Diamantes em roma
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Sobre este e-book
Emilio Andreoni, um importante homem de negócios e o solteiro mais cobiçado de Itália, queria perfeição em tudo. Para culminar o seu êxito, só lhe faltava uma coisa: a mulher perfeita! No passado, pensava tê-la encontrado em Gisele Carter, mas um escândalo fizera com que rompesse o seu aparentemente perfeito compromisso matrimonial.
No entanto, dois anos depois da rutura, Emilio teve de enfrentar provas irrefutáveis e reconhecer a inocência de Gisele.
Melanie Milburne
Melanie Milburne read her first Harlequin at age seventeen in between studying for her final exams. After completing a Masters Degree in Education she decided to write a novel and thus her career as a romance author was born. Melanie is an ambassador for the Australian Childhood Foundation and is a keen dog lover and trainer and enjoys long walks in the Tasmanian bush. In 2015 Melanie won the HOLT Medallion, a prestigous award honouring outstanding literary talent.
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Diamantes em roma - Melanie Milburne
Editados por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2012 Melanie Milburne. Todos os direitos reservados.
DIAMANTES EM ROMA, N.º 1418 - Outubro 2012
Título original: Deserving of His Diamonds?
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.
Publicado em português em 2012.
Todos os direitos, incluindo os de reprodução total ou parcial, são reservados. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Enterprises II BV.
Todas as personagens deste livro são fictícias. Qualquer seme-lhan a com alguma pessoa, viva ou morta, é pura coincidência.
™ ®, Harlequin, logotipo Harlequin e Sabrina são marcas registadas por Harlequin Books S.A.
® e ™ São marcas registadas pela Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas que têm ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
I.S.B.N.: 978-84-687-1306-9
Editor responsável: Luis Pugni
Conversão ebook: MT Color & Diseño
www.mtcolor.es
Capítulo 1
Quando descobriu a verdade, Emilio estava sentado à mesa de um café em Roma, perto do seu escritório. Sentiu um aperto no coração ao ler o artigo sobre duas gémeas separadas à nascença devido a um processo ilegal de adoção. O artigo era jornalismo de alta qualidade, um relato fascinante e comovedor do encontro fortuito das gémeas devido a uma empregada de uma loja de Sidney as ter confundido.
Emilio recostou-se na cadeira e contemplou os transeuntes: turistas e trabalhadores, jovens e idosos, casados e solteiros. Todos preocupados com as suas coisas, completamente ignorantes da angústia que o consumia.
Não era Gisele quem aparecia no filme pornográfico.
Tinha a garganta seca. Porque se tinha mostrado tão intransigente, tão obstinado? Não tinha acreditado em Gisele ao declarar a sua inocência. Recusara-se a ouvi-la. Gisele tinha-lhe rogado que acreditasse nela, mas ele recusara-se a fazê-lo.
Gisele tinha chorado e gritado, e ele virara-se e deixara-a. Tinha cortado a comunicação com ela. E jurara nunca mais voltar a falar com ela ou a vê-la na vida.
E tinha-se enganado por completo.
A sua empresa quase se vira afetada pelo escândalo e tivera de trabalhar arduamente para estar onde estava agora, dezoito horas por dia, às vezes, vinte e quatro, e viagens constantes. Tinha ido de projeto em projeto como um autómato, pagara as suas dívidas e, por fim, começara a ganhar milhões e a desfrutar de um sucesso sem limites.
E tinha culpado Gisele o tempo todo.
A culpa corroía-lhe o estômago. Sempre se tinha orgulhado de não fazer juízos de valor errados. Procurava a perfeição em tudo.
E, no entanto, enganara-se por completo com Gisele.
Emilio cravou os olhos no telemóvel. Ainda tinha o número de telefone dela na lista de contactos, guardara-o para recordar que nunca devia baixar a guarda, nunca devia confiar em ninguém. Nunca se tinha considerado sentimental, mas os dedos tremeram-lhe ao roçar o nome dela no visor.
De repente, pareceu-lhe que telefonar-lhe para lhe pedir desculpa não era apropriado. Tinha de lho dizer cara a cara. Era o mínimo que podia fazer.
Telefonou à sua secretária.
– Carla, cancela todas as reuniões da semana que vem e arranja-me um bilhete de avião para Sidney o quanto antes – disse Emilio. – Tenho de ir lá tratar de um assunto urgente.
Gisele estava a mostrar a uma mãe um fato de batizado que ela mesma tinha bordado quando Emilio Andreoni entrou na loja. Ao vê-lo, tão alto, tão desenquadrado entre roupa de criança, o coração disparou-lhe.
Tinha imaginado aquele momento, caso ele decidisse desculpar-se se soubesse da existência da sua irmã gémea. Imaginara-se vingada por fim. Tinha imaginado que não sentiria nada ao olhar para ele, à exceção de ódio e desprezo pela crueldade e imperdoável falta de confiança nela.
No entanto, a única coisa que sentiu foi dor. Uma dor quase física ao ver aquele homem cara a cara, ao encontrar aqueles olhos pretos fixos nos seus.
Depois de acabarem a relação, vira a fotografia de Emilio nos jornais e, embora se tivesse emocionado, não fora nada parecido com o que sentia naquele momento.
Emilio tinha a mesma pele morena, o mesmo nariz reto, o mesmo olhar penetrante e a dureza de um queixo que parecia não ver uma lâmina de barbear há trinta e seis horas. O cabelo, preto e ondulado, estava um pouco mais comprido que da última vez que o vira e parecia penteado com os dedos. E umas olheiras grandes aumentavam a impressão de não ter dormido.
– Com licença – disse Gisele à jovem mãe, – volto já – Gisele aproximou-se dele. – O que queres? – perguntou-lhe, com voz fria.
Emilio olhou-a fixamente.
– Parece-me que sabes porque vim, Gisele – respondeu Emilio, com aquela voz profunda que ela tão bem recordava.
Gisele teve de fazer um grande esforço para controlar as emoções. Emilio não devia ver como ainda a afetava, embora apenas fisicamente. Tinha de ser forte, de lhe mostrar que não lhe destruíra a vida. Mostrar-lhe que seguira em frente, que sabia valer-se por si mesma. Tinha de lhe mostrar que ele já não significava nada para ela.
– Sim, claro – respondeu Gisele, com voz fria.
– Poderíamos falar em privado? – perguntou ele.
Gisele endireitou as costas.
– Como podes ver, estou a atender uma cliente – assinalou com a mão a mulher que a esperava.
– Podes almoçar comigo? – perguntou-lhe Emilio, ainda com os olhos fixos nos seus.
Gisele perguntou-se se Emilio estaria à procura de imperfeições no seu rosto. Teria notado a falta de brilho na pele cremosa de antigamente? Teria reparado nas olheiras que a maquilhagem não conseguia disfarçar? Emilio sempre tinha procurado a perfeição, não só no trabalho, mas em todos os aspetos da vida.
– Sou a dona deste estabelecimento e também o giro, não paro para almoçar – respondeu ela, com orgulho.
Gisele viu-o a passear o olhar pela loja de roupa de criança, o negócio que ela tinha comprado algumas semanas depois da sua separação, alguns dias antes da data em que deveria ter-se celebrado o seu casamento. E fora aquele negócio que a mantivera à tona, diminuindo o sofrimento dos últimos dois anos.
Alguns amigos bem-intencionados, e também a sua mãe, ao saberem que Lily não sobreviveria, tinham-lhe sugerido que vendesse a loja. No entanto, rodeada de roupa de bebé, sentia-se mais perto de Lily, da sua linda e frágil filha falecida poucas horas depois de nascer.
Emilio olhou-a nos olhos.
– Então... Jantamos juntos?
Com irritação, Gisele viu a jovem mãe a sair da loja, sem dúvida, incomodada com a presença de Emilio.
– Não posso jantar contigo, tenho outro compromisso – respondeu ela.
– Tens uma relação com algum homem? – perguntou ele, perfurando-a com os olhos.
– Isso não te diz respeito – respondeu Gisele, levantando o queixo.
Emilio suspirou.
– Estou consciente de que isto não é fácil para ti, Gisele. Também não o é para mim.
– Quer dizer que nunca te passou pela cabeça que acabarias por vir ver-me para me pedires desculpa por te teres enganado? – perguntou ela, com cinismo.
A expressão de Emilio tornou-se fria, distante.
– Não me orgulho do meu comportamento, de ter acabado a nossa relação – declarou ele. – Mas, no meu lugar, terias feito o mesmo.
– Enganas-te, Emilio – contradisse-o Gisele. – Teria tentado encontrar outra explicação para aquela fita.
– Pelo amor de Deus, Gisele! Achas que não procurei outras explicações? Foste tu que me disseste que eras filha única. Tu também não sabias que tinhas uma irmã gémea. Como poderia eu imaginar algo do género? Vi a cassete e vi-te a ti. Vi o mesmo cabelo loiro, os mesmos olhos azul-acinzentados e inclusive as mesmas expressões. É natural que acreditasse no que estava a ver.
– Tinhas outra opção. Podias ter acreditado em mim, apesar da cassete. Mas não o fizeste, porque não me amavas, a única coisa que querias era uma esposa perfeita. Aquela maldita fita manchava-me, portanto, eu já não te servia. Mesmo que se tivesse descoberto a verdade em duas horas, em vez de em dois anos, teria sido igual. O teu negócio tinha prioridade, era o mais importante para ti.
– Deixei o meu trabalho para vir ver-te – contra-atacou, com o sobrolho franzido.
– Pois, já me viste, portanto, podes entrar no teu avião privado e voltar para casa – respondeu ela, com ar altivo, antes de se virar.
– Bolas, Gisele! – Emilio agarrou-lhe um braço, parando-a.
Gisele sentiu os dedos fortes de Emilio a obrigarem-na a virar-se. O contacto queimou-lhe a pele. O coração disparou-lhe ao sentir-se presa do olhar dele. Não queria perder-se naqueles olhos, não queria voltar a fazê-lo, uma vez bastava. Apaixonar-se por um homem incapaz de amar e de confiar fora a sua perdição.
Não queria senti-lo tão perto outra vez.
Sentia o seu cheiro, uma mistura de almíscar e loção pós-barba. Podia ver a sua barba incipiente e queria acariciá-la. Não conseguiu evitar olhar para os contornos daquela boca bonita, uma boca que a deixara sem sentidos da primeira vez que a beijara.
Gisele saiu bruscamente da sua abstração. A mesma boca que a tinha recriminado. A mesma boca que lhe dissera coisas imperdoáveis. Não, não ia facilitar-lhe as coisas. Emilio tinha-lhe destruído a vida, o futuro. As acusações dele tinham-na magoado mortalmente.
Mas, ao regressar a Sidney, a esperança tinha despertado nela ao descobrir que estava grávida de dois meses. Não obstante, as suas esperanças tinham-se visto desfeitas depois da segunda ecografia. Tinha chegado a perguntar-se se não seria um castigo por não ter dito a Emilio que estava grávida.
– Porque o tornas mais difícil do que é? – perguntou Emilio.
Gisele precisava de se