Casamento no natal
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Sobre este e-book
O empresário siciliano Dante Russo tornou-se rico e poderoso sendo implacável. Por isso não teve qualquer tipo de misericórdia com Taylor Sommers quando soube que o negócio de Taylor estava em perigo. Há três anos, ela pusera fim ao seu romance e agora Dante ia aproveitar a oportunidade para a chantagear e obrigá-la a ir para a cama com ele. Assim esquecê-la-ia para sempre.
Tally era agora mãe de uma menina encantadora, mas a notícia só serviu para que o coração de Dante endurecesse ainda mais e para que a sua necessidade de a fazer dele aumentasse. No entanto, por muito rico e desumano que fosse, nem sequer Dante era imune à magia do Natal…
Sandra Marton
Sandra Marton is a USA Todday Bestselling Author. A four-time finalist for the RITA, the coveted award given by Romance Writers of America, she's also won eight Romantic Times Reviewers’ Choice Awards, the Holt Medallion, and Romantic Times’ Career Achievement Award. Sandra's heroes are powerful, sexy, take-charge men who think they have it all–until that one special woman comes along. Stand back, because together they're bound to set the world on fire.
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Casamento no natal - Sandra Marton
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2006 Sandra Marton
© 2017 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Casamento no natal, n.º 1113 - agosto 2017
Título original: The Sicilian’s Christmas Bride
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.
As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-9170-262-7
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Página de título
Créditos
Sumário
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
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Capítulo 1
A sala de baile do hotel parecia o palco de um conto de fadas de Natal. As grinaldas naturais e os enfeites dourados pendiam do tecto e umas árvores artificiais elegantes brilhavam com as suas luzinhas. Alguém disse que o Pai Natal faria uma visita à meia-noite para dar quinquilharias aos assistentes ricos.
Nada era comparável com o primeiro baile de beneficência da temporada natalícia em Nova Iorque.
Dante Russo já assistira a muitos e a verdade era que o barulho e a ostentação de riqueza o aborreciam enormemente.
Claro que, ultimamente, tudo o aborrecia.
Até mesmo, ou especialmente, a excitação da amante que estava de braço dado com ele.
– Oh, Dante, querido – dizia ela sem parar, – que maravilha.
Naquela noite, o termo «maravilha» parecia ser o seu favorito. Usara-o, até àquele momento, para descrever a decoração, a orquestra, a mesa e os convidados.
Há um mês, ter-se-ia divertido com os exageros de Charlotte, mas, naquele momento, eram quase tão irritantes como a sua vozinha infantil.
Dante consultou o seu relógio. Faltava uma hora para começar a inventar alguma desculpa sobre uma reunião bem cedo na manhã seguinte. Ela protestaria por perder a visita do Pai Natal, mas ele garantir-lhe-ia que o Pai Natal lhe traria algo especial no dia seguinte.
Uma caixinha azul da Tiffany entregue no seu apartamento, não pelo Pai Natal, mas por um mensageiro.
Ocupar-se-ia de que a caixinha contivesse alguma «maravilha», pensou ele, amargamente. Não só seria um presente para compensar a interrupção da noite, como também de despedida.
Já não se interessava por Charlotte. Há dias que o pressentia, mas naquele momento tinha a certeza. Só queria que a ruptura fosse civilizada. Ele deixava sempre claro que não se interessava por uma relação permanente, mas algumas mulheres resistiam a compreendê-lo e…
– Dante, querido?
– Sim, Charlotte? – ele pestanejou.
– Não estás a ouvir-me!
– Lamento muito. Eu, eh, tenho uma reunião de manhã e…
– Dennis e Eve estavam a falar sobre a sua propriedade no Colorado.
– Sim, claro, em Aspen, não é?
– Exactamente – respondeu Eve, enquanto suspirava aborrecida, – continua a ser uma maravilha…
– Uma maravilha – afirmou Charlotte, entusiasmada.
– Mas já não é como antes. Demasiadas pessoas descobriram a cidade…
Dante esforçava-se para ouvir, mas a sua atenção perdeu-se novamente. O que se passava? Não era o mesmo de sempre. Aborrecido ou não, nunca permitia que as suas emoções o dominassem.
Era um erro dar rédea solta às emoções. Revelava demasiadas coisas. Uma estupidez.
Essa convicção, gravada no seu interior durante uma infância siciliana marcada pela pobreza e pelo abandono, ajudara-o muito. Tirara-o dos esgotos de Palermo e catapultara-o para o topo de Manhattan.
Com trinta e dois anos, Dante geria um império internacional, possuía casas em dois continentes, tinha um Mercedes e um avião privado e podia escolher as mulheres mais belas.
Na opinião de muitas, ele era belo. Alto e musculado, com o corpo de um atleta, o rosto do David de Miguel Ângelo e a fama de ser tão excitante na cama como era excepcional na sala de reuniões.
Noutras palavras, Dante tinha tudo o que um homem podia desejar, incluindo a certeza de que a sua vida podia ter sido muito diferente e isso permitia-lhe ser quem era e mantinha-o em alerta. Concentrado.
Era o que todos diziam dele, que era um homem concentrado e não só em questão de negócios ou de mulheres, mas quanto a tudo o que acontecia à sua volta.
Mas naquela noite não, naquela noite era incapaz de concentrar a sua atenção.
Já não se interessava pela conversa do resto das pessoas sentadas à sua mesa. Guiava-se por Charlotte e assentia, sorria e ria-se, quando parecia adequado.
Preocupava-se com o facto de estar tão distraído.
Mas distraído não era a palavra… inquieto? Como se alguma coisa estivesse prestes a acontecer. Alguma coisa para a qual não estava preparado, o que era impossível.
Ele estava sempre preparado.
Sempre, pensou, à excepção daquela vez. Daquela vez…
– Dante, querido, não estás a prestar atenção! – Charlotte inclinava-se para ele, o suficiente para lhe mostrar o seu decote. Sorria, mas o seu olhar indicava que não era feliz. – Está sempre assim quando prepara algum negócio – replicou ela alegremente, enquanto o sacudia delicadamente. – O que se passa, Dante, querido? Algo horrível e… muito excitante?
Todos se riram, até mesmo Dante, que, naquele preciso instante, soube que a sua decisão de acabar com Charlotte era acertada.
Durante as últimas duas semanas, à medida que ele se sentia mais aborrecido, ela tornava-se mais exigente. Porque não telefonara? Onde estava quando telefonava? Começara a dirigir-se a ele com aquele estúpido apelativo e agora dedicava-se a fazer comentários que reflectiam uma intimidade entre eles que ele sempre deixara claro que nunca existiria.
Com nenhuma mulher. Nem sequer com…
–…nós adoraríamos passar o Natal em Aspen, não é, Dante, querido?
– Lamento – Dante sorriu forçadamente, – perdi-me.
– Dennis e Eve convidaram-nos para irmos a Aspen – declarou Charlotte, – e eu aceitei.
– De modo que aceitaste – replicou Dante, enquanto olhava para ela nos olhos.
– Claro! Sabes que passaremos o Natal juntos. Como poderíamos estar separados nesse dia?
– É claro – concordou ele, depois de uma longa pausa e antes de se levantar. – Charlotte, apetece-te dançar?
– Bom… agora não. Quero dizer que podíamos ficar aqui sentados e falar sobre a viagem. Quando sairemos, quanto tempo ficaremos…
Dante agarrou-a pela mão e levou-a até à pista de dança. A orquestra tocava uma valsa.
– Estás zangado – indicou ela, num sussurro infantil.
– Não estou zangado.
– Estás, sim, mas a culpa é tua. Seis semanas, Dante. Seis semanas! Já é hora de darmos o passo seguinte.
– Para onde? – perguntou ele, sem nenhuma emoção.
– Sabes a que me refiro. Uma mulher espera que…
– Já deixei claro o que não devias esperar, Charlotte – a boca dele ficou tensa e o seu tom de voz era frio, – mas aqui estás, a fazer planos sem me consultares. Falas como se a nossa relação fosse uma coisa que não é – levou-a pela pista de dança até um canto. – Numa coisa tens razão. Chegou o momento, como dizes, de dar o passo seguinte.
– Estás a acabar comigo? – ela corou ao ver que ele não respondia. – Canalha!
– Uma observação acertada, mas não muda nada. És uma mulher linda, encantadora e brilhante. E sabias desde o começo como tudo isto ia acabar.
Dante suavizara o seu tom de voz. Ao fim e ao cabo, ele era o culpado. Devia ter lido nas entrelinhas, devia ter visto os sinais de que Charlotte fazia planos de futuro apesar de ele ter tido o cuidado de deixar as coisas claras desde o começo.
– Desfrutei muito da tua companhia – replicou ele.
– Não sejas condescendente comigo!
– Não – respondeu ele, friamente. – Certamente, se preferires uma cena, podemos fazê-lo.
Ela semicerrou os olhos enquanto ponderava as suas opções. Podia escolher entre uma cena pública vergonhosa ou uma despedida educada que lhe permitiria inventar uma história para salvar o seu orgulho.
– Tu escolhes, bella – replicou ele, com doçura. – Separamo-nos como amigos ou como inimigos?
– Não podes culpar-me por tentar – ela sorriu enquanto lhe passava a mão pela lapela do casaco, num gesto possessivo dedicado ao público que estivesse a observar, – mas és cruel, Dante, querido, caso contrário, não me humilharias à frente dos meus amigos.
– Isso é o que te preocupa? – Dante encolheu os ombros. – Não há problema. Voltaremos para a mesa e acabaremos a noite agradavelmente, está bem?
– Está bem, mas… Dante – ela humedeceu os lábios, – podes ouvir-me?
– O que se passa? – perguntou ele, enquanto tentava disfarçar a sua impaciência.
– Querido, sei que não acreditas no amor eterno. Eu também não – ela fez uma pausa. – Podíamos viver uma vida interessante juntos.
Ele olhou para ela, surpreendido. Referia-se ao casamento? Quase deu uma gargalhada. Mesmo assim, em certo modo, entendia-a. Desconhecia a idade de Charlotte, mas devia ter cerca de trinta anos, suficiente para querer procurar um marido que pudesse satisfazer os seus gostos e caprichos.
Quanto a ele, com a sua idade, os homens já tinham uma família e filhos para usarem os seus apelidos. Nunca pensava nisso.
Um filho que usasse o seu apelido dar-lhe-ia, sem dúvida, legitimidade.
Charlotte poderia ser a esposa perfeita. Não lhe exigiria mais do que um pouco de atenção e toleraria as suas aventuras ocasionais. Não se meteria na sua vida nem ocuparia a sua mente mais do que o necessário.
E, naquele instante, Dante soube o que se passava naquela noite.
Houvera uma mulher que enchera a sua mente uma vez e, maldita, ainda o fazia.
A ideia sacudiu-o. Os seus músculos ficaram tensos, como se toda a adrenalina que era capaz de produzir invadisse o seu corpo de uma vez.
– Pelo amor de Deus – replicou Charlotte. – Não me olhes assim. Era uma brincadeira.
Ele sabia que era mentira, mas decidiu fingir que acreditava enquanto voltavam para a mesa.
– E então? – Eve recebeu-os com um sorriso. – Decidiram? Virão para Aspen?
Durante um segundo, ele não soube de que falava. Os seus pensamentos arrastavam-no para um lugar escuro, de sombras frias e lembranças indesejadas.
Lembranças de uma mulher que pensava ter esquecido.
De repente, recordou a conversa e a promessa realizada a Charlotte.
– Lamento – replicou ele, amavelmente, – mas receio que não possamos ir.
Charlotte olhou para ele com agradecimento enquanto lhe apertava um ombro.
– Volto já.
– Vais fumar? – perguntou Dennis. – Russo? Espera. Vou contigo.
Mas Dante já saíra da sala