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Representações Culturais e o Livro Didático de Língua Inglesa: Por uma Aprendizagem Ressignificativa
Representações Culturais e o Livro Didático de Língua Inglesa: Por uma Aprendizagem Ressignificativa
Representações Culturais e o Livro Didático de Língua Inglesa: Por uma Aprendizagem Ressignificativa
E-book291 páginas3 horas

Representações Culturais e o Livro Didático de Língua Inglesa: Por uma Aprendizagem Ressignificativa

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Sobre este e-book

A obra Representações culturais e o livro didático de língua inglesa: por uma aprendizagem ressignificativa busca analisar como a cultura e a língua são apresentadas aos estudantes brasileiros em uma das coleções adotadas pelo Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) para o ensino de língua inglesa. Isso porque, no presente contexto sociocultural e histórico, compreender a noção de cultura no ensino de inglês é um desafio necessário, visto que o idioma inglês se tornou uma língua de comunicação internacional e nos encontramos em um espaço hibridizado de trocas interculturais em que nossas significações são construídas a cada nova ação discursiva com o outro. Dessa maneira, fica difícil falar em cultura, no singular, quando há várias culturas interagindo e se ressignificando pela linguagem.

Sendo assim, para que haja uma formação em que o aprendiz se perceba como um sujeito crítico atuante em diferentes esferas sociais, é preciso que o processo de ensino da língua auxilie-o na percepção e na interação com as diferentes realidades ao seu redor, bem como na constatação do hibridismo cultural que perpassa o uso da língua inglesa. Além disso, sendo o livro didático uma das principais fontes de uso da língua para grande parte dos alunos de escolas públicas brasileiras, conhecer os pressupostos e as representações sociais/culturais em relação ao inglês, provenientes do material didático, é importante para compreendermos como este pode influenciar na percepção acerca da realidade e na formação intelectual do estudante. E, a análise do material didático pode auxiliar na reflexão do professor sobre suas próprias percepções e sobre o trabalho desenvolvido com o auxílio do livro didático em sala de aula.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento26 de jan. de 2023
ISBN9786525037240
Representações Culturais e o Livro Didático de Língua Inglesa: Por uma Aprendizagem Ressignificativa

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    Representações Culturais e o Livro Didático de Língua Inglesa - Gisele dos Santos da Silva

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    Representações culturais e o

    livro didático de língua inglesa

    por uma aprendizagem ressignificativa

    Editora Appris Ltda.

    1.ª Edição - Copyright© 2023 da autora

    Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.

    Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98. Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores. Foi realizado o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nos 10.994, de 14/12/2004, e 12.192, de 14/01/2010.Catalogação na Fonte

    Elaborado por: Josefina A. S. Guedes

    Bibliotecária CRB 9/870

    Livro de acordo com a normalização técnica da ABNT

    Editora e Livraria Appris Ltda.

    Av. Manoel Ribas, 2265 – Mercês

    Curitiba/PR – CEP: 80810-002

    Tel. (41) 3156 - 4731

    www.editoraappris.com.br

    Printed in Brazil

    Impresso no Brasil

    Gisele dos Santos da Silva

    Representações culturais e o

    livro didático de língua inglesa

    por uma aprendizagem ressignificativa

    Aos meus avós e aos meus pais, por serem a base da minha existência.

    E a todos que acreditam que a educação ainda é a melhor arma para transformar o mundo!

    AGRADECIMENTOS

    Aos meus pais, Joana e Gilson, pela vida, pelo apoio, o amor e a compreensão.

    Aos meus avós, Clarice, Jarcy, Maria Luiza e Manoel que agora olham por mim lá de cima.

    Aos meus familiares, pelo apoio incondicional.

    Ao meu amigo e professor, Francisco Carlos Fogaça, por acreditar em meu potencial enquanto pesquisadora e, acima de tudo, por me acompanhar por sete anos nessa busca infindável pelas representações no ensino de inglês, compartilhando seu conhecimento e perspectivas.

    Às queridas amigas, professoras e guias Regina Helena U. Cabreira, Miriam S. Retorta, Ana Valéria B. Bork, Marcia R. Becker, Andressa B. Albini, Maria Lucia de C. Gomes, Ana Paula Petriu Engelbert e Maristela Puglesy que sempre estiveram ao meu lado, ensinando-me, apoiando-me e torcendo por mim.

    À Dayse P. de Ataide, amiga de caminhada, por compartilhar as angústias, leituras, trabalhos acadêmicos, congressos, risos e lágrimas, por todas as palavras de conforto e motivação. A academia fica mais aconchegante com parcerias assim!

    À Cassiana M. Bittencourt, por me acompanhar mais uma vez nesse momento importante, dividindo ideias, preocupações e a ansiedade causada pela escrita. Amigas na vida e na escrita, cada uma com seu objeto de estudo, mas sempre juntas.

    À Vera L. Rauta, por me apresentar o universo da produção de livros didáticos e todas as outras experiências que têm me proporcionado ao longo dos últimos anos. Aprender contigo é um prazer e uma honra para mim. Sou eternamente grata a ti!

    Aos amigos Patricia e Johnny Neuber, pelo carinho, apoio e por acreditarem em meu trabalho.

    À Universidade Federal do Paraná, instituição que permitiu que eu continuasse me aperfeiçoando durante o mestrado e o doutorado, oferecendo um ensino público e da melhor qualidade, minha segunda casa!

    À Capes, pela concessão de bolsas durante o mestrado e o doutorado, contribuindo para a minha produção acadêmica.

    À Deusa, por me mostrar a força do sagrado feminino que há em mim.

    Se nada ficar destas páginas, algo, pelo menos, esperamos que permaneça: nossa confiança no povo. Nossa fé nos homens e na criação de um mundo em que seja menos difícil amar.

    (Paulo Freire)

    APRESENTAÇÃO

    Não raro, ao chegar à sala de aula de língua inglesa, o estudante demonstra certa curiosidade, certo interesse, ou mesmo desconfiança para com o idioma que lhe é apresentado. Eis ali um desafio: aprender uma nova língua. Para estudantes brasileiros, o inglês se configura como uma língua distante, apesar das diversas palavras desse idioma que já fazem parte do cotidiano do falante brasileiro. Além disso, junto com esse desafio — prazeroso para alguns, angustiante para outros — no ensino público em nosso país convivemos ainda com um mito já culturalmente enraizado: não se aprende inglês na escola!

    Então, entramos em sala para a aula de inglês com diversos pressupostos que precisam ser repensados e ressignificados durante o processo de aprendizagem da língua. Com isso, o professor precisa estar preparado para os enfrentamentos em relação ao idioma e mediar o contato do aprendiz com a língua inglesa. Nas escolas públicas brasileiras, um dos principais recursos disponíveis para as aulas de línguas estrangeiras atualmente é o livro didático. Ainda que vivamos na era da tecnologia, em que se tem acesso a tudo com um simples toque na tela de um aparelho eletrônico, essa realidade não corresponde ao contexto da grande maioria das escolas públicas do país. Por isso, queiramos ou não, o livro didático assume um lugar de destaque e de tamanha importância na formação dos cidadãos brasileiros. E, no tanger das línguas estrangeiras, o livro também acaba se tornando um referencial daquilo que se considera como a variedade padrão da língua e um potencial representante da cultura imbricada ao idioma.

    No contexto de ensino público brasileiro, nos últimos anos, a língua inglesa tem se destacado como a disciplina de Língua Estrangeira obrigatória no currículo nacional. Além disso, desde 2011, com o Plano Nacional do Livro Didático (PNLD), o livro didático tornou-se um dos principais recursos didáticos nas escolas públicas quando as disciplinas de Línguas Estrangeiras (inglês e espanhol) passaram a receber o livro destinado ao ensino fundamental — anos finais e ao ensino médio. Posto isso, nesta obra procuro investigar possíveis representações culturais encontradas em uma das coleções didáticas aprovadas pelo PNLD 2017 destinadas à disciplina de língua inglesa para os anos finais do ensino fundamental: Way to English for Brazilian Learners, de Claudio Franco e Kátia Tavares.

    Consoante, busco compreender qual é a concepção de língua e a de cultura que embasa a coleção, bem como a abordagem de ensino adotada nesse escopo. Sendo assim, neste estudo, adoto a acepção de língua como discurso em consonância com a noção de língua como cultura proposta por Kramsch (1993, 1998, 2016). Além disso, revisito alguns conceitos atribuídos ao termo cultura, sendo o conceito pós-moderno aquele que dialoga com o cenário da pesquisa, baseado principalmente nas reflexões de Bhabha (2013) e Hall (2006, 2013, 2016). Para dar suporte a teoria das representações culturais, trago entendimentos sobre o tema de acordo com Moscovici (2009) e com Hall (2016). Como o escopo da pesquisa é o livro didático, alguns apontamentos sobre o entendimento de livro didático para o ensino de inglês são retomados, como os de McKay (2012), Gray (2016) e Tilio (2008).

    Já que o estudo parte de uma política pública educacional que é o PNLD, faço ponderações sobre a maneira que os principais documentos norteadores da educação brasileira, como os PCNs e o próprio PNLD, concebem a ideia de língua, de cultura e de ensino-aprendizagem de línguas. Sendo esta uma pesquisa voltada para a interpretação do fenômeno representacional atrelado à língua inglesa, adoto uma abordagem metodológica qualitativo-interpretativista, analisando os textos (verbais e não verbais) que compõem a coleção.

    Por fim, esta investigação permitiu trazer um olhar crítico a respeito da maneira como a cultura no ensino de inglês ainda aparece atrelada à cultura de países pertencentes ao eixo Estados Unidos e Reino Unido, mesmo nos livros didáticos que procuram trazer uma abordagem intercultural. Além disso, com a pesquisa foi possível confirmar o papel importante do livro didático no ensino público brasileiro em meio às políticas educacionais do país, servindo não apenas como material de apoio, mas como uma das principais referências sobre a cultura e a língua aprendida para alunos e professores.

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    Sumário

    1

    INTRODUÇÃO

    2

    SOBRE LÍNGUA E CULTURA

    2.1 LÍNGUA: REVISITANDO ALGUMAS CONCEPÇÕES

    2.2 CONCEPÇÕES DO TERMO CULTURA

    2.2.1 A cultura na pós-modernidade

    2.2.2 Sobre culturas nacionais e comunidades imaginadas

    2.3 LÍNGUA E CULTURA OU LÍNGUA-CULTURA?

    2.4 REPRESENTAÇÕES CULTURAIS

    2.5 O STATUS E O ENSINO DA LÍNGUA INGLESA

    2.5.1 O status da língua inglesa no Brasil e no mundo

    2.5.2 O ensino de Inglês no Brasil

    2.5.3 As perspectivas de ensino de línguas

    2.5.4 O material didático de Língua Inglesa e a questãoda cultura

    3

    NA TRILHA DA PESQUISA

    3.1 PERGUNTAS respondidas na obra

    3.2 Adentrando A PESQUISA

    3.3 CONHECENDO O PNLD

    3.4 A COLEÇÃO WAY TO ENGLISH FOR BRAZILIAN LEARNERS

    3.5 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE

    4

    CULTURA, ENSINO E REPRESENTAÇÕES: ANÁLISE DOS DADOS

    4.1 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS

    4.1.1 Afinal, o que dizem as políticas de ensino sobreo conceito de língua e de cultura?

    4.2 ADENTRANDO A COLEÇÃO: AS ORIENTAÇÕES NO MANUAL DO PROFESSOR e as PERSPECTIVAS DE ENSINO SUGERIDAS

    4.3 REPRESENTAÇÕES CULTURAIS NA COLEÇÃO WAY TO ENGLISH FOR BRAZILIAN LEARNERS

    4.3.1 Cultura como produto

    4.3.3 Cultura como Culturas

    5

    TECENDO CONCLUSÕES (ATÉ AQUI!)

    REFERÊNCIAS

    1

    INTRODUÇÃO

    Esta obra tem por intuito observar as representações culturais presentes em uma coleção de livros didáticos para o ensino de língua inglesa aprovada e distribuída pelo Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) em 2017. Isso porque o livro didático no ensino de inglês costuma ocupar um lugar de destaque, ao mesmo tempo em que se torna uma voz poderosa no contexto de uso, podendo ser tanto um ótimo auxiliar na prática de ensino quanto um empecilho, dependendo das escolhas e da legitimidade atribuída pelo docente e usuários do material durante sua abordagem. Em outras palavras, o livro didático não é apenas mais um material ao dispor de professores e alunos; é, principalmente, um instrumento de formação identitária com grande potencial em criar representações e legitimações para com a língua inglesa. Por isso, olhar com afinco e refletir o que são essas representações no livro didático no ensino público brasileiro é voltar-se para si e repensar a posição do professor em suas aulas e qual é a sua relação com livro em sua rotina pedagógica.

    Sendo assim, começo visualizando a minha própria trajetória. Meu caminho enquanto pesquisadora na área de linguística aplicada tem me levado, de diversas maneiras, a observar a relação entre a língua — seja ela materna ou não — e aspectos culturais evocados em interações discursivas. A dupla licenciatura tem me possibilitado experiências tanto no ensino de língua portuguesa como língua materna (desde os estágios nas escolas públicas com o ensino de português até atualmente, pois sigo lecionando a disciplina em colégio particular) quanto como língua adicional (minha primeira experiência em sala de aula foi com o ensino de português para falantes de outras línguas (PFOL) na UTFPR. Além de também lecionar a língua inglesa, esta que escolhi observar em minha trajetória enquanto pesquisadora.

    Embora já tenha investigado a questão das representações culturais por professores recém-graduados de língua inglesa anteriormente, volto-me, neste estudo, para as representações no livro didático de língua inglesa e quais implicações no ensino da língua no contexto da escola pública brasileira podem ser inferidos a partir desta análise. Como mencionei, a questão da cultura no ensino de línguas tem sido constante em minha trajetória acadêmica e alguém poderia me perguntar: mas por que agora analisar o livro didático?, por que esse interesse em materiais didáticos?, e explico minha motivação. Assim que me graduei, além de lecionar em uma escola de idiomas e pleitear uma vaga na pós-graduação, conheci a professora, formadora e autora de coleções didáticas Vera Lúcia Rauta e, em seguida, comecei a prestar serviços de digitação para ela, digitando os materiais que ela estava produzindo na época. Foi assim que conheci e adentrei este outro campo de trabalho: a produção de material didático para o ensino de língua inglesa. Algum tempo depois, a Vera me indicou para a editora que produz seu material para também realizar assessoramentos para professores em municípios em que seus livros didáticos são utilizados. Assim começaram minhas novas experiências nesta outra área de atuação: a formação continuada de professores e a produção e uso de material didático.

    Ainda que fossem trabalhos esporádicos e autônomos, são vivências que contribuíram (e contribuem) para ampliar meu horizonte em relação ao ensino, à função do professor e ao saber acadêmico, pois eu estava conectada a estes ambientes simultaneamente: a sala de aula, a academia, a formação docente e a produção didática. Para completar, em meados de 2018, fui convidada para produzir uma coleção didática para uma editora destinada ao ensino de inglês para alunos da educação infantil. Eu, que já estava com este estudo encaminhado sobre o livro didático, tive a oportunidade de produzir um material didático e conhecer o outro lado desse processo. Mas e o interesse em investigar o livro didático, como surgiu?

    Voltando ao porquê dessa escolha, o fato de eu estar ligada a essas esferas do ensino de língua (sala de aula, formação docente, produção de material didático) me fez perceber o quanto alguns discursos sobre o ensino de inglês e o material didático estão engessados e repetitivos e como falta para muitas pessoas um olhar crítico de como as coisas acontecem até chegarem à sala de aula. O ensino de língua inglesa na educação pública brasileira recebe constantes comentários negativos, reforçando falas engendradas como a de que não se é possível aprender a língua na escola pública, não há recursos bons e suficientes nas escolas ou não vou aprender inglês porque nunca vou sair do país mesmo. Que o reconhecimento da importância da disciplina de língua inglesa, de maneira geral, ainda deixa a desejar, é inegável. A baixa carga horária da disciplina e o fato de esta não ser quesito para reprovação escolar são fatores que interferem no reconhecimento da necessidade do aprendizado da língua, dentre outros fatores, é claro! Sobre a disponibilidade de materiais adequados e necessários nas escolas, nas formações para professores que ministrei em diversos municípios brasileiros, entre 2015 e 2019, pude constatar que o livro didático é um dos principais recursos (se não o único!) disponíveis e utilizados nas aulas de língua inglesa. Outras pesquisas, como a de Tilio (2008), por exemplo, também apontam o frequente uso do livro didático na disciplina de inglês. Ainda que os recursos tecnológicos aparentem ser mais atrativos, é preciso reconhecer a importância e a funcionalidade desses livros didáticos que, a cada três anos, são selecionados e distribuídos às escolas públicas pelo Plano Nacional do Livro Didático (PNLD). Acima de tudo, compreender como é o processo de produção desses materiais (que não é algo simples e fácil de se fazer), pensar em todas as questões teóricas, práticas e ideológicas envolvidas nesse decurso requer maior atenção por parte de todos. Mesmo que falte maior consciência no cenário nacional no que diz respeito à importância do ensino de línguas estrangeiras, reconhecer e verificar quais recursos estão disponíveis atualmente, como é o caso do livro didático, é fundamental.

    Dessa forma, o livro didático pode nos revelar vários aspectos por trás do ensino da língua inglesa no contexto brasileiro, como: qual inglês espera-se que seja ensinado? O que se entende por inglês na obra? Qual é o uso dessa língua para seus aprendizes? Quais aspectos culturais são enfatizados nos livros? O que se espera que o aluno saiba em relação ao idioma? Entre outros tópicos passíveis de serem observados na obra. Por isso, neste livro me debruço sobre as representações culturais na coleção didática Way to English for Brazilian Learners, de Claudio Franco e Kátia Tavares, aprovada no edital do PNLD 2017 para o ensino de língua inglesa nos anos finais do ensino fundamental. Além disso, também investigo qual é a perspectiva de aprendizagem perceptível na obra e como a língua inglesa é apresentada ao seu público-alvo (como língua estrangeira, língua franca ou uma translíngua, por exemplo?).

    No capítulo 2, apresento a fundamentação teórica utilizada para este estudo. Nesta, revisito o conceito de cultura conforme os estudos de Eagleton (2005), Bauman (2012), Kramsch (1993, 1998, 1996, 2009), Bhabha (2013) e Baker (2017), entre outros. Também apresento a ideia de representações sociais/culturais segundo Moscovici (2001, 2009) e Hall (2006, 2013, 2016). Abordo a concepção de língua como discurso, principalmente de acordo com as proposições de Bakhtin (1995) e Jordão (2006). Ainda retomo a discussão a respeito do status do inglês como língua franca e língua internacional, a mitificação do inglês e o ensino dessa língua no contexto brasileiro, partindo das contribuições de Jenkins (2007, 2015), Cogo (2012),

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