A esposa do duque
De Penny Jordan
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Sobre este e-book
Saul Parenti sempre se sentira feliz por ser o segundo na linha sucessória da monarquia de Arezzio. Assim teve a oportunidade de se concentrar no seu império financeiro… e nos encantos da sua esposa Giselle.
Mas quando o seu primo foi assassinado, teve de subir ao trono. Agora, em vez de perseguir os seus próprios sonhos, Saul e Giselle deverão viver rodeados de pompa e protocolo. Mas os traumas secretos do passado de Giselle deixaram-na profundamente marcada, e não quer ser mãe. Isso provoca uma crise no seu casamento, porque o seu dever real é conceber um herdeiro.
Penny Jordan
Penny Jordan, one of Harlequin's most popular authors, sadly passed away on December 31, 2011. She leaves an outstanding legacy, having sold over 100 million books around the world. Penny wrote a total of 187 novels for Harlequin, including the phenomenally successful A Perfect Family, To Love, Honor and Betray, The Perfect Sinner and Power Play, which hit the New York Times bestseller list. Loved for her distinctive voice, she was successful in part because she continually broke boundaries and evolved her writing to keep up with readers' changing tastes. Publishers Weekly said about Jordan, "Women everywhere will find pieces of themselves in Jordan's characters." It is perhaps this gift for sympathetic characterisation that helps to explain her enduring appeal.
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A esposa do duque - Penny Jordan
Editados por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2010 Penny Jordan. Todos os direitos reservados.
A ESPOSA DO DUQUE, N.º 1401 - Agosto 2012
Título original: The Dutiful Wife
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.
Publicado em portugués em 2012
Todos os direitos, incluindo os de reprodução total ou parcial, são reservados. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Enterprises II BV.
Todas as personagens deste livro são fictícias. Qualquer semelhança com alguma pessoa, viva ou morta, é pura coincidência.
™ ®,Harlequin, logotipo Harlequin e Sabrina são marcas registadas por Harlequin Books S.A.
® e ™ São marcas registadas pela Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas que têm ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
I.S.B.N.: 978-84-687-0604-7
Editor responsável: Luis Pugni
Conversão ebook: MT Color & Diseño
www.mtcolor.es
Capítulo 1
As carícias sensuais e experientes, tão masculinas e poderosamente exigentes, criaram excitação e desejo nela, enviando um fogo selvagem para todas as suas terminações nervosas, aumentando o desejo que despertava nela, até não se importar com outra coisa senão com o facto de a possuir rápida e primitivamente naquele momento. Era sempre assim, a primeira carícia de prazer que lhe proporcionava despertava nela um desejo que era tão natural como respirar.
Sabia que isso ia acontecer, quando deslizou o corpo nu na água quente e sedosa da piscina privada, com as estrelas e a lua no céu tropical como únicas testemunhas da sua intimidade erótica.
Ela afastou-se, a nadar, sofrendo ainda mais do que ele e o seu gemido, quando a alcançou a nadar e lhe sugou avidamente um mamilo, veio acompanhado por um arrepio de prazer selvagem. Deslizou a mão entre as pernas dela, cobrindo-lhe o sexo enquanto o movimento forte do seu corpo os arrastava pela água. O desejo e a ansiedade atravessaram-na como ondas de lava ardente, que fizeram com que o seu corpo se mexesse ao mesmo ritmo que as carícias dos dedos dele. Ela gemeu suavemente.
Tinham chegado ao extremo da piscina. Embriagada pelo desejo, permitiu que pegasse nela ao colo e a levasse até uma espreguiçadeira ampla, com colchão e coberta com uma toalha. Deitou-a. Tinha o corpo aberto para o seu olhar e para as suas carícias.
O seu olhar e depois a sua mão acariciaram-lhe o corpo nu, cobrindo-lhe um seio. O coração dela acelerou, os músculos da barriga ficaram tensos com o mesmo desejo que fizera com que os mamilos endurecessem de ansiedade. O olhar dele captou a mensagem sensual dos seus mamilos, mas deslizou a mão para lhe cobrir a anca. Ela abriu automaticamente as pernas e a humidade doce e quente do seu desejo atravessou-a. Ele inclinou a cabeça. O cabelo forte e escuro, ainda húmido, deitou gotas de água fresca sobre a pele dela, quente de desejo. Percorreu-lhe o umbigo com a ponta da língua, traçando desenhos delicados sobre a sua pele, fazendo com que ela sussurrasse o nome dele num gemido.
– Saul. Meu amor. Meu único e eterno amor.
Ardia no desejo que Saul despertara nela.
Ele levantou o olhar e ela emitiu um gemido suave e indefeso, arqueando o corpo para o dele.
Viu como o peito de Saul subia e descia, e abraçou-a imediatamente, beijando-a e penetrando-a. Gemeu de prazer e aproximou-se dele, mexendo-se ao seu ritmo até os seus corpos se apoderarem do desejo e do prazer mútuo, levando-os a toda a velocidade para o auge do êxtase, para depois caírem numa espiral de alívio e satisfação.
Fechara os olhos, mas voltou a abri-los e viu-o a exibir um sorriso terno, amoroso e masculino.
– Feliz aniversário, senhora Parenti – murmurou, com doçura.
Giselle sorriu para o marido, pois sentia-se cheia de felicidade. Era muito sortuda. A sua vida em comum era perfeita, o peso da culpa que carregara durante tanto tempo era um dragão que Saul matara. Não havia necessidade de, naquele momento de felicidade e harmonia, se atormentar com a lembrança do que lhe escondera. Agora, já não tinha poder sobre ela, não tinha relevância na vida maravilhosa que partilhavam. Uma vida em que a sua ambição artística estava completamente satisfeita ao trabalhar como arquiteta nos projetos dos hotéis de luxo que Saul tinha por todo o mundo. Por outro lado, o amor que partilhavam criara um mundo privado de felicidade para ambos, onde não precisavam de mais ninguém dentro do seu círculo protetor e mágico. A única coisa de que precisavam era deles próprios. No seu casamento, não haveria espaço para filhos. Essa fora a promessa que tinham feito um ao outro, quando se tinham casado há doze meses. Esses eram os alicerces em que tinham baseado o seu casamento e a confiança absoluta que tinha em Saul.
Para eles, o motivo da sua decisão de não ter filhos estava baseado na própria infância e ambos o aceitavam e o compreendiam. Saul curara grande parte da tristeza da sua infância com o amor que sentia por ela e com a forma como a aceitara como era e Giselle ajudara Saul a fazer as pazes com o passado, sobretudo, com a mãe. Ele achava que a mãe se importava mais com os órfãos das catástrofes do que com ele.
Um momento muito importante e especial para eles, foi quando abriram o que seria o primeiro de uma estrutura mundial de orfanatos, que incorporava escola e lar, e tinha o nome da mãe de Saul.
Financiados por Saul, desenhados por Giselle e construídos pela empresa de Saul, os orfanatos iam ser o presente dele para a mãe, para lhe demonstrar que estava em paz com ela. Na noite da inauguração oficial, fizeram amor de um modo tão intenso, a nível emocional e físico, que Giselle ainda sentia vontade de chorar ao recordá-lo.
O seu percurso não fora um caminho fácil de felicidade e compromisso. Ambos tinham lutado contra a maré de desejo que sentiam um pelo outro e que os tirara da sua zona de conforto para os levar para uma zona de combate, onde tinham tido de lutar desesperadamente contra os seus sentimentos, agarrando-se aos restos do naufrágio das suas antigas crenças. Saul fizera o primeiro movimento e Giselle, que já estava completamente apaixonada por ele, entregara-se ao seu desejo. Afinal de contas, já sabia que Saul também não queria ter filhos.
Como era um homem de negócios multimilionário, que desfrutava do trabalho e da competição, Saul fizera a promessa de não ter filhos, para que não lhes acontecesse o que lhe acontecera e ficassem sozinhos enquanto ele viajava por todo o mundo. Ao contrário do primo, Aldo, o soberano de um pequeno estado europeu que a sua família tinha governado durante gerações incontáveis, Saul não tinha de casar e ter um herdeiro legítimo.
Portanto, Giselle deixara de lado os princípios por que se regera durante toda a sua vida adulta, como nunca se apaixonar, porque não queria ter filhos e não desejava privar o homem que amasse do direito de os ter. Afinal, já quebrara a primeira promessa que fizera, ao apaixonar-se por Saul e ele prometera-lhe que ela era tudo o que queria e necessitava. Contudo, mesmo no dia do casamento, Giselle sentira como a sombra do seu passado arruinava a sua felicidade. A culpa era um fardo pesado que devia suportar. E era também um fardo muito solitário. Giselle tremeu, apesar do manto aveludado da noite tropical.
Saul sorriu, levantou-se da espreguiçadeira para pegar no roupão que ela tirara e tapou-a meigamente. Devia ter-se apercebido do seu calafrio involuntário e, como era costume, tentava protegê-la. Giselle entesourava sempre aqueles momentos especiais depois de fazerem amor e a última coisa que desejava era que fossem toldados pelas sombras do seu passado. Sem dúvida, o destino libertara-a finalmente do peso da culpa. Sem dúvida, agora não precisava de recordar que ainda era prisioneira de uma parte do seu passado, que Saul não conhecia.
A causa da sua culpa já não importava. Estava a salvo, protegida pelo amor de Saul e pela vida que partilhavam.
– Tens fome? – perguntou ele.
Giselle olhou para ele. Tinha o físico de um deus grego, a coragem de um guerreiro romano, o cérebro de um estratega, em conjunto com um filósofo grego, e a consciência social própria de um autêntico altruísta. Amava-o com paixão e uma intensidade que toldava os seus sentidos e as suas emoções. Era o seu mundo, um mundo que Saul criara com amor e onde se sentia segura.
Giselle assentiu com a cabeça, em resposta à pergunta.
O mordomo deixara-lhes um jantar delicioso, pouco depois de chegaram à villa da ilha tropical onde havia um complexo luxuoso e exclusivo, em que Saul tinha um especial interesse financeiro. Mas o apetite de Giselle estava dirigido para o marido. Na semana anterior, tinham estado três dias separados, enquanto Saul visitava uma nova propriedade que pretendia comprar e ela viajava para Yorkshire, para passar uns dias com a tia-avó, a pessoa que cuidara dela depois da morte dos pais e do irmão mais novo. Três dias e três noites sem Saul tinham parecido eternos.
Agora, no entanto, tinha vontade de comer, portanto, levantou-se e pôs-se em bicos dos pés para dar um beijo carinhoso a Saul, antes de ele ir buscar o seu roupão. O ar noturno que os rodeava estava carregado de um calor suave e dos sons dos trópicos, e as cortinas vaporosas de seda, beges e pretas, que tinham de atravessar, aumentavam a intimidade romântica da suíte. A decoração da villa era ao mesmo tempo moderna e sensual, com mobiliário escuro e tapetes creme e branco, que suavizavam a modernidade do chão de granito.
Um carrinho coberto continha o jantar, composto de aperitivos, saladas exóticas e deliciosas, pratos de marisco e fruta fresca. Uma garrafa de champanhe gelava num balde de gelo.
– A nós – brindou Saul, depois de abrir o champanhe e encher dois copos.
– A nós – repetiu Giselle, rindo-se e abanando a cabeça quando Saul pousou o copo para lhe pôr um dos aperitivos deliciosos na boca.
Saul tinha as mãos mais bonitas que vira num homem. Tinha a certeza de que Leonardo teria desejado pintá-las e Miguel Ângelo desejaria esculpi-las. A visão familiar da pele bronzeada e sensual fez com que o seu corpo ficasse tenso de prazer.
Saul dera-lhe de comer assim na primeira noite de lua de mel, tentando-a e seduzindo-a com bocados deliciosos de comida até o seu apetite por ele a levar a lamber-lhe os dedos, do mesmo modo que Saul lambera o sumo da fruta que tinham partilhado.
Estavam casados há um ano e ainda conseguia excitá-la com a mesma facilidade e rapidez como quando o conhecera. A intensidade do seu desejo era tão pura e selvagem como da primeira vez que Saul fizera amor com ela, mas agora havia a profundidade da intimidade do amor partilhado e da segurança de que ele a manteria a salvo. Suficientemente a salvo para se entregar sem restrições, consciente de que podia confiar completamente nele.
– Quero que seja sempre assim entre nós, Saul – disse, com paixão.
– Será sempre assim – assegurou. – Como poderia não ser?
Giselle voltou a tremer e olhou para o movimento das cortinas de seda, como se temesse que escondessem uma presença desconhecida.
– Não tentes o destino – suplicou.
Saul riu-se e brincou com ela.
– Penso que seria muito mais prazenteiro tentar-te.
Já tinham feito amor, mas o desejo que sentiam um pelo outro era para Giselle como uma nascente clara, que estava sempre presente para encher a jarra da sua intimidade partilhada. Os últimos minutos da conversa que tivera com a tia-avó, antes de ir para Londres, projetavam sombras sobre a sua felicidade e faziam-na sentir-se vulnerável.