Solução Inovadora Para Depressão

De Jideon F Marques

As ideias sobre o que causa a depressão não se baseiam em ciência sólida e os nossos tratamentos não estão a funcionar tão bem como deveriam. A psiquiatria está em crise. O modo de tratamento usual (normalmente baseado apenas em um exame psiquiátrico subjetivo e na construção de uma lista de sintomas) muitas vezes leva os psiquiatras a procurarem cegamente um medicamento que possa funcionar. Outros fatores como nutrição, toxinas, hormônios, alergias, riscos bioquímicos e distúrbios médicos são normalmente ignorados. Nenhuma mudança nesta abordagem funcionará porque os conceitos básicos subjacentes estão errados. Precisamos de uma maneira totalmente nova de olhar para os pacientes. Devemos parar de tratá-los de acordo com listas de sintomas subjetivos e devemos parar de agir como se uma pessoa fosse igual à outra. Em vez disso, devemos começar a ver os pacientes como indivíduos e depois diagnosticar e tratar as suas doenças em conformidade. No campo da medicina integrativa, trata pacientes com sucesso com terapias nutricionais e metabólicas há mais de vinte e cinco anos. Neste livro, ele fornece um modelo personalizado de medicina integrativa para a saúde mental que pode resultar no alívio da depressão e em um renovado senso de saúde emocional. Este livro inovador oferece esperança e modelos de tratamento comprovados, simples, seguros e eficazes.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 17 de jan. de 2024

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Solução inovadora para depressão

Solução inovadora para depressão Dominando seu humor com nutrição, dieta e suplementação Jideon Marques

Copyright © 2024 Jideon Marques

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Índice

Introdução

PARTE I: Compreendendo o problema

Capítulo 1: Medicina Personalizada

Medicina Personalizada

Nutrição

Medicamento

Superando o Estigma

Capítulo 2: O que é depressão?

Sintomas de depressão

Tipos de depressão

Transtorno depressivo maior

Transtorno depressivo persistente (distimia)

Transtorno disruptivo de desregulação do humor

Transtorno disfórico pré-menstrual

Transtorno depressivo induzido por substâncias/medicamentos

Transtorno depressivo devido a outra condição médica

Depressão com angústia ansiosa

Depressão com características atípicas

Transtorno depressivo com início periparto (depressão pós-parto)

Depressão com padrão sazonal (transtorno afetivo sazonal)

Quem corre maior risco de depressão?

Depressão e suicídio: estatísticas e fatos

Causas da depressão

Fatores bioquímicos

Fatores físicos

Medicamentos que podem causar depressão

Um sistema imunológico hiperativo

Fatores hormonais

Fatores genéticos

Fatores psicológicos

Capítulo 3: Como avaliamos a depressão?

O que é uma avaliação psiquiátrica?

Sobre essas listas DSM

O que está faltando na sua avaliação psiquiátrica?

Um tiro no escuro

Perdendo o alvo

Capítulo 4: Os tratamentos atuais são menos eficazes do que pensamos

Apoio Farmacêutico mina a credibilidade

Publicidade direta ao consumidor

Um problema que abrange toda a indústria

Nossas pílulas realmente funcionam?

A depressão está piorando, apesar da enxurrada de medicamentos milagrosos

E quanto aos efeitos colaterais?

Possíveis efeitos colaterais de medicamentos ISRS

Reconhecendo a retirada de medicamentos

Sintomas de abstinência de medicamentos

Um novo caminho

Capítulo 5: Depressão e Individualidade Bioquímica

Tratar a multidão, não o indivíduo

Uma pessoa não é igual a outra

A mente e o cérebro estão separados?

Uma doença pode ter diferentes causas e curas?

Sintomas psiquiátricos e função cerebral

Capítulo 6: Genética, Epigenética e Medicina Personalizada

Uma rápida revisão da genética

Epigenética: uma coleção de substituições

Iluminando a Epigenética

O que inicia o processo epigenético?

Estresse emocional e epigenética

Nutrigenômica

Como ocorrem as mudanças epigenéticas?

Pessoa Única, Doença Única

Capítulo 7: Medicina Personalizada com Abordagem ZEEBRA

Do jeito que poderia ser

Psiquiatria Integrativa

A Abordagem ZEEBRA

T-Cuide-se

H – Hormônios e Ervas

E—Excluir

Z—Zinco e outros minerais

E – Ácidos graxos essenciais e colesterol

E—Exercício e energia

Vitaminas B—B (e outras)

R—Restaurar

A—Aminoácidos e proteínas

A abordagem ZEEBRA funciona?

PARTE II: Nutrindo o Cérebro: A Abordagem ZEEBRA

Capítulo 8: T – Cuide-se

Dieta e Depressão

Digestão e Depressão

Enzimas digestivas

Sono e Depressão

A dificuldade de dormir pode ser causada por uma doença

Melhorar o sono com uma boa higiene do sono

Melhorando o sono com remédios naturais

Uma breve nota sobre suplementos

Açúcar e Depressão

Desejo de insulina e açúcar

Controlando sua ingestão de açúcar

Dicas para reduzir o açúcar

Alimentos e bebidas que contêm açúcar

As muitas faces do açúcar

Estresse e Depressão

Capítulo 9: H – Hormônios e Ervas

A Tireoide e a Depressão

Sintomas de níveis baixos de tireoide (hipotireoidismo)

Tireoide baixa e depressão

Testes defeituosos equivalem a diagnósticos defeituosos

Corrigindo os níveis da tireoide para aliviar a depressão

Nota especial sobre a tireóide e o iodo

Toxinas ambientais interferem na função da tireoide

DHEA e depressão

Hormônios Sexuais e Depressão

Testosterona

Estrogênio e progesterona

Ervas

Erva de São João

Curcumina

Rhodiola

Capítulo 10: E—Excluir

Doença Celíaca e Depressão

A dificuldade do diagnóstico

Fazendo o diagnóstico

Gerenciando a doença

Suplementos para doença celíaca

Casomorfina, Gliadorfina e Depressão

Alergias Alimentares e Depressão

Outros problemas gastrointestinais e depressão

Capítulo 11: Z — Zinco e Outros Minerais

Zinco e Depressão

Qual é a ligação zinco-depressão?

O zinco pode aliviar a depressão?

Teste de sabor de zinco

Respostas

Interpretando os resultados

Cobre e Depressão

Muito cobre e depressão

Baixo cobre e depressão

Verifique o cobre!

Magnésio e Depressão

Lítio e Depressão

Cromo e Depressão

Iodo e Depressão

Ferro e Depressão

Mensagem para levar para casa

Capítulo 12: E – Ácidos Graxos Essenciais e Colesterol

Ácidos graxos, os blocos de construção da gordura

O que é um ácido graxo?

Ácidos graxos essenciais e depressão

Adicione ácidos graxos essenciais à sua dieta

Minhas recomendações

Uma palavra final

Colesterol e Depressão

Colesterol baixo e depressão

Colesterol baixo e suicídio

Qual é a ligação colesterol-depressão?

Uma tendência perigosa

Importante demais para ser esquecido

Capítulo 13: E – Exercício e Energia

A ciência apoia o exercício

Como funciona o exercício?

Fatores físicos

Fatores psicológicos

A resposta definitiva: apenas faça exercícios

Como alguém pode se exercitar sem energia?

Superando a Inércia Antiexercício com B 12

Energizando as fábricas de energia celular com carnitina

Fortalecendo o efeito carnitina com CoQ10

Criando Energia Celular com Ribose e Whey

Fique energizado!

Capítulo 14: Vitaminas B – B e outras vitaminas

Folato (vitamina B9)

Folato e depressão

Folato, ácido fólico e L-metilfolato

Determinar se há folato suficiente

Quanto levar

Vitamina b12

Vitamina B12 e depressão

Determinar se há vitamina B12 suficiente

Quanto levar

Vitamina D

Vitamina D e depressão

Determinar se há vitamina D suficiente

Quanto levar

Mesmo

SAMe e depressão

Quanto levar

Inositol

Inositol e depressão

Quanto levar

Vitaminas B1 (Tiamina), B3 (Niacina) e B6 (Piridoxina) e Depressão

Tiamina

Niacina

Piridoxina

Interferindo nesses três Bs

Quanto levar

Verifique e reabasteça com base nas suas necessidades bioquímicas exclusivas

Capítulo 15: R—Restaurar

O Microbioma

Fatores que diminuem as bactérias boas

A conexão intestino-cérebro

O microbioma intestinal e a depressão

Probióticos

Usando probióticos

Restaurando a saúde do cérebro

Capítulo 16: A — Aminoácidos e Proteínas

As peças que formam uma proteína

Aminoácidos e Humor

Fenilalanina

Tirosina

Triptofano e 5-HTP

GABA

Glutamina

Taurina

Aminoácidos e Depressão

O que faz com que os níveis de aminoácidos diminuam?

Quem corre o risco de diminuir os níveis de ácido clorídrico?

Baixos níveis de ácido

Baixo teor de ácido pode ser igual a mau humor

Aumentando a acidez estomacal

Manter níveis adequados de aminoácidos e proteínas

Suplementação de aminoácidos

Aumentando neurotransmissores com precursores de aminoácidos

Vale a pena repetir

Capítulo 17: Exames laboratoriais que seu médico pode solicitar

Começando

Aminoácidos

Doença celíaca

Hemograma completo com diferencial

Painel de química abrangente

Cobre

proteína C-reativa

DHEA e pregnenolona

Ácidos graxos essenciais

Folato e vitamina B12

Alergias a comida

Teste genético

Homocisteína

Ferro e ferritina

Lipídios

Lítio

Magnésio

Minerais de glóbulos vermelhos

Testosterona

Painel da tireoide e anticorpos da tireoide

Ácidos orgânicos urinários

Peptídeos urinários

Vitamina D

Zinco

Vale a pena o esforço

Parte III: Nutrindo a Mente

Capítulo 18: Psicoterapia para Depressão

Terapia cognitiva comportamental

Terapia cognitivo-comportamental em grupos

Terapia Narrativa

Outras formas de terapia

Capítulo 19: Espiritualidade e Fé

Espiritualidade e o Cérebro

Implicações para o tratamento

Capítulo 20: Atenção Plena e Yoga

Capítulo 21: Além da Atenção Plena

Natureza

Risada

Ter esperança

PARTE IV: Esperança e Cura

Capítulo 22: O Futuro Tratamento da Depressão

Adolescentes

Idosos

Medicamentos

Estimulação magnética transcraniana

Neurofeedback

Terapia de infusão de cetamina

O futuro

Capítulo 23: Psiquiatria Integrativa

Introdução

O crescente corpo de literatura científica dissipa claramente os mitos e destrói o conceito de medicina alternativa. O que costumava ser descrito como medicina alternativa é agora comumente reconhecido como medicina integrativa. A medicina integrativa representa a combinação de metodologias convencionais e alternativas derivadas da medicina baseada em evidências. O campo da psiquiatria ficou muito atrás na compreensão do valor da medicina integrativa no tratamento das doenças mentais, particularmente da depressão.

A depressão não pode ser vista, ouvida ou sentida durante um exame físico. No entanto, a depressão é um distúrbio que ameaça a vida, rouba a vida e é incapacitante. Segundo a Organização Mundial da Saúde, é a principal causa de incapacidade em todo o mundo. A noção de que temos ideias tão vagas e infundadas sobre como tratar eficazmente esta doença deveria ser inaceitável para os profissionais médicos.

A depressão apresenta desafios complexos para quem a sofre e para quem a trata. Ao contrário das doenças causadas por uma única causa, como um veneno ou uma infecção, a depressão surge de muitas fontes. A depressão é capaz de destruir todos os aspectos da vida de uma pessoa e muitas vezes é crônica e recorrente. Os efeitos devastadores da depressão são vistos por todos, mas a compreensão do que causa a depressão e, mais importante, de como tratar a depressão, permanece indefinida para os meus colegas médicos e para os psiquiatras praticantes em todo o mundo.

Muitos dos meus colegas da psiquiatria adotaram um modelo de droga pura. Eles não oferecem terapia, praticando medicina atendendo os pacientes por dez a quinze minutos por vez para fazer exames médicos, nos quais ajustam doses ou trocam de medicamentos. Os cheques médicos são incentivados pelas companhias de seguros, que criaram códigos de cobrança especiais para essas visitas.

O tratamento médico da depressão atualmente não é bom o suficiente. Novos tratamentos estão sendo pesquisados, mas muitos pacientes ainda sofrem. A psiquiatria continua a culpar você pelos nossos fracassos. Você pode ver isso nos termos que usamos: você falhou no tratamento ou é resistente ao tratamento. Mas se você está tomando um medicamento prescrito pelo seu médico e não consegue se recuperar, quem falhou?

Acredito que é hora de pararmos de falhar com milhões de pessoas como você, que procuram profissionais de saúde mental em busca de alívio para a depressão.

Podemos fazer melhor, muito melhor, se considerarmos décadas de pesquisas amplamente ignoradas que mostram que a depressão não está tudo na sua cabeça. A mente e o corpo são um; o que acontece no corpo afeta a mente e vice-versa.

É hora de uma abordagem à depressão que combine a ciência médica tradicional com terapias nutricionais e metabólicas. Para ser verdadeiramente bem-sucedida, esta abordagem também deve ser científica, baseando cada prescrição ou recomendação em problemas do corpo medidos objetivamente, em vez de listas de sintomas compiladas subjetivamente e correspondentes a um manual. Uma abordagem da depressão baseada na diferente composição bioquímica de cada pessoa não ignora os medicamentos, mas concentra-se nas anormalidades nutricionais e/ou metabólicas que podem estar contribuindo para o problema. Esta abordagem é capaz de tratar com sucesso muitos indivíduos que sofrem de depressão.

Foi realmente surpreendente ler recentemente sobre a nave espacial dos EUA que foi enviada numa viagem de uma década para viajar milhares de milhões de quilómetros até Este livro oferece esperança e modelos de tratamento simples, seguros e eficazes. Tenho usado essas terapias há mais de vinte e cinco anos e tenho visto milhares de pacientes melhorarem e se recuperarem da depressão. À medida que você continuar lendo, você começará a apreciar as complexidades da depressão e perceberá que ela não pode ser curada por uma abordagem mágica. Um modelo personalizado de medicina integrativa para a saúde mental pode resultar no alívio da depressão e num renovado sentimento de saúde emocional.

A esperança é fundamental para a recuperação. A esperança é o seu combustível – a energia para apoiar os seus esforços de recuperação total e paz de espírito. Esperança e cura são possíveis à medida que você explora o vasto panorama da medicina integrativa.

PARTE I: Compreendendo o problema

Capítulo 1

Medicina Personalizada

Outro livro sobre depressão? Você provavelmente já ficou entusiasmado com a promessa de uma nova terapia ou com os benefícios anunciados do medicamento mais recente.

Você tem bons motivos para estar frustrado e cínico, especialmente se ainda estiver deprimido.

Eu entendo. Tenho tratado pacientes com depressão há mais de vinte e cinco anos.

Durante esse período, conversei com crianças pequenas que afirmavam que prefeririam morrer a viver com seus

tristeza. Tratei adolescentes que se cortaram para aliviar a dor emocional da depressão.

E ajudei adultos que não conseguem mais funcionar no trabalho e cujos relacionamentos foram destruídos pela devastação da depressão.

Mas peço que você restaure a esperança mais uma vez e continue lendo. Neste livro, não estou promovendo uma terapia específica ou um novo medicamento. Na verdade, não estou a promover nenhum tratamento para a doença complexa da depressão, uma doença tão comum que ameaça tornar-se a principal causa de incapacidade em todo o mundo até ao ano 2020.

A depressão tem muitas causas. A menos que o tratamento atinja as causas específicas do caso de depressão de um indivíduo, ele estará fadado ao fracasso. Neste livro, ofereço um método desenvolvido para garantir um tratamento personalizado da depressão.

Medicina Personalizada

Reconhecemos cedo na vida que as pessoas que conhecemos têm muitas diferenças na aparência e na personalidade. Não deveria ser difícil perceber, então, que também somos bioquimicamente únicos, o que significa que cada um de nossos corpos funciona de maneira diferente. Por exemplo, seu corpo requer quantidades diferentes de vitaminas e minerais para um funcionamento ideal do que o corpo de sua mãe ou de seu pai ou de um completo estranho. Essas diferenças bioquímicas afetam nosso cérebro, nosso humor e nossa recuperação da depressão.

Os métodos tradicionais de tratamento são baseados nos resultados de pesquisas. Esses estudos coletam dados de grandes populações.

Mas não podemos ter certeza de que um tratamento específico funcionará para você com base nesses dados.

Já a medicina personalizada busca identificar todos os fatores que podem estar causando a sua depressão. Essa abordagem inclui nutrição, genética, estresse e, quando necessário, tecnologia para garantir que os medicamentos sejam direcionados à sua composição individual.

O objetivo da medicina personalizada é uma abordagem de tratamento desenvolvida especialmente para você.

Como forma de ajudá-lo a lembrar cada parte deste método de medicina personalizada, criei um mnemônico: A ZEEBRA. No capítulo 7 explico o que cada letra significa, mas agora apenas uma palavra sobre o animal que inspirou a sigla.

Desde criança sou fascinado por zebras. Aprendi que as zebras são sensíveis e alertas. Eles se movem em zigue-zague para evitar seus predadores e, devido à sua resistência, geralmente podem sobreviver a eles. As zebras têm excelente visão, audição, olfato e paladar. Mas a coisa mais interessante sobre as zebras para mim—

tanto naquela época quanto agora - é que cada zebra tem um padrão de listras único.

As zebras podem ser todas parecidas ao olho destreinado, mas um olhar mais atento revela que algumas listras de zebra são marrons e outras são pretas.

Existem até algumas zebras pretas com listras brancas. O padrão de listras de cada zebra é único.

A singularidade do padrão de listras de cada zebra simboliza a mensagem deste livro sobre a depressão. Embora a doença da depressão tenha características comuns suficientes para ser considerada uma categoria diagnóstica, a versão da depressão de cada pessoa é única.

Portanto, para ser eficaz, o tratamento da depressão deve considerar as particularidades Não estou interessado em apontar a culpa pela depressão em seu passado, em seus pais ou (muito menos) em você. Quero que você reconheça que o que acontece no cérebro não está separado do corpo. A saúde do cérebro, ou o que poderíamos chamar de mente, depende diretamente da saúde do corpo. Uma mistura complexa de factores – nutrientes, hormonas, genética e stress – actua em conjunto para afectar o modo como a mente funciona e como o indivíduo responde aos acontecimentos da vida. As pedras e flechas que nos assolam no mundo, em outras palavras, são apenas um conjunto de fatores que determinam se seremos mentalmente saudáveis ou se teremos depressão.

Deixe-me mencionar apenas alguns dos principais fatores que abordo neste livro.

Nutrição

Depois de vinte e cinco anos praticando psiquiatria e atendendo milhares de pacientes, passei a acreditar que alimentar bem o cérebro é fundamental para o tratamento eficaz da depressão. No entanto, esta verdade simples é muitas vezes esquecida. Os médicos tendem a não pensar em termos de nutrição, em parte porque não aprendem sobre o assunto na faculdade de medicina. Os graduados das escolas médicas dos EUA recebem formação inadequada em nutrição, de acordo com um estudo realizado pela Academia Nacional de Ciências. Um inquérito de acompanhamento realizado em 2006 chegou à mesma conclusão: os médicos não têm a formação necessária para compreenderem a

importância da nutrição e aconselharem os seus pacientes. Avançamos para 2015 e muito pouco mudou.

Se a nutrição é extremamente importante no tratamento da depressão, bem como de outras doenças, porque é que a comunidade médica tem demorado a aceitar intervenções nutricionais simples e baratas? Em parte porque são simples e baratos! As empresas financiam pesquisas para testar medicamentos que gerem lucro. Os anúncios brilhantes de antidepressivos que aparecem na mesa do seu médico ou na TV

comerciais que nossos filhos assistem promovem drogas que irão lucrar com as empresas farmacêuticas. Os médicos escolhem opções de tratamento que lhes são familiares, como aquelas sobre as quais leem em revistas médicas.

A profissão médica tem sido lenta em aceitar terapias nutricionais em geral. Em um estudo sobre a divulgação de inovações em saúde, o Dr. Donald Berwick conta a história do capitão James Lancaster, um capitão do mar britânico que descobriu em 1601 que o suco de limão pode prevenir o escorbuto, uma doença que ocorre em pessoas que não recebem o suficiente vitamina C. O governo britânico não adoptou esta intervenção simples e barata de imediato – mas 264 anos depois de ter sido provado que funcionava.

Só porque os médicos ignoram em grande parte os benefícios das terapias nutricionais não significa que estas intervenções não funcionem. O que é ainda mais fascinante na história do escorbuto é que a deficiência de um único nutriente é capaz de criar uma gama diversificada de sintomas, destacando o conceito central deste livro de que a depressão de cada pessoa é única.

Um fenômeno chamado Efeito Tomate ajuda a explicar por que a comunidade médica demora a reconhecer os benefícios das terapias nutricionais. O Efeito Tomate foi definido pelo Dr. James Goodwin em 1984 no Journal of the American Medical Association. Ele escreveu,

O Efeito Tomate na medicina ocorre quando um tratamento eficaz para uma determinada doença é ignorado ou rejeitado porque não ‘faz sentido’ à luz das teorias aceitas sobre o mecanismo da doença e a ação dos medicamentos. Por outras palavras, os médicos ignoram tratamentos que não se enquadram no que sabem sobre as doenças ou sobre a forma como os medicamentos funcionam.

A rejeição de um tratamento potencialmente útil porque

todo mundo sabe que não vai funcionar é o nome da crença equivocada, porém teimosa, dos americanos – do século XVI ao século XIX –

que os tomates eram venenosos.

Compreender por que as pessoas tendem a rejeitar um tratamento fora do seu quadro de referência – mesmo quando está provado que funciona –

ajuda a explicar por que os médicos ainda resistem ao uso de terapias nutricionais para tratar a depressão. Ainda assim, não podemos mais aceitar este lento progresso na identificação de tratamentos para a depressão. Os custos da depressão – em termos de alegria, energia, oportunidades, relacionamentos e até da própria vida – são Medicamentos ativados

Em vez de examinar primeiro o estado nutricional do paciente, os psiquiatras hoje têm muito mais probabilidade de prescrever um medicamento.

Os psiquiatras individuais tendem a favorecer determinados medicamentos; pode-se tender a pedir primeiro o Prozac e outro Lexapro. Às vezes, a primeira receita ajuda; mais frequentemente, porém, a depressão do paciente persiste. Geralmente é prescrito outro medicamento e, às vezes, um terceiro, muitas vezes para medicar os efeitos colaterais do primeiro ou do segundo. Os médicos prescrevem continuamente mais medicamentos, em parte porque não entendem completamente como funcionam os antidepressivos, embora pareça que eles afetam substâncias químicas no cérebro chamadas neurotransmissores.

Se esses medicamentos fossem completamente isentos de riscos, o paciente desperdiçaria apenas tempo e dinheiro durante esse método de tentativa e erro. Mas viver com a depressão em si traz riscos, e quanto mais se sofre, mais difícil é a recuperação. Além disso, provavelmente ainda não avaliamos totalmente os riscos potenciais dos medicamentos prescritos, especialmente para crianças e idosos.

Reconhecendo que os psiquiatras dependem demasiado de medicamentos prescritos, o Dr. James Watson, vencedor do Prémio Nobel de Fisiologia e Medicina para determinar a estrutura do ADN, instou os médicos a concentrarem a investigação e o financiamento numa melhor compreensão da doença mental. Em 2010, ele disse que precisávamos de avanços para descobrir o que causa a doença mental e desenvolver tratamentos com base nos seus resultados.

Usando testes nutricionais e outros tipos de testes e medindo o desempenho dos medicamentos prescritos, podemos compreender a natureza da depressão em cada pessoa. Só então o tratamento pode ser adaptado ao paciente. Até conhecer as listras, você não poderá conhecer a zebra.

Superando S gma

Ainda hoje, apesar dos avanços na educação do público, a doença mental carrega um estigma ou uma marca negativa. Além de sofrerem de depressão, as pessoas com depressão tendem a viver nas sombras

É claro que nossas experiências de vida influenciam nosso humor. Nossos genes, o dom ou maldição que herdamos de nossos pais e avós, afetam a probabilidade de sermos saudáveis ou doentes. No entanto, somos constituídos por mais do que apenas a nossa experiência de vida e os nossos genes. A falta de atenção da nossa cultura a outros fatores biológicos que podem influenciar a depressão torna mais fácil culpar a si mesmo. Não é provável que as pessoas se sintam culpadas se tiverem doença celíaca, falta de zinco no sangue ou níveis baixos de tireoide.

Este livro é um guia para muitas coisas que podem estar causando e mantendo você deprimido. Como cada pessoa é única, este livro não pode oferecer o único tratamento que acabará com sua depressão; em vez disso, este livro fornece as ferramentas para fazer as perguntas certas.

Ao começar a abordar as causas biológicas da depressão, você encontrará esperança, motivação e força para a recuperação. Um paciente meu disse que estar deprimido era como estar em um buraco escuro. Ele estava no fundo e, embora houvesse uma escada que levava à luz, ela não tinha degraus e ele não tinha forças para subir.

As ferramentas deste livro serão os seus degraus e você compreenderá como os fatores psicológicos e biológicos funcionam juntos.

A abordagem ZEEBRA enfatiza a recuperação e a remissão da depressão e o ajudará a encontrar a luz.

Capítulo 2

O que é depressão?

De vez em quando, quase todo mundo sofre de depressão: sentimentos de tristeza, falta de energia, fadiga e, às vezes, até desesperança. A depressão, cujo nome vem da palavra latina deprimere, que significa pressionar, certamente pode parecer como se um grande peso estivesse pressionando sua cabeça, ombros ou coração.

Em situações difíceis ou frustrantes, como a morte de um ente querido, a perda do emprego ou o divórcio, esses sentimentos de tristeza ou desânimo são perfeitamente normais. Mas quando os sentimentos de tristeza são mais fortes, permanecem sem motivo aparente ou duram mais tempo do que parece normal, podem indicar depressão.

Sintomas de depressão

Você sabe disso se se sentir deprimido. Mas como saber se você realmente tem depressão? Nenhum teste pode dizer com certeza que você está deprimido, porque não é

uma doença como diabetes ou artrite reumatóide com a mesma causa ou causa. A depressão é algo diferente para