Lei, Profetas, Fé E Graça

De Silvio Dutra

Exposição de Charles Simeon sobre passagens do Evangelho de Lucas.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 25 de jun. de 2023

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Pressionando para o Reino

Lucas 16:16:

A Lei e os Profetas foram proclamados até João; desde então é anunciado o evangelho do reino de Deus, e cada um força a sua entrada nele.

Onde quer que o Evangelho seja pregado com fidelidade e seriedade, os locais de culto são, em sua maioria, bem frequentados. E isso costuma ser motivo de alegres felicitações. Mas se, em vez de comparar a presença de pessoas em tais locais de culto com o que é visto em outras igrejas, fôssemos comparar com o que ocorreu na primeira introdução do cristianismo, veríamos nisso nada além de uma ocasião de vergonha e tristeza.

Sob a lei e os profetas, isto é, durante a dispensação mosaica, havia pouca pregação; mas quando João, o precursor de nosso Senhor, veio, ele pregou muito e com frequência; e tão poderosos foram seus ministérios, que pessoas de todas as classes e ordens pressionaram aquele reino, que ele procurou e trabalhou para estabelecer. Vamos então, para nossa humilhação, considerar,

I. Os efeitos da pregação de João.

Ele pregou o reino de Deus.

Por reino de Deus entendo o reino do Messias, ou o reinado de Cristo no mundo e no coração. Ele declarou que Cristo tinha vindo: e apontou-o ao povo como o próprio Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo. Ele chamou os homens ao arrependimento e ao reconhecimento do Salvador, sendo batizado em seu nome; e anunciou isso como a única e segura maneira de obter a remissão de seus pecados, Lucas 3:3.

Imediatamente, tal foi a impressão em todas as descrições de pessoas, que todos se apressaram.

O mais surpreendente foi o efeito de suas ministrações. Pessoas afluíam de todos os cantos para serem batizadas por ele. Fariseus e saduceus, distantes como estavam um do outro em seus princípios, sentiram igualmente o poder de sua palavra e foram batizados por ele. Não, toda Jerusalém, toda a Judeia e toda a região ao redor do Jordão foram tão trabalhadas que realmente se submeteram ao seu batismo, fazendo confissão pública de seus pecados, Mateus 3: 5-7. Eles buscaram instrução também dele, todos (soldados, cobradores de impostos e o povo em geral) estando disposto e desejoso de aprovar sua sinceridade diante de Deus, abandonando todos os males aos quais ele era particularmente propenso e praticando os deveres que mais adornariam sua santa profissão, Lucas 3: 10-14. Muitos deles, é de se temer, voltaram depois: mas tal, na época, era o poder do Evangelho ministrado por ele.

Vamos comparar com isso,

II. O efeito das ordenanças do evangelho em nossos dias.

Pregamos o reino de Deus, assim como ele fez.

Nosso abençoado Senhor ordenou que o arrependimento e a remissão de pecados fossem pregados entre todas as nações, começando em Jerusalém, Lucas 24:47; e os apóstolos obedeceram a essa liminar, pregando essa doutrina primeiro aos judeus, Atos 5:31, e depois aos gentios, Atos 20:21. A mesma injunção, também, nós obedecemos. Vocês mesmos nos darão testemunho de que o grande assunto de todos os nossos ministérios é arrependimento para com Deus e fé em nosso Senhor Jesus Cristo. Sim, como Paulo, nós resolvemos nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado, 1 Coríntios 2:2. Proclamamos que o Senhor Jesus é Rei em Sião; pedimos que você se submeta a ele; declaramos que seu sangue foi derramado pelos pecados do mundo, 1 João 2:2; e que todos os que nele crerem serão justificados de todas as coisas, das quais não poderiam ser justificados pela lei de Moisés, Atos 13:38,39." A esse respeito, temos até a vantagem de João Batista; pois ele só podia proclamar o que o Senhor Jesus faria; enquanto nós declaramos a você o que ele fez.

E qual é o efeito de nossas ministrações?

Vemos todos entrando neste reino? Eu quase perguntei: onde vemos alguém pressionando como deveria? Infelizmente! A palavra que pregamos, vem, para a generalidade, apenas em palavras, e não em poder. Para muitos é considerada apenas como uma fábula engenhosamente inventada; para muitos que a aprovam, não tem efeito prático; eles estão satisfeitos com isso apenas como com a melodia de quem toca bem em um instrumento, Ezequiel 33:31-32; e, daqueles que sentem um pouco