Promovendo práticas significativas: uma proposta de material didático para o ensino de língua inglesa para crianças
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Sobre este e-book
A obra traz reflexões acerca da utilização de uma unidade didática para o ensino de inglês em uma turma do quinto ano do ensino fundamental em uma escola da rede pública municipal do Rio de Janeiro. Por meio dos olhares da pesquisadora-autora do material didático, do professor participante e dos/as alunos/as, as reflexões aqui desenvolvidas constroem inteligibilidades a respeito das interações ocorridas ao longo da utilização da unidade didática. Sendo assim, o termo "práticas significativas" ganha um sentido amplo que vai desde a motivação para a realização do estudo até a materialização da unidade didática, processo esse que ganha vida durante a utilização do material pelo professor participante e seus/suas alunos/as. Diante disso, a obra apresenta-se como uma enriquecedora contribuição para professores/as de línguas em formação, em serviço e aos/às que se debruçam sobre pesquisas em contextos de sala de aula de línguas adicionais.
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Promovendo práticas significativas - Patrícia Helena da Silva Costa
1
PORQUE NADA SE FAZ SEM LINGUAGEM
1.1 O ensino de inglês em tempos pós-modernos
A pós-modernidade questiona princípios, indaga motivações, pergunta por quês. Ela desconstrói – traz a espada e o caos; mas sua espada afiada não representa a certeza eterna da lâmina segura: representa, nessa metáfora que a liga à pós-modernidade, a segurança provisória de que verdades absolutas possam não existir, de que tudo possa e deva ser questionado. Contrapondo-se ao mundo moderno, crente na ordem e na coerência, a pós-modernidade traz uma perspectiva fragmentada que olha para tudo como em processo, em absoluto gerundismo. Assim rebelde e assumidamente incompleta, a pós-modernidade recusa a acomodação trazida pela crença em verdades absolutas, questiona seus próprios pressupostos e se refaz constantemente, aos moldes da metamorfose ambulante que Raul Seixas deseja.¹⁰
Em um cenário de tamanha instabilidade, vivemos em um mundo em constantes mudanças, sejam elas culturais, sejam econômicas, políticas ou tecnológicas. Nessa nova ordem mundial¹¹, a multiplicação de informações, conceitos, descobertas e teorias lançou a vida social em variadas direções, com consequências inesperadas e não previstas anteriormente
¹².
Segundo Hall, isto se deve a um complexo de processos e forças de mudança, que, por conveniência, pode ser sintetizado sob o termo ‘globalização’
¹³. Estou falando aqui de processos que cruzam fronteiras nacionais, interligando comunidades e organizações em novas combinações espaciais e temporais, num movimento de deslocamento da ideia clássica de sociedade como um sistema bem delimitado para uma concepção de vida social ordenada ao longo do tempo e do espaço.
Ao entender a globalização como um conjunto complexo de processos que operam de forma adversa ou discrepante¹⁴, compartilho com Santos¹⁵ a concepção de que a globalização compreende três tipos: globalização como fábula, globalização como perversidade e uma outra
globalização. De acordo com o autor, a globalização caracteriza-se pelo predomínio de técnicas de informação que, por meio de avanços tecnológicos, atingem, de maneira direta ou indireta, a totalidade de cada país. Desta forma, cada lugar tem acesso aos acontecimentos de outros lugares. E, em consequência das técnicas de informação, a globalização também se configura pela unicidade do tempo que, para além da confluência dos horários dos relógios, apresenta o que Santos chama de a convergência dos momentos
¹⁶.
Com essa grande mudança na história, tornamo-nos capazes, seja aonde for, de ter conhecimento do que é o acontecer do outro. Nunca houve antes essa possibilidade oferecida pela técnica à nossa geração de ter em mãos o conhecimento instantâneo do acontecer do outro. Essa é a grande novidade, o que estamos chamando de unicidade do tempo ou convergência dos momentos¹⁷.
Fala-se, portanto, da globalização como fábula, a partir do momento em que o mundo passa a ser visto como uma grande aldeia global cuja difusão instantânea de notícias, baseada na ideia do encurtamento da noção de tempo e espaço, realmente informa as pessoas¹⁸. Entretanto, tal acesso aos acontecimentos não ocorre da mesma forma para todos, gerando, assim, desigualdades que podem ser de ordem tecnológica, econômica e cultural. Temos, então, a globalização como perversidade. Essas novas combinações espaciais e temporais caminham com o fato de que a informação instantânea e globalizada não é generalizada, uma vez que o conhecimento instantâneo do acontecer do outro
¹⁹ não está nas mãos de todos e todas.
Santos²⁰ aprofunda a questão ao afirmar a intrínseca ligação entre o presente processo de globalização e os problemas que afligem grande parte da humanidade, como o aumento do desemprego, da pobreza e a crescente inacessibilidade a uma educação de qualidade, por exemplo.
A perversidade sistêmica que está na raiz dessa evolução negativa da humanidade tem relação com a adesão desenfreada aos comportamentos competitivos que atualmente caracterizam as ações hegemônicas. Todas essas mazelas são direta ou indiretamente imputáveis ao presente processo de globalização.²¹
A esse respeito, Giddens²² destaca que a globalização não se desenvolve de maneira totalmente benéfica. Ele pontua que, para muitos que vivem fora da Europa e da América do Norte, por exemplo, a globalização mais se assemelha a uma ocidentalização, ou, até mesmo, a uma americanização, dado o alcance econômico e cultural dos Estados Unidos. Diante de tal cenário, Santos²³ defende a construção de uma outra
globalização, uma globalização mais humana. Segundo o geógrafo, é possível reconhecer um certo número de fenômenos demonstrativos da urgência de uma outra
globalização. O primeiro deles é a enorme diversidade de povos, raças, culturas, gostos, em todos os lugares. Soma-se a isso a mescla de filosofias, em vez do foco no racionalismo europeu. Santos²⁴ também menciona a aglomeração de pessoas em áreas cada vez menores, o que favorece ainda mais a mistura entre pessoas e filosofias. Nas palavras do autor, estes fenômenos dizem respeito a
[...] uma verdadeira sociodiversidade, [...]. Junta-se a esses fatos, a emergência de uma cultura popular que se serve dos meios técnicos antes exclusivos da cultura de massa, permitindo-lhe exercer sobre essa última uma verdadeira revanche ou vingança²⁵.
São estas as bases que permitem a produção de novos discursos, os quais deixam de existir apenas nas mentes dos estudiosos e passam a fazer parte da experiência cotidiana de cada