Simplesmente beija-me
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Sobre este e-book
A verdade era que Amanda sempre tinha deixado louco o selvagem e lindíssimo Joe. Mas, como poderia tornar realidade a sua fantasia? Como advogada,Amanda passava o dia a ter de ser convincente nos tribunais; agora queria passar as noites a ser igualmente convincente no quarto... com Joe. Mas, embora quisesse tomar as coisas com tranquilidade, sem riscos nem pressões, o desejo sexual tornou-se demasiado incontrolável.
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Simplesmente beija-me - Kathleen O'Reilly
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2002 Kathleen Panov
© 2019 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Simplesmente beija-me, n.º 528 - fevereiro 2019
Título original: Just Kiss Me
Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd.
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.
As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.
Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-1307-627-0
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Créditos
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Epílogo
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Capítulo Um
– Ajuda-me, por favor!
Joe Barrington leu o que estava no guardanapo e tentou dar-lhe um significado positivo.
Por fim, tinha-o feito. Após lutar durante vinte e um anos em vão, ela tinha decidido pedir-lhe ajuda. E ele devia negar-lha.
Contemplou os olhos azuis de Amanda Sedgewick e disse:
– Não.
– Por favor – suplicou Amanda com cara de pena.
Joe não era um desses cavaleiros que anda por aí a salvar donzelas em apuros, mas também tinha pontos fracos.
Suspirou e olhou para o seu irmão mais velho, o doutor Avery Barrington III, que estava a estudar a carta de vinhos. Ele era um dos seus pontos fracos.
Avery. O mundo girava em torno dele. Antes que Avery fizesse oito anos, já tinha desenhado o seu futuro. Na escola, as crianças faziam-lhe a vida impossível, por isso decidiu que quando fosse mais velho seria médico e ganharia muito dinheiro para incomodar os colegas que não o deixavam em paz. Além disso, casaria com Amanda, a menina mais bonita do colégio Neil Armstrong.
Era um plano simples e Joe admirava o irmão por ter conseguido o seu objectivo. Avery tinha-se convertido num reconhecido cirurgião plástico, tinha-se graduado na universidade da Colúmbia e conduzia um carro alemão, mas faltava-lhe conseguir uma coisa.
Amanda.
Joe tinha-a visto pela última vez no dia em que Avery se graduou no liceu. Por isso, essa noite surpreendeu-se ao ver que se tinha convertido numa mulher madura. Era muito atractiva, comportava-se e falava com muita segurança. Como Avery.
Joe lembrou-se que acabava de lhe pedir ajuda, e ele não ia ajudá-la. Considerava que a vida amorosa de Avery não era assunto seu.
– Não é problema meu – disse-lhe, olhando-a nos olhos. Durante vinte e um anos, tinha-se mantido à margem de tudo, escutando os comentários de Avery acerca da cara de porcelana de Amanda e pensando que se o que o seu irmão gostava era de loiras impecáveis que se vestiam de acordo com a moda, Amanda não estava mal.
Mas Joe gostava de mulheres com sangue nas veias e pecado no olhar. Ao lembrar-se do seu último encontro, sorriu. Às vezes custava-lhe a crer que Avery e ele tivessem os mesmos genes. Talvez não fosse assim e isso explicava tudo. Porque é que ele não tinha conseguido ingressar na escola Saint Alban e Avery sim? Porque Avery queria curar pessoas e Joe só queria estar rodeado de aviões?
O empregado aproximou-se da mesa e tanto Amanda como Joe deixaram que Avery escolhesse o vinho. Ela olhou para Joe e disse-lhe outra vez:
– Por favor.
– Que estavas a dizer? – perguntou Avery a Joe após pedir o vinho.
– Dizia a Amanda que não quero o seu guardanapo para nada. Obrigado por mo ofereceres – devolveu-lhe o guardanapo e perguntou-se porque é que ela teria aceite o convite de Avery e porque é que queria que ele fosse.
Amanda sorriu com educação. Pegou no guardanapo e colocou o copo de água sobre ele. Tinha uns lábios carnosos que se curvavam ligeiramente nos cantos, como se guardasse um segredo que não pensava revelar.
Joe sabia que Amanda tinha segredos e que nunca mostrava uma parte do seu ser, mas não sabia se o seu irmão gostava da sua pose exterior ou da promessa dos seus lábios.
Mas isso não era assunto seu.
Por fim, Amanda arqueou uma sobrancelha e olhou para Avery. Retirou o cabelo dos ombros, devagar e com suavidade.
– Não vai correr bem – disse sem mais nem menos.
– Como?
Amanda agarrou no copo de vinho, olhou para Joe e esboçou um sorriso. Depois dirigiu-se a Avery.
– Já está na hora de ser sincera contigo.
Joe pôs-se de pé.
– Desculpem-me. Estou certo de que querem um pouco de intimidade. Vou apanhar o comboio de volta para casa.
– Não! – exclamou ela com olhar de súplica. Avery deu um longo suspiro. – Creio que temos que ser nós os dois a dizê-lo ao teu irmão.
«Os dois?», pensou Joe. Uma vez mais, Amanda falava num sussurro, e olhava-o de maneira íntima. Como se fossem amantes.
– Ah, não, não estou de acordo – respondeu. – Devias ter falado comigo antes de trazer o assunto à baila.
Ela continuava a olhá-lo e Joe esteve a ponto de esquecer as suas boas intenções.
Por sorte, apareceu o empregado. Deixou a garrafa de vinho sobre a mesa e esperou que Avery desse a sua aprovação. Então começou o ritual. Avery cheirou o vinho, moveu-o, deu um sorvo e assentiu. O empregado serviu os outros e foi-se embora em silêncio.
– Que querias dizer-me, Amanda? – perguntou-lhe Avery.
Amanda olhou para Joe com cara de pena uma vez mais. Ele imaginava o que queria. Tinha-lhe ocorrido um plano para se desfazer de Avery e queria levá-lo a cabo.
– Avery, estou apaixonada pelo Joe.
Avery bebeu um gole de vinho.
– Pelo Joe? – perguntou. – Não falas a sério! É só um mecânico de aviões.
Joe suspirou e passou manteiga no pão.
– Obrigado, Ave. Eu também te amo.
– Falo a sério, Avery. É algo contra o qual luto há muito tempo – voltou-se para olhar para Joe. – Algo contra o qual lutamos há muito tempo. Não posso permitir que o estragues, Avery. Não vou deixar que arruínes a minha única oportunidade de ser feliz.
Avery estava confuso.
– Mas, porquê Joe?
Joe deu uma dentada no pão. Não podia esperar para ouvir a resposta.
– Porque estou cansada de ter que ser comedida e de passar a roupa a ferro – respirou fundo. – Quero deixar de me preocupar com o que digo, com quem combinei encontrar-me e se fui à manicura.
Representava muito bem. Se não fosse pelo que tinha escrito no guardanapo, Joe teria acreditado nela. E não estava disposto a ajudá-la. Talvez Avery fosse presunçoso e teimoso, mas era seu irmão.
– Não compreendo que relação há entre as tuas unhas e Joe – disse Avery, franzindo o sobrolho.
– Nenhuma. Nem sempre tem que haver uma explicação. Às vezes as coisas acontecem, sem mais nem menos. Joe não se preocupa em ser alguém, é feliz só por existir.
– Parece-me uma irresponsabilidade.
– Não é irresponsabilidade, é serenidade – disse ela.
Joe teve que se conter para não soltar uma gargalhada. Perguntava-se se não deveria pôr fim a toda essa tolice. Não queria que o seu irmão se sentisse doido, mas, ainda assim, cruzou os braços e recostou-se contra as costas da cadeira.
– Serenidade? Já estás a dizer tolices místicas. Depois vais começar a dizer que decidiste