturidade e revestem as paredes do xilema. Cada traqueíde possui aberturas, as pontuações, e por meio destas a água atravessa por difusão de uma célula para outra. Células ocas, as traqueídes são mais lignificadas nas plantas vasculares atuais do quem foram nas mais ancestrais; tal modificação permitiu que a condução de água pelos tecidos vegetais fosse mais eficiente e ao mesmo tempo conferisse a resistência necessária para a sustentação interna, possibilitando assim às traqueófitas ter um porte ereto e crescer em altura consideravelmente quando comparadas aos grupos ancestrais (Judd et al., 2009; Tryon & Tryon, 1982).

Em segundo lugar, a independência do gametófito, a parte responsável pela produção dos gametas (células atuantes na reprodução sexuada), em relação ao esporófito, o corpo da planta que passa por alternância de geração, originária das primeiras plantas vasculares foi mantida. As traqueófitas são um clado extremamente amplo, abrangendo duas grandes linhagens: as licófitas e eufilófitas, com três grandes grupos que incluem plantas de pequeno porte, as monilófitas (plantas de porte mediano), da qual as pteridófitas fazem parte, e as espermatófitas, plantas arbóreas mais diversificadas e produtoras de sementes e/ou frutos (Judd et al., 2009; Tryon & Tryon,