Delírios de uma Poetisa Morta
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Sobre este e-book
Helena Fernandes B., "O grão errante".
A coletânea "Delírios do Corvo", apresenta uma série de textos com gêneros diversos, contrastando com a visão de mundo satírica e melancólica da personagem autora, "Helena", nos meados de 1800. Tristes como um luto e ácidos como uma tragédia, os textos da obra brincam com a metalinguagem, neologismo e subversão de períodos sombrios na história da protagonista, enquanto ela viajava no autoconhecimento, transformando suas mazelas em críticas da sociedade e de si mesma.
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Delírios de uma Poetisa Morta - Helena Fernandes B.
Introdução a Alícia Crow
Era uma tarde cinza e triste de inverno, um inverno melancólico. Melancólico! A macambúzia só não era maior do que os tormentos da guerra a qual lacerava o solo e os céus dos deuses. Deuses? Será que existiam? Tanta cruência explodindo em pleno 1891. Homens ao chão e os loucos no salão. Salão! Aquele salão. O salão caucasiano descascado e mofado do sanatório, — antes belo, silencioso, calmo —, calmaria! Ha ha ha! Calmaria! Calmaria forçada que, alimentando-se da angústia, falhava em trazer a falsa paz para seus ocupantes acusados de SUPOSTA insanidade.
As mesmas paredes emboloradas e frias, agora, jazem ao som vibrante das cordas ásperas do violino de Alícia Crown, criminosa! Herege que cometeu os mais cruéis pecados da existência!
Dançando; girando a tocar. Com tamanha violência, as vozes, em sua mente escurecida pela loucura, gritavam:
— MALDITA SEJAS!
— MALDITA SEJAS, Ó INVERTIDA! CRIA DO DEMÔNIO!
— POR QUE INSISTES, CRIATURA BIZARRA, EM SEGUIR A ANORMALIDADE?
— CAMPA VOSSOS SONHOS, MERETRIZ!
E a mulher ria em choros soluçantes. Aquela hetera era uma exímia artista infernal; veio, com certeza, do Inferno, a bela Alicia Crown.
Pele candura, cabelos longos como cipós de árvores ancestrais, lisos como o corpo de uma virgem e negros como a escuridão da morte perene.
Aquela mulher era o demônio.
Helena Fernandes B., 12 de janeiro de 1810.
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