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Missão para Mightadore
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E-book438 páginas6 horas

Missão para Mightadore

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Sobre este e-book

Missão para Mightadore

Seline Templar não teve uma vida fácil. Primeiro, seu pai morreu por motivos que foram chocantemente ocultados dela. Depois, a mãe de Seline, Molly, desapareceu em circunstâncias suspeitas. Assim, ela foi criada como pupila do Rei Steam no Steamman Free State, longe dos perigos potenciais de sua casa no Reino Jackelian.

Criada em relativa solidão entre a raça das máquinas... até que um velho amigo da família, o cientista a vapor Coppertracks, aparece na capital com a notícia de uma descoberta incrível. Isso fará com que Seline e seus companheiros partam em uma perigosa aventura até a misteriosa e distante Mightadore.

Só há um problema com o destino de Seline. Muitas são as almas corajosas que se propuseram a chegar à lendária cidade. Mas ninguém jamais voltou vivo da viagem para descrever o que encontrou!

***

SOBRE O AUTOR

Stephen Hunt é o criador da adorada série de fantasia "Far-called" (Gollancz/Hachette), bem como da série "Jackelian", publicada em todo o mundo pela HarperCollins ao lado de outros autores de fantasia, como George R.R. Martin, J.R.R. Tolkien, Raymond E. Feist e C.S. Lewis.

***

AVALIAÇÕES

Elogios aos romances de Stephen Hunt:

 

"O Sr. Hunt decola em velocidade de corrida".
- THE WALL STREET JOURNAL

A imaginação de Hunt é provavelmente visível do espaço. Ele espalha conceitos que outros escritores extrairiam para uma trilogia como se fossem embalagens de barras de chocolate".
- TOM HOLT

"Todo tipo de extravagância bizarra e fantástica".
- DAILY MAIL

Leitura compulsiva para todas as idades.
- GUARDIAN

"Repleto de invenções".
-THE INDEPENDENT

Dizer que este livro é repleto de ação é quase um eufemismo... uma maravilhosa história de fuga!
- INTERZONE

"Hunt encheu a história de artifícios intrigantes... comovente e original.
- PUBLISHERS WEEKLY

Uma aventura estrondosa no estilo Indiana Jones.
-RT BOOK REVIEWS

Uma curiosa mistura de parte do futuro.
- KIRKUS REVIEWS

Um trabalho inventivo e ambicioso, cheio de maravilhas e prodígios.
- THE TIMES

Hunt sabe do que o seu público gosta e o oferece com uma sagacidade sardônica e uma tensão cuidadosamente desenvolvida.
- TIME OUT

"Uma história emocionante... a história avança a passos largos... a inventividade constante mantém o leitor preso... o final é uma sucessão de obstáculos e retornos surpreendentes. Muito divertido.
- REVISTA SFX

Coloque os cintos de segurança para um frenético encontro de gato e rato... uma história emocionante.
- SF REVU

IdiomaPortuguês
Data de lançamento13 de abr. de 2024
ISBN9798224657100
Missão para Mightadore

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    Missão para Mightadore - Stephen Hunt

    Missão para Mightadore

    Stephen Hunt

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    Green Nebula

    Missão para Mightadore.

    Livro 7 da série Jackelian.

    Publicado pela primeira vez em 2018 pela Green Nebula Press.

    Direitos de autor © 2018 por Stephen Hunt. Copyright da tradução para o português: 2024.

    Composição tipográfica e design da Green Nebula Press.

    O direito de Stephen Hunt a ser identificado como autor desta obra foi por ele reivindicado em conformidade com a Lei de Direitos de Autor, Desenhos e Patentes de 1988.

    Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou distribuída sob qualquer forma ou por qualquer meio, ou armazenada numa base de dados ou sistema de recuperação, sem a autorização prévia por escrito do editor. Qualquer pessoa que pratique qualquer ato não autorizado relacionado com esta publicação pode ser objeto de um processo penal e de um pedido de indemnização civil.

    A venda deste livro está sujeita à condição de não poder ser emprestado, revendido, alugado ou posto a circular de qualquer outra forma sem o consentimento prévio do editor, sob qualquer forma de encadernação ou capa diferente daquela em que foi publicado e sem que uma condição semelhante, incluindo esta condição, seja imposta a um comprador subsequente.

    Para seguir o Stephen no Twitter: https://twitter.com/s_hunt_author

    Para seguir o Stephen no FaceBook: https://www.facebook.com/SciFi.Fantasy

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    Para mais informações sobre os romances de Stephen Hunt, consultar o seu sítio Web em https://www.StephenHunt.net

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    Um mapa do Reino Jackeliano e das nações vizinhas

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    Elogios a Stephen Hunt

    «O Sr. Hunt decola em velocidade de corrida».

    - THE WALL STREET JOURNAL

    ***

    «A imaginação de Hunt é provavelmente visível do espaço. Ele espalha conceitos que outros escritores extrairiam para uma trilogia como se fossem embalagens de barras de chocolate».

    - TOM HOLT

    ***

    «Todo tipo de extravagância bizarra e fantástica».

    - JORNAL DIÁRIO

    ***

    «Leitura compulsiva para todas as idades».

    - GUARDIAN

    ***

    «Um trabalho inventivo e ambicioso, cheio de maravilhas e prodígios».

    - THE TIMES

    ***

    Hunt sabe do que o seu público gosta e o oferece com uma sagacidade sardônica e uma tensão cuidadosamente desenvolvida».

    - TIME OUT

    ***

    «Repleto de invenções».

    -THE INDEPENDENT

    ***

    «Dizer que este livro é repleto de ação é quase um eufemismo... uma maravilhosa história de fuga!»

    - INTERZONE

    ***

    «Hunt encheu a história de artifícios intrigantes... comovente e original.»

    - PUBLISHERS WEEKLY

    ***

    «Uma aventura estrondosa no estilo Indiana Jones».

    -RT BOOK REVIEWS

    ***

    «Uma curiosa mistura de parte do futuro».

    - KIRKUS REVIEWS

    ***

    «Uma história emocionante... a história avança a passos largos... a inventividade constante mantém o leitor preso... o final é uma sucessão de obstáculos e retornos surpreendentes. Muito divertido».

    - REVISTA SFX

    ***

    «Coloque os cintos de segurança para um frenético encontro de gato e rato... uma história emocionante».

    - SF REVU

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    Também de Stephen Hunt, publicado pela Green Nebula

    ~ A SÉRIE SLIDING VOID ~

    Coleção Omnibus da 1ª Temporada (nº 1, nº 2 e nº 3): Vazio Até o Fim

    Empuxo Anômalo (nº 4)

    Frota do Inferno (nº 5)

    Viagem do Vazio Perdido (nº 6)

    ***

    ~ OS MISTÉRIOS DE AGATHA WITCHLEY: COMO STEPHEN A. HUNT ~

    Segredos da Lua

    ***

    ~ A SÉRIE DO REINO TRIPLO ~

    Pela Coroa e pelo Dragão (nº 1)

    A Fortaleza Na Geada (nº 2)

    ***

    ~ A SÉRIE SONGS OF OLD SOL ~

    Vazio Entre as Estrelas (nº 1)

    ***

    ~ A SÉRIE JACKELIANA ~

    Missão para Mightadore (nº 7)

    ***

    ~ OUTROS TRABALHOS ~

    Seis Contra as Estrelas

    Enviado ao Inferno

    Um Conto de Natal Steampunk

    O Paraíso do Menino Pashtun

    ***

    ~ NÃO-FICÇÃO ~

    Incursões Estranhas: Guia para os curiosos sobre OVNIs e UAPs

    ***

    Para obter links para todos esses livros, visite http://stephenhunt.net

    Tabela de conteúdo

    1.O passado é o prólogo

    2.Bola seis

    3.Ir ver o Steamman

    4.Litoral Alienígena

    5.O protetor de quê, exatamente?

    6.Futuros distantes

    7.Aterragens difíceis

    8.Gene é sempre o reino mágico

    9.Saborear o passado

    10.Conforto do Sul

    11.Comedores de serpentes

    12.Jardins dos Ossos

    13.Lama e estrelas

    14.Polícia de Máquinas

    15.Encontro com a Molly

    16.Mudança da Guarda

    17.A Floresta de Marte

    18.Necessidades do urso

    19.O tesouro de Trump

    20.Bandeiras de trégua

    21.Acelerador

    22.Transgressão

    23.O futuro é o epílogo

    1

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    O passado é o prólogo

    ARepública do Sul da Texicana (século 26: calendário juliano).

    O Tenente Chalt Sambuchino parou o carro blindado no sopé das colinas de Del Rio. As colinas à frente eram cobertas por grandes e densos carvalhos vermelhos e havia demasiadas hipóteses de partir um eixo se ele tentasse empurrar o veículo de metal quadrado através da linha das árvores. Não havia uma população considerável nesta parte da República. Não havia verdadeiras cidades ou aldeias para falar. Por isso, quando a notícia do estranho avistamento chegou, o Exército Federal em Forte Padre foi a força a que os vaqueiros locais naturalmente recorreram. Chalt raramente confiava na palavra dos vaqueiros. Ele sabia muito bem como esses pastores semi-itinerantes eram supersticiosos. Claro que conduziam ovelhas e gado no lombo de mulas. Pouco instruídos, os vaqueiros gostavam de se embebedar com mescal para se manterem quentes à noite, enquanto dormiam nos seus pastos de montanha. Não era preciso muito para os pôr a contar histórias ingénuas. A mera visão do rasto de um avião vindo do Império das Renas fazia com que as pessoas do rebanho viessem com histórias de ressaca sobre serpentes aladas que ameaçavam a sua vida. Ainda assim, pelo menos a investigação relutante de Chalt era uma mudança em relação a perseguir bandidos do Ducado sem lei de Palacan pelo Rio Grande.

    Chalt não esperava muito desse dia de serviço, por isso só tinha levado um soldado com ele. O cabo Sérgio Xavier, que suava tanto quanto o tenente no calor do verão dentro de sua blusa cáqui de fadiga. O calor do corpo do cabo na cabine do passageiro, combinado com o do guia pastor sentado atrás, tornava a viagem particularmente desagradável. Depois de parar o carro, Chalt ajustou o seu cinto de couro preto - uma placa de latão com o número sete no centro - dobrando as bolsas de cartuchos para poder sair da pequena caixa de ferro inclinada sobre quatro rodas de borracha.

    Chalt carregava o peso de uma pistola automática de sete tiros em seu coldre de couro, e Sérgio pegou sua submetralhadora calibre .45 quando abriu a porta do seu lado do carro. A 7ª Divisão de Cavalaria Blindada do Exército Federal tinha recebido recentemente a arma por causa de sua portabilidade e tamanho. Rapidamente apelidada de «bomba de graxa» pelos soldados, devido à sua semelhança com a ferramenta do mecânico.

    «Achas que vamos precisar disso?»

    «É melhor ter e não precisar.» Sérgio era um veterano do Exército Federal. Ele não tinha a menor intenção de ser atacado por peões sulistas e ter seus planos de aposentadoria fatalmente interrompidos. Chalt e Sérgio não tinham muito em comum à primeira vista. Chalt era um jovem academista de uma família privilegiada, Sérgio era um oficial de patente incerta. Mas Chalt respeitava a experiência do cabo e sabia que devia usá-la para colmatar as lacunas da sua própria inexperiência.

    «Talvez encontremos uma serpente alada para matar?»

    A piada de Chalt fez com que o pastor franzisse o sobrolho. O velho homem cruzou-se sobre o seu casaco de cabedal e indicou as colinas arborizadas. «Verás a verdade. Ela está do outro lado».

    «Há um lago ali», afirmou Chalt, inclinando-se na cabina do carro blindado para consultar o mapa por um segundo. «Lago Wise.»

    «O meu povo chama-lhe Aguas Oscuras», disse o pastor. «É um sítio assombrado.»

    «Assombrado pelo quê?»

    «Fantasmas. Os fantasmas canibais da Roca Mala».

    Chalt gemeu. Pedra má. Se os pais do velho pastor de cabras se tivessem dado ao trabalho de pagar para que o seu filho camponês frequentasse uma escola, ele saberia que apenas três por cento das massas outrora fervilhantes da humanidade tinham sobrevivido ao longo e prolongado inverno nuclear do antigo ataque do cometa. Por essa ordem de ideias, não havia um único lugar no mundo que não tivesse sido assombrado pelos fantasmas da Grande Morte. Um mundo assombrado, pensou Chalt. Muitas vezes achei-o assim.

    Sérgio ficou a observar o pastor a caminhar à frente deles. «Achas que os receios do coronel têm alguma razão de ser?»

    Chalt encolheu os ombros. «Lá à frente? Suspeito que não. Mas há tempos perigosos à nossa frente, isso eu sei.» Era natural que Sérgio estivesse preocupado. Se as novas incursões dos Cals levassem à guerra, isso era a única coisa que garantiria o fim do serviço de Sérgio no Exército Federal. Todas as comissões militares seriam prorrogadas, e não importaria se era filho de um aristocrata ou de uma lavadeira. Segundo todos os relatos, a sangrenta guerra dinástica entre a Casa Hamilton, a Casa Zhu e a Casa Salazar nos sete reinos costeiros de Cal tinha sido cruelmente resolvida a favor dos Zhus. Pela primeira vez na memória viva, havia uma Rainha Feiticeira dos Cals no grande Palácio de Cristal em Oxnard, governando um reino unificado. E a paz deles será a nossa luta. «Houve uma conjunção entre Vénus e Júpiter no céu recentemente. Estou disposto a apostar que o que os vaqueiros viram foi essa conjunção combinada com demasiadas garrafas de mescal.»

    Sérgio não se convenceu tão facilmente. «O coronel disse-me que os dirigíveis Cal foram avistados do nosso lado da fronteira.

    «Os dirigíveis andam por todo o lado», disse o tenente, «é essa a sua natureza».

    «E nós também andamos à deriva,» murmurou Sérgio, «Rumo a outra guerra pelo bravo Xavier.»

    Chalt, Sérgio e o camponês subiram a encosta e atravessaram a agradável sombra dos carvalhos vermelhos. Do outro lado da orla do bosque, uma encosta invertida descia em direção ao lago Wise. Três hectares de águas azuis límpidas com margens de prados de flores roxas que se estendem até um carvalhal alto. Teria sido uma cena mais idílica se os prados não estivessem a fumegar, enegrecidos e cheios de crateras, os carvalhos estilhaçados e abatidos. Incrustado no chão estava uma massa central de metal negro, placas do casco gravadas e rachadas para revelar vigas e convés meio derretidos. Era como se um maremoto tivesse arrancado a superestrutura de uma fragata a meio do combate e a tivesse arrastado para o interior para repousar aqui. Em círculos à volta da massa havia círculos mais pequenos de devastação, fragmentos de metal arrancados, cadáveres e destroços a arder.

    «Então, estás a ver agora. Nem uma serpente alada para matar. Todas as serpentes estão mortas». O pastor indicou os corpos enegrecidos que pontilhavam o prado, com um travo amargo de vingança na sua voz.

    O cabo olha com incredulidade para a paisagem enegrecida. «Demasiados destroços para serem o resultado de um acidente de avião, certamente?»

    «Não creio que alguma vez tenha sido aerodinâmico», disse Chalt.

    Sérgio tossiu, como fazia muitas vezes para mostrar um ligeiro desagrado. «Eu sou um simples soldado. O que é que essa palavra significa

    «Isso significa que esses restos nunca foram projetados para voar pelo ar», disse Chalt, levantando a mão em direção ao local do acidente. De facto, aos olhos de Chalt, os destroços pareciam uma catedral construída em aço escuro que tinha sido rasgada em pedaços, a estrutura lançada à Terra pelo Redentor. «Não há asas, caudas ou hélices que eu possa ver.»

    «Chegou de algum lado, tenente». Sérgio olhou para o pastor. «Viste-o cair aqui, velho vaquero?»

    «Não sou velha, só tenho setenta e dois anos. A minha mãe viveu até aos oitenta e um anos».

    «Muito bem. Agora, viste esta coisa a cair do céu?»

    «Não é do céu, é do Inferno. Foi expulso por El Diablo.»

    «Tudo o que está lá em baixo saiu do chão?», perguntou Chalt, surpreendido.

    «De um portal rasgado no próprio Inferno», disse o velho pastor, com a voz a tremer de medo por causa da memória. Apontou para a outra margem do lago. «Tínhamos acampado ali à noite quando a terra começou a tremer e a abanar. Eu avisei o meu povo para não deixar o nosso gado beber água nas Águas Oscuras, para acampar à sombra da floresta. Mas nenhum dos jovens dá ouvidos a um cavaleiro sábio. Acordámos aterrorizados com um tremor selvagem do chão. Com o sono ainda nos olhos, vimos uma porta para o inferno abrir-se no céu. Uma fenda de fogo brilhante que se contorceu e dançou sobre o lago durante muitos minutos. Enquanto fugíamos para o cimo da colina, El Diablo atirou um altar de metal ardente das trevas através da fenda. Explodiu e ardeu no chão. Depois, seguiu-se uma chuva de demónios e enxofre. A mula do jovem Manjarrez morreu de choque. Três chifres redondos premiados entraram em pânico e fugiram para a floresta».

    «Mostra-nos.»

    «Não me vou aventurar mais perto. O leito do lago é branco com ossos. Ossos antigos. El Diablo afoga os seus inimigos nas Aguas Oscuras. Os fantasmas famintos do lago consomem as almas dos tolos que vagueiam por estas colinas sozinhos à noite.»

    «Mas não estás sozinho. Tem o tenente e o bravo Xavier». Sérgio levantou a submetralhadora. «E eu tenho isto.»

    Suponho que ireis ignorar a sabedoria destecavaleiro». O vaquero teimoso vira-lhes as costas. Coxeia por entre as árvores, em direção ao carro blindado.

    «Velho camponês», rosnou Sérgio. «Se o seu gado premiado estivesse a engordar na erva junto à água, ele estaria lá em baixo rapidamente.»

    «Deixem-no estar. Ele teve a coragem de nos trazer aqui. Isso é mais do que posso dizer do resto do seu clã.»

    Sérgio farejou o ar, inquieto. «Ele é que é o sensato, tenente. O que quer que tenha acontecido aqui, está errado. Sinto-o nos meus ossos. Aquela confusão lá em baixo não é natural.»

    «Pelo menos não são os Cals, cabo. Temos um relatório para apresentar em Forte Padre. «Não natural» por si só não vai satisfazer os nossos superiores. Vamos continuar.»

    Desceram cuidadosamente a colina em direção aos prados e ao lago. Tentando não mostrar o seu nervosismo, Chalt sacou da pistola, confortando-se com o seu peso. Para além da natureza incongruente dos detritos, muito do lago parecia normal. Bolhas de ar rompiam a superfície do robalo e do peixe-gato. Um antílope de pelo negro mergulhou o pescoço na orla da floresta distante, mantendo um olhar atento sobre os humanos que se aproximavam. Nuvens de insectos dançavam sobre os prados, atraídos pelas águas do lago. À medida que Chalt se aproximava, ouvia o som do metal a arrefecer dos cacos de destroços enegrecidos. Quando chegaram ao primeiro dos cadáveres, a situação não melhorou. Ele lutou contra o medo. O corpo à frente de Chalt não era humano - no máximo, humanoide. Um metro e oitenta de altura, nu, com pele escamosa escura como uma salamandra, uma cabeça que parecia uma mitra de bispo alongada, grandes olhos bulbosos e uma crista de guelras ao longo do pescoço. O que ficou mais tempo na sua memória foi a sua boca horrenda. Lábios quase humanos, mas uma boca serrilhada e com presas, sorrindo e olhando de soslaio para a morte.

    «Doce Redentor», sussurrou o cabo. Ele cutucou cautelosamente o corpo com a bota, mas ele permaneceu imóvel e morto. «O velho vaquero não estava bêbado. Não Cal, este. Demónios imundos, de facto!»

    Como graduado da Academia Militar de Tal-Houston, Chalt sabia ler. Preferia os clássicos antigos - os raros romances antigos que tinham sobrevivido a serem queimados como combustível no inverno de cem anos da Grande Morte... ou atirados para o fogo, ou registos efémeros perdidos dentro de computadores há muito enferrujados. Escritores como o bardo Frank Herbert tinham muito a dizer sobre as possíveis origens de criaturas como esta. «Não. Não são demónios. Visitantes de algum lugar muito distante, eu acho.»

    O cabo parecia estar quase a engasgar-se. «Não é longe o suficiente para mim. O bravo Xavier já percorreu o rescaldo de muitos campos de batalha no seu tempo, mas este fedor! Estes demónios parecem peixes a apodrecer, mas cheiram mil vezes pior.»

    Os dois soldados abriram caminho em direção à massa central dos destroços, cravada no chão e ainda a fumegar. Chalt lembrou-se de um transatlântico esmagado em fragmentos. Ele podia espiar a sugestão de corredores e anteparas através de fendas no metal escuro, mas toda a estrutura tinha derretido para além da recuperação. Ondas de calor extremo ainda latejavam dentro dela, intensas o suficiente para impedi-los de tentar explorar mais.

    «Poucas respostas deste monte de escória», disse Chalt.

    «Fica contente com isso», disse Sérgio. «O que quer que esses monstros tenham a dizer...» A sua voz arrastou-se. «Espera, alguma coisa a mexer-se às cinco horas!»

    Um painel no chão foi empurrado para o lado, revelando uma figura a tentar erguer-se da relva. Chalt sentiu um arrepio frio de alívio quando percebeu que o que tinham visto era tão humano como eles próprios. Um homem grande, de barba escura, de meia-idade. Usava um casaco e um colete azuis rasgados, um boné de capitão de estilo naval a esconder os seus olhos astutos. O único sobrevivente a emergir dos destroços parecia demasiado bem vestido. Como se tivesse saído recentemente de uma cerimónia naval elegante na Secretaría de la Marina, antes de ver cair sobre a sua cabeça esta confusão de destroços em chamas. Se o sujeito estava simplesmente a passar pelo Lago Wise, era certamente o marinheiro mais azarado do mundo. O seu rosto estava enegrecido pela sujidade e pelo fumo, e tinha também nódoas negras e cortes.

    Sérgio avançou sobre o sobrevivente. «Agora há uma visão estranha no meio disto tudo. Achas que é um aviador do norte que se despenhou?»

    O marinheiro viu os dois soldados e puxou de um sabre que trazia ao lado do corpo. Mal tinha forças para o sacar. Sérgio brandiu a submetralhadora snub e depois levantou-a para o lado para mostrar que não tencionava usar a arma a não ser que fosse provocado. «Não seja tolo, grandalhão. Nós não somos bandidos que estão aqui para te tirar as botas. Não vos queremos mal.»

    A figura rolou para o lado e lançou os braços suplicantes para o céu, gemendo e levantando a voz para tagarelar alto e depressa numa língua estrangeira.

    Sérgio ajoelhou-se ao lado do homem e tirou um cantil de água da parte de trás do cinto. Passou-o para as mãos do sobrevivente e ficou a ver como o estranho bebia loucamente o líquido. O marinheiro tossiu e fez o que parecia ser mais um lamento suplicante na sua língua estranha.

    Sérgio encolheu os ombros. «O que é que queres de mim? Se é um shot de tequila que queres, vais ter de esperar até voltarmos à enfermaria do forte. Olha para a âncora e o tridente no boné dele. Um cão do mar. É possível que ele estivesse a pescar no lago quando este destroço se despenhou em cima do barco dele?»

    «Uma cara tão pastosa como a dele? Nem de perto bronzeado o suficiente. Acho que prefiro a teoria do aviador do Império das Renas a essa».

    «É capaz de ter razão, tenente. A conversa dele parece-me familiar. . como um comerciante do Império? Ele está a falar rena?»

    «Francês-norte», disse Chalt, usando novamente a educação da sua família aristocrática na manga. «A língua oficial do Império das Renas é o francês-norte. Há um pouco disso no discurso dele. Mas parte do que este velho cão está a dizer assemelha-se ao Alto Hong, enquanto outras palavras soam quase como língua dos Länder.» Perante esta confusão ininteligível, o tenente recorreu à linguagem gestual. Bateu no peito. «Chalt Sambuchino.» Estendeu a mão para o cabo e bateu-lhe no ombro. «Sérgio Xavier.» Depois, Chalt estendeu a mão e pousou-a no casaco do homem barbudo. «E tu és...?»

    Os olhos do sobrevivente arregalaram-se em compreensão. O seu punho bateu fracamente contra o peito. «Preto. Jared Black.»

    Sérgio enrolou a língua à volta do nome estranho. «Jareed Blarck. De onde é que achas que ele vem com um nome tão estrangeiro?»

    «Não me parece que seja um pescador local», disse Chalt. Nem de perto. Um súbito arrepio frio percorreu a espinha do tenente. Ele olhou em volta para o campo de cadáveres apodrecidos. Centenas de monstros sem vida. Como é que eles morreram? Mataste-os? Monstros assassinados espalhados por todo o lado. E quem era esta estranha criatura que jazia entre os mortos? Um mau presságio ou um bom presságio? A resposta de Chalt veio com o ruído dos rotores que se aproximavam do norte. Chalt não precisou de ver o escudo branco e verde no lado do seu envelope preto escuro, um urso castanho desenfreado agarrado a sete estrelas carmesim, para perceber o som de uma fragata Cal. Junto com grande parte da alta ciência perdida da terra, apenas os vorazes Cals possuíam o segredo da construção de veículos aéreos híbridos.

    «Guerra, então», sussurrou Chalt, tanto para si próprio. Maldita seja.

    2

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    Bola seis

    OEstado Livre do Vaporista (Dois Milhões de Anos A.D.: calendário Juliano).

    A plataforma de Cassie Templar emergiu para o ar livre. Um rugido feroz irrompeu pela arena, deixando-a ainda mais nervosa do que estivera um segundo antes. Não pareças nervosa. Não pareças ter medo, ela impôs a si própria. Estás aqui para participar e não para fazeres figura de parva. Evita acabar como uma mancha na parede.

    «Eles acham que nós vamos perder,» sussurrou Magnus, ao lado dela enquanto a plataforma do elevador parava. Eles saíram da fria grade de metal e pisaram no solo arenoso da arena. A areia rangia sob seus calcanhares. As botas de couro de Cassie estavam tão apertadas como as suas entranhas. Vamos lá a despachar isto antes que eu expluda de ansiedade.

    «Mais enganá-los», disse Cassie, mantendo uma cara corajosa para Magnus. O fiável e tímido Magnus Creag vinha de uma família de comerciantes que ganhava bem a vida a importar carvão para o Estado Livre de Steamman. Ela olhou em volta. A Arena Suspensa do Estado Livre era o maior espaço aberto da cidade. Um estádio oval comprido com inúmeras formas maléficas de cortar a tua glória, suspenso no vazio entre duas montanhas imponentes numa teia vertiginosa de cabos de aço. Milhares de olhos olhavam para ela dos assentos em camadas. Os espectadores sentavam-se acima do muro alto que rodeava o chão oval, observando e olhando, mas poucos desses olhos eram humanos. A arena era considerada um rito de passagem entre a juventude local. Como é que não podíamos participar? Evitar participar e sermos considerados cobardes?

    Tal como Cassie, a sua equipa era composta pelos membros mais jovens da pequena comunidade humana da cidade. Ela era amiga de todos eles, embora, na verdade, gostasse muito mais de uns do que de outros. Como membros da humanidade, estavam todos ligados pelo facto de, nesta terra estrangeira, se destacarem como esquisitices e curiosidades. Imigrantes e estranhos numa terra estranha. Criaturas de carne e osso numa nação de máquinas sencientes e auto-reprodutoras. Outra plataforma elevatória entrou na arena. Nela se encontrava a alta Scarlett Deller, a filha faladora de um explorador que se ausentava da cidade durante partes substanciais do ano. Por último, a refinada e superior Sophie Fox, cujos pais serviam como funcionários da embaixada do Reino Jackeliano. Magnus deveria cavalgar com Sophie hoje e ele saiu para caminhar ao lado dela. Cassie gostava de Magnus mais do que ela estava disposta a admitir. Certamente não para as outras garotas da cidade. Um homem da sua idade era uma coisa rara entre essas máquinas de raciocínio rápido das montanhas.

    Cassie olhou para o chão da arena. Metade dos jogadores tinha chegado antes deles, outros elevadores ainda estavam a funcionar, transportando os restantes participantes para a arena. Muitos dos que chegaram mais cedo ajoelharam-se a rezar ao seu panteão de estranhos deuses robots, os Steamo Loa. O olhar de Cassie passou por cima dos robots que cantavam e acenavam com a cabeça e parou no seu melhor amigo entre os steammen, Alios Hardcircuit. O jovem robô tinha uma natureza gentil que, infelizmente, estava sobrecarregada com uma ascendência guerreira. O par de adultos que mais contribuíram para a sua alma e programação, o seu nascimento em termos de robô, era um dos melhores entre os Cavaleiros Steamman. Mas Alios nunca seria um lutador. Nem que vivesse mil anos - o que, sendo ele uma máquina senciente de envelhecimento lento, poderia muito bem acontecer. Desafiar o percurso estabelecido para Alios pela sua raça tinha-lhe granjeado poucos amigos entre os outros steammen. Alios tinha falhado a seleção por todos os lados locais. Não, Alios iria arriscar o seu pescoço de metal na equipa de Cassie, neste dia. Ela foi ter com ele.

    «Não estás a rezar pela vitória hoje, Alios?», perguntou Cassie.

    «Parece uma coisa vil e indigna», disse Alios Hardcircuit, «Rezar por glória pessoal. Além disso, os espíritos dos Loa só visitam os mais poderosos de nós, tocando aqueles que precisam de orientação durante momentos de grande importância para nossa raça. Eu não sou assim».

    «Para mim, és sempre digno», disse Cassie.

    «É muito amável da sua parte dizer isso».

    «Não é nenhuma gentileza», sorriu Cassie, «é a simples verdade».

    «A verdade é sempre simples?» O jovem homem do vapor virou-se para olhar para o seu enorme veículo de seis rodas. «Veremos.»

    Dada a velocidade com que Alios se deslocava sobre as suas pernas, era uma ironia que o homem do vapor subisse em breve para o cockpit do carro de corrida ao lado dela. Tal como um número considerável de guerreiros nascidos no Estado Livre, a sua forma assemelhava-se à de um centauro fundido em aço. Um corpo principal de quatro patas com um torso humanoide de dois braços à frente. Um par de pilhas curtas saía da sua coluna vertebral, actuando como tubos de escape para o seu sistema de energia. O rosto de Alios assemelhava-se a uma aproximação grosseira de um homem humano, com boca, nariz e bochechas moldados como a máscara do capacete de um cavaleiro. Em vez de olhos, ele possuía uma viseira que pulsava com uma luz carmesim. Por vezes, a luz abrandava como a pupila de um ciclope, antes de se desviar de um lado para o outro. Cassie conhecia o robô há tempo suficiente para ser capaz de interpretar emoções apenas a partir da dança da luz na sua placa de visão.

    «Vou dizer-vos uma verdade», disse Cassie. «Vamos dar a todos os que te afastaram da sua equipa uma boa razão para se arrependerem.»

    «É necessária uma cautela razoável, bem como uma coragem selvagem dentro da arena», disse Alios. «O Six-Ball é um jogo de estratégia tanto quanto é um jogo de força física bruta.»

    «Tu pensas», disse Cassie. «Deixa-me tratar da brutalidade.»

    «Oh, meu Deus», murmurou Alios. «Era disto que eu tinha medo. Afinal, talvez devesse estar a rezar. O que achas de jogar hoje?»

    «Li sobre um jogo humano chamado Polo que é semelhante ao Six-ball. Isso significa que provavelmente fomos nós que o inventámos e o vosso povo copiou-o. Além disso, este é o sétimo jogo do dia», disse Cassie. «Isso deve ser sorte, certo?»

    «Penso que o sete é apenas um simples número ímpar, sem qualquer significado estatístico especial.»

    Uma voz mecânica sem corpo soou alto e bom som na Arena Suspensa. «Cavaleiros, preparem-se para montar os vossos corredores.»

    Sophie Fox passou por Cassie com o seu copiloto, Magnus. Magnus parecia quase tão nervoso como Cassie se sentia. Sophie, claro, podia estar a dar um passeio num parque com um guarda-sol para a proteger do sol. Tão fresco como a sombra sob os toldos. «Acho que o meu piloto devia assumir a posição de líder», diz Sophie, como se a ideia só agora lhe tivesse ocorrido. «Sim, seria melhor.»

    «O Alios é mais habilidoso nessa posição», disse Cassie.

    «Contigo a conduzi-lo, naturalmente?»

    «Acho que não consigo igualar o Alios no ponto», tossiu Magnus.

    Sophie lançou-lhe um olhar de desprezo. «Claro que podes.»

    «Concordámos com a nossa estratégia.» Nós certamente discutimos sobre isso por tempo suficiente. «A pirâmide invertida com Alios como batedor principal.» Ou seja, três corredores na frente, dois a recuar a meio do labirinto à espera de uma bola. Outro na defesa à volta do túnel da baliza, protegendo a zona final.

    «A estratégia é satisfatória», diz Sophie. «Mas não o meu papel dentro dela.»

    Cassie não queria pôr em dúvida as capacidades de Magnus, que era sem dúvida com o que Sophie estava a contar. «Há muitas bolas e muitas direcções para explorar», disse Cassie. «Talvez possamos partilhar o ponto».

    Sophie olhou para Magnus, depois mais significativamente para Cassie. «Eu não sou muito boa a partilhar.»

    Sim, e não fizeste um grande esforço para ter o Magnus no teu cockpit como teu copiloto? «Bem, vamos tentar partilhar a nossa vitória com a mesma equanimidade que partilhamos uma derrota.»

    «Também não sou muito boa a perder», diz Sophie. «Felizmente, não é nada a que tencione habituar-me.»

    De alguma forma, tenho a certeza de que não terás de o fazer. Cassie olhou em volta à procura do resto da equipa. Scarlett Deller já estava a meio caminho do seu carro de corrida, do outro lado da arena, passando por três outros veículos à espera de serem montados pelos cavaleiros do Reino. Scarlett tinha-se juntado a um caravaneiro. Um rapaz que visitava o Estado Livre para fazer comércio e que gostava de ter hipóteses na Arena Suspensa. Estava habituado a cavalos e mulas e, segundo ele, tinha-se saído bem como jóquei num estádio na sua terra. Cassie achava que ele ia ficar desiludido com o facto de um talento para as corridas de cavalos se traduzir aqui.

    Cassie viu um homem um pouco mais velho a aproximar-se. Ela podia dizer, pela arrogância, que era Remus Rawstone, tão convencido e cheio de si como sempre. O rapaz tinha uns bons seis anos a mais do que os outros, além de cinquenta quilos de músculo. A maior parte deles entre as orelhas. «Ouvi os rumores e tive de vir ver com os meus próprios olhos. Vais mesmo levar uma equipa de seis bolas hoje?»

    «Não, Rawstone, estou aqui para polir os corredores.»

    «Pelo menos assim seria mais seguro, princesa.»

    Princesa, era a alcunha que ele lhe dava. Claro que ela era tudo menos isso. «Estás destinado a ser um guia, Rawstone. Hoje não tens ninguém para guiar pela montanha abaixo? Ou para cima? Ou à volta.»

    «Raios, se soubesse, dizia-lhes para esperarem por amanhã. Isto vai ser algo que vale a pena ver, acho eu.»

    «Tinhas de pagar mais para vir à arena e chatear-me?»

    «Tenho amigos em lugares altos, princesa. Claro que, na Espinha Mecanizada, todos os lugares são altos.»

    «Queres jogar, Remus Rawstone? Podíamos tirar aquele caravaneiro da equipa e tu podias ir à frente com a Scarlett.»

    «Quando jogo, gosto de saber que tenho hipóteses de ganhar.»

    «Não temos apenas uma hipótese», insistiu Cassie, «vamos ganhar».

    «Queres fazer uma aposta nisso?»

    «Diz!» quase tão depressa como Cassie tinha falado, arrependeu-se das suas palavras.

    «Bem, nenhum de nós tem dinheiro que valha um cuspo», disse Rawstone. «Por isso, vamos fazer do prémio um favor. Se eu ganhar, tens de fazer um para mim e vice-versa.»

    «O que é que achas que eu te pediria para fazer?»

    «Não sei. Fazer um jig à volta das montanhas quando eu for para as terras baixas? Podes dizer. Mas não penses muito nisso. Porque esta é uma aposta que eu acho que vou cobrar.»

    «Prepara-te para ficar desapontado!» Cassie atirou atrás dele quando ele saiu.

    «Hmmm», disse Alios.

    Cassie lançou um olhar ao homem do vapor. «Tens alguma coisa a dizer?»

    «O Sr. Rawstone pode saber algo que tu não sabes.»

    «Como o quê?»

    «Seria especulação dizer nesta altura», advertiu Alios. «Mas ele está muito bem informado para um corpo mole.

    «Então alguém devia tê-lo informado de que seria muito melhor apostar nos azarões hoje», murmurou Cassie.

    As equipas da arena avançaram a toda a velocidade em direção aos corredores, cada equipa empurrando

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