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Delírios de uma Poetisa Morta
Delírios de uma Poetisa Morta
Delírios de uma Poetisa Morta
E-book70 páginas20 minutos

Delírios de uma Poetisa Morta

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Sobre este e-book

"De grão em grão, forma-se a praia eterna."
Helena Fernandes B., "O grão errante".

A coletânea "Delírios do Corvo", apresenta uma série de textos com gêneros diversos, contrastando com a visão de mundo satírica e melancólica da personagem autora, "Helena", nos meados de 1800. Tristes como um luto e ácidos como uma tragédia, os textos da obra brincam com a metalinguagem, neologismo e subversão de períodos sombrios na história da protagonista, enquanto ela viajava no autoconhecimento, transformando suas mazelas em críticas da sociedade e de si mesma.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento8 de abr. de 2024
ISBN9786598237363
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    Delírios de uma Poetisa Morta - Helena Fernandes B.

    LETRINGPASSAGEM2folhadecredito1

    Introdução a Alícia Crow

    Era uma tarde cinza e triste de inverno, um inverno melancólico. Melancólico! A macambúzia só não era maior do que os tormentos da guerra a qual lacerava o solo e os céus dos deuses. Deuses? Será que existiam? Tanta cruência explodindo em pleno 1891. Homens ao chão e os loucos no salão. Salão! Aquele salão. O salão caucasiano descascado e mofado do sanatório, — antes belo, silencioso, calmo —, calmaria! Ha ha ha! Calmaria! Calmaria forçada que, alimentando-se da angústia, falhava em trazer a falsa paz para seus ocupantes acusados de SUPOSTA insanidade.

    As mesmas paredes emboloradas e frias, agora, jazem ao som vibrante das cordas ásperas do violino de Alícia Crown, criminosa! Herege que cometeu os mais cruéis pecados da existência!

    Dançando; girando a tocar. Com tamanha violência, as vozes, em sua mente escurecida pela loucura, gritavam:

    — MALDITA SEJAS!

    — MALDITA SEJAS, Ó INVERTIDA! CRIA DO DEMÔNIO!

    — POR QUE INSISTES, CRIATURA BIZARRA, EM SEGUIR A ANORMALIDADE?

    — CAMPA VOSSOS SONHOS, MERETRIZ!

    E a mulher ria em choros soluçantes. Aquela hetera era uma exímia artista infernal; veio, com certeza, do Inferno, a bela Alicia Crown.

    Pele candura, cabelos longos como cipós de árvores ancestrais, lisos como o corpo de uma virgem e negros como a escuridão da morte perene.

    Aquela mulher era o demônio.

    Helena Fernandes B., 12 de janeiro de 1810.

    EPIGRAFE
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